quarta-feira, 15 de julho de 2020

Joanna de Ângelis - Livro Jesus e Atualidade - Divaldo P. Franco - Cap. 11 - Jesus e decisão




Joanna de Ângelis - Livro Jesus e Atualidade - Divaldo P. Franco - Cap. 11

Jesus e decisão


A um jovem que parecia disposto a ingressar na Nova Era, candidatando-se a segui-Lo, Jesus propôs o convite direto, sem preâmbulos. 

Apesar do interesse que se refletia na face ansiosa, o moço, receoso, esquivou-se sob a justificativa de que iria antes sepultar o genitor que havia morrido. 

Diante da resposta que parecia justa, o Mestre foi, no entanto, contundente, informando-o: “Deixa aos mortos o cuidado de sepultar os seus mortos; mas tu, vem construir no coração o Reino de Deus.” 

Pode causar estranheza a atitude e proposta de Jesus a um filho que pretendia cumprir com o seu dever imediato: no caso, enterrar o pai desencarnado. 

É provável que esse fosse o seu intento real, adiando o engajamento na tarefa da vida eterna. Todavia, é possível que o moço ocultasse alguma outra intenção. 

O desejo de estar presente ao velório e à inumação do cadáver talvez significasse a preocupação de ser visto como um filho cuidadoso e fiel, merecedor da herança que lhe cabia.

Alguma disposição testamentária, provavelmente, exigia-lhe o cumprimento desse dever final, sob pena de perder o legado. Então, a sua presença não significaria um ato de amor, mas um ato de interesse subalterno.

Os bens materiais, não obstante possuam utilidade, favorecendo o conforto, o progresso, a paz entre os homens quando bem distribuídos, são, às vezes, de outra forma, algemas cruéis que aprisionam as criaturas, e que, transitando de mãos, são coisas mortas, que não merecem preferência ante as verdades eternas.

Igualmente se pode pressupor que o rapaz, ainda cioso da sua juventude, não estivesse disposto a renunciá-la, encontrando, na justificativa, uma forma nobre para evadir-se do compromisso.

Os gozos materiais são cadeias muito vigorosas que jugulam os homens às paixões primitivas que deveriam superar a benefício próprio, mas que quase sempre os levam à decomposição moral, à morte dos ideais libertadores. 

Quiçá a preocupação a respeito da nova responsabilidade causasse no candidato um receio injustificado, levando-o à escusa com o argumento apresentado.

O medo de assumir compromissos graves impede o desenvolvimento intelecto-moral do indivíduo, mantendo-o estacionado na rotina despreocupada e monótona do seu dia-a-dia.

O convite de Jesus faz-se acompanhar de um programa intenso, iniciando-se na renovação íntima para melhor, e prosseguindo na ação construtiva do bem em toda parte.

O medo é fator dissolvente da individualidade humana, responsável por graves desastres e crimes que poderiam ser evitados.

É força atuante que conduz à morte das realizações dignificantes e das próprias criaturas. 

Por fim, suponhamos que o sentimento filial prevalecesse na resposta, e ele estivesse preocupado com o pai desencarnado. 

Ainda assim, qualquer pessoa poderia sepultá-lo, mas ninguém, exceto ele mesmo, poderia encarregar-se da sua iluminação. 

Jesus era a sua oportunidade única.  

Jesus penetrou-o e sabia o motivo real da sua recusa. Porém, deixou-o livre para decidir-se.

Ele foi sepultar o progenitor e não voltou. 

Perdeu a oportunidade. 

Muitos ainda agem assim. 

Observa o que elegeste para a tua atual existência: seguir a vida e vivê-la, ou acumular tesouros mortos para sepultá-los no olvido.

Desnuda-te interiormente e contempla-te. Que possuis de real, que a morte não te arrebatará, e o que seguirá contigo? 
  
Usa de severidade neste exame de consciência e toma o lugar do jovem convidado. 

Que responderias a Jesus nesse momento?

Queixas-te dos problemas que te aturdem e os relacionas, ignorando ou tentando desconhecer que estás na Terra para aprender, resgatar, reeducar-te.

Olha ao redor e compreenderás o quanto é urgente que te decidas pelo melhor e duradouro para ti como ser imortal que és.

Postergando a decisão, quando então a tomar, provavelmente as circunstâncias já não serão as mesmas e a tua situação estará diferente, talvez complicada.

O momento é este.

Deixa-te permear pela presença d'Ele e, feliz, segue-o.

Com tal atitude os teus problemas mudarão de aparência, perderão o significado afligente, contribuirão para a tua felicidade.

Renascerás dos escombros e voarás no rumo da Grande Luz, superando a noite que te aturde. 


Joanna de Ângelis









Fonte: Jesus e Atualidade -pdf


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