Hammed - Livro Lucidez - A Luz que Acende na Alma - Francisco do Espirito Santo Neto - Introdução
Oração reflexiva
"O que quer que seja que pedirdes na prece, crede que o obtereis, e vos será concedido." (Marcos, 11:24)
Leitores amigos, as preces aqui apresentadas são um ponto de partida para que possamos externar nossas rogativas por meio de reflexões mais profundas. Elas nos ajudarão a expressar anseios e gratidão e a desvendaria força interior que até então desconhecíamos.
Esta humilde coletânea de preces ou súplicas tem como "objetivo principal não somente solicitar ajuda, bênção, ou agradecer uma graça recebida, mas estimular-nos a meditar sobre aquilo que pedimos, e o motivo do pedido, além de nos incentivar a criar novas orações de acordo com nossas próprias fragilidades, e dores da alma.
É um conjunto de mensagens seletas, escritas em diferentes épocas e agora reunidas para formatar este livro simples. São preces singelas que não devem ser lidas de afogadilho, de modo apressado e superficial, e sim pausadamente. Também é importante que as utilizemos, não apenas nas horas de aflição e conflitos, mas sempre que houver algum tempo disponível, ou seja, quando estivermos livres de compromissos imediatos.
Sugiro que, depois da leitura, fechemos o livro e nos deixemos levar por reflexão pessoal sobre a ideia ali contida, pensando demoradamente e aplicando-a à própria vida. Acredito que recolheremos o alimento espiritual que tanto procuramos para solucionar nossas crises existenciais e para renovar atitudes.
Adoração — do latim adoraúo, ónis — significa “culto a Deus, ação de venerar e reverenciar; admiração e respeito profundo”. O sentimento de adoração se mescla ao de religiosidade.
A adoração é um subproduto da religiosidade e vice- versa. “Ela (Lei de adoração) está na lei natural, uma vez que é o resultado de um sentimento inato no homem. Por isso, ela se encontra em todos os povos, ainda que sob formas diferentes. [1]
O Criador jamais está distante; nós é que não percebemos sua presença na nossa intimidade. A “Voz de Deus” é fonte inesgotável de bênçãos e, sempre que nos predispomos à prece, esse diálogo divino acontece em nosso âmago, através de uma linguagem não convencional.
Fundamentando nosso pensamento, lançamos mão da luminosa dissertação de Léon Denis, o notável filósofo e espírita francês, sobre as leis divinas:
"Deus nos fala por todas as vozes do Infinito. E fala não em uma Bíblia escrita há séculos, mas em uma bíblia que se escreve todos os dias, com esses característicos majestosos, que se chamam oceanos, montanhas e astros do céu; por todas as harmonias, doces e graves, que sobem do imo da Terra ou descem dos espaços etéreos.
Fala ainda no santuário do ser, nas horas de silêncio e de meditação. Quando os ruídos discordantes da vida material se calam, então a voz interior, a grande voz desperta e se faz ouvir. Essa voz sai da profundeza da consciência e nos fala dos deveres, do progresso, da ascensão da criatura.
Há em nós uma espécie de retiro Intimo, uma fonte profunda de onde podem jorrar ondas de vida, de amor, de virtude, de luz. Ali se manifesta esse reflexo, esse gérmen divino, escondido em toda Alma humana." [2]
Por final, leitores, depositamos em suas mãos estas páginas para que delas retirem as forças necessárias para enfrentar as constantes batalhas travadas na vida íntima. Leiam-nas um pouco a cada dia. Abram-nas sempre que quiserem experimentar momentos de paz e oração, ou mesmo um estado de espírito propício a mudanças comportamentais.
Hammed
Catanduva, 9 de setembro de 2008.
[1] Questão 652 (O Livro dos Espíritos).
[2] O Grande Enigma, cap. VI, "As leis universais“, Ed FEB, p. 82-83
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