segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Carlos A. Baccelli - Livro Chico Xavier - O Apóstolo da Fé - Pág. 52 / 54 - A mediunidade ímpar de Chico Xavier




Carlos A. Baccelli - Livro Chico Xavier - O Apóstolo da Fé - Pág. 52 / 54


A mediunidade ímpar de Chico Xavier


Contou-nos o Dr. Álvaro de Campos Carneiro, já de saudosa memória, então Presidente do C. E. “Antonio de Pádua”, de Mogi das Cruzes-SP, fundado em 1911, que, há alguns anos atrás, integrando a equipe de D. Yolanda César, ele estivera em Uberaba, visitando Chico Xavier.

- “Éramos - disse-nos ele - um pequeno grupo participando de uma reunião de psicografia em sua casa. O Chico escreveu por aproximadamente 3 horas e, naquela oportunidade, coube-me auxiliá-lo com as folhas de papel... Várias mensagens foram endereçadas a muitos dos presentes. Quando terminou de lê-las, virando-se para mim, que me sentara próximo, disse-me: - “Eu não sabia que o senhor era médico...” “Não – respondi – eu não sou médico, Chico; este anel que você vê no meu dedo é de advogado...” “Mas – continuou – está aqui o espírito de um jovem entre nós afirmando que foi o senhor quem receitou a primeira mamadeira que ele mamou; o nome dele é Carlos...”

Fazendo um esforço de memória, lembrei-me de um fato acontecido muitos anos atrás. Em verdade, exercendo esporadicamente a mediunidade receitista, tive oportunidade de cooperar com muita gente que me procurava; mas o caso a que Chico se referia era sui generis... Estava no carro, quando fui procurado por uma jovem mãe desesperada; ela acabara de dar à luz e não tinha leite para amamentar o filho... Com pena de vê-la naquela situação, peguei um pedaço de papel qualquer e rabisquei uma receita, ensinando-a a preparar a mamadeira... Ora, como é que o Chico poderia saber de uma coisa desta, se eu mesmo já havia esquecido!... Fiquei estupefato. Em seguida, ele começou a falar dos espíritos que, conosco, em Mogi, haviam sido os pioneiros do Movimento Espírita, nomeando-os um a um – amigos que haviam participado da construção do ‘Antonio de Pádua’ e da Maternidade da Mãe Pobre...”

Ainda em Mogi, quando de nossa recente visita àquela hospitaleira cidade, contou-nos o Sr. Júlio César, um dos seus mais atuantes companheiros de doutrina:

- “Visitei o Chico em Pedro Leopoldo, quando o seu trabalho ainda não era assim tão conhecido. Apresentei-me a ele na reunião e declinei meu nome – ‘Julio César!’ Para minha surpresa, Chico disse-me:

-‘Julinho, não é?...’ Era assim que, em casa todos me chamavam. Apesar de estar no Espiritismo há mais de dez anos, eu andava um tanto descrente...

Havia sido internado num sanatório, com problemas de mediunidade. No ‘Luiz Gonzaga’, em Pedro Leopoldo, o recinto do centro recendia perfume; de sufocar a gente... O pessoal dizia que o fenômeno era provocado por Scheilla, que havia sido enfermeira na Segunda Grande Guerra... Intimamente, eu desconfiava; para mim, alguém estava destapando um vidro de perfume, talvez o próprio Chico, sei lá!...

De repente, como se os espíritos desejassem me dar uma prova, caiu sobre mim, sobre o meu braço, molhando-o por inteiro, uma chuva de perfume...

Aquilo era demais! Não havia ninguém perto de mim e nem tampouco sobre o telhado do centro. Depois, poucas pessoas, sentadas à mesa, Chico falou conosco: - ‘Os espíritos estão nos pedindo para formar frases. Cada companheiro poderá formular um pensamento rápido sobre Jesus, sobre a fé, a caridade...’ Coisa espantosa! À medida que externávamos o pensamento, a frase que proferíamos se nos materializava na boca; as palavras saíam de nossos lábios repletos de luz, apagando-se em seguida... Hoje, eu fico pasmo, pensando naquilo... Quando fomos embora, Chico pediu-nos: - ‘Não contem a ninguém o que vocês viram aqui, pois, se começar a vir muita gente, o serviço do livro ficará prejudicado... ‘Eu nunca ouvi falar de fenômenos semelhantes aos que assisti em Pedro Leopoldo, numa única vez em que lá estive!... Impressionante!”


Carlos A. Baccelli





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