sábado, 2 de outubro de 2021

Militão Pacheco - Livro O Espírito da Verdade - Espíritos Diversos - Chico Xavier / Waldo Vieira - Cap. 18 - O Espiritismo pergunta




Militão Pacheco - Livro O Espírito da Verdade - Espíritos Diversos - Chico Xavier / Waldo Vieira - Cap. 18


O Espiritismo pergunta


O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. I - Item 9

Meu irmão, não te permitas impressionar apenas com as alterações que convulsionam hoje todas as frentes de trabalhos e descobrimentos na Terra.

Olha para dentro de ti mesmo e mentaliza o futuro.

O teu corpo físico define a atualidade do teu corpo espiritual.

Já viveste, quanto nós mesmos, vidas incontáveis e trazes, no bojo do Espírito, as conquistas alcançadas em longo percurso de experiências na ronda dos milênios.

Tua mente já possui, nas criptas da memória, recursos enciclopédicos da cultura de todos os grandes centros do planeta.

Teu perispírito já se revestiu com porções da matéria de todos os continentes.

Tuas irradiações, através das roupas que te serviram, já marcaram todos os salões da aristocracia e todos os círculos de penúria do Plano terrestre.

Tua figura já integrou os quadros do poder e da subalternidade em todas as nações.

Tuas energias genésicas e afetivas já plasmaram corpos na configuração morfológica de todas as raças.

Teus sentidos já foram arrebatados ao torvelinho de todas as diversões.

Tua voz já expressou o bem e o mal em todos os idiomas.

Teu coração já pulsou ao ritmo de todas as paixões.

Teus olhos já se deslumbraram diante de todos os espetáculos conhecidos, das trevas do horrível às magnificências do belo.

Teus ouvidos já registraram todos os tipos de sons e linguagens existentes no mundo.

Teus pulmões já respiraram o ar de todos os climas.

Teu paladar já se banqueteou abusivamente nos acepipes de todos os povos.

Tuas mãos já retiveram e dissiparam fortunas, constituídas por todos os padrões da moeda humana.

Tua pele, em cores diversas, já foi beijada pelo sol de todas as latitudes.

Tua emoção já passou por todos os transes possíveis de renascimentos e mortes.

Eis por que o Espiritismo te pergunta:

— Não julgas que já é tempo de renovar? Sem renovação, que vale a vida humana?

Se fosse para continuares repetindo aquilo que já foste e o que fizeste, não terias necessidade de novo corpo e de nova existência — prosseguirias de alma jungida à matéria gasta da encarnação precedente, enfeitando um jardim de cadáveres.

Vives novamente na carne para o burilamento de teu Espírito.
A reencarnação é o caminho da Grande Luz.

Ama e trabalha.
Trabalha e serve.

Perante o bem, quase sempre, temos sido somente constantes na inconstância e fiéis à infidelidade, esquecidos de que tudo se transforma, com exceção da necessidade de transformar.


Militão Pacheco






Dr. Augusto Militão Pacheco

Augusto Militão Pacheco (13 de junho de 1866 - São Paulo, 7 de julho de 1954) foi um médico homeopata e espírita brasileiro.

Muito deve o Espiritismo ao Dr. Augusto Militão Pacheco, pelo testemunho que deu da Doutrina dos Espíritos. Animado de uma fé imorredoura na vida espiritual conseguiu prelibar, através da existência transitória do corpo, a vida imortal do Espírito imperecível.

Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, no ano de 1904, Militão Pacheco foi nesse mesmo ano convidado a ir ao Estado do Maranhão a fim de ajudar a debelar um surto de peste bubônica que grassava naquela região do norte do Brasil. Apesar de não contar com qualquer espécie de hospital de isolamento nem com condições adequadas para o combate àquela enfermidade contagiosa, dirigiu- se para lá em companhia do diretor do Hospital de Isolamento de S. Paulo, dois médicos mineiros e mais um outro, conseguindo marcante sucesso na tarefa. Nessa altura foi convidado para ser diretor do Serviço Sanitário do Estado do Maranhão pelo período de dois anos. Para lá transferiu- se com sua esposa e três filhos, porém, renunciou após oito meses de atividades intensas, por não ver atendidas as suas reivindicações, imprescindíveis para o bom andamento dos serviços.

Nos primeiros anos do presente século (não nos foi possível comprovar se em 1901 ou 1902), comparecendo a uma sessão espírita, ali lembrou- se de sua filhinha desencarnada com apenas 52 dias de vida e formulou ardente solicitação mental para que ela viesse beijá-lo. Sem que tivesse qualquer conhecimento do desejo que alimentava, os médiuns videntes que ali estavam presentes, decorridos alguns minutos descreveram que o Espírito da menina havia se dirigido ao pai e ali estava cobrindo- o de beijos. Esse testemunho foi o suficiente para que Militão Pacheco se convertesse ao Espiritismo.

Um outro fato veio mudar o rumo de sua vida, Sua esposa sofria, há alguns anos, de pertinaz enfermidade e, para curá-la havia ele esgotado todos os recursos que a medicina alopática lhe havia proporcionado. Visitando a família do Juiz de Direito, de Campinas, ela teve ali uma das suas crises. A esposa do juiz pediu permissão para recomendar- lhe um remédio homeopático. O remédio foi comprado e o tratamento iniciado. Após essa ocorrência ela teve apenas duas ameaças de crise e o mal desapareceu por completo. O Dr. Pacheco, que vinham exercendo a medicina alopática há cinco anos, procurou o único médico homeopata existente em Campinas, iniciando assim um estudo profundo sobre a homeopatia, para o que conseguiu alguns livros a título de empréstimo. Dali por diante deixou por completo de praticar a medicina alopática.

No dia 23 de julho de 1896, através de decreto assinado pelo então presidente do Estado de S. Paulo, Jorge Tibiriçá e por Gustavo de Oliveira Godoy, Militão Pacheco foi nomeado, em comissão, para exercer o cargo de inspetor sanitário do Estado, cargo no qual foi efetivado a 26 de setembro do mesmo ano, exercendo- o até 1920, quando se aposentou.

Durante mais de meio século, o Dr. Pacheco exerceu na capital paulista o apostolado da Medicina. E dizemos apostolado porque foi notável médico no sentido cordial, humanitário, prestativo, dedicando- se inteiramente à tarefa de auxiliar o seu próximo, conseguindo desta forma realizar gigantesco trabalho de assistência individual e coletiva como poucos conseguiram realizar na Terra. O prestigioso jornal “Diário de S. Paulo”, em sua edição de 27 de junho de 1944, publicou extensa reportagem sobre as festividades comemorativas do cinquentenário de formatura e de exercício de profissão do Dr. Augusto Militão Pacheco. Através de numerosos discursos proferidos na oportunidade, pudemos conhecer verdadeiros rasgos de generosidade e de amor, partidos da figura inconfundível daquele que tinha em alta conta a dignidade humana e o sacerdócio da Medicina.

Foi sempre de incomparável bondade no tratamento de todos os seus incontáveis clientes, retornando ao mundo espiritual abençoado por milhares de corações, legando aos homens uma vida que se constituiu em verdadeiro modelo de virtude, um exemplo incomparável de beleza moral, emanada de um caráter reto e de uma decisão inquebrantável. Muitas pessoas que não podiam pagar consultas, eram atendidas com igual dedicação e não raras voltavam com o auxílio financeiro para a aquisição dos remédios prescritos por aquelas mãos abençoadas. No terreno filosófico, conquanto fosse grande admirador de geniais pensadores de várias escolas, pois era um cidadão independente e portador de invejável cultura intelectual e científica, nunca negou a sua incondicional dedicação à Doutrina Espírita, tornando- se um dos espíritas mais respeitáveis e dignos em nosso Estado e mesmo no Brasil. Médico essencialmente homeopata, honrou e dignificou a medicina hahnemaniana, tendo consagrado ao Espiritismo o melhor de sua nobilitante e proveitosa existência. Era na realidade autêntica fonte inesgotável destinada a suavizar as dores do corpo e minorar os sofrimentos da alma.

Em julho de 1936, quando se cogitou da fundação da Federação Espírita do Estado de S. Paulo, foi um dos elementos que mais propugnaram para essa realização. A reunião convocada para apreciar a redação final dos estatutos sociais e proceder à eleição da primeira diretoria, foi por ele presidida, passando a figurar como um dos seus sócios fundadores e sido eleito vice-presidente da primeira diretoria constituída. Durante muitos anos foi presidente da Associação Espírita São Pedro e São Paulo, uma das mais prestigiosas instituições espíritas de seu tempo, a qual posteriormente veio a se integrar na Federação. (Portal do Espírito)




(Psicografia de Waldo Vieira)

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