sexta-feira, 31 de julho de 2020

Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Cap. 35, Pág. 64 - Médium da Fé



Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Cap. 35, Pág. 64


Médium da Fé


"Anulamos, pois, a lei pela fé?

Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei". (Romanos — Cap. 3, v. 31)

A fé não anula a lei. Ela confirma a vontade de Deus na grande extensão da misericórdia, É um fenômeno divino no coração dos homens, é uma bênção dos céus, para esperança das criaturas. Ninguém consegue viver sem fé, mesmo que as criaturas a apresentem em escalas diferentes, umas das outras, principalmente aquele que denominam médium. O intercâmbio se faz com mais facilidade encontrando o ambiente de fé. Toda dúvida isola os fatores de êxito, predispondo quem quer que seja ao desânimo, à descrença e ao egoísmo.

A fé do intermediário dos espíritos deve ser imanente, fazendo dupla com a esperança, para que se torne em caridade. Virtude nenhuma anula a lei; é substituída por leis maiores, que harmonizam o coração, disciplinam a inteligência e dão sequência a todos os valores da alma, antes em estado latente, É bom perguntarmos se a civilização anula as qualidades naturais do homem primitivo. As observações nos dizem que não.

Aparentemente, está havendo um retrocesso ou distorção de valores. Verdadeiramente, nada disso está acontecendo. A humanidade sobe em novas conquistas. O que achamos e chamamos de calamidades morais ora observadas, estava dormindo, por falta de maturidade, na consciência profunda. E como disse o Cristo que não haveria nada oculto que não seria descoberto, o tempo colocou a candeia em cima da mesa ou, se assim podemos dizer, na cabeça das criaturas, para que seus pensamentos ficassem mais visíveis e anunciassem as suas próprias ideias à luz do dia. Eis o momento de termos fé, mas aquela que não se desfaz pela razão. Aquela fé que anula, sim, a dúvida; que anula o medo, que anula todos os pensamentos negativos que, por vezes, trazem distúrbios à alma.

No tocante à lei, a fé lhe dá cumprimento. "O Evangelho Segundo o Espiritismo" costuma dividir a fé em humana e divina. No entanto, no fundo, é o mesmo espírito imortal que a gera, e alimenta todos os pontos cardeais da vida e pela vida. Toda fé é digna de respeito, seja divina ou humana, raciocinada ou cega. Só temos a dizer que é uma força poderosa capaz de sustentar a vida com mais esplendor, em qualquer estado evolutivo que a reconhecer.

Os animais são dotados de fé, mas em estado embrionário, como, e certamente, de todos os dons. No ser humano, inaugurou-se o despertar da razão, trazendo consigo a conscientização da vida e, paralelamente, a vontade própria, de cooperar na imensa extensão evolutiva que o Senhor oferece.

O médium convicto em Cristo nunca esquece o amor para com aqueles que ainda não o compreendem. Reajusta, sempre que possível, as suas forças, no tocante à fraternidade. Sabe, pela maturidade, que cada criatura está em um plano de vida. Exigir de uma criança o que um adulto pode fazer, é negar a justiça. Se observar com mais atenção, cientificar-se-á de que toda a alegria nasce da fé, toda a esperança é oriunda dela, e o amor, na feição de caridade e dever no mundo, apresenta fortes traços da fé, que caminha dando e se mostrando como vida, por toda parte.

Que seria dos discípulos de Jesus se não fora a fé? A confiança em Deus e em Cristo é para nós outros o escudo infalível que anula, em todas as direções, o que chamamos de mal. Há algumas escolas que afirmam que a fé independe de nós. É certo que ela é sequência da evolução natural, todavia, nós temos o direito de fazer a nossa parte, dinamizar essa virtude. E se o Evangelho nos chama para isso, é porque é chegada a hora de trabalharmos com ele, na grande obra do bem universal. Verdadeiramente, a fé iluminada anula as sombras.

"Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei".


Miramez 









Fonte: Médiuns -pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário