domingo, 26 de julho de 2020

Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Pág. 60 - Psiquismo Alterado



Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Pág. 60


Psiquismo Alterado


"E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou em gotas de sangue, caindo sobre a terra". Lucas — Cap. 22, v. 44


0 psiquismo do homem comumente se interliga com as coisas espirituais. É de se notar que um não pode viver sem as outras. Falar de psiquismo é começar a falar sobre mediunidade. A ciência oficial, não tendo outra alternativa, já começou a entrar por essa via. De princípio, nega a intervenção espiritual; depois acaba aceitando, por se tratar da verdade.

O sistema nervoso se altera, por vezes, em quem possui dons mediúnicos, ou no correr do seu exercício, pois ele constitui peça valiosa nas comunicações entre os dois mundos. Os desequilíbrios psíquicos de hoje são sinais de desenvolvimento psicorgânico de amanhã. São processos de evolução biológica difíceis*de se aceitar, pela sua lentidão. Os hospitais estão cheios de doentes mentais que, em dado momento, alteram o seu psiquismo, sentindo as coisas mais estranhas que se possa imaginar. E a luta da psiquiatria é gigante nesse sentido. Chega a aliviar muitos, mas os médicos psiquiatras permanecem atordoados com determinados casos ou fenômenos que escapam às suas mais profundas experiências. Eis que tudo isso são processos de avanços para o homem do futuro.

Para melhorar, é indispensável alterar. Jesus é exemplo típico dessa verdade. Subia ao monte para orar e, no transe, alterava todo o Seu mundo mental. Nessas ocasiões, as vibrações internas se aceleram e a percepção aumenta, dando-se o encaixe de sintonia espiritual. Todavia, existe outro modo pelo qual o psiquismo se altera, perturbando todo o complexo orgânico e psíquico: é pelo ódio, a inveja, o ciúme, a discórdia, etc. À medida que nos colocamos nesse estado negativo, dificulta-se-nos o raciocínio e se nos empobrecem os sentimentos. E, em um círculo vicioso, o campo fica propício à revolta e à brutalidade. São duas forças paralelas que o médium deve conhecer: o amor, como de ordem divina, nos agiganta na harmonia, na paz, no perdão, na alegria, enfim, na felicidade; e o ódio, e os seus comparsas da mesma faixa, embotam as faculdades espirituais e brutalizam as fisiológicas. São sensibilidades alteradoras do psiquismo normal, porém, em campos opostos.

A mediunidade ainda não foi bem entendida, mesmo no seio dos espiritualistas. Ao aparecerem os primeiros sinais do mediunismo, eles se assustam. Estranham os sinais dos dons, entram em choque, por desconhecerem quase por completo a educação das faculdades em questão. Assim como a dor traz uma mensagem divina, para quem tem entendimento para entender, produz ela distúrbios, no ignorante. Tudo depende do "Conhecer". O amor é o sustento da alma, e ainda mais: ele sustenta tanto o espírito quanto o corpo, no empuxo da vida imortal. E a inveja, simbolizando tantos outros desequilíbrios, enfraquece as condições psíquicas do médium, chegando ao ponto de esse mostrar visível desinteresse pela verdade.

A fé ilumina todo o campo da percepção, sensibiliza as antenas de intercâmbio com os espíritos, turbilhona forças antes quietas do psiquismo, nas linhas do amor. É uma alteração que multiplica o bem-estar das criaturas. Mediunidade sem fé é enxada sem cabo, é lápis sem ponta, é lavoura sem água. O médium não pode, de maneira nenhuma, alimentar a dúvida. Ela anula quase todas as possibilidades do êxito nos trabalhos que o mundo espiritual deseja realizar em favor dos homens. A disciplina, nos moldes do Evangelho, é oportunidade para todos. No momento da oração, estais alterando o vosso psiquismo, mas de maneira sublime, altamente dignificada em Cristo. E, se souberdes orar, enriquecereis todo o vosso ser de bênçãos maiores. Todo aluno inteligente, estudioso das verdades espirituais, tem como um dos seus primeiros passos na senda, o não irritar-se com nada que possa perturbá-lo, não discutir com o ignorante, embora intimamente possa não aceitar a sua imposição; não ofender a quem quer que seja, começando a se educar desde a formação das ideias.

O médium em Cristo é sobremaneira um canal de luz, onde deve evitar que passe lama. Alteremos, pois, o nosso psiquismo, mas sob o domínio do amor, que nos leve à plenitude da harmonia celestial. Mesmo que o sofrimento nos acompanhe por determinado tempo, confiemos em Deus, como procedeu o Cristo. "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou em gotas de sangue, caindo sobre a terra"


Miramez








Fonte: Médiuns -pdf

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