Últimos
Na Terra, é sempre difícil corresponder à expectativa do Céu, quando nos situamos nos primeiros lugares da vida de relação.
Aqueles que dominam nos enganos educativos da carne se algemam, habitualmente, a tantos compromissos com a sombra que, de modo geral, não dispõem de recursos senão para a defesa obstinada dos seus tesouros de ilusão.
A evidência no mundo, quase sempre, é aflitivo cativeiro.
A liberdade, entre as criaturas terrestres, é supressão de liberdade.
A riqueza material, frequentemente, é dolorosa escravidão do Espírito.
A mocidade física, em muitas ocasiões, é tentação à indisciplina com imprevisíveis consequências.
A autoridade terrena costuma ser amargurosa tortura moral.
A vitória, entre os homens, na maioria das vezes, sofre lastimável degenerescência, arrojando-se facilmente aos despenhadeiros do crime e do arrependimento.
Mas os que sabem caminhar, nos últimos lugares do mundo, realizam sublimes aquisições da alma, no rumo da Imortalidade.
Quem sabe apagar-se na humildade contempla a divina claridade que fulge mais além.
Quem aprende a perder para as trevas entra na posse dos tesouros imperecíveis da luz.
Quem não pode brilhar nos artifícios da carne volta-se para dentro do próprio ser e aí consegue plasmar qualidades de eterna beleza.
Quem sabe receber a lição dos vencidos, enche-se de misericórdia e compreensão, convertendo-se em luminoso vaso de fraternidade, por onde se derrama o auxílio de Deus para as criaturas.
Se te encontras, acaso, entre os últimos, guarda a paciência e regozija-te, porque estarás na companhia daquele que se fez o derradeiro de todos os tempos, como a sublime fonte de luz, que se agiganta com os séculos, clareando o roteiro dos homens, na Terra e além da morte.
Emmanuel
Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano
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