quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Joanna de Ângelis - Livro Conflitos Existenciais - Divaldo P. Franco - Cap. 5 - Ressentimento - Pág. 70 - Terapia libertadora




Joanna de Ângelis - Livro Conflitos Existenciais - Divaldo P. Franco - Cap. 5 - Ressentimento - Pág. 70


Terapia libertadora 


A visão nova da Psicologia positiva, que reage à proposta freudiana a respeito da personalidade humana, procura entender de maneira muito diversa as emoções, ensejando-lhe uma conduta otimista, na qual devem per­manecer como assinaladores de fronteiras a bondade, o perdão, o prazer, as gratificações do sentimento, a esper­ança e a fé, a confiança, o cultivo das virtudes, a busca e enriquecimento pela sabedoria, o amor pela Humanidade, a coragem e a justiça, a espiritualidade e a transcendência do ser.

A sua proposta induz a uma visão mais profunda do indivíduo no contexto da família, da sociedade, da democracia e da liberdade, ensejando uma orientação para que seja alcançado plenamente o sentido existencial.

Todos os seus argumentos são profundamente huma­nistas, facultando uma visão de felicidade no destino da criatura, estimulando-a a desenvolver das forças psicológi­cas dos sentimentos orientados para as virtudes.

O ser, em si mesmo, não é portador de maldade, mas foram as experiências do processo de evolução que desper­taram essa face negativa, que pode e deve ser corrigida pela aplicação dos recursos do altruísmo, da bondade, da moralidade e da cooperação com as demais criaturas do mundo.

O processo de evolução gera prazeres, mesmo no cultivo do mal; no entanto, são transitórios, servindo de medida para comparação com as conquistas do bem e as alegrias dele derivadas com sabor duradouro.

Essa Psicologia proporciona a libertação natural do excruciante padecer que ressuma do ressentimento, desde que o paciente predisponha-se à reflexão, à mudança de comportamento mental para a posterior alteração de con­duta emocional.

Desvalorizando o que considera ofensivo, em razão da fragilidade de que se reveste esse infeliz conceito, logo descobre o prazer de ser livre, de poder amar sem exigir compensação, de conviver sem qualquer estado preconcebido de autodefesa.

Ninguém vive a atacar outrem, exceto quando em desarmonia consigo, o que deixa de merecer consideração em face do distúrbio do agressor.

Nesse sentido, a mudança de atitude mental e emo­cional rompe os liames da indução obsessiva, facilitando maior claridade para o raciocínio, então livre dos impulsos dominadores do algoz.

Ao mesmo tempo, a aplicação dos valiosos equipa­mentos do bem, em forma de ações meritórias, não somen­te é gratificante para a emoção, como é compensador de dívidas transatas, de agressões à vida em outras paragens do tempo e do espaço, quando em diferente vilegiatura carnal.

Persistindo, porém, o gravame que compraz o pa­ciente, ei-lo incapaz de recuperar-se, necessitando de ur­gente socorro psicoterapêutico, proporcionado por outrem bem-equipado de conhecimentos ou especializado, a fim de que não se converta em um processo irreversível.

Em qualquer circunstância, porém, deve o indivíduo contribuir com a sua vontade, sem a qual todo o empenho e cooperação de outra pessoa redundam, infelizmente, inócuos, quando não mais desagradáveis para o padecente.


Joanna de Ângelis







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