Ermance Dufaux - Livro Amorosidade: A cura da ferida do abandono - Wanderley de Oliveira - Cap. 11
A ansiedade pode ser um sintoma de relacionamentos tóxicos
A ansiedade é um transtorno que acomete multidões no mundo inteiro.
Uma doença cujas causas são múltiplas e, algumas vezes, de difícil diagnóstico. Além de fatores orgânicos circunstanciais, genéticos e sociais, existem componentes energéticos na formação de quadros ansiógenos.
O componente emocional principal, mas não o único presente nessa dor, é o medo, seja do que for, que altera significativamente o campo da aura e do duplo etérico. Portanto, a ansiedade é produtora de um campo de energias e determina uma frequência na qual você passa a viver.
Um dos componentes mais frequentes para gerar esse campo vibracional é o de ultrapassar seus limites de resistência com relação à quantidade de forças que sua vida mental pode suportar. Esse limite pessoal, ao ser ultrapassado, passa a gerar um estado de obesidade energética - que nada tem a ver com obesidade física - no qual você carrega energias que não lhe pertencem e não são úteis ao seu caminho de evolução espiritual. Nos chamados relacionamentos tóxicos, isto acontece com mais frequência. Com relação a este sobrepeso energético, podemos buscar recursos para ampliar nossas reflexões em O Livro dos Espíritos, questão 633:
A regra do bem e do mal, que se poderia chamar de reciprocidade ou de solidariedade, é inaplicável ao proceder pessoal do homem para consigo mesmo. Achará ele, na lei natural, a regra desse proceder e um guia seguro?
"Quando comeis em excesso, verificais que isso vos faz mal. Pois bem, é Deus quem vos dá a medida daquilo de que necessitais. Quando excedeis dessa medida, sois punidos. Em tudo é assim. A lei natural traça para o homem o limite das suas necessidades. Se ele ultrapassa esse limite, é punido pelo sofrimento. Se atendesse sempre à voz que lhe diz - basta, evitaria a maior parte dos males, cuja culpa lança à Natureza."
Todos os excessos criam registros energéticos na aura e no duplo etérico, estabelecendo frequências que, por sua vez, criam efeitos indesejáveis na saúde vibracional do ser, atingindo outros corpos sutis como perispírito e corpo mental inferior.
Essa obesidade ou excesso energético nos relacionamentos tóxicos ocorre quando você puxa para si as responsabilidades e os problemas que são dos outros, que compete aos outros resolverem.
A chave que abre a porta para esse comportamento é a culpa. Nos relacionamentos humanos, a culpa é a maior vilã de energias que pode existir. Medo e culpa formam uma dupla implacável no tema ansiedade.
Aquela pessoa que chama de amor a atitude de se preocupar demais e viver as dores e os problemas dos outros é uma candidata potencial a viver ansiosa, porque vai entrar no campo energético de alguém e trazer de lá um farto material que vai pesar muito na estrutura organizadora da sua aura e do seu duplo etérico. Vai carregar o que não lhe pertence e nem precisa. O resultado dessa sobrecarga é um estresse vibracional cujo nome é ansiedade.
A ansiedade, por essa perspectiva, pode ser considerada como um elemento de estresse, porque gera sacrifício e esforço demasiado, oferecendo risco de comprometer a saúde mental e também orgânica do ansioso.
Não é assim com as leis da Física? Se você constrói um alicerce para suportar três andares, o que acontecerá se erguer vinte andares nesse alicerce frágil? Haverá uma sobrecarga que poderá arruinar a construção.
Os alicerces emocionais de cada pessoa também se organizam dentro de um limite. Se você passa a consumir e a se alimentar de forças que não lhe pertencem, cria uma pressão em sua estrutura pessoal.
Esse comportamento gera mães ansiosas que carregam culpas terríveis a respeito da educação de seus filhos e não têm ciência da origem desse sentimento. Pais ansiosos porque não sabem se vão conseguir responder pelo bom futuro do filho ou porque seus filhos seguiram rumos diversos do esperado, mesmo tendo sido oferecido a eles os melhores exemplos e condições. São as mulheres que não se sentem boas o suficiente para seus parentes e querem carregar todos nas costas. São as mães que se acreditam responsáveis por gerenciar o sentimento do grupo familiar, sem perceberem o sentimento de prepotência por trás de suas condutas. Esposas submissas que desejam agradar o cônjuge a qualquer preço, para não o perder. Maridos inseguros que se autoflagelam com a desconfiança sobre a conduta da esposa e gastam dores elevadas de energia para controlar a relação. Enfim, é muita culpa, muito medo, entre outros sentimentos, e o efeito disso tudo é uma ansiedade galopante.
Carregar o campo energético das pessoas que você ama não é amor, é doença. A noção tóxica de amor no qual "faço tudo o que for preciso para você" ou "eu te amo muito e quero lhe agradar sempre" são produtoras de quadros graves de dor emocional. O amor verdadeiro tem muito mais a ver com desagradar do que com agradar, com dizer "não" na hora certa do que abaixar a cabeça; suportar o que não é sadio e esmolar por migalhas de atenção e afeto.
Além disso, essa obesidade energética gera cansaço físico, perda de vitalidade mental e física, insônia, dores musculares generalizadas ou localizadas, em função dos bolsões energéticos que se instalam, infecções urinárias recorrentes, quadros emocionais severos de depressão e vários outros quadros de doenças psíquicas e físicas.
Nesses casos, o tratamento da ansiedade passa por uma identificação de qual perfil emocional é o gerenciador desses tipos de relacionamento de sobrecarga. Quase sempre, ele é perceptível em pessoas muito carentes, dependentes emocionais, exigentes, controladoras, perfeccionistas. Cada caso é um caso e tem que ser avaliado individualmente, para a organização de um plano de tratamento apropriado.
Você não renasceu com condições pessoais para dar conta da energia alheia. Amor não é isso. Amor é cuidar de sua energia, preservá-la de gastos desnecessários, manter seu equilíbrio e estar sempre pronto para dar ao outro aquilo que pode ser útil e não carregar o que nem o outro quer sustentar.
O amor de verdade não gera ansiedade. Gera equilíbrio, paz e harmonia. E, mesmo que haja algum nível de ansiedade, é razoável pensar que, em doses suportáveis, ela possa fazer algum bem, desde que seja a respeito daquilo que lhe pertence e que é de sua responsabilidade.
Ermance Dufaux
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