sexta-feira, 31 de julho de 2020

Miramez - Livro Filosofia Espírita - Vol. XVII - João Nunes Maia - Cap. 32 - Embriaguez



Miramez - Livro Filosofia Espírita - Vol. XVII - João Nunes Maia - Cap. 32


Embriaguez


Servirá de escusa aos atos reprováveis o ser devida à embriaguez a aberração das faculdades intelectuais?

 “Não, porque foi voluntariamente que o ébrio se privou da sua razão, para satisfazer a paixões brutais. Em vez de uma falta, comete duas.” (Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - Livre-arbítrio - Q. 848)


Usando da embriaguez para cometer atos reprováveis, o ser humano, ao invés de cometer uma falta, verdadeiramente comete duas, por usar conscientemente de um estado provocado pela bebida e incorrendo em outra falta. É a escola do desculpismo, tão velha quanto o mundo, e existente entre todos os povos.

Até as leis dos homens acoberta um pouco a pessoa que se entregou ao vício, atenuando as suas faltas, com a justificativa do estado inconsciente em que se encontra. No entanto, as leis espirituais os corrige como culpados por dupla falta, porque os viciados têm plena consciência, quando põem o primeiro pé na estrada das aberrações.

Estamos falando às almas que já conhecem um pouco da verdade, que estão sendo chamadas todos os dias para o trabalho que devem fazer consigo mesmas. O mundo espiritual nunca exige a iluminação por passe de mágica, mas que as pessoas conhecedoras de algumas verdades espirituais passem a se esforçar todos os dias para melhorar. Neste esforço, estaremos juntos como companheiros para animá-los na subida de todos os "calvários". Não escrevemos para os ignorantes de certas verdades, mas sim para os que já a conhecem e se encontram cansados de ficarem só em teorias.

Observemos o que fala o apóstolo João, no capítulo nove, versículo quarenta e um:

Respondeu-lhes Jesus:

Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: nós vemos, subsiste o vosso pecado.

Observa na fala do Mestre que o que desconhece a lei não tem pecado, entretanto, o pregador da lei que comete a falta, embora ensine aos outros a não cometê-la, é punido duplamente nas suas excentricidades. Não se deve usar das desculpas para servir de instrumento para as trevas, pois o preço destas desculpas será muito grande e ter-se-á de pagar ceitil por ceitil, por vezes até em corpos incapacitados e com a mente conturbada, para exercitar o bem e entendê-lo. Eis a maior das provações e expiações, nos caminhos que percorrem no mundo os faltosos diante da lei de amor!

Ainda existe embriaguez pior que a da bebida forte: é a do ódio, da inveja, do ciúme, do orgulho, da vaidade e do egoísmo, por deixar a pessoa em perfeita lucidez para escolher, e a escolha é quase sempre a pior. Aos espíritas, nossos companheiros de tarefas com Jesus, lembramos que estamos sendo chamados e escolhidos para entender a verdade e passarmos à sua vivência. Mesmo que as lutas conosco mesmos sejam duras, não devemos deixar de lutar todos os dias, horas e minutos. Estamos vivendo em um fechamento de século em que podem acontecer grandes coisas, onde estará envolvida a humanidade inteira.

Meditemos nesta verdade, que ela pode e tem a força de nos inspirar para a nossa transformação interior, onde a luz de Deus começa a nascer para a glória da vida.


Miramez








Fonte: Filosofia Espírita - Vol. XVII

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