quarta-feira, 31 de março de 2021

Batuíra - Livro Mais Luz - Chico Xavier - Cap. 65 - Nos momentos de crise




Batuíra - Livro Mais Luz - Chico Xavier - Cap. 65


Nos momentos de crise


Às vezes é preciso que a luta se faça constrangedora e terrível para que os amores que possuímos se mostrem na expressão mais ampla de sua própria grandeza, assim como é preciso que anoiteça para que vejamos do mundo as estrelas que acendem a vida eterna na imensidade…

Nas horas de aflição pensemos nisso, meditemos simplesmente nisso e levantemos as próprias energias, que o Senhor elastecerá e abençoará.


Batuíra






Emmanuel - Livro Deus Conosco - Chico Xavier - Cap. 3 - A palavra de Emmanuel




Emmanuel - Livro Deus Conosco - Chico Xavier - Cap. 3


A palavra de Emmanuel


27/01 /1935

Meu caro irmão, permitiu a bondade infinita do Senhor que minha palavra humilde pudesse trazer as boas-vindas ao recinto modesto, trazendo-te a expressão dos meus votos fraternos pela tua saúde física e psíquica, desejando-te a mais imperturbável paz de espírito. 

Antigo lutador da causa da Luz e da Verdade, dentro da seara do nosso divino Mestre, ao Senhor elevo as minhas rogativas humildes por ti, esperando que as suas bênçãos dulcíssimas e prestigiosas se derramem sobre o teu coração e sobre o teu lar, iluminando todos os teus caminhos evolutivos na vida terrestre. 

Os teus encargos morais são bem pesados, não somente como chefe de caravana dos afetos doces da família que Deus te concedeu sobre a Terra, mas também como orientador de toda uma grande família espiritual, fração da imensa família humana, da qual te tornaste a mão amiga e a voz protetora na tua faina de apostolado espírita-cristão.

Pede sempre a Deus que te conserve no íntimo a serenidade e o desassombro, necessários no desdobramento de serviços da missão que te compete realizar. A preocupação de todo bom discípulo deve ser a de representar em si mesmo um instrumento fiel da vontade superior que nos preside os destinos. 

Semeia sempre o bem, em atitudes de coragem moral e em gestos que constituem as mais legítimas expressões da prática do bem. Guias devotados e amigos te estendem as mãos fraternas e protetoras, buscando elevar teu pensamento para o plano do conhecimento superior, oferecendo-te alvitres valiosos e fazendo desabrochar em teu pensamento de lutador as inspirações mais salutares na estrada da fé ativa e realizadora. 

Não duvides dessa assistência que te acompanha permanentemente os passos na tua tarefa de caridade e de consolação. Aproveita o campo vastíssimo do teu mundo intuitivo e busca realizar sempre o ensinamento dentro das fórmulas mais salutares. 

Alivia sempre os tristes, os enfermos e os infelizes, mobilizando as tuas forças curativas, consciente de que não estás dando aquilo que constitui parte integrante de tua personalidade, mas convicto dos instrumentos das forças generosas e curadoras do mundo invisível, as quais transmitem, por teu intermédio, os mais benéficos elementos da terapêutica espiritual. 

Dentro da lei das afinidades indispensáveis toda a semente da paz que plantares e o alívio que forneceres há de representar em todos os caminhos flores de bondade, que se multiplicarão para o teu espírito de batalhador pelas sendas escabrosas da vida. Bem sabes que as minhas palavras não constituem o elogio malsão e sim os meus votos fraternais para que prossigas com a preocupação de servir a Jesus.

Desejaria o teu coração o meu parecer de irmão mais velho sobre as atividades espiritistas dos teus companheiros de jornada cristã, na zona onde procuras cumprir os sagrados deveres que te competem neste mundo. Que Jesus os ampare a todos, auxiliando-os com a sua infinita misericórdia, a fim de que prossigam com a orientação evangélica característica dos seus trabalhos. 

O Espiritismo, meu bom irmão, como já lhe disse alhures, será o que os homens dele fizerem. Que todos os discípulos do Mestre saibam apreciar o valor da renúncia, do amor, da humildade e do sacrifício e, sobretudo, que estudem aquela necessidade premente dos tempos atuais de reforma, não do exterior, mas dos corações, do íntimo, a fim de que as instituições terrenas sejam, de fato, renovadas. 

Integrem os nossos irmãos a bendita oficina do serviço espírita-cristão, onde os operários esforçados saibam guardar o patrimônio sagrado dos sentimentos mais puros, dentro dos ambientes doutrinários. 

As expressões fenomênicas do Espiritismo podem ter grande valor para o ceticismo da época, as suas modalidades científicas podem representar uma claridade nova para algumas inteligências apaixonadas de análise e de investigação nos caminhos da crença, mas a realidade incontestável é que sem o concurso da fé, e sem a luz do coração, todos os fenômenos são fogos fátuos no grande labor de esclarecimento das almas. 

Que os nossos companheiros de Sorocaba possam, pois, se unir cada vez mais dentro de seu elevado programa evangélico, nos seus movimentos de confraternização à luz dos princípios cristãos. Crê. A mão de Jesus guiará sempre, em todos os tempos, os Espíritos de boa vontade. Para estes haverá sempre aquele “acréscimo” de que nos fala a lição divina. 

Que o Mestre te abençoe os esforços, abençoando o trabalho dos teus irmãos, e que possam converter as pedras do caminho em flores de paz, de amor, de perdão, respondendo aos ataques inconsequentes da treva com os novos elementos da fé e do esclarecimento geral. São os votos de seu irmão e servo humilde,



Emmanuel





Nota do Editor: Mensagem recebida por Chico Xavier no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo | MG, dirigida a valoroso servidor da Doutrina Espírita de Sorocaba, interior de São Paulo.

Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano

Emmanuel - Livro Irmão - Chico Xavier - Cap. 1 - Deus vem vindo




Emmanuel - Livro Irmão - Chico Xavier - Cap. 1


Deus vem vindo


Ninguém conhece as tribulações que te espancam por dentro da própria alma.

Observas-te no ápice da resistência e, em muitas ocasiões, te inclinas para a ideia de deserção…

Entretanto, insiste no cultivo da paciência, um tanto mais, e resguarda-te nos deveres que a Divina Providência te confiou.

Deus vem vindo…

Perdeste as mais belas aspirações, em vista dos golpes que a realidade te desferiu.

Por vezes, sentes o ímpeto de agir contra a própria existência…

Conserva-te, porém, na paciência, um tanto mais, e prossegue na execução dos teus próprios encargos.

Deus vem vindo…

A solidão te oprime os sentimentos, embora quase sempre te vejas na multidão.

Nesses instantes, parece-te que a morte se aproxima e, não raro, experimentas a tentação de abraçar a fuga e a irresponsabilidade…

No entanto, usa a paciência, um tanto mais, e persevera nas tarefas que a vida te deu a realizar.

Deus vem vindo…

Lembra os obstáculos e crises, quedas e provas que já atravessaste, dos quais sempre ressurgiste para o reequilíbrio e para a busca da felicidade, sem que saibas explicar de que maneira te refizeste para a alegria de viver e conviver.

Avalia as bênçãos que te marcam os dias e as vitórias íntimas que entesouraste no campo das próprias experiências e nunca te acomodes com o desespero. Se ainda não dispões de segurança a fim de sustentar a própria fé, acalma-te, trabalha, serve, espera e guarda a certeza de que Deus vem vindo…


Emmanuel







Emmanuel - Livro Palavras de Vida Eterna - Chico Xavier - Cap. 57 - Jesus e paz




Emmanuel - Livro Palavras de Vida Eterna - Chico Xavier - Cap. 57


Jesus e paz


“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá…” — JESUS (João, 14.27)


A paz do mundo costuma ser preguiça rançosa.

A paz do espírito é serviço renovador.

A primeira é inutilidade.

A segunda é proveito constante.

Vejamos o exemplo disso em nosso Divino Mestre.

Lares humanos negaram-lhe o berço.

Mas o Senhor revelou-se em paz na estrebaria.

Herodes perseguiu-lhe, desapiedado, a infância tenra.

Jesus, porém, transferindo-se de residência, em favor do apostolado que trazia, sofreu, tranquilo, a imposição das circunstâncias.

Negado pela fortuna de Jerusalém, refugiou-se, feliz, em barcas pobres da Galileia.

Amando e servindo os necessitados e doentes recebia, a cada passo, os golpes da astúcia de letrados e casuístas de seu tempo; contudo, jamais deixou, por isso, de exercer, imperturbável, o ministério do amor.

Abandonado pelos próprios amigos, entregou-se serenamente à prisão injusta.

Sob o cuspo injurioso da multidão foi açoitado em praça pública e conduzido à crucificação, mas voltou da morte, aureolado de paz sublime, para fortalecer os companheiros acovardados e ajudar os próprios verdugos.

Recorda, assim, o exemplo do Benfeitor Excelso e não procures segurança íntima fora do dever corretamente cumprido, ainda mesmo que isso te custe o sacrifício supremo.

A paz do mundo, quase sempre, é aquela que culmina com o descanso dos cadáveres a se dissociarem na inércia, mas a paz do Cristo é o serviço do bem eterno, em permanente ascensão.


Emmanuel





(Reformador, julho 1959, p. 146)

segunda-feira, 29 de março de 2021

Bezerra de Menezes - Psicografia - Divaldo P. Franco - A lídima Luz




Bezerra de Menezes - Psicografia - Divaldo P. Franco


A lídima Luz


Filhos queridos.

Que a paz do Senhor seja por vós cultivada.

Lutais, filhos, lutais por expungir de vós a mácula da imperfeição.

Lutai contra o inimigo devorador – a imperfeição – a fim de que tenhais condição, enfim, de acender em vós a luz da vida plena.

Confiai na Divina Misericórdia que vos dá o suporte da fé e da esperança para que vos supereis a vós mesmos!

A Doutrina que Jesus nos legou é a meridiana luz a convocar-nos à ascensão, desde que a ela rendamo-nos confiantes!

A luz que havemos recebido é um tesouro de incalculável valor para a riqueza do Espírito imortal. O homem dos dias atuais carece, ainda mais, da conscientização de que a luz mostrada por Jesus é a única forma de nos sentirmos mais irmãos.

Conquanto alguns irmãos nossos, ainda se debatam sobre alicerces inseguros, nós outros que estagiamos no campo do Cristianismo redivivo, temos como dever moral de nos consagrarmos à fraternidade legítima.

Allan Kardec, o eminente Codificador, deixou-nos a abençoada Doutrina prometida por Jesus! Os anjos do Senhor, todavia, ainda nos convocam a todos para o incomensurável concerto do amor universal. “Nenhuma de minhas ovelhas se perderá” , afirmou o Príncipe da Paz!

Confiemos mais na luz, filhos queridos, e vereis os frutos de vossos esforços germinarem em vossos próprios corações.

Lutais, acima de tudo contra a ociosidade que tenta vos barrar a marcha!

A hora é hoje, o momento é agora. Cessai vossas lágrimas para que o suor de vossos esforços possam amparar os corações dos desafortunados.

Jesus conta com cada um de vós. Sois chamados para vir contribuir na grande Seara do amor.

Hoje, cantamos glória do Senhor, mais, mais do que a contemplação, urge o vosso esforço na grandiosa tarefa de servir!

Deixo a todos vós confrades, meus sinceros agradecimentos pela lembrança permanente em nossa humílima pessoa.

Ficai com Deus, filhos queridos, ficais com Jesus e muito, muito esforço em vossos corações no sentido de servir acima de vossas próprias vontades!

Um abraço do servidor humílimo e fraternal de sempre.


Bezerra










Cornélio Pires - Livro Trovas da Vida - Chico Xavier - Cap. 21 - Se queres




Cornélio Pires - Livro Trovas da Vida - Chico Xavier - Cap. 21


Se queres
 

Se queres cooperação
Para qualquer obra do Bem,
Não afastes a esperança
Do coração de ninguém.


Cornélio Pires





(2 de outubro de 1997)

Allan Kardec - Revista Espírita - Setembro, 1862 - Jornal de estudos psicológicos - Resposta ao convite dos espíritas de Lyon e de Bordeaux




Allan Kardec - Revista Espírita - Setembro, 1862 - Jornal de estudos psicológicos


Resposta ao convite dos espíritas de Lyon e de Bordeaux


Meus caros irmãos e amigos espíritas de Lyon,

Apresso-me em vos dizer quanto sou sensível ao novo testemunho de simpatia que me acabais de dar, com o amável e grato convite para visitar-vos também este ano. Aceito-o com prazer, porque para mim é sempre uma felicidade encontrar-me em vosso meio.

Amigos, minha alegria é grande ao ver a família crescer a olhos vistos. É a mais eloquente resposta que se pode dar aos tolos e ignóbeis ataques contra o Espiritismo. Parece que tal crescimento lhes aumenta o furor, porque, hoje mesmo, recebi uma carta de Lyon, anunciando a remessa de um jornal dessa cidade, La France littéraire, no qual a doutrina em geral, e minhas obras em particular, são agredidas de maneira tão desagradável que me consultam se devem responder pela imprensa ou pelos tribunais. Digo que a resposta deve ser o desprezo.

Se a doutrina não fizesse progressos, se minhas obras fossem natimortas, ninguém se inquietaria e nada diriam. São os nossos sucessos que exasperam os inimigos. Deixemo-los, pois, derramar a sua raiva impotente, que mostra como sentem próxima a sua derrota. Eles não são tão tolos para se agarrarem a um aborto. Quanto mais ignóbeis forem os seus ataques, menos estes devem ser temidos, porque são desprezados pelas criaturas honestas e provam que eles não têm boas razões a opor, pois só sabem dizer injúrias.

Continuai, pois, meus amigos, a grande obra de regeneração iniciada sob tão felizes auspícios, e em breve colhereis os frutos da perseverança. Provai, sobretudo por vossa união e pela prática do bem, que o Espiritismo é a dádiva da paz e da concórdia entre os homens, e fazei que vendo-vos se possa dizer que seria desejável que todos fossem espíritas.

Meus amigos, sinto-me feliz por ver tantos grupos unidos no mesmo sentimento, marchando de comum acordo para o nobre objetivo a que nos propomos. Sendo tal objetivo exatamente o mesmo para todos, não poderia haver divisões. Uma mesma bandeira vos deve guiar e nela está inscrito: Fora da caridade não há salvação. Ficai certos de que em torno dela é que a Humanidade inteira sentirá necessidade de se unir, quando se cansar das lutas engendradas pelo orgulho, pela inveja e pela cupidez. Essa máxima, verdadeira âncora de salvação, pois será o repouso após a fadiga, o Espiritismo terá a glória de havê-la proclamado por primeiro. Inscrevei-a em todos os locais de reunião e em vossas casas. Que ela seja, de agora em diante, a palavra de união entre todos os homens que sinceramente querem o bem, sem segundas intenções pessoais. Mas fazei melhor ainda: Gravai-a em vossos corações, e desde já desfrutareis a calma e a serenidade que aí acharão as gerações futuras, quando ela será a base das relações sociais. Vós sois os pioneiros. Deveis dar o exemplo, a fim de encorajar os outros a vos seguirem.

Não esqueçais que a tática dos vossos inimigos encarnados e desencarnados é dividir-vos. Provai-lhes que perdem seu tempo na tentativa de suscitar, entre os grupos, sentimentos de inveja e rivalidades, que seriam uma apostasia da verdadeira doutrina espírita cristã.

As 500 assinaturas que subscrevem o convite que tivestes a bondade de me enviar representam uma manifestação contra essa tentativa, e há muitas outras que terei o prazer de aí ver. Aos meus olhos é mais que simples fórmula. É um compromisso de marchar pelo caminho que nos traçam os bons Espíritos. Eu as conservarei preciosamente, porque um dia constituirão os gloriosos arquivos do Espiritismo.

Ainda uma palavra, meus amigos. Indo ver-vos, uma coisa desejo: é que não haja banquete, e isto por vários motivos. Não quero que minha visita seja ocasião para despesas que poderiam impedir a presença de alguns e privar-me do prazer de ver todos reunidos. Os tempos estão duros. Não devemos fazer despesas inúteis. O dinheiro que isso custaria seria melhor empregado em auxílio aos que mais tarde necessitarão. Eu vos digo com toda a sinceridade que o pensamento de que aquilo que faríeis por mim em tal circunstância poderia ser uma causa de privação para muitos, me tiraria o prazer da reunião.

Não vou a Lyon para exibição nem para receber homenagens, mas para me entender convosco, consolar os aflitos, encorajar os fracos e ajudar-vos com os meus conselhos, tanto quanto estiver em minhas possibilidades. O que de mais agradável me podeis oferecer é o espetáculo de uma união boa, franca e sólida. Crede que os termos tão afetuosos do vosso convite valem para mim mais que todos os banquetes do mundo, ainda que oferecidos num palácio. Que me restaria de um banquete? Nada, ao passo que vosso convite fica como preciosa lembrança e uma prova de vossa afeição.

Até breve, meus amigos.

Se Deus quiser, terei o prazer de vos apertar as mãos cordialmente.


Allan Kardec








Léon Denis - Livro Depois da Morte - Cap. 47 - A caridade




Léon Denis - Livro Depois da Morte - Cap. 47

A caridade


Em oposição às religiões exclusivas que tomaram como preceito: “Fora da Igreja não há salvação”, como se seu ponto de vista puramente humano pudesse decidir a sorte dos seres na vida futura, Allan Kardec coloca essas palavras no frontispício de suas obras: Fora da Caridade, não há salvação. Os espíritos nos ensinam, com efeito, que a caridade é a virtude por excelência; só ela dá a chave dos planos elevados.

“É preciso amar os homens”, repetem após o Cristo, que resumira nessas palavras todos os mandamentos da lei moral.

Mas, objetam, os homens não são muito amáveis. Muita maldade incuba-se neles e a caridade é muito difícil de se praticar com relação a eles. 

Se os julgamos dessa forma, não será porque nos agrada considerar unicamente o lado mau dos seus caracteres, seus defeitos, suas paixões, suas fraquezas, esquecendo, com muita frequência, de que nós mesmos não estamos isentos e que, se eles têm necessidade de caridade, teremos menos necessidade de indulgência?

Todavia, o mal não reina sozinho nesse mundo. Há no homem, também, o bem, qualidades, virtudes. Há, sobretudo, sofrimentos. Se queremos ser caridosos e devemos sê-lo, em nosso próprio interesse como no interesse da ordem social, não nos prendamos, nos nossos julgamentos sobre nossos semelhantes, naquilo que pode nos levar à maledicência, à difamação, mas vejamos sobretudo no homem um companheiro de provas, um irmão de armas na luta da vida. Vejamos os males que ele suporta em todas as classes da sociedade. Quem é que não esconde uma chaga no fundo da sua alma? Quem não suporta o peso de desgostos, de amarguras? Se nos colocássemos nesse ponto de vista para considerar o próximo, nossa maledicência transformar-se-ia rapidamente em simpatia.

Ouve-se, muitas vezes, recriminar a grosseria e as paixões brutais das classes operárias, as cobiças e as reivindicações de alguns homens do povo. Refletimos bastante nos maus exemplos que os envolveram desde a infância? As necessidades da vida, as necessidades imperiosas de cada dia lhes impõem uma tarefa rude e absorvente. Nenhum lazer, nenhum espaço de tempo para esclarecer sua inteligência. As doçuras do estudo, os gozos da arte lhes são desconhecidos. O que sabem sobre as leis morais, sobre seu destino, sobre o mecanismo do Universo? Poucos raios consoladores projetam-se nessas trevas. Para eles, a luta cruel contra a necessidade é de todos os instantes. O desemprego, a doença, a negra miséria os ameaçam e assediam, incessantemente. Qual o caráter que não se exasperaria em meio a tantos males? Para suportá-los com resignação, é preciso um verdadeiro  estoicismo, uma força da alma tanto mais admirável quanto mais instintiva que racional. 

Ao invés de atirar pedras nesses desafortunados, apliquemo-nos em aliviar seus males, enxugar suas lágrimas, trabalhar com todas as nossas forças para introduzir na Terra uma partilha mais equitativa dos bens materiais e dos tesouros do pensamento. Não se sabe suficientemente o que podem fazer sobre essas almas ulceradas: uma boa palavra, um sinal de interesse, um cordial aperto de mão. Os vícios do pobre desagradam-nos e, entretanto, quanta desculpa não merece por causa de sua miséria! Mas queremos ignorar suas virtudes, que são muito mais admiráveis, por desabrocharem no lodaçal.

Que devotamentos obscuros entre os humildes! Que lutas heroicas e tenazes contra a adversidade! Pensemos nas inumeráveis famílias que vegetam sem-apoio, sem-socorro, nas crianças privadas do necessário, em todos esses seres que tiritam de frio, no fundo de casebres úmidos e sombrios ou em mansardas desoladas. Qual é o papel da mulher do povo, da mãe de família em tais lugares, quando o inverno se abate sobre a Terra, o fogão sem-lume, a mesa sem-alimentos, sobre o leito gelado farrapos substituem o cobertor vendido ou hipotecado para se ter pão! Seu sacrifício não é de todos os instantes? Como seu pobre coração se parte diante das dores dos seus! O ocioso opulento não deveria enrubescer de expor sua riqueza em meio a tanto sofrimento? Que responsabilidade esmagadora para ele se, no meio da sua abundância, esquece aqueles a quem a necessidade oprime!

Sem dúvida, muito lodo e coisas repugnantes se misturam às cenas da vida dos pequenos. Lamentos e blasfêmias, embriaguez e alcovitice, crianças desapiedadas e pais desalmados, todas as deformidades aí se confundem; mas sob esses  exteriores repugnantes, é sempre a alma humana que sofre, a alma nossa irmã, cada vez mais digna de interesse e afeição.

Arrancá-la da lama, esclarecê-la, fazê-la subir degrau por degrau a escada de reabilitação, que grande tarefa! Tudo se purifica no fogo da caridade. É esse fogo que abrasava o Cristo, Vicente de Paulo, todos aqueles que, no seu imenso amor pelos fracos e os decaídos, encontraram o princípio de sua abnegação sublime.

Acontece o mesmo com aqueles que têm a faculdade de muito amar e muito sofrer. A dor é para eles como uma iniciação à arte de consolar e sustentar os outros. Eles sabem elevar-se acima de seus próprios males para ver apenas os males de seus semelhantes e buscar-lhe o remédio. Daí, os grandes exemplos dados por essas almas de elite que, no fundo de sua aflição, de sua agonia dolorosa, encontram ainda o segredo de curar os ferimentos dos vencidos da vida.

A caridade tem outras formas que não a solicitude pelos desgraçados. A caridade material ou a beneficência, pode se aplicar a um certo número de nossos semelhantes, sob a forma de socorro, de sustentação, de encorajamentos. A caridade moral deve se estender a todos aqueles que partilham da nossa vida nesse mundo. Ela não consiste mais em esmolas, mas numa benevolência que deve envolver todos os homens, do mais virtuoso ao mais criminoso e regular nossas relações com eles. Essa caridade, todos podemos praticá-la, por mais modesta que seja nossa condição.

A verdadeira caridade é paciente e indulgente. Não magoa, não desdenha a ninguém, é tolerante e se procura dissuadir, é com doçura, sem machucar nem atacar as ideias enraizadas.

Entretanto, essa virtude é rara. Um certo fundo de egoísmo nos leva muito mais a observar, a criticar os defeitos do próximo, enquanto nos cegamos para com os nossos. Mesmo que haja em nós tantos defeitos, empregamos voluntariamente nossa sagacidade para fazer sobressair os defeitos dos nossos semelhantes. Por isso, não há verdadeira superioridade moral sem a caridade e a modéstia. Não temos o direito de condenar nos outros faltas a que nós mesmos estamos expostos; e, embora nossa elevação moral nos tenha libertado dessas fraquezas para sempre, não devemos esquecer de que houve um tempo em que nos debatíamos contra a paixão e o vício.

Há poucos homens que não tenham maus hábitos a corrigir, deploráveis pendores a reformar. Lembremo-nos de que seremos julgados com a mesma medida que nos tenha servido para medir nossos semelhantes. As opiniões que temos deles são quase sempre um reflexo da nossa própria natureza. Sejamos mais prontos em desculpar do que em censurar.

Nada é mais funesto para o futuro da alma do que as más intenções, do que essa maledicência incessante que alimenta a maior parte das conversas. O eco das nossas palavras repercutem na vida futura, a atmosfera dos nossos pensamentos malévolos forma como uma espessa nuvem que envolve e entenebrece o espírito. Abstenhamo-nos dessas críticas, dessas apreciações malignas, dessas palavras escarnecedoras que envenenam o futuro. Fujamos da maledicência como de uma peste; retenhamos nos lábios qualquer intenção amarga pronta para escapar. Nossa felicidade tem esse preço. 

O homem caridoso faz o bem ocultamente; dissimula suas boas ações, enquanto que o vaidoso proclama o pouco que faz. “A mão esquerda deve ignorar o que dá a direita”, disse Jesus. “Aquele que faz o bem com ostentação já recebeu sua recompensa”.

Dar em segredo, ser indiferente aos elogios dos homens, é mostrar uma verdadeira elevação de caráter, é se colocar acima dos julgamentos de um mundo passageiro e procurar a justificação de seus atos na vida que não termina.

Nessas condições, a ingratidão e a injustiça não podem atingir o homem caridoso. Ele faz o bem porque é seu dever e sem esperar nenhuma vantagem, nenhuma recompensa; deixa a lei eterna o cuidado de fazer gotejar as conseqüências de seus atos, ou melhor, nem pensa nisso. É generoso sem cálculo. Para estimular os outros, sabe privar-se a si mesmo, ciente de que não há nenhum mérito em dar seu supérfluo. É por isso que o óbolo do pobre, a moeda da viúva, o pedaço de pão repartido com o companheiro de infortúnio, têm mais valor do que a generosidade do rico. O pobre, na sua penúria, pode ainda socorrer o mais pobre que ele.

Há mil maneiras de se tornar útil, de vir em socorro de seus irmãos. O ouro não tarifa todas as lágrimas e não pensa todas as feridas. Há males para os quais uma amizade sincera, uma ardente simpatia, uma efusão da alma farão mais do que as riquezas.

Sejamos generosos para com aqueles que sucumbiram na luta contra suas paixões e foram arrastados para o mal, generosos para com os pecadores, os criminosos, os endurecidos. Sabemos nós por que fases suas almas passaram, que tentações suportaram antes de falir? Tinham esse conhecimento das leis superiores que sustentam na hora do perigo? Ignorantes, incertos, agitados por todos os sopros externos, podiam resistir e vencer? A responsabilidade é proporcional ao saber; mais será pedido àquele que conhece a verdade.

Tudo que o homem faz pelo seu irmão grava-se no grande livro fluídico cujas páginas se desenrolam através do espaço, páginas luminosas onde se inscrevem nossos atos, nossos sentimentos, nossos pensamentos. E essas dívidas nos serão pagas amplamente nas existências futuras.

Nada fica perdido, nada fica esquecido. Os laços que unem as almas através dos tempos são tecidos com os benefícios do passado. A sabedoria eterna tudo regulou para o bem dos seres. As boas obras executadas aqui na Terra tornam-se, para o seu autor, a fonte de infinitas alegrias no futuro.

A perfeição do homem se resume em duas palavras: caridade, verdade. A caridade é a virtude por excelência; ela é de essência divina. Irradia sobre os mundos, reaquece as almas como um olhar, como um sorriso do eterno. Ultrapassa em resultados o saber, o gênio. Esses não caminham sem o orgulho. São contestados, às vezes, desconhecidos, mas a caridade, sempre doce e benevolente, enternece os corações mais duros, desarma os espíritos mais perversos, inundando-os de amor.


Léon Denis






Fonte: Depois da Morte -pdf

Emmanuel - Livro Seara dos Médiuns - Chico Xavier - Cap. 53 - A escola do coração




Emmanuel - Livro Seara dos Médiuns - Chico Xavier - Cap. 53


A escola do coração


Reunião pública de 25 de Julho de 1960

Item n.° 341 de “O Livro dos Médiuns”


O lar, na essência, é academia da alma.

Dentro dele, todos os sentimentos funcionam por matérias educativas.

A responsabilidade governa.

A afeição inspira.

O dever obriga.

O trabalho soluciona.

A necessidade propõe.

A cooperação resolve.

O desafio provoca.

A bondade auxilia.

A ingratidão espanca.

O perdão balsamiza.

A doença corrige.

O cuidado preserva.

O egoísmo aprisiona.

A renúncia liberta.

A ilusão ensombra.

A dor ilumina.

A exigência destrói.

A humildade refunde.

A luta renova.

A experiência edifica.

Todas as disciplinas referentes ao aprimoramento do cérebro são facilmente encontradas nas universidades da Terra, mas a família é a escola do coração, erguendo seres amados à condição de professores do espírito.

E somente nela conseguimos compreender que as diversas posições afetivas, que adotamos na esfera convencional, são apenas caminhos para a verdadeira fraternidade que nos irmana a todos, no amor puro, em sagrada união, diante de Deus.


Emmanuel








Miramez - Livro Segurança Mediúnica - João Nunes Maia - Cap. 1 - Segurança Mediúnica




Miramez - Livro Segurança Mediúnica - João Nunes Maia - Cap. 1


Segurança Mediúnica


A mediunidade é um dom, um atributo do Espírito, que nasceu juntamente com a mônada, nos primórdios da sua delicada existência. A mediunidade não depende de qualidades humanas para existir na sua função natural. No entanto, há leis que asseguram a sua posição, no campo em que opera. O médium pode transmitir mensagens de alto teor educativo e científico, em favor da humanidade, como também servir de canal para Espíritos zombeteiros ou pseudo-sábios. Essa variação está na dependência de como o médium leva a vida, seus sentimentos e as condições espirituais que vibram em seu coração. Para tanto, não basta somente boa vontade. É necessário ter compreensão do objetivo do seu mandato e trilhar os caminhos que a ordem e a moralidade impõem, numa vida pautada nas diretrizes da luz espiritual. O candidato a médium deve suprimir da sua mente toda ordem de vaidade, todo tipo de impulso que o leva para o orgulho e a prepotência, sempre se esauecendo das ofensas recebidas. Esse deve ser o primeiro preparo, pois a agressão certamente virá ao seu encontro, para testá-lo no que já aprendeu sobre o verdadeiro amor. Podemos chamar os testemunhos de "marcas do Cristo". Todo aquele que deseja ser Seu discípulo encontrará espinhos nas Suas pegadas. Não pode existir mediunidade iluminada, sem fé, que é uma semente divina que haverá de nascer no coração do instrumento da verdade.

O intercâmbio com os Espíritos é muito desejado por todos os que chegam à Doutrina Espírita, sem conhecer o engenhoso processo por que devem passar os companheiros de aprendizado. Se a mediunidade é fato natural no ser humano, a razão adverte-nos de que o seu desenvolvimento não pode desobedecer à sequência da naturalidade. Toda violência, nesse campo, tem como resposta o desastre e o desequilíbrio psicossomático.

O erro que se nota em muitas casas espíritas é a tendência de forçar o desenvolvimento das faculdades mediúnicas, numa chamada insistente de Espíritos de todas as qualidades, para que possam se apossar das pessoas presentes às reuniões. Sentam-se à mesa, com vontade de servir, não resta dúvida, mas se esquecem das consequências que advirão da falta de habilidade, na ânsia de fazer o melhor. Os diretores das sessões, comumente, são desprovidos de experiência para lidar com o invisível. Comandam uma reunião, chegando às carreiras, e não despregam os olhos do relógio para uma volta apressada, queimando, assim, todo o material fluídico que os Espíritos trazem, por amor e caridade. E aquele magnetismo da pressa espraia-se pelo ambiente todo, fazendo-o esquecer-se da incumbência que o levou àquela reunião, cujo objetivo é levar a tranquilidade a todos e o entendimento aos Espíritos menos esclarecidos. A base de uma reunião elevada é, pois, a segurança mediúnica, que se faz através da sabedoria do medianeiro, aliada ao amor incondicional.

Se és candidato à mediunidade, se palpita em teus sentimentos a vontade de servir de instrumento à comunicação dos Espíritos, analisa quem és para saberes com quem haverás de te comunicar. 

Não podemos deixar de descrever o que se processa, no trabalho mediúnico desavisado, àquele que desconhece a realidade espiritual: entre dois corpos que o Espírito usa para comandar o físico, o astral e o etérico, encontra-se estruturado um filtro, muito parecido com uma tela sutil, altamente trabalhado pela natureza, em conexão com a Inteligência Suprema, que de nada se esqueceu a nosso favor. Essa tela etérica, no dizer dos estudiosos das coisas espirituais, serve de barreira à comunicação constante entre os dois mundos, permitindo tão somente o intercâmbio com os Espíritos superiores, já que essa tela dá passagem aos fluidos puríssimos que provêm das altas esferas. Assim como o filtro de um lar dá passagem facilmente à água já pura, sem ceder lugar ao líquido poluído, o mesmo se passa no campo do Espírito. Todavia, é interessante saber que essa tela etérica pode romper-se. E isso acontece com frequência. Aí, o próprio médium, ao desenvolver-se, manifesta desequilíbrio em todos os setores da sua sensibilidade. Essa tela é feita de átomos espirituais altamente afins, que se congregam por atração magnética da própria consciência, com o auxílio dos guias do tutelado. Mas ela se rompe por variadas causas, contrárias às leis naturais, como o fumo, que se volatiliza, no seu uso exagerado e corrói a tela sutil desse filtro fluídico que protege o medianeiro. O mesmo ocorre com o álcool, a carne em demasia e as drogas.

Na parte mental, vamos encontrar os maiores inimigos dessa segurança mediúnica, que são o ódio, a vingança, a maledicência, a brutalidade, a usura. Pensamentos que envolvem tais sentimentos provocam uma espécie de curto-circuito na tela etérica, rompendo seus delicados filamentos e colocando o médium em estado de dependência com os Espíritos inferiores. Eis aí a obsessão, desequilíbrio presente em grande maioria dos medianeiros, em todo o mundo. Ainda existem outros perigos que mencionaremos depois, quando surgir oportunidade de conversarmos, pelos meios da escrita e da presença espiritual.

O canal sujo suja a água que vem do céu. E, se atraímos o nosso semelhante pela lei dos afins, o médium consciente do seu dever sabe a que tipo de entidade estão servindo as suas faculdades.

Se desejas fazer o bem a quem caminha contigo, ama muito, mas não te esqueças de instruir, sempre. Educa, em todos os momentos, mas lembra-te, constantemente, de aplicar a disciplina em teus passos. Fala, nas horas certas, sem te esqueceres de vigiar o que dizes, para que possas dizer, na amplitude dos teus trabalhos, sem exigências, como falou o grande apóstolo dos gentios: 

“O Cristo em mim é motivo de glória”.



Miramez







Marco Prisco - Livro Diretrizes para uma Vida Feliz - Divaldo P. Franco - Cap. 37 - Comportamento sábio




Marco Prisco - Livro Diretrizes para uma Vida Feliz - Divaldo P. Franco - Cap. 37


Comportamento sábio
 

O que lhe falta é possível que não lhe faça falta.

Você atribui demasiado valor ao que não corresponde, porque deixou de considerar o que tem.

A sua felicidade não pode estar condicionada a coisas, cujo sentido não tem significado real, porque esse é-lhe apenas atribuído.

Não tendo o de que gostaria, passe a gostar do que possui.

Proponha-se a revisar os seus conceitos sobre os valores a que atribui importância e realizará uma grande revolução conceptual em sua vida.

Na ausência do que precisa, aplique aquilo de que dispõe.

A maioria dos que se queixam de carência, encontra-se com excesso que a outros faz muita falta.

Ao homem consciente bastam as preocupações de cada dia, porquanto, pelas que hão de chegar pode tornar-se desperdício, em razão de virem por circunstâncias aleatórias à sua vontade.

Quem se contenta consigo mesmo, com o que possui e é, reparte alegria e favorece com felicidade todos aqueles que ainda não aprenderam a valorizar a breve existência corporal.

Tudo, na Terra, é transitório: felicidade e desdita.

Assim, aprenda a fruir cada circunstância e momento, como preparação para o seu perene bem-estar, que logo chegará, e terá adquirido um comportamento sábio.


Marco Prisco









 

Joanna de Ângelis - Livro Momentos de Saúde - Divaldo P. Franco - Cap. 6 - Amor acima de tudo




Joanna de Ângelis - Livro Momentos de Saúde - Divaldo P. Franco - Cap. 6


Amor acima de tudo 


Jesus recomendou que o amor deve ser a pedra angular de todas as construções. Considerou-o como o mandamento maior e sintetizou toda a Lei e os profetas no amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Nessa diretriz de aspecto tríplice estão presentes todas as realizações humanas, suas ambições e metas.

O amor a Deus significa o respeito e a ação preservadora da vida em todas as suas expressões, tornando-se o ser parte integrante d’Ele, consciente do conjunto cósmico.

A responsabilidade perante a Natureza, não a agredindo nem a vilipendiando, antes contribuindo para o seu desenvolvimento e harmonia, expressa o amor que contribui para a obra divina, homenageando-lhe o Autor.

O amor ao próximo é conseqüência daquele que se dedica ao Genitor, demonstrando a fraternidade que a todos deve unir, por Lhe serem filhos diletos que marcham de retorno ao Seu seio.

Sem este sentimento para com o seu irmão, eis que se desnorteia na solidão e enfraquece-se, descoroçoando-se nas atividades iluminativas.

O amor a si mesmo sem a paixão ególatra eleva-o à culminância da plenitude, auxiliando-o no desenvolvimento dos ignorados tesouros que lhe jazem adormecidos.

Esse amor se manifesta como forma de preservar e dignificar a existência física, harmonizando-se com o conjunto geral, tornando- se um polo de irradiação de alegria, paz e bem-estar que a todos impregna.

Observa se te encontras na condição de cumpridor da recomendação do Mestre. Nessa síntese perfeita defrontas todas as necessidades para a tua atual existência e a solução para todos os teus problemas.

Avalia com serenidade a tua conduta em relação a Deus, ao próximo e a ti mesmo.

Caso te encontres em falta com algum dos postulados da tríade superior, propõe-te em corrigir a deficiência, em alterar a conduta para a plenificação.

Certamente descobrirás a necessidade de amar o Pai Celeste e o próximo conforme as tuas possibilidades. No entanto, tens restrições ou paixões com referência a ti mesmo.

Em uns períodos detestas-te, enquanto que noutros justificaste, confessando-te vítima dos outros.

Necessário que te ames com retidão.

Dedica-te à meditação salutar em torno das tuas deficiências, para corrigi-las, e dos teus valores, para ampliá-los. Usa de severidade sem crueza e de amor sem pieguismo, para te colocares em rota de equilíbrio, de crescimento.

Amar-se é maneira de aprimorar-se em espírito, em emoção e em corpo. Sem nenhum desprezo por qualquer componente do conjunto harmônico que és, ama-te, lutando com tenacidade para te superares cada dia mais, estabelecendo novas diretrizes e alvos promissores que lograrás, sendo generoso, ativo e perseverante no bem, em relação a ti mesmo.

• O amor divino inunda-me de paz.
• Sua presença conduz-me ao próximo, que passo a amar.
• Descubro-me em falta para com Deus e para com o meu irmão.
• Por fim, amo-me e renovo-me, pleno, regozijando-me no amor, que é a meta essencial da vida. 


Joanna de Ângelis







Emmanuel - Livro Pensamento e Vida - Chico Xavier - Prefácio - Pensamento e vida




Emmanuel - Livro Pensamento e Vida - Chico Xavier - Prefácio


Pensamento e vida


Perguntou-nos coração amigo se não possuíamos algum livro no Plano Espiritual, suscetível de ser adaptado às necessidades da Terra.

Algumas páginas que falassem, ao espírito, dos problemas do espírito… Algo leve e rápido que condensasse os princípios superiores que nos orientam a rota…

E lembramo-nos, por isso, de singela cartilha falada de que dispomos em nossas tarefas, junto aos companheiros em trânsito para o berço, utilizada em nossas escolas de regeneração, entre a morte e o renascimento.

Anotações humildes que repontam do cérebro como flores que rebentam do solo, sem pertencerem, no fundo, ao jardim que as recolhe, por nascerem da Bondade de Deus que conjuga o Sol e a gleba, a fonte e o ar, o adubo e o vento, para nelas instilar a cor e a forma, a beleza e o perfume…

Eis aqui, portanto, adaptada quanto possível ao campo do esforço humano, a nossa cartilha simples.

“Pensamento e Vida”, chamamos-lhe no Mundo Espiritual e, sob a mesma designação, oferecemo-la aos nossos irmãos de luta, temporariamente internados na Esfera Física, para informá-los, ainda uma vez, de que o nosso pensamento cria a vida que procuramos, através do reflexo de nós mesmos, até que nos identifiquemos, um dia, no curso dos milênios, com a Sabedoria Infinita e com o Infinito Amor, que constituem o Pensamento e a Vida de Nosso Pai.


Emmanuel
Pedro Leopoldo, 11 de fevereiro de 1958







domingo, 28 de março de 2021

Emmanuel - Livro Marcas do Caminho - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 12 - Caridade e Jesus




Emmanuel - Livro Marcas do Caminho - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 12


Caridade e Jesus


A história do Bom Samaritano, ainda hoje, compele-nos a reconhecer na caridade o caminho aberto por Jesus à união e à paz, entre as criaturas, e não antes dele.

Os papiros do Egito ancião não se reportam a qualquer sentimento, qual o da Parábola, capaz de reunir corações estranhos uns aos outros.

Os documentários de Roma Imperial não evidenciam qualquer vestígio de semelhante demonstração de calor humano.

As páginas da Grécia antiga, conquanto se definam, até agora, por ápices da cultura filosófica de todos os tempos, não nos revelam indícios desse amor ao próximo, desacompanhado de indagações.

Arquivos de povos outros que passaram na Terra, antes do Cristo, não revelam qualquer sinal desse imperativo de amparo imediato a necessitados que se desconheça.

Jesus, porém, com a história do Samaritano generoso, inaugura um mundo novo no campo emotivo da Humanidade, com base na assistência a qualquer irmão do caminho terrestre, que se veja em calamidade e penúria, sem distinção de credo e raça.

Caridade, onde esteja, é a presença de Nosso Senhor Jesus-Cristo.

Sempre que te detenhas a contemplar um hospital ou um lar consagrado aos desprotegidos, uma instituição de auxílio social ou de socorro fraterno, eleva o pensamento à Bondade Divina em sinal de louvor e colabora, quanto puderes, em benefício dos outros.

Através do ensinamento do Senhor, todas as criaturas válidas são naturalmente chamadas pelas Leis de Deus, à sustentação possível daquelas outras que estejam caídas em provação.

E sempre que te observes à frente de quaisquer dessas obras dedicadas à compreensão e ao amor, recorda que te achas, perante a irradiação da Luz Divina, ou mais propriamente, ante a Caridade e Jesus.


Emmanuel





(Grupo Espírita da Prece — Uberaba, MG, 27.10.1978)

Emmanuel - Livro da Esperança - Chico Xavier - Cap. 13 - Na hora da tristeza




Emmanuel - Livro da Esperança - Chico Xavier - Cap. 13


Na hora da tristeza


“Vós sois a luz do mundo…” — JESUS (Mateus, 5.14)


“Não digais, pois, quando virdes atingido um de vossos irmãos: “É a justiça de Deus, importa que siga o seu curso.” Dizei antes: “Vejamos que meios o Pai misericordioso me pôs ao alcance para suavizar o sofrimento do meu irmão.” — (Cap. V, 27)


Entraste na hora do desalento, como se te avizinhasses de um pesadelo.

Indefinível suplício moral te impele ao abatimento, mágoas antigas surgem à tona.

Sentes-te à feição do viajor, para cuja sede se esgotaram as derradeiras fontes do caminho.

Experimentas o coração no peito, qual pássaro fatigado, ao sacudir, em vão, as grades do cárcere.

Ainda assim, não permitas que a ansiedade te lance à tristeza inútil.

Se a incompreensão alheia te azedou o pensamento, recorda os companheiros enfermos ou mutilados, quando não conhecem a própria situação, qual seria de desejar e prossegue servindo, a esperar pelo tempo que lhes dará reajuste.

Se amigos te abandonaram em árduas tarefas, à caça de considerações que lhes incensem a personalidade, medita nas crianças afoitas, empenhadas a jogos e distrações, nos momentos do estudo, e prossegue servindo, a esperar pelo tempo, que a todos renovará na escola da experiência.

Se deixaste entes queridos ante a cinza do túmulo, convence-te de que todos eles continuam redivivos, no Plano Espiritual, dependendo, quase sempre, de tua conformação para que se refaçam e prossegue servindo, a esperar pelo tempo, que te propiciará, mais além, o intraduzível consolo do reencontro.

Se o fardo das próprias aflições te parece excessivamente pesado, reflete nos irmãos desfalecentes da retaguarda, para quem uma simples frase reconfortante de tua boca é comparável a facho estelar, nas trevas em que jornadeiam, e prossegue servindo, a esperar pelo tempo, que, no instante oportuno, a cada problema descortinará solução.

Lembra-te de que podes ser, ainda hoje, o raciocínio para os que se dementaram na invigilância, o apoio dos que tropeçam na sombra, o socorro aos peregrinos da estrada que a penúria recolhe nas pedreiras do sofrimento, o amparo dos que choram em desespero e a voz que se levante para a defesa de injustiçados e desvalidos.

Não te detenhas para relacionar dissabores… Segue adiante, e se lágrimas te encharcam a ponto de sentires a noite dentro dos olhos, entrega as próprias mãos nas mãos de Jesus e prossegue servindo, na certeza de que a vida faz ressurgir o pão da terra lavrada e de que o sol de Deus, amanhã, nos trará novo dia.


Emmanuel