Na "Peregrinação”
Desde a mudança de Chico para Uberaba, todos os sábados ele se reunia com elementos de seu grupo e os amigos espíritas, para realizar a caminhada em visita aos lares carentes na área onde hoje se estende a maior parte do Parque das Américas.
Em uma das vezes que estivemos na “peregrinação” – nome dado àquelas caminhadas – soubemos que, no sábado anterior, alguns meninos das cercanias também acompanhavam o grupo.
Entre as traquinagens com seus coleguinhas, um deles acabou por cair num poço que estava sendo aberto.
Em meio à consternação causada, Chico logo soube e pediu que se providenciasse uma corda. Enquanto esperavam por ela, ficaram em prece.
O local estava escuro, mal se via o buraco do poço. Quando a corda chegou, foi lançada ao fundo e o menino, agarrando-se a ela, foi retirado são e salvo. Aparentemente tudo acontecera de forma natural.
No dia seguinte, contudo, alguém, para tirar dúvidas quanto ao que presenciara, conseguiu ter em mãos a mesma corda usada na véspera e repetiu seu lançamento à luz do sol, a fim de verificar até onde ela chegava.
Qual não foi sua surpresa ao constatar que sua extensão alcançava um pouco mais da metade da profundidade do poço, visto ser esta bem maior do que se pensara na véspera.
E o garoto não sofrera nenhum dano!
A testemunha que nos contava, pois o médium não queria que se divulgasse o fato.
É fácil entender o cuidado de Chico ante o fenômeno que ocorrera, pois, se divulgado, seria considerado como miraculoso pela população das cercanias, dando uma conotação que não interessava ao trabalho junto às famílias carentes.
E, para os amigos espíritas, vindos dos mais distantes pontos do país, a “peregrinação” era também uma aula ao vivo de como praticar a caridade, enfatizando o contato direto com os necessitados. O médium sempre insistia no mister de estarmos próximos dos desfavorecidos da vida, para nos melhorarmos na vivência do Evangelho do Cristo.
Fonte: Julio Miyamoto
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