domingo, 30 de novembro de 2025

Emmanuel - Livro Pão Nosso - Chico Xavier - Cap. 109 - Três imperativos



Emmanuel - Livro Pão Nosso - Chico Xavier - Cap. 109


Três imperativos


“E eu vos digo a vós: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.” — JESUS. (Lucas, 11:9)


Pedi, buscai, batei…

Estes três imperativos da recomendação de Jesus não foram enunciados sem um sentido especial.

No emaranhado de lutas e débitos da experiência terrestre, é imprescindível que o homem aprenda a pedir caminhos de libertação da antiga cadeia de convenções sufocantes, preconceitos estéreis, dedicações vazias e hábitos cristalizados.

É necessário desejar com força e decisão a saída do escuro cipoal em que a maioria das criaturas perdeu a visão dos interesses eternos.

Logo após, é imprescindível buscar.

A procura constitui-se de esforço seletivo. O campo jaz repleto de solicitações inferiores, algumas delas recamadas de sugestões brilhantes. É indispensável localizar a ação digna e santificadora.

Muitos perseguem miragens perigosas, à maneira das mariposas que se apaixonam pela claridade de um incêndio. Chegam de longe, acercam-se das chamas e consomem a bênção do corpo.

É imperativo aprender a buscar o bem legítimo.

Estabelecido o roteiro edificante, é chegado o momento de bater à porta da edificação; sem o martelo do esforço metódico e sem o buril da boa vontade, é muito difícil transformar os recursos da vida carnal em obras luminosas de arte divina, com vistas à felicidade espiritual e ao amor eterno.

Não bastará, portanto, rogar sem rumo, procurar sem exame e agir sem objetivo elevado.

Peçamos ao Senhor nossa libertação da animalidade primitivista, busquemos a espiritualidade sublime e trabalhemos por nossa localização dentro dela, a fim de converter-nos em fiéis instrumentos da Divina Vontade.

Pedi, buscai, batei!…

Esta trilogia de Jesus reveste-se de especial significação para os aprendizes do Evangelho, em todos os tempos.


Emmanuel











Hammed - Livro Estamos Prontos: Reflexões Sobre o Desenvolvimento do Espírito Através Dos Tempos - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 1 - Solidariedade e Bondade



Hammed - Livro Estamos Prontos: Reflexões Sobre o Desenvolvimento do Espírito Através Dos Tempos - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 1


Solidariedade e Bondade


(…) Vemos em Deus a essência virtual que sustenta o mundo em cada uma de suas partes microscópicas, daí resultando ser o mundo como que por Ele banhado, embebido em todas as suas partes, e que Deus está presente na composição mesma de cada corpo. (…) — Camille Flammarion (Deus na Natureza - FEB.)

Nossa forma de entender o mundo interfere em nossa visão de Deus, assim como a maneira de concebermos Deus influi na visão de nós mesmos. Os limites da consciência são as divisas do nosso mundo; só há mudança para melhor quando se enxerga, com clareza, por cima das fronteiras físicas.

Isaac Newton e René Descartes cedem lugar a Albert Einstein, e a chegada da astrofísica e da física quântica obriga-nos a encarar o Universo de modo diferente e, pelas mesmas razões, a ideia da Divindade.

“Não há efeito sem causa – disse Allan Kardec – e todo efeito inteligente tem forçosamente uma causa Inteligente.” Ora, se Deus é a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, Ele transcende a natureza física de tudo quanto existe, ou seja, Deus, como Criador, está presente nas Suas obras, através de Suas leis, que representam a ligação do todo existente com Sua potencialidade divinal. As leis da evolução e de causa e efeito explicam a Sua imanência – o que está inseparavelmente contido no âmago dos seres.

Deus é inerente, quer dizer, Ele está em tudo e tudo está n'Ele, mas tudo não é Deus. Deus está em todas as criaturas e criações, mas é distinto, não Se confunde com nenhuma delas. Os indivíduos e todos os seres inanimados do Universo não são Deus, mas não estão separados d'Ele.

Pananteísmo significa “Deus Se revela em tudo”; existe no imo de todas as coisas, existe acima de tudo e além de tudo. Entretanto é necessário não confundirmos panteísmo com pananteísmo. No panteísmo, diz-se que todas as coisas são Deus; no pananteísmo, que Deus tem presença marcante em tudo. Corroborando esse conceito, disse Paulo de Tarso (Atos, 17:28.): “N'Ele vivemos, movemo-nos e existimos”.

Os Benfeitores Espirituais disseram a Kardec que a ideia de Deus é intrínseca aos povos primitivos, uma espécie de sentimento inato(1) impresso no espírito, que não foi imposto pela educação, ou seja, pelas tradições nem pelos valores intelectuais, morais e religiosos. Essa noção faz parte do sentimento natural, bem como outras tantas riquezas e bens de cunho imortalista, que estão gravadas no imo da humanidade.

A presença de Deus constitui a essência que não se restringe unicamente à consciência humana, mas se estende a toda a Natureza. O Espiritismo elucida-nos a ideia de Deus, apresentando-a com todo o seu poder de esclarecimento, de modo simples e preciso, retirando o véu que cobre a transcendência divina e colocando-a sob a luz do bom senso e da razão, dos princípios lógicos e da fé raciocinada.

Parafraseando as afirmativas de Frans de Waal a respeito da solidariedade no mundo animal, escrevemos: o sentimento de acolhimento, cujo intuito é socorrer e ajudar, faz parte da nossa herança primata, mas os seres humanos têm imensa resistência em admitir que essas boas qualidades são parte da evolução filogenética de todo o reino animal. Quando indivíduos cometem genocídio – destruição de populações ou povos –, nós os chamamos de “animalizados”; mas, quando são solidários e bondosos, nós os elogiamos por serem “humanitários”.

Em 16 de agosto de 1996 (2), uma fêmea de gorila de oito anos, denominada Binti Jua, resgatou uma criança de três, que subiu em uma grade e caiu a uma altura de aproximados seis metros, dentro da jaula dos primatas. Funcionários agiram quase que de imediato, mas foi Binti que reagiu prontamente, levantou o menino, embalando-o com o braço direito, e o carregou para um lugar seguro.

Sentou-se em um tronco à beira d’água com a criança inconsciente no colo, afagou-o delicadamente com as costas da mão, deu-lhe umas pancadinhas nas costas e carregou-o por dezoito metros até uma entrada de acesso, para que o pessoal do zoológico, que já estava à espera, pudesse socorrê-lo. Esse gesto amoroso de solidariedade, gravado em vídeo e exibido para o mundo inteiro, sensibilizou muitos corações, e constatou a possibilidade de haver humanidade nos primatas não humanos. Binti Jua foi aclamada heroína e tida como um modelo de compaixão. 

Ser solidário implica, em primeiro lugar, o respeito à dignidade individual. A solidariedade tem como intuito socorrer e confortar a outrem em suas dificuldades e colaborar, de modo efetivo, para uma vida melhor no meio social em que se vive. Ela é sempre mais verdadeira quando praticada de modo espontâneo ou com quem nem mesmo se conhece.

Constata-se hoje que certos traços, antes considerados exclusivamente humanos, são também encontrados em outros primatas. Solidarizar-se é tão frequente na Natureza quanto o comportamento belicoso.

A regra áurea do Novo Testamento – não fazer aos outros o que não desejamos que nos façam – é um exemplo de solidariedade; é uma característica inerente à raça humana, uma importante qualidade para fortalecer relações interpessoais.

O objetivo do ato solidário não é somente o de dar alguma coisa, por assim dizer, mas também o de doar-se; acolhendo, ouvindo, dialogando, ajudando na mais profunda dor ou necessidade de uma pessoa.

Não queremos dizer que, para sermos solidários e bondosos, devemos comungar de modo absoluto com os pontos de vista alheios; sobretudo, isso significa que devemos estar dispostos a tentar compreendê-los e respeitá-los. Não devemos supor que pensem do mesmo modo nosso. Só haverá real solidariedade quando alcançarmos uma forma de sair de nós mesmos e avaliar como cada individualidade vê o mundo com seus próprios olhos. As experiências de vida de outra pessoa são válidas para quem as experienciou e, mesmo que contestem as nossas, devemos levá-las em consideração.

Solidariedade não é uma “fidelidade exagerada” ou “devoção patológica” com relação a pessoas, ideias e causas.

Comportamentos de “atendimento extremado”, “delicadeza excessiva” e “constantes atitudes obsequiosas” podem revelar traços de uma necessidade doentia de reconhecimento e aceitação, a fim de receber, por exemplo, segurança ou proteção.

Quando a solidariedade se torna um hábito e deixamos de empolgar-nos pelo julgamento precipitado, nossa capacidade de amar amplia-se.

Segundo George Bernard Shaw, dramaturgo, romancista e jornalista irlandês, “o pior pecado que cometemos com nossos semelhantes não é odiá-los, mas sermos indiferentes a eles. Essa é a essência da desumanidade”. O maior presente que podemos oferecer ao mundo é a total atenção à existência das criaturas. Vivemos hoje uma espécie de cegueira pública.

Criamos uma sociedade que não enxerga “os invisíveis”, ou antes, os servidores subalternos, os quais deixam de ser notados como pessoas e passam a ser tratados como coisas transparentes.

Existem só uniformes, utensílios e ferramentas; sua individualidade é por completo ignorada e, mais do que isso, a própria natureza humana desses indivíduos deixa de ser admitida e reconhecida.

Compartilhamos com a humanidade jornadas diárias e a nossa destinação mais completa se resume em dar atenção, compartilhar e compreender. São essas ações que, desenvolvidas, poderão resultar em qualidades, as quais serão via de mão dupla, ou seja, diretamente proporcionais à solidariedade que dedicarmos a nossos semelhantes.

Cada instante de nossa existência nos faculta experiências indispensáveis para o desenvolvimento de nossas qualidades inatas.

Precisamos sair do “pecado da indiferença”, que tem como cerne a “essência da desumanidade”; não devemos nos afastar da presença uns dos outros, das contribuições e até mesmo das vicissitudes, dos altos e baixos que todos enfrentamos. Sendo solidários e bondosos avançamos tanto em conjunto como individualmente.


Hammed










(1) O Livro dos Espíritos / Questão 652 – Pode-se considerar a adoração como tendo sua origem na lei natural?

– "Ela está na lei natural, uma vez que é o resultado de um sentimento inato no homem. Por isso, ela se encontra em todos os povos, ainda que sob formas diferentes."

(2) Frans de Waal, Eu, Primata - Por Que Somos Como Somos/Cia das Letras.


Bezerra de Menezes - Livro Bênçãos de Amor - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 7 - Desobsessão



Bezerra de Menezes - Livro Bênçãos de Amor - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 7


Desobsessão


"Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros, e assim como vos amei, amai-vos também mutuamente." (João 13:34)


O amigo menos feliz da Espiritualidade, ao qual tantas vezes gravamos com o pejorativo de “obsessor”, é sempre uma afeição que se transfigurou na retaguarda, metamorfoseando amor em ódio e simpatia em desacordo.

É sempre a criatura que anexamos ao distrito espiritual de nossos próprios interesses e esperanças.

Não se transformará em definitivo por força de palavras que possamos pronunciar, e nem se anestesiará ao contato de promessas que venhamos a formular.

É sempre a criatura que nos observará, quanto às ideias e planos de melhoria e elevação que anunciamos.

Possivelmente, em muitas ocorrências, respeitará a autoridade e a influência de benfeitores que nos advoguem a causa de libertação e paz, reajuste e segurança, mantendo-se, porém; transitoriamente à distância.

Entretanto, mesmo de longe; os amigos categorizados na condição que examinamos, prosseguem policiando-nos a vida e assinalando-nos os passos.

Por isso mesmo, desobsedar-se será, antes de tudo, servir e servir, servir sem propósito de obter qualquer retribuição, servir por amor para demonstrarmos o proveito das lições de aperfeiçoamento em que vamos evoluindo.

Não nos esqueçamos.

Os adversários que levantamos contra nós mesmos esperam por nós na seara do trabalho e da bênção.

O suor que derramamos no dever a cumprir ser-lhes-á a certidão de nosso burilamento e as lágrimas que vertamos, no auxílio ao próximo, serão as faíscas de luz que nos clarearão o caminho, do qual partilharão todos eles, tanto quanto nós mesmos, transformados e reconduzidos às leis de harmonia que nos governam.

Filhos, repitamos: 

Auxiliar aos outros é a forma de auxiliar-nos;

desculpar é exonerar-nos do desequilíbrio que porventura ainda nos assinala o coração; 

suportando com paciência, seremos tolerados com a grandeza daqueles que nos supervisionam a jornada; 

amar e esquecer-nos é o processo de sermos lembrados nos suprimentos da Vida Superior e sempre mais amados para sermos, um dia, o Amor de Cristo que nos convidou à felicidade suprema, asseverando convincente: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” 


Bezerra










Bezerra de Menezes - Livro Recados da Vida - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 1 - Nos caminhos da vida



Bezerra de Menezes - Livro Recados da Vida - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 1


Nos caminhos da vida


Hoje, com o amparo da Providência Divina, ser-nos-á possível auxiliar.

Amanhã, provavelmente, seremos nós a receber.


Bezerra de Menezes













Batuíra - Livro Mais Luz - Chico Xavier - Cap. 41 - Continuar e recomeçar



Batuíra - Livro Mais Luz - Chico Xavier - Cap. 41


Continuar e recomeçar


Continuemos firmes em nossa tarefa abençoando aqueles que nos firam e orando pelos que nos perseguem e caluniam.

Edificar e edificar. 

Jesus era sozinho e nós somos uma família de corações pulsando à luz do Evangelho.

Sofrer, sim. Recuar, nunca.

O Senhor segue à frente.

Ainda que lágrimas se nos constituam salário permanente, é indispensável seguir-Lhe os passos, trabalhando e amando sempre.

Em nosso favor, os créditos do equilíbrio, da paz e da felicidade íntima, no dever retamente cumprido, com o serviço em nossas mãos.

Recomeçar, sim, porque Deus também, cada dia, recomeça no mundo os processos de criação e renovação.

Cada manhã se envolve a Terra de nova luz e cada dia experiências humanas são transfiguradas para melhor em todas as direções.

A própria semente obscura e anônima é chamada a reconstituir-se e ressurgir na sombra do solo. Não nos faltarão trabalho, cooperação, solidariedade, esperança.


Batuíra










Irmã Scheilla - Livro Ideal Espírita - Espíritos Diversos - Chico Xavier / Waldo Vieira - Cap. 27 - Sinais de alarme



Irmã Scheilla - Livro Ideal Espírita - Espíritos Diversos - Chico Xavier / Waldo Vieira - Cap. 27


Sinais de alarme
 
 
Há dez sinais vermelhos, no caminho da experiência, indicando queda provável na obsessão:

quando entramos na faixa da impaciência;

quando acreditamos que a nossa dor é a maior;

quando passamos a ver ingratidão nos amigos;

quando imaginamos maldade nas atitudes dos companheiros;

quando comentamos o lado menos feliz dessa ou daquela pessoa;

quando reclamamos apreço e reconhecimento;

quando supomos que o nosso trabalho está sendo excessivo;

quando passamos o dia a exigir esforço, sem prestar o mais leve serviço;

quando pretendemos fugir de nós mesmos, através da gota de álcool ou da pitada de entorpecente;

quando julgamos que o dever ê apenas dos outros.

Toda vez que um desses sinais venha a surgir no trânsito de nossas ideias, a Lei Divina está presente, recomendando-nos, a prudência de parar no socorro da prece ou na luz do discernimento.


Irmã Scheilla











sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Miramez - Livro Filosofia Espírita - Vol. 17 - João Nunes Maia - Cap. 49 - Favorecimento



Miramez - Livro Filosofia Espírita - Vol. 17 - João Nunes Maia - Cap. 49


Favorecimento


865. Como se explica que a boa sorte favoreça a algumas pessoas em circunstâncias com as quais nada têm que ver a vontade, nem a inteligência: no jogo, por exemplo?

“Alguns Espíritos hão escolhido previamente certas espécies de prazer. A fortuna que os favorece é uma tentação. Aquele que, como homem, ganha; perde como Espírito. É uma prova para o seu orgulho e para a sua cupidez.” (O Livro dos Espíritos)


A lei que regula a reencarnação dá feições diferentes às vidas sucessivas, compondo regras e facilitando acontecimentos, de maneira a possibilitar o aprendizado das almas em marcha para a evolução espiritual. De certa forma, ninguém perde nada nas linhas da sua educação espiritual. Deus usa de todos os acontecimentos para disciplinar e fazer o aprendizado crescer, pelos métodos que Ele achar mais conveniente.

O Espírito, ao tomar um corpo de carne, certamente que precisa de um esquema, assim como é preciso uma planta do arquiteto para fazer-se um edifício e os cuidados de pessoas que entendem de construção. A mesma coisa se dá no plano espiritual; ao descer para a carne, o Espírito se submete a variados testes ou provações no mundo mas, dependendo de sua maturidade, do seu interesse pelo bem comum, essas escamas de provações vão caindo como por encanto, pela força do amor e tornando-o livre dos seus padecimentos.

O Espírito pode pedir essa ou aquela modalidade de vida, mas nem sempre lhe é concedido. Deus não põe fardos pesados em ombros frágeis. Para tanto, há instrutores espirituais, vigiando todos os processos de reencarnação. Se assim não fora, seria uma terrível desarmonia espiritual, porque quase todos os Espíritos que reencarnam não sabem o que querem.

Podes fazer uma experiência, perguntando aos homens o que eles desejam para suas vidas, que poderás sentir a realidade. A algumas almas, ou a muitas delas, as reencarnações devem ser impostas para o seu próprio bem. O que podemos explicar sobre os destinos dos homens aos Espíritos ser-lhes-á mais fácil entender; são provas, tanto a pobreza como a riqueza, são testes para as almas, visando à educação dos seus impulsos inferiores. A vida é cheia dessas situações. Nós todos nos encontramos em função da aprendizagem, enfrentando todos os tipos de provas, de acordo com as nossas necessidades. O que chamas de boa sorte de alguns homens, por vezes é má sorte para a alma, porém, em tudo Deus visa ao bem, na educação e sabedoria para Seus filhos. Vejamos o que diz o apóstolo Lucas, no capítulo dezenove, versículo quarenta e dois:

E dizia:

Ah! Se conhecesses por ti mesma, ainda hoje, o que pode te levar à luz!

Mas isto está, agora, oculto aos teus olhos.

Os que se encontram preparados conhecerão o oculto e libertar-se-ão das garras da ignorância, pelos seus próprios esforços na paz de Deus. Nunca deves deixar de procurar, porque às vezes tudo está pronto, bastando somente os teus esforços, a tua parte para a tua paz interior. O espírita deve procurar sempre as pegadas de Jesus, porque Ele é o caminho, a verdade e a vida. Ninguém de Seu rebanho vai à luz senão por Ele.

O Espiritismo codificado por Allan Kardec teve a honra de vir tornar conhecido Jesus para a humanidade, apresentando um Jesus todo amor, a trazer a esperança em todas as suas feições de luz. Aqueles preparados e escolhidos pelo tempo são chamados para maiores entendimentos. O Cristo antes vivia fora de nós; com o advento do Mestre, em se refletindo pelos espelhos da Doutrina Espírita, Ele penetra e esplende em nossos corações, morando nas nossas consciências, a nos dizer: "Estou aqui, para a tua felicidade".

Os prazeres que são dados às almas para o gozo da vida física são testes, explicáveis pela reencarnação, que serão dados a todos como experiências, assim como também os sofrimentos e todos os tipos de infortúnios. Não há nada errado na escrita divina. O que pensas ser erro, é devido à ignorância das leis que regem a todos e a tudo.

Deus é a eterna inteligência e a Sabedoria Divina, expressando-se no Seu amor, não iria errar nos acontecimentos. Quem crê em Deus, aproveita em tudo as lições. Isto é o que deves fazer.


Miramez









Emmanuel - Livro Dinheiro - Chico Xavier - Cap. 11 - Sejamos ricos em Jesus



Emmanuel - Livro Dinheiro - Chico Xavier - Cap. 11


Sejamos ricos em Jesus


Quem julga pelas aparências, quase sempre esbarra na areia móvel das transformações repentinas a lhe solaparem o edifício das errôneas conclusões.

Existem criaturas altamente tituladas nas convenções do mundo, que trazem consigo uma fonte viva de humildade no coração, enquanto que há mendigos, de rosto desfigurado, que carreiam no íntimo a névoa espessa do orgulho a empanar-lhes o entendimento.

Há ricos que são maravilhosamente pobres de avareza e encontramos pobres lamentavelmente ricos de sovinice.

Somos defrontados, em toda a parte, por grandes almas que se fazem humildes, a serviço do Senhor, na pessoa do próximo, e frequentemente, surpreendemos Espíritos rasteiros envergando túnicas de vaidade e dominação.

Jesus, louvando os “pobres de espírito”, não tecia encômios à ignorância, à incultura, à insipiência ou à nulidade, e sim exaltava os corações simples que descobrem na vida, em qualquer ângulo da existência, um tesouro de bênçãos, com o qual é possível o enriquecimento efetivo da alma para as alegrias da elevação.

“Pobres de espírito”, na plataforma evangélica, significa tão somente “pobres de fatuidade, de pretensos destaques intelectuais, de supostos cabedais da inteligência.”

É necessário nos acautelemos contra a interpretação exagerada do texto, em suas expressões literais, para penetrarmos o verdadeiro sentido da lição.

A pobreza e a pequenez não existem na obra divina. Constituem apenas posições transitórias criadas por nós mesmos, na jornada evolutiva em que aprenderemos, pouco a pouco, sob o patrocínio da luta e da experiência, que tudo é grande no Universo de Deus.

Todos os seres, todas as tarefas e todas as cousas são peças preciosas na estruturação da vida.

Onde estiveres, faze-te espontâneo para recolher a luz da compreensão.

Alijemos os farrapos dourados da ilusão, que nos obscurecem a alma, estabelecendo a necessária receptividade no coração, e entenderemos que todos somos infinitamente ricos de oportunidades de trabalhar e servir, de aprender e aperfeiçoar, infatigavelmente.

O ouro será, muitas vezes, difícil provação e os cimos sociais na Terra, quase sempre, são amargos purgatórios para a alma sensível, tanto quanto a carência de recursos materiais é bendita escola de sofrimento, mas a simplicidade e o amor fraterno, brilhando, por dentro de nosso Espírito, em qualquer situação no caminho da vida, são invariavelmente o nosso manancial de alegrias sem fim.


Emmanuel












Emmanuel - Livro Bênção de Paz - Chico Xavier - Cap. 34 - No clima da corrigenda



Emmanuel - Livro Bênção de Paz - Chico Xavier - Cap. 34


No clima da corrigenda


“… Deixemo-nos levar para o que é perfeito…” — PAULO (Hebreus, 6:1)

Há que prevenir-nos, não só contra o fingimento que nos impele a exibir superioridade imaginária, como também contra aquele outro que nos induz a parecer piores do que somos.

Efetivamente é muito difícil assinalar qual deles o mais ruinoso aos interesses do Espírito, porque, se o primeiro coagula a vaidade, favorecendo desequilíbrio e obsessão, o segundo se define por sorrateiro agente de fuga, retardando conscientemente o serviço a fazer.

A cada passo ouvimos de companheiros, plenamente capacitados para o exercício das boas obras, afirmações como estas:

— Compreendo a necessidade do esforço no bem, mas não estou preparado para tomar compromisso…

— Sei que é preciso melhorar a situação, mas não sou santo…

— Quem sou eu para auxiliar!

— Não tenho merecimento…

— Sou criatura indigna de viver…

Entretanto, esses mesmos amigos, nas lides materiais, não se acanham de asseverar que estão procurando melhoria de nível, seja no campo de trabalho, na esfera dos vencimentos, no cultivo da inteligência ou nos recursos da profissão.

Busquemos edificar-nos em espírito, reconhecendo que, em verdade, estamos infinitamente longe das criaturas perfeitas, mas, se já conhecemos algo do Cristo, estamos na trilha da corrigenda e qualquer corrigenda, mesmo ligeira, é passo da vida no rumo da perfeição.


Emmanuel








(Reformador, dezembro 1964, página 270)

Emmanuel - Livro da Esperança - Chico Xavier - Cap. 72 - Exterior e conteúdo



Emmanuel - Livro da Esperança - Chico Xavier - Cap. 72


Exterior e conteúdo


“… Acautelai-vos, que ninguém vos engane.” — JESUS (Mateus, 24:4)


“Os fenômenos espíritas, longe de abonarem os falsos Cristos e os falsos profetas, como a algumas pessoas apraz dizer, golpe mortal desferem neles. Não peçais ao Espiritismo prodígios, nem milagres, porquanto ele formalmente declara que os não opera.” — (Cap. XXI, 7)


Forçoso distinguir sempre o exterior do conteúdo.

Exterior atende à informação e ao revestimento.

Conteúdo, porém, é substância e vida.

Exterior, em muitas ocasiões, afeta unicamente os olhos.

Conteúdo alcança a reflexão.

Simples lições de cousas aclaram-nos o asserto.

A casa impressiona pelo feitio. O interior, contudo, é que lhe decide o aproveitamento.

A máquina atrai pelo tipo. A engrenagem, todavia, é que lhe revela a função.

Exterior consegue enganar.

Um frasco indicando medicamento é capaz de trazer corrosivo.

Uma bolsa aparentemente inofensiva pode encerrar uma bomba.

Conteúdo, entretanto, fala por si.

A essência disso ou daquilo é ou não é.

Imperioso considerar ainda que todas as aquisições, conhecidas por fora, somente denotam valor real se filtradas por dentro.

Cultura é patrimônio incorruptível, no entanto apenas vale para a vida, no exemplo de trabalho daquele que a possui.

Título profissional tem o crédito apreciado pelo bem que realiza.

Teoria de elevação não vai sem a prática.

Música é avaliada na execução.

Atendamos, pois, às definições espíritas, que nos traçam deveres imprescritíveis, confessando-nos espíritas e abraçando atitudes espíritas, mas sem esquecer que Espiritismo, na esfera de nossas vidas, em tudo e por tudo, é renovação moral.


Emmanuel










quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Bezerra de Menezes - Livro Apelos Cristãos - Chico Xavier - Cap. 1 - Em nossas tarefas espirituais



Bezerra de Menezes - Livro Apelos Cristãos - Chico Xavier - Cap. 1


Em nossas tarefas espirituais


No caminho de suas realizações e tarefas, o bom trabalhador contará sempre com o auxílio do Mais Alto através dos recursos espirituais.

Mas, da mesma forma, os Benfeitores Maiores contarão sempre com a segurança de sua fé, ante as trilhas que lhe cabe percorrer e superar.

Pois que as nossas atividades mediúnicas e o trabalho metódico no Grupo Espírita a que nos vinculamos obterão o melhor rendimento no Bem sempre que confiarmos ao amparo de Jesus a nossa sementeira de paz e amor.

Confiemos em Jesus, fazendo, sempre, o melhor ao nosso alcance e os mensageiros espirituais do Mais Alto prosseguirão colaborando na sustentação de nossas forças, para a desincumbência de nossos compromissos.

Filhos, sem dúvida, nosso coração poderá usar a palavra dos Amigos Espirituais, pela inspiração com o Evangelho, sempre que nos disponhamos ao trabalho com Jesus.

A ideia Cristã é patrimônio que nos pertence a todos. Jesus conosco!

Em nossas tarefas dignas e edificantes seremos sempre sustentados com o amparo de Jesus, através de abnegados amigos do Alto.

Dever bem cumprido é degrau de ascensão à vitória.

Não nos faltará o socorro Divino no fiel desempenho de nossas obrigações.

Roguemos ao Senhor nos multiplique as energias.

Permaneçamos firmes em nossas tarefas e confiemos em Jesus hoje e sempre. Só assim a nossa saúde orgânica e espiritual receberá o melhor contingente de forças, através do campo vibratório do Círculo espiritual a que nos integramos.

Guardemos sempre a serenidade e a fé viva em nossos caminhos e confiemos no amparo de Jesus.


Bezerra de Menezes










Miramez - Livro Horizontes da Mente - João Nunes Maia - Pág. 77 - Amizade Coletiva



Miramez - Livro Horizontes da Mente - João Nunes Maia - Pág. 77


Amizade Coletiva


A amizade coletiva é de amplitude infinita, e disso depende a alma em crescimento na vida. Compreender o valor dos outros e o intercâmbio entre as criaturas é despertar o amor permanente no coração. A coletividade é uma família maior, e para que essa comunidade seja feliz, necessário se faz que reine paz em todos os corações.

A sociologia moderna induz o homem ao preparo em todos os níveis do entendimento. Que a oportunidade de aprender se estenda aos companheiros do campo, das favelas, às domésticas e aos menos favorecidos pela sorte, consoante a velha máxima bíblica: "Ganhareis o pão com o suor do vosso rosto", ou ainda, segundo um provérbio que diz: "A verdadeira caridade consiste não em dar peixe ao homem, mas em ensiná-lo a pescar."

Esse trabalho sociológico dos tempos atuais prepara as almas para a amizade coletiva. É o socialismo cristão na mais pura cordialidade, que deseja repartir o que existe de bom entre todos os que trabalham. Caso a humanidade consiga realizar esse programa, haverá um fenómeno transcendental que fará o povo moderno reviver o cristianismo primitivo. Nesse instante, o Mestre, com os braços abertos sobre a Terra, dirá: "Eu voltei. A paz seja convosco."

Esforçar-se para viver bem com os semelhantes é introjetar paz no coração; é criar tranquilidade na consciência; é esquecer a discórdia e capacitar os instintos a se tornarem virtudes. A caridade ensinada por Cristo e difundida largamente pêlos espíritos, como a âncora de salvação em todos os mundos é uma amizade maior, e o cristão deve senti-la, mesmo que os beneficiados não retribuam esse afeto.

O Evangelho ainda não realizou, por completo, seu programa de amor. Ele está sendo estendido, como mensagem divina, aos quatro cantos do mundo. Ainda constitui matéria filosófica, e reina, por enquanto, na teoria, como semente deitada ao solo, em repouso, esperando que o tempo a fecunde e a faça crescer. Talvez, no fim do terceiro milénio ou início do quarto, floresça a doutrina do Cristo, na mais pura vivência. Eis que os Céus se confundirão com a Terra.

Ser-nos-á de grande proficuidade agricultar as nobres emoções, no terreno do coração, para que, amanhã, possamos sentir emoções maiores, pela multiplicidade da Lei. E esse trabalho somente se realiza aos fazermos amigos, ao granjearmos companheiros para o rebanho, do qual o Senhor Jesus é o pastor. A amizade com o Divino Amigo é transmutada em alicerce irremovível da alegria e da esperança. O verdadeiro amor começa em simples traços de cordialidade, multiplica-se, e torna-se a virtude maior, por excelência. Se vós quiserdes atingir a coletividade com bons atos e sentimentos, não queirais abarcar, de uma só vez, todos os homens. Começai pela autodisciplina, ampliai essa disposição na vossa casa, estendei esse esforço no trabalho, e avançai, com o tempo, ante a sociedade.

A afeição mútua, os primeiros sintomas de afeto para com o povo e o entendimento coletivo são os princípios do amor a expandir-se em todos os rumos, somos nós em Deus e Deus em nós; nós no próximo e o próximo em nós. A amizade coletiva nos torna mais afáveis, pois ficamos ricos do dom grandioso de sermos úteis, de compreendermos os semelhantes e de fazer com que eles sejam admirados e amados.

Devemos tudo isso ao incomparável Mestre da Galiléia, que aportou à Terra, sem exigências; que amou os homens, sem recompensa; que doou tudo de bom à humanidade, sem esperar oferta. O único objetivo, plasmado em Seu coração, era o de que a massa humana amasse a Deus sobre todas as coisas e ao próximo, como a si mesmo.









quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Joanna de Ângelis - Psicografia - Divaldo P. Franco - Alegra-te sempre



Joanna de Ângelis - Psicografia - Divaldo P. Franco


Alegra-te sempre


Quando estejas diante dos triunfadores terrestres, aqueles que são laureados pela glória momentânea e galardoados pelos recursos financeiros, da mídia, do aplauso, da inteligência, mantém-te feliz com os seus sorrisos, auxiliando-os na alegria que os invade.

Em muitos casos estão chegando à etapa anelada de uma existência assinalada por sofrimentos que ignoras e conseguiram disfarçar.

Quem os veja no júbilo atual não pode atinar com o preço que lhes foi exigido nos dias passados e tiveram que suportar sem desistir de viver.

Grande número desses ases foi carregado de infâncias ao abandono, no desprezo, na miséria de toda ordem.

Eles, porém, não se entregaram ao desalento, submeteram-se a situações deploráveis e humilhantes para chamarem a atenção.

Tiveram os sentimentos do amor e da dignidade amesquinhados e considerados desprezíveis, mas resolveram não desistir.

Não ganharam um lugar ao sol em razão dos débitos doutrora, mas trouxeram sonhos que passavam como pesadelos infaustos, cruéis.

Não poucas vezes permitiram-se situações e comportamentos degradantes para poderem adentrar-se no grupo dos poderosos e serem vistos.

O êxito chegou-lhes como um grito ainda amargo, a fim de que se pudessem recuperar para servir.

A beleza, a galhardia, o destaque, que se encontram no tapete vermelho da glória foram os mesmos requisitos que os tornaram indignos sob as circunstâncias vigentes entre os poderosos sem escrúpulos.

Agora que alcançam o podium estão marcados por males psicológicos e dramas emocionais que os tornam indiferentes aos padecimentos dos outros, ou que são obrigados a criar uma dupla existência, ocultando a sua sombra perversa e dorida...

Eles conhecem esses caminhos, e se por acaso não possuem estrutura moral, deixam-se consumir pelos prazeres absurdos, caminhando no escuro do passado e perdem-se.

Desse modo, não os invejes, nunca invejes a ninguém.

A tua admiração pelas suas conquistas transforma-se em estímulo para cresceres e chegares à meta da tua existência digna.

Todos os indivíduos, por mais brilhantes, têm a sua sombra, o seu lado escuro que tudo fazem por ocultar.

Não escarafunches as veredas por onde transitaram, respeitando-os nas suas dificuldades e imposições.

Assim sendo, não invejes nunca a gloriosa situação em que outrem se encontra.

A inveja é veneno interior e onda magnética carregada de vibrações destruidoras.

Expressa mesquinhez de quem a cultiva e infelicidade interior por ainda se encontrar em fase secundária de evolução.

Ademais, é recurso mental e emocional manipulado por Espíritos inferiores que atormentam aquele que a experiência como o outro a quem dirige a energia deletéria.

Ante a conquista de alguém que te fascina e estimula-te a crescer e superar desafios, sem mancomunações com os esquemas da desonra e do crime, fica alegre ante a demonstração de que também poderás conseguir o melhor se perseverares com entusiasmo e ação correta.

Provavelmente, não serás aceito a princípio, no entanto, se insistires no crescimento intelecto-moral serás distinguido pelas qualidades inegáveis de que serás portador. Por mais se procure impedir a luz solar a alcançar a Terra, ela continuará insistindo.

Cada qual vale o que é e não o que se supõe.

A História narra extraordinárias existências de mulheres e de homens que foram achincalhados, perseguidos e, sem nenhuma possibilidade de vencerem os abismos que defrontaram, tornaram-se heróis e verdadeiros herdeiros de Deus em todos os seus empreendimentos.

A Humanidade, porém, necessitou deles e no seu momento ei-los presentes para mudarem o rumo do progresso. Subestimados, fizeram-se conquistadores e heróis, apóstolos e sábios despreocupados com a aceitação ou não do seu valor, mas conscientes do ministério que vieram exercer.

Gigantes com aparência minúscula, promoveram a sociedade e vêm eliminando a desonra e os loucos objetivos dos inimigos do progresso e do Bem.

Assim, diante dos triunfantes, ora por eles e admira-os pela coragem e valor moral que tiveram para vencer as prisões sem grades dos lugares onde suportaram as marcas do fogo e prosseguiram até o momento final...

Eles estão a serviço da Lei Divina, construindo o mundo sempre melhor para si mesmos e a Humanidade na qual se encontram.

Por outro lado, não denigras os que tombaram, por não terem tido forças para suportar a carga pesada da fama e as exigências da nova situação complexa que devem vivenciar.

Não se permitiram contaminar pelo horror da peste do suborno, do mercantilismo, da indiferença moral dos seus cargos e encargos, sendo atropelados pelos voluptuosos que os esmagaram.

Não venderam a alma a Satanás, a fim de permanecerem no falso brilho do fausto enganador.

Nunca te esqueças de que tudo é muito rápido no tempo terrestre, e a gangorra das mudanças está sempre em movimento, elevando e rebaixando os que nela se acolhem.

Quando estiveres por cima, preserva o equilíbrio, porque há outros puxando-te, a fim de tomarem o teu lugar.

Cumpre, portanto, com o teu dever onde estejas e como te encontres.

Transitória é a glória terrestre, assim como o é a desventura no mundo.

Avança com a consciência íntegra e sempre alegre.

Em qualquer circunstância na qual estejas, lembra-te de Jesus que as experimentou diversas e jamais perdeu o roteiro para o Reino dos Céus.

Mantém-te vinculado a Ele e sê feliz sempre.


Joanna de Ângelis









Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 8 de dezembro de 2021, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador Bahia.


Emmanuel - Livro Taça de Luz - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 9 - Apliquemos



Emmanuel - Livro Taça de Luz - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 9


Apliquemos

 
Não nos conformemos à pura condição de ouvintes, diante das verdades eternas.

Como classificar o aluno que estuda indefinidamente, sem jamais aprender, ou o homem que desaprovar sem experimentar?

Recordemos que tudo na vida é causa e efeito, ação e retribuição.

Quem descobre algo de importante para o bem, realmente, não foge a demonstrações.

Quem planta com segurança colhe a seu tempo.

Quem examina com atenção adquire conhecimento.

Quem analisa, com imparcialidade, alcança a luz da justiça.

Quem estima as indicações valiosas, procura segui-las.

Quem ama auxilia sempre, agindo em favor do objeto amado.

No círculo das ideias superiores, a lei não difere.

Se buscamos o “mais alto”, não desdenhamos subir.

Se pretendemos a sublimação, não nos cabe olvidar a disciplina.

Se desejamos o equilíbrio ou a reestruturação é necessário fugir à desarmonia.

Se tentamos o convívio com as claridades da montanha, não podemos mergulhar o coração nas sombras do vale.

Se aspiramos a ressurreição, não menosprezaremos o ato de renovar.

Se sonhamos com a Esfera Maior, na largueza dos nossos projetos e ideais, é imprescindível voar no campo restrito do “eu” à glória da vida universal.

As comparações simples lembram-nos as obrigações complexas, ante as leis que nos regem.

Sejamos dedicados ouvintes, procurando a posição de executores das lições recolhidas e cedo alcançaremos o prêmio do amor e da sabedoria que representam as duas faces de nossa felicidade eterna.


Emmanuel







Psicografia em Reunião Pública. Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas. 1951.


Hammed - Livro Renovando Atitudes - Francisco do Espirito Santo Neto - Cap. 51 - Perfeição versus perfeccionismo



Hammed - Livro Renovando Atitudes - Francisco do Espirito Santo Neto - Cap. 51


Perfeição versus perfeccionismo


“... Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos? — Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial....” — Mateus, 5:44-48 (E.S.E. - Cap. 17, item 1.)

As tendências ao perfeccionismo têm raízes profundas e escondidas revelando, às vezes, um grande medo indefinido e oculto. A diferença principal entre um indivíduo saudável e o perfeccionista é que o primeiro controla sua própria vida, enquanto o segundo é controlado sistematicamente por sua compulsão pertinaz.

Trazemos como somatório de múltiplas existências crenças negativas de que nosso valor é medido por nossos desempenhos bem-sucedidos e que os erros nos rebaixariam o merecimento como pessoa. Daí as emoções desconexas de medo, de desagrado e de punição. Como exemplo, pensamos inconscientemente que, se formos imperfeitos e falhos, as pessoas não vão mais confiar em nós, ou jamais teremos sucesso na vida, O transtorno dos perfeccionistas é não se aceitarem como espíritos falíveis, não aceitando também os outros nessa mesma condição, tentando assim agradar a todos e lhes corresponder às expectativas.

Às vezes os perfeccionistas podem até pensar, mas não admitem: “se eu fracassar, vão me criticar”; em outras ocasiões, insistem em dizer que “não pensam assim”, demonstrando, porém, o contrário, pois ficam profundamente descontrolados quando cometem algum erro.

Cenas fixações pelo desempenho perfeito são necessidades de aprovação e carinho que nasceram durante a infância: “Se você não fizer tudo certinho, a mamãe e o papai não vão gostar mais de você”. São vozes do passado que ecoam até hoje nas mentes perfeccionistas.

Esses distúrbios de comportamento levam, em muitas situações, os indivíduos a uma lentidão superlativa para fazer as coisas. Querem fazer tudo com tantos detalhes e precisão que nunca acabam o que estão fazendo. Outros são conhecidos pelo nome de proteladores, ou seja, adiam sistematicamente a ação, por temer um desempenho imperfeito. Por exemplo, se começam a apontar um lápis, levam o objeto à destruição em alguns minutos, pela busca milimétrica da perfeição. Outros sintomas ou sinais mais comuns: certas pessoas são obcecadas em dispor as coisas simetricamente, de modo que não fiquem um centímetro fora do lugar. Quanto mais verificam, mais querem checar e mais têm dúvidas.

Os perfeccionistas necessitam ser impecáveis, respondem a todas as perguntas, mesmo àquelas que não sabem corretamente. Por possuírem desordens psíquicas, buscam incessantemente controlar a ordem exterior, vigiando os comportamentos alheios como verdadeiros juízes da moral e dos costumes.

Por não admitirmos o erro e por não percebermos que o único fracasso legítimo é aquele com o qual nada aprendemos, é que os conceitos de perfeição doentia perturbam constantemente nossa zona mental. Por isso, o erro não deve ser considerado como perda definitiva, mas apenas uma experiência de aprendizagem.

‘‘Sede pois, vós outros, perfeitos, como vosso Pai Celestial é perfeito’’ - disse-nos Jesus Cristo. Entretanto, não nos conclama com essa assertiva para que tomemos “ares” de perfeição presunçosa, e sim que nos esforcemos para um crescimento gradual no processo da vida, que nos dará oportunamente habilidades cada vez maiores e melhores.

Somos todos convocados pelo Mestre ao exercício do aperfeiçoamento, mas contemos com o tempo e a prática como fatores essenciais, esquecendo a perfeição doentia, atrelada a uma “determinação martirizante e desgastante, que nos faz despender enorme carga energética para manter uma aparência irrepreensível.

Repensemos o texto cristão, refletindo se estamos buscando o crescimento rumo à perfeição, ou se estamos simulando possuir uma santidade que não suporta sequer o toque da menor contrariedade.


Hammed