sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Emmanuel - Livro Mãos Unidas - Chico Xavier - Cap. 40 - Abençoar e compreender




Emmanuel - Livro Mãos Unidas - Chico Xavier - Cap. 40


Abençoar e compreender


Ressentimento não se constitui tão só do azedume que se nos introduz no espírito, quando a incompreensão nos torna intolerantes, à frente das grandes dificuldades de alguém.

Existem igualmente os pequeninos contratempos do cotidiano que, sem a precisa defesa da vigilância, acabam por transformar-nos o coração em vaso de fel, a expelir germes de obsessão e desequilíbrio, ambientando a enfermidade ou favorecendo a morte.

Analisemos essas diminutas irregularidades que nos será lícito classificar como sendo cargas de sombra íntima:

o descontentamento à mesa porque a refeição não apresente o prato ideal;

a impaciência ante a condução retardada;

a indisposição contra o clima;

a contrariedade em serviço;

o constrangimento para desculpar um amigo;

o mal-estar perante um desafeto;

o melindre desperto, em ouvindo opiniões que se nos mostrem desfavoráveis;

o desagrado nas compras;

o desgosto injustificável em família, unicamente pelo motivo desse ou daquele parente não pensar pela nossa cabeça;

os cuidados exagerados com obstáculos naturais na experiência comum;

a pressa e a agitação desnecessárias;

o descontrole ante uma visita-problema;

a exasperação diante de uma tarefa extra-programa;

o desespero contra as provas inevitáveis que a vida nos oferece a cada um.

Tanto pesa na balança o quilo de chumbo em massa, quanto o quilo de palha nela depositado, de haste em haste.

Meditemos, em torno disso, e reconheceremos que o perdão incondicional deve também alcançar as mínimas circunstâncias que se nos façam adversas.

Em síntese, para que a paz more conosco, assegurando-nos proveito e alegria, nos caminhos do tempo, é forçoso não apenas trabalhar e servir sempre, mas igualmente compreender e abençoar.


Emmanuel












Bezerra de Menezes - Livro A Coragem da Fé - Carlos A. Baccelli - Cap. 6 - Ser Espírita



Bezerra de Menezes - Livro A Coragem da Fé - Carlos A. Baccelli - Cap. 6


Ser Espírita


Filhos, ser espírita é oportunidade de vivenciar o Evangelho em espírito e verdade.

O seguidor da Doutrina é alguém que caminha sobre o mundo, mais consciente de seus erros que de seus acertos. Por este motivo - pela impossibilidade de conformar os interesses do homem velho com os anseios do homem novo, ele quase sempre deduz que professar a fé espírita não é tarefa fácil.

Toda mudança de hábito, principalmente daquele que lhe esteja mais arraigado, impõe à criatura encarnada sacrifícios inomináveis.

O rompimento com o “eu” é um parto laborioso, em que, não raro, sem experimentar inúmeras recaídas, o espírito não vem à luz...

O importante é que não vos deixeis desalentar. Recordai que, para o trabalho inicial do Evangelho, Jesus requisitou o concurso de doze homens e não de doze anjos.

Talvez o problema maior para os companheiros de ideal que se permitem desanimar, ante as fragilidades morais que evidenciam, seja o fato de suporem ser o que ainda não o são.

Sem dúvida, os que vivem ignorando as próprias necessidades, aparentemente vivem em maior serenidade de quantos delas já tomaram consciência; não olvideis, contudo, que a aspiração do melhor é intrínseca à sua natureza - o homem sempre há de querer ser mais...

Na condição, pois, de esclarecidos seguidores da Doutrina Espírita, nunca espereis vos acomodar, desfrutando da paz ilusória dos que não se aprofundam no conhecimento da Verdade que liberta.

Onde estiverdes, estareis sempre inquietos pelo amanhã.

A aflição que Jesus bem-aventurou, é aquela que experimenta quem se põe a caminho e não descansa antes de concluir a jornada.

Filhos, apesar dos percalços externos e de vossos conflitos íntimos, aceitai no Espiritismo a vossa melhor chance de redenção espiritual, e isto desde o começo de vossas experiências reencarnatórias. Valorizai o ensejo bendito e não culpeis a Doutrina pelas vossas mazelas.


Bezerra de Menezes











quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Emmanuel - Livro Mãos Unidas - Chico Xavier - Cap. 25 - Sobrevivência



Emmanuel - Livro Mãos Unidas - Chico Xavier - Cap. 25


Sobrevivência


Enquanto encarnados no Planeta Terrestre, um tipo de sobrevivência nos interessa, sobremaneira, além daquele para o qual se nos dirigem os pensamentos para lá da morte física: — a sobrevivência, depois de rudes golpes sofridos. Particularmente, no mundo moral, semelhantes provas repontam com frequência.

É o prejuízo inesperado, a confiança escarnecida, a perseguição com que se não contava, a incompreensão de pessoas queridas.

Noutros lances da existência, é a ruptura de laços afetivos, a transformação violenta que os desastres impõem, o obstáculo imprevisto, os pensamentos da solidão.

Em todos esses episódios amargos, lembrando trechos incendiados de caminho, a criatura é habitualmente induzida a processos de angústia dos quais se retira, quase sempre em perigoso desgaste.

Urge reconhecer que a serenidade nos deve partilhar a viagem terrena, a fim de que a aflição não se nos faça exaustor de energias.

Abstenhamo-nos da tensão emocional, como quem se previne contra a incursão de moléstia grave; os agentes imunológicos, nesse sentido, são sempre o amor que desterra o ódio, a paciência que exclui a irritação, a humildade que afasta a inveja e a prestação de serviço que anula a desconfiança.

Aprendamos a observar que o desequilíbrio é precursor provável de doença que, não raro, termina com a desencarnação prematura e procuremos certificar-nos de que, nas lutas com que somos testados, na Terra e fora da Terra, na escola da experiência, é necessário saibamos não somente a viver e aperfeiçoar, mas também a suportar e sobreviver.


Emmanuel











Irmã Scheilla - Livro A Mensagem do Dia - Clayton B. Levy - Selecionar pensamentos



Irmã Scheilla - Livro A Mensagem do Dia - Clayton B. Levy


Selecionar pensamentos


Não permitas que pensamentos infelizes criem raízes em tua mente.

A vida não se resume aos problemas que defrontas neste momento.

Acima dele, sorriem para ti inúmeras oportunidades de progresso espiritual.

Basta que confies em Deus e faças o melhor ao teu alcance.

Por isso, aprende a selecionar os pensamentos que te visitam, como quem separa as sementes sadias para cultivar o solo da alma.

Confiando e agindo no Bem, encontrarás forças para que floresçam em ti a harmonia e a saúde, o amor e a luz.


Irmã Scheilla 

Emmanuel - Livro Agora é o Tempo - Chico Xavier - Cap. 6 - Na trilha das horas



Emmanuel - Livro Agora é o Tempo - Chico Xavier - Cap. 6


Na trilha das horas
 

Pela palavra que digas,
Jesus é admirado.

Através de teus conhecimentos,
Jesus pode ser visto.

No fervor que demonstres,
Jesus é louvado.

Entretanto, só pelo serviço que prestes,
É que Jesus será entendido.


Emmanuel 







Emmanuel - Livro Viajor - Chico Xavier - Cap. 14 - Aprendendo com a Natureza



Emmanuel - Livro Viajor - Chico Xavier - Cap. 14


Aprendendo com a Natureza


Sem aproveitar o concurso daqueles que nos ferem, não conseguiríamos satisfazer aos impositivos da evolução.

O ensinamento do Mestre, no que tange à tolerância e ao amor para com os adversários, é lição viva nas esferas mais simples da Natureza.

Vejamos, por exemplo, a história breve do pão que enriquece a vida.

Se a semente não suportasse a terra que a asfixia, não teríamos a germinação promissora.

Se a plantinha tenra não tolerasse a enxada que lhe garante a limpeza, embora, por vezes, dilacerando-lhe as folhas, não conseguiríamos a floração.

Sem a renúncia da flor a benefício da colheita, o celeiro seria relegado à secura.

Se o grão não perdoasse à mó que o desintegra, não obteríamos a cooperação da farinha.

Se a farinha convenientemente preparada não desculpasse o calor do forno que a sufoca, o pão não saciaria a fome das criaturas.

Indispensável recorrer às lições singelas do ambiente em que respiramos para entender a necessidade de nossa adaptação às Leis que nos regem.

Conflitos, discussões e contendas, simbolizam combustível no incêndio destruidor da discórdia.

Por isso mesmo a sustentação de antagonismos e disputas é indébita conservação do desequilíbrio arrojando-nos inevitavelmente à enfermidade e à morte.

Teimosia e rebelião, mágoa e azedume não atendem nas edificações do Cristo de Deus.

Procuremos o nosso lugar de servir, reconhecendo que a direção é prerrogativa do Divino Mestre.

Ouçamos-Lhe a voz que nos induz ao perdão incondicional e à compaixão sem limites, e, felizes seremos, em verdade, os trabalhadores fiéis do Evangelho, na estruturação da Terra melhor de amanhã.


Emmanuel









quarta-feira, 20 de novembro de 2024

André Luiz - Livro Respostas da Vida - Chico Xavier - Cap. 11 - Bilhete em resposta



André Luiz - Livro Respostas da Vida - Chico Xavier - Cap. 11


Bilhete em resposta


O seu trabalho é a revelação de você mesmo.

Servir é a nossa melhor oportunidade.

Quando você age em favor de alguém, você está induzindo outros a agir em seu benefício.

Nunca se canse de auxiliar para o bem.

Desculpe sempre porque todos temos algum dia em que necessitamos de perdão.

Não alegue defeitos para deixar de servir, porque o trabalho é a bênção de Deus que nos suprime as deficiências.

Dificuldade é um teste de paciência.

Desprezo da parte de alguém é aula da vida para aquisição de humildade.

Você nem sempre terá o que deseja, mas enquanto estiver ajudando aos outros encontrará os recursos de que precise.

Depois de grande esforço para solucionar esse ou aquele problema, não se agaste se outro problema aparece, requisitando-lhe novo esforço porque Deus renovará suas forças para recomeçar.


André Luiz









Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano

Emmanuel - Livro Palavras de Vida Eterna - Chico Xavier - Cap. 27 - Liberdade em Jesus

 

Emmanuel - Livro Palavras de Vida Eterna - Chico Xavier - Cap. 27


Liberdade em Jesus


“Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jugo de escravidão.” — PAULO (Gálatas, 5.1)

Disse o apóstolo Paulo, com indiscutível acerto, que “para a liberdade Cristo nos libertou”.

E não são poucos aqueles que na opinião terrestre definem o Senhor como sendo um revolucionário comum.

Não raro, pintam-no à feição de petroleiro vulgar, ferindo instituições e derrubando princípios.

Entretanto, ninguém no mundo foi mais fiel cultor do respeito e da ordem.

Através de todas as circunstâncias, vemo-lo interessado, acima de tudo, na lealdade a Deus e no serviço aos homens.

Não exige berço dourado para ingressar no mundo.

Aceita de bom grado a infância humilde e laboriosa.

Abraça os companheiros de ministério, quais se mostram, sem deles reclamar certidão de heroísmo e de santidade.

Nunca se volta contra a autoridade estabelecida.

Trabalha na extinção da crueldade e da hipocrisia, do simonismo e da delinquência, mas em momento algum persegue ou golpeia os homens que lhes sofrem o aviltante domínio.

Vai ao encontro dos enfermos e dos aflitos para ofertar-lhes o coração.

Serve indistintamente.

Sofre a incompreensão alheia, procurando compreender para ajudar com mais segurança.

Não espera recompensa, nem mesmo aquela que surge em forma de simpatia e entendimento nos círculos afetivos.

Padece a ingratidão de beneficiados e seguidores, sem qualquer ideia de revide.

Recebe a condenação indébita e submete-se aos tormentos da cruz, sem recorrer à justiça. E ninguém se fez mais livre que Ele — livre para continuar servindo e amando, através dos séculos renascentes.

Ensinou-nos, assim, não a liberdade que explode de nossas paixões indomesticadas, mas a que verte, sublime, do cativeiro consciente às nossas obrigações, diante do Pai Excelso.

Nas sombras do “eu”, a liberdade do “faço o que quero” frequentemente cria a desordem e favorece a loucura.

Na luz do Cristo, a liberdade do “devo servir” gera o progresso e a sublimação.

Assimilemos do Mestre o senso da disciplina.

Se quisermos ser livres, aprendamos a obedecer.

Apenas através do dever retamente cumprido, permaneceremos firmes, sem nos dobrarmos diante da escravidão a que, muitas vezes, somos constrangidos pela inconsequência de nossos próprios desejos.


Emmanuel



(Reformador, janeiro de 1958, p. 3)


VÍDEO: 

O prisioneiro do Cristo - Artur Valadares
NEPE Paulo de Tarso | Evangelho e Espiritismo




Palestra realizada no dia 16/08/2024 no Centro Espírita Paulo de Tarso, em Coromandel/MG. 




terça-feira, 19 de novembro de 2024

Emmanuel - Livro Palavras de Vida Eterna - Chico Xavier - Cap. 16 - Na senda do Cristo



Emmanuel - Livro Palavras de Vida Eterna - Chico Xavier - Cap. 16


Na senda do Cristo


“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.” — JESUS (Mateus, 5.44)


O caminho de Jesus é de vitória da luz sobre as trevas e, por isso mesmo, repleto de obstáculos a vencer.

Senda de espinhos gerando flores, calvário e cruz indicando ressurreição…

O próprio Mestre, desde o início do apostolado, desvenda às criaturas o roteiro da elevação pelo sacrifício.

Sofre, renunciando ao divino esplendor do Céu, para acomodar-se à sombra terrestre na estrebaria.

Experimenta a incompreensão de sua época.

Auxilia sem paga.

Serve sem recompensa.

Padece a desconfiança dos mais amados.

Depois de oferecer sublime espetáculo de abnegação e grandeza, é içado ao madeiro por malfeitor comum.

Ainda assim, perdoa aos verdugos, olvida as ofensas e volta do túmulo para ajudar.

Todos os seus companheiros de ministério, restaurados na confiança, testemunharam a Boa Nova, atravessando dificuldade e luta, martírio e flagelação.

Inúteis, desse modo, nos círculos de nossa fé, os petitórios de protecionismo e vantagens inferiores.

Ressurgindo no Espiritismo, o Evangelho faz-nos sentir que tornamos à carne para regenerar e reaprender.

Com o corpo físico, retomamos nossos débitos, nossas deficiências, nossas fraquezas e nossas aversões…

E não superaremos os entraves da própria liberação, providenciando ajuste inadequado com os nossos desejos inconsequentes.

Acusar, reclamar, queixar-se, não são verbos conjugáveis no campo de nossos princípios.

Disse-nos o Senhor — “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”

Isso não quer dizer que devamos ajoelhar em pranto de penitência ao pé de nossos adversários mas sim que nos compete viver de tal modo que eles se sintam auxiliados por nossa atitude e por nosso exemplo, renovando-se para o bem, de vez que, enquanto houver crime e sofrimento, ignorância e miséria no mundo, não podemos encontrar sobre a Terra a luz do Reino do Céu.


Emmanuel








(Reformador, agosto de 1957, p. 186)

Hammed - Livro Um Modo de Entender: uma nova forma de viver - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap 37 - Analfabetos do sentir



Hammed - Livro Um Modo de Entender: uma nova forma de viver - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap 37


Analfabetos do sentir


“Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la em lugar escondido ou debaixo do alqueire, e sim sobre o candelabro, a fim de que os que entram vejam a luz”.
(Lucas, 11:33)

De modo geral, o vício e o analfabetismo do sentir são uma via de mão dupla: um realimenta o outro numa constante permuta energética.

Ao analisarmos profundamente o conceito de vício, constatamos que ele não é somente o uso de tóxicos, de álcool, de produtos farmacológicos, de nicotina, ou a prática de jogos de azar. Ele também compreende as atitudes destrutivas: as de julgar, de seduzir, de culpar, de gastar, de mentir, de martirizar-se, de exibir-se, e outras tantas.

Portanto, uma criatura que se encontra sob a dependência de quaisquer substâncias, de pessoas, de situações e de comportamentos pode ser considerada viciada.

São denominados “analfabetos do sentir” todos aqueles que não sabem exprimir, por palavras, gestos ou atitudes, suas emoções, vivendo num mar de conflitos por não identificarem corretamente seus sentimentos e emoções, e torná-los distintos.

Incontestavelmente, o vício e o analfabetismo do sentir exercem uma ação mútua. O analfabeto do sentir – aquele que não sabe expressar ou reconhecer o que realmente sente – pode entrar pelas portas da viciação como meio de fuga das “tensões torturantes”, julgando com isso tornar mais suportável a pressão existente em seu mundo íntimo desorganizado.

Em resumo, aquele que é inabilitado para discernir ou avalizar claramente as sensações ou impressões internas, terá grande probabilidade de adquirir, mais dia, menos dia, algum tipo de vício ou, no mínimo, estará sujeito a alguma dependência.

Somos o que sentimos

Não somos o que os outros dizem que somos, nem somos o que pensamos que somos; somos o que sentimos. Sofremos porque não vivemos de acordo com nossos sentimentos e emoções, mas porque seguimos convenções fundamentadas em regras partidárias e normas sociais que discriminam características sexuais, étnicas, culturais e religiosas.

A Natureza não é diplomática, ela não negocia visando à defesa dos interesses pessoais.

Cada um é uma obra-prima de Deus; em vista disso, por mais que se criem leis, elas não conseguem regulamentar os seres únicos que somos. Os padrões da sociedade nunca conseguem abranger o âmago do ser, porque este foge dos parâmetros que o cercam tentando limitá-lo.

A criatura analfabeta do sentir, em princípio não tem a menor ideia de como identificar e começar a lidar com seus sentimentos e emoções. Por isso, solicitar a ela que diferencie as suas muitas emoções é como pedir a uma criança de pouco meses de idade que não seja birrenta ou chorosa.

Raiva, tristeza, ansiedade, angústia, solidão, cansaço, medo, vergonha, carinho ou amor não lhe dão a impressão de ser sensações diversificadas; para ela todas se apresentam confusamente misturadas.

“Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la em lugar escondido ou debaixo do alqueire, e sim sobre o candelabro, a fim de que os que entram vejam a luz”. Nessa passagem de Lucas, podemos comparar os sentimentos e emoções com a “Lâmpada sobre o candelabro”, que não deve ser escondida, mas exposta “a fim de que os que entram vejam a luz”.

Nossos sentimentos e emoções são tudo o que temos para perceber a “luz da vida”. Não experimentá-los nem expressá-los seria o mesmo que destruirmos o elo com nosso âmago; seria como colocarmos a lâmpada em “lugar escondido ou debaixo do alqueire”; seria vivermos em constante ilusão, distanciados do verdadeiro significado da vida.

Sentimentos e emoções não são errados ou impróprios; são apenas energias emocionais, e não traços de personalidade. Não precisamos nos culpar por experimentá-los.

Afinal, admitir medo ou raiva diante de fatos é perfeitamente compreensível, porque a energia da raiva nos proporciona um “estado de alerta”, para que possamos nos defender de algo ou de alguém, enquanto o medo é um mediador favorável diante de “situações de risco”.

Por exemplo, sentir inveja é muito diferente do agir com base nela. Não é porque temos eventuais crises de inveja que devemos ser considerados indivíduos “maus”; sentir inveja não é o mesmo que roubar, lesar ou causar dano a alguém. Da mesma forma, quando registramos súbitas sensações de compaixão e generosidade, também não podemos ser chamados de pessoas plenamente bondosas.

Sentimentos e emoções nos guiam e nos fornecem indicações importantes para nossa vida de relação. Se não sentimos, não analisamos os pensamentos que os acompanham e não sabemos o que nosso imo está tentando nos mostrar.

A palavra sentimento – do latim medieval sentimentum – indica a “faculdade inata de perceber as impressões afetivas” ou “de identificar fenômenos relativos à afetividade”. Emoção – do latim motio-onis – quer dizer “movimento para fora” e/ou “comoção que emerge em face de um possível estado interno”.

As emoções emergem através dos chacras – do sânscrito chakra (roda, círculo) – ligados diretamente aos plexos nervosos das áreas inferiores do corpo humano, enquanto os sentimentos transitam por intermédio dos chacras situados nas regiões superiores.

Podemos identificar sentimentos e emoções em níveis diversos de intensidade, de acordo com nosso grau de evolução, conceituando cada um com nomenclaturar diversificado. A propósito, fazem parte da mesma família do impulso da raiva: o melindre, a irritação, a mágoa, o ódio, a violência, a crueldade, bem como a bravura, o arrebatamento, o entusiasmo, a persistência, a determinação, a coragem.

Há inúmeras sensações emocionais, eis algumas nuances e variações do nosso sentir:

Tristeza + amor = saudade.

Tristeza + raiva = mágoa ou irritação.

Alegria + amor = ânimo.

Alegria + medo = ansiedade ou insegurança.

Medo + raiva = depressão ou desânimo.

Medo + tristeza = solidão.

Medo + alegria = vergonha.

Amor + medo = ciúme.

Amor + raiva = vingança.

Medo + orgulho = timidez.

Raiva + orgulho = desprezo.

Precisamos começar a desenvolver nossa própria educação do sentimento, aprendendo o que e como sentir.

Tornamo-nos emocionalmente educados quando nos permitimos sentir todas as sensações energéticas que partem do nosso universo interno, livres de julgamentos precipitados e de qualquer condenação, pois os sentimentos são bússolas que nos norteiam os caminhos da vida.

Assim como o vício e o analfabetismo do sentir andam de mãos dadas, da mesma forma se potencializam mutuamente a sanidade mental e a educação emocional.

Para que possamos adquirir um coração apaziguado e uma mente tranquila, devemos aprimorar nossa leitura interna, compreendendo o que os sentimentos querem nos dizer e utilizando-os apropriadamente para cada fato ou situação – devemos aprender a “escutá-los” adequadamente.

Olhamos e admiramos o Universo a um só tempo com nossas percepções interiores. O valor real de um sentimento ou emoção pode ser aferido. O valor real de um sentimento ou emoção pode ser aferido pela constância, determinação e hábitos que revelamos para interpretá-los.


Hammed 












Hammed - Livro Um Modo de Entender - Uma Nova Forma de Viver - Francisco do Espírito Santo Neto - Conscientização




Hammed - Livro Um Modo de Entender - Uma Nova Forma de Viver - Francisco do Espírito Santo Neto


Conscientização


Quando não visualizamos os nossos erros, não admitimos que somos nós que produzimos as nossas dores. Quando não percebemos que nossos inimigos residem em nossa casa mental, apontamos os outros como a causa de nossos dissabores; quando não permitimos mudança no nosso no mundo interior, exigimos mudança do mundo exterior.

Quem se conscientiza do processo das leis divinas entende a dor, e encontra seu valor de contribuição para o engrandecimento da própria existência. Todas as experiências (positivas ou negativas) nos ensinam algo; basta estarmos dispostos a aprender. Nossas escolhas podem nos livrar, ou não, do cárcere da escravidão emocional.

A mensagem da Inteligência Universal é sempre aquela que incentiva a conscientização de nossas potencialidades e dons naturais. Quando despertamos espiritualmente, passamos a entender a dor por outro prisma.

A vida é um processo evolutivo no qual todos somos “criaturas caminhantes”.

Precisamos ainda percorrer um longo trajeto para atingir o desenvolvimento total de nossas aptidões inatas. A Consciência Divina apenas espera nosso despertar, ou seja, que saiamos do sono da inconsciência de nós mesmos.

O ser consciente é uma criatura renovada pela experiência interior.

Vive na iluminação íntima como uma pessoa comum no seio da coletividade. Seu eixo de sustentação não se encontra fora, mas dentro de si. Dispensou a segurança das expectativas e das idealizações do “eu inferior” porque tem a convicção e a estabilidade sublime do “Eu Superior”.

Não obstante a nossa origem sagrada, muitos entraves nos prendem à ideia de separação da Unidade Cósmica, contrariando o que o Mestre nos ensinou ao afirmar que “nesse dia compreendereis que estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós”. Ele se identificou com a Paternidade Celestial, à “imagem e semelhança” da Divindade que o criou.


Hammed












Fonte: Um Modo de Entender-pdf

Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 6 - Multidões



Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 6


Multidões


“Tenho compaixão da multidão.” — Jesus. (MARCOS, 8.2)


Os Espíritos verdadeiramente educados representam, em todos os tempos, grandes devedores à multidão.

Raros homens, no entanto, compreendem esse imperativo das leis espirituais.

Em geral, o mordomo das possibilidades terrestres, meramente instruído na cultura do mundo, esquiva-se da massa comum, ao invés de ajudá-la. 

Explora-lhe as paixões, mantém-lhe a ignorância e costuma roubar-lhe o ensejo de progresso. Traça leis para que ela pague os impostos mais pesados, cria guerras de extermínio, em que deva concorrer com os mais elevados tributos de sangue.

O sacerdócio organizado, quase sempre, impõe-lhe sombras, enquanto a filosofia e a ciência lhe oferecem sorrisos escarnecedores.

Em todos os tempos e situações políticas, conta o povo com escassos amigos e adversários em legiões.

Acima de todas as possibilidades humanas, entretanto, a multidão dispõe do Amigo Divino.

Jesus prossegue trabalhando.

Ele, que passou no Planeta entre pescadores e proletários, aleijados e cegos, velhos cansados e mães aflitas, volta-se para a turba sofredora e alimenta-lhe a esperança, como naquele momento da multiplicação dos pães.

Lembra-te, meu amigo, de que és parte integrante da multidão terrestre.

O Senhor observa o que fazes.

Não roubes o pão da vida; procura multiplicá-lo.


Emmanuel











segunda-feira, 18 de novembro de 2024

André Luiz - Livro Apostilas da Vida - Chico Xavier - Cap. 21 - Tudo é Amor



André Luiz - Livro Apostilas da Vida - Chico Xavier - Cap. 21


Tudo é Amor


Observa, amigo, em como do amor tudo provém e no amor tudo se resume.

Vida — é o Amor existencial.

Razão — é o Amor que pondera.

Estudo — é o Amor que analisa.

Ciência — é o Amor que investiga.

Filosofia — é o Amor que pensa.

Religião — é o Amor que busca Deus.

Verdade — é o Amor que se eterniza.

Ideal — é o Amor que se eleva.

Fé — é o Amor que se transcende.

Esperança — é o Amor que sonha.

Caridade — é o Amor que auxilia.

Fraternidade — é o Amor que se expande.

Sacrifício — é o Amor que se esforça.

Renúncia — é o Amor que se depura.

Simpatia — é o Amor que sorri.

Altruísmo — é o Amor que se engrandece.

Trabalho — é o Amor que constrói.

Indiferença — é o Amor que se esconde.

Desespero — é o Amor que se desgoverna.

Paixão — é o Amor que se desequilibra.

Ciúme — é o Amor que se desvaira.

Egoísmo — é o Amor que se animaliza.

Orgulho — é o Amor que enlouquece.

Sensualismo — é o Amor que se envenena.

Vaidade — é o Amor que se embriaga.

Finalmente, o ódio, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.

Tudo é Amor.

Não deixes de amar nobremente.

Respeita, no entanto, a pergunta que te faz, a cada instante, a Lei Divina: “Como?”


André Luiz











Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano

Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 103 - Perante a multidão



Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 103


Perante a multidão
 

“E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.” — (ATOS, 2.13)

A lição colhida pelos discípulos de Jesus, no Pentecostes, ainda é um símbolo vivo para todos os aprendizes do Evangelho, diante da multidão.

A revelação da vida eterna continua em todas as direções.

Aquele “som como de um vento veemente e impetuoso” e aquelas “línguas de fogo” a que se refere a descrição apostólica, descem até hoje sobre os continuadores do Cristo, entre os filhos de todas as nações.

As expressões do Pentecostes dilatam-se, em todos os países, embora as vibrações antagônicas das trevas.

Todavia, para milhares de ouvintes e observadores apenas funcionam alguns raros apóstolos, encarregados de preservarem a divina luz.

Realmente, são inumeráveis aqueles que, consciente ou inconscientemente, recebem os benefícios da celeste revelação; entretanto, não são poucos os zombadores de todos os tempos, dispostos à irreverência e à ironia, diante da verdade.

Para esses, os leais seguidores do Mestre estão embriagados e loucos. Não compreendem a humildade que se consagra ao bem, a fraternidade que dá sem exigências descabidas e a fé que confia sempre, não obstante as tempestades.

É indispensável não estranhar o assédio desses pobres inconscientes, se te dispões, efetivamente, a servir ao Senhor da Vida. Cercar-te-ão o trabalho, acusando-te de bêbado; criticar-te-ão as atitudes, chamando-te covarde; escutar-te-ão as palavras de amor, conservando a ironia na boca. Para eles, a tua abnegação será envilecimento, a tua renúncia significará incapacidade, a tua fé será interpretada à conta de loucura.

Não hesites, porém, no espírito de serviço. Permaneces, como os primeiros apóstolos, nas grandes praças, onde se acotovelam homens e mulheres, ignorantes e sábios, velhos e crianças…

Aperfeiçoa tuas qualidades de recepção, onde estiveres, porque o Senhor te chamou para intérprete de Sua Voz, ainda que os maus zombem de ti.


Emmanuel










Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. V - Da Lei de conservação - Necessário e supérfluo - Questão 715 (Miramez)



Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. V - Da Lei de conservação


Necessário e supérfluo  
 

715. Como pode o homem conhecer o limite do necessário?

 “Aquele que é ponderado o conhece por intuição. Muitos só chegam a conhecê-lo por experiência e à sua própria custa.” 


Allan Kardec




- O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez 


Conhecer os limites do necessário, abandonando o supérfluo, demanda tempo e espaço nos caminhos percorridos. O homem a quem falta experiência, como pode conhecer?

O Espírito mais ignorante precisa de experiências aliadas com a boa vontade para deduzir o que deve ser feito e os limites do que lhe convém. Entretanto, o Espírito mais evoluído conhece seus limites por intuição; já guarda na consciência todos os direitos e deveres nos seus caminhos a percorrer.

A vida escreve para as almas e ensina para todos os planos o modo pelo qual se pode e deve viver melhor. A Doutrina dos Espíritos vem, através dos seus inúmeros conceitos, para os homens reconhecerem a ponderação e seu valor, e nesse esforço para acertar, a intuição desabrocha pelos canais dos seus dons, indicando-Ihes pelos sentimentos o que devem fazer ou deixar de fazer.

A força poderosa que alinha as criaturas para o equilíbrio é o tempo; ele é luz do progresso para todos os Espíritos, porém, cabe a todos estimular seus dons espirituais e capacitar-se naquilo que for da sua ordem fazer. Deus nos deixou a nossa parte, e somente nós mesmos poderemos realizá-la. Convém ao homem estudar, meditar e trabalhar sem esquecer o exemplo de Jesus. O Mestre dos mestres é o inspirador divino para todas as criaturas do Seu rebanho de amor.

Lembremos o escrito de João, onde Jesus fala, nestes termos, anotados no capítulo nove, versículo cinco:

Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.

Enquanto Jesus Cristo está no mundo da consciência do discípulo, Ele é a luz da alma. Necessário se faz que despertemos o Cristo em nós e asseguremos este estado d'alma permanentemente na nossa intimidade, tendo a luz do mundo irradiando a felicidade do coração e para os corações.

Busquemos, pois, a harmonia, porque ela nos garante o equilíbrio da vida, não nos deixando passar dos limites daquilo que devemos usar. O desperdício é falta grave que a natureza registra e depois nos cobra, porque ela é justiça em nossas vidas.

O mundo se encontra em desequilíbrio em todas as áreas e o fator principal é o supérfluo. Muitos sentem prazer no desperdício; enquanto muitos vivem dentro do supérfluo, outros passam necessidades daquilo que alguns deixam de usar, mas que retêm por vaidade e usura.

A natureza pode nos cobrar o que não deixamos os outros usarem e a dor pode ser a mensageira da justiça, indo ao nosso encontro. Procuremos na oração pedir a Deus para nos inspirar, no que deve ser feito, porque tudo é de Deus. O que usamos é puramente empréstimo, do qual, a qualquer hora, podem ser pedidas as contas.

O melhor para as almas, em todos os planos de vida, é compreender as leis de Deus na sua essência. O desrespeito à vontade divina nos faz sofrer as conseqüências. Apeguemo-nos à ponderação, que ela nos levará ao conhecimento mais depressa.

Todo exagero traz consigo sofrimentos, e o "conhece-te a ti mesmo" é o melhor para o Espírito saber usar os bens da vida, vivendo em paz consigo mesmo. Isso é amor, que tem o poder de desdobrar-se em variados caminhos para educar e instruir os filhos de Deus. O supérfluo é o grande desastre de todas as sociedades do mundo atual. Ele esconde o pão, a veste e o teto do carente e acumula onde não se precisa mais. Isso se chama egoísmo e orgulho, a dupla responsável pela miséria em todas as nações conhecidas. 


Miramez 



Filosofia Espírita Vol. 15 - João Nunes Maia 
Cap. 1 - Limite do necessário