Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. X - 9. Lei de liberdade
Liberdade de consciência
837. Que é o que resulta dos embaraços que se oponham à liberdade de consciência?
“Constranger os homens a procederem em desacordo com o seu modo de pensar, fazê-los hipócritas. A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso.”
Allan Kardec
O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez
Questão 837 comentada
A liberdade de consciência é força do progresso espiritual de todas as criaturas, não obstante, há países, por contradição materialistas, que desejam opor-se a esta liberdade. Nenhum regime político consegue se manter quando não entende as leis naturais, ou tenta impedir a sua ação. Infelizes dos homens que tentam constranger a liberdade de consciência, região divina no homem, para ouvir o que os Céus desejam falar.
Os maus acontecimentos que surgiram em todos os tempos, e que estão se processando, fazendo as criaturas sofrerem, e os que vêm por aí, no que se chama "os fins dos tempos", são produto do constrangimento que se quer fazer contra a consciência, onde estão escritas todas as leis universais para a educação e entendimento das criaturas.
A consciência nos inspira para amar; a alma que desconhece essa fonte, odeia.
A consciência nos inspira para a paz; a alma ignorante procura a guerra.
A consciência nos fala para perdoar;
A alma esquece a advertência e revida todas as ofensas.
E nesta ação contrária, o Espírito vai criando o seu próprio inferno e passa a sofrer dentro dele, até surgir a maturidade, conscientizando-o de que deve reparar o mal que fez, recolhendo muitas experiências e fazendo acender a luz no coração.
Convém analisar as vidas que nos cercam, que vibram em todas as dimensões, pois desse modo poderemos compreender as leis de Deus com mais facilidade. Depois que o Espírito desperta para a verdade, ele faz o que o Mestre fez, como Lucas anotou no capítulo nove, versículo seis:
Então, saindo, percorriam todas as aldeias, anunciando o Evangelho e efetuando curas por toda parte.
Somente fluem as bênçãos de Deus nos corações que O reconhecem e amam, e nesse avanço, passam a recolher e crescer em todas as virtudes, pois essa é a vontade de Deus que se expressou pela vida do Cristo.
Os homens que tentam constranger os homens para viverem contra as leis de Deus que se irradia pela consciência, buscam lutar contra o Senhor. A razão nos diz que é perda de tempo e procurar sofrimento, onde os padecimentos são sem medida. E esses padecimentos sabem educar. A consciência é uma área que deve ser livre por pertencer principalmente a Deus, depois, ser ouvida pela mente e obedecida.
A humanidade passa por uma fase de convocação para a limpeza do mal que foi posto no coração. Chegou o momento das transformações internas e essas mudanças devem ser feitas logo, para que se possa herdar a Terra. Com a mudança íntima dos seus habitantes, este mundo se transformará no paraíso almejado por todos, onde o amor será o alimento da vida. No lugar do erro, se estabelecerá a esperança, sendo que o arrependimento será nota de reconhecimento de que a alma se encontra transformando para o amor, a fim de que a fraternidade seja o caminho para o encontro com o Cristo.
Podemos afirmar que os materialistas não o são tanto quanto parece e afirmam. Eles pressentem, na intimidade da vida, a existência de Deus; no entanto, desejam negá-Lo por conveniência e para não escutarem as ordens da Suprema Majestade do Universo. Como se enganam! Somente podemos viver dentro d'Ele e Ele dentro de nós, nos comandando a todos.
Quando uma nação se esforça para estabilizar a liberdade de consciência em seus filhos, ela acende a luz no seio do seu povo, reconhecendo quem os criou. Mesmo na inconsciência de certas leis, ela pede as bênçãos de maior entendimento da vida, passando a obedecer às leis que reconhece serem de Deus.
Miramez
Filosofia Espírita - Volume XVII - João Nunes Maia
Cap. 21 - Constrangimento
Fontes: Kardecpedia; O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez; Filosofia Espírita - Volume XVII-pdf
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