segunda-feira, 7 de abril de 2025

Emmanuel - Livro Escrínio de Luz - Chico Xavier - Cap. 56 - A incógnita do Além



Emmanuel - Livro Escrínio de Luz - Chico Xavier - Cap. 56


A incógnita do Além


Meus amigos, Deus vos conceda muita paz espiritual no caminho diário.

Conheço a ansiedade com que muitos de vós outros batem às portas da revelação; sei de vossas aspirações e já experimentei vosso desejo infinito.

O homem defrontará sempre a incógnita do Além-túmulo, tomado de indizíveis angústias, quando se distancia do alimento espiritual, matéria prima da vida externa.   

É o que ocorre no cenário de vosso século, repleto de acontecimentos de profunda significação científica e filosófica, cercados de realizações, da máquina e empolgados de ideologias políticas; permaneceis à beira de abismos que solapam os séculos laboriosos de realizações.

O homem moderno cresceu em suas realizações puramente intelectualísticas avançando no domínio das organizações materiais entretanto, por traz de muralhas de livros, ao longo de códigos pacientemente elaborados, à sombra de laboratórios, a inteligência da criatura se esconde para preferir a morte. A ciência que devassou desde o subsolo à estratosfera, manifesta a sua impossibilidade de dominar o vulcão mortífero. 

Vinte séculos de pensamento cristão não bastaram. Milhares de mensagens da Providência Divina, convertidas em utilidades para a civilização de nossos tempos sopitaram os novos surtos de devastações e misérias. 

Não lamentamos porém. Apenas nos referimos à semelhante derrocada para exaltar a grandeza da experiência espiritual.

O homem econômico de nossas filosofias atuais não pode subsistir no quadro da evolução divina. 

O homem é Espírito antes de tudo. A Terra é a nossa escola milenária, aguardando resignadamente a nossa madureza de sentimentos.

É por isto que acorrestes à presente reunião, em vossa maioria tangidos pelo desejo de auscultar o desconhecido. É por isto que esperáveis expressões fenomênicas que vos modificassem inteiramente. 

No fundo, meus amigos, desejais a fé, quereis tocar a certeza. Entretanto, a curiosidade não pode substituir o trabalho perseverante e metódico. Nenhuma técnica profissional por mais singela pode-se eximir de cultores da experiência sentida e vivida.

Alguns dentre vós formulais indagações mentais enquanto outros aguardam manifestações que firam as percepções externas. Todavia, apesar do desejo de vos atender particularmente, não seria possível quebrar a lei universal da iniciativa de cada um no campo do livre arbítrio que nos rege os destinos. 

Vossa ansiedade palpita em todo mundo. A humanidade suplica expressões novas que lhe definam as diretrizes para o Mais Alto e vossos corações permanecem cansados do atrito despensivo. 

Sois, de modo geral, os viajores que extenuados do caminho árido começam a indagar as profundezas do céu, tendo sempre uma resposta para quantos o contemplam, convictos de que a vida é testemunho de trabalho, de realizações e de confiança. Nenhuma elevação se verificará sem o esforço próprio.

É por este motivo que as ideias religiosas antigas, embora respeitáveis pelas mais sublimes tradições, não mais satisfazem. Os templos de pedra deixam exalar ainda o incenso da poesia, mas as novas esperanças pedem esclarecimentos concretos e roteiros precisos.

Sim, nossa sede é justa. A fonte, porém, ainda é aquela que o Mestre nos trouxe há dois mil anos.

Procurai esta água da vida eterna. Não vos deixeis dominar tão somente pela ânsia que às vezes é doentia.

Procurai de fato conhecer. Não vos restrinjais ao campo limitado da curiosidade. Toda curiosidade é boa quando conduz ao trabalho.

Recebei, portanto, os serviços de Deus, em vós mesmos. Vosso coração e vossa inteligência constituem a grande oficina. Aí dentro operareis maravilhas desde que não condeneis vossas melhores ferramentas de observação e possibilidades de serviço à ferrugem do esquecimento.

Que a vossa curiosidade seja um marco útil na estrada da sabedoria. Continuai no vosso esforço lembrando que se viestes hoje bater à porta do Mais Além, o Mais Além respondendo vem bater igualmente às vossas portas.


Emmanuel









domingo, 6 de abril de 2025

Espírito João Cléofas - Livro Triunfo da Imortalidade - Divaldo P. Franco - Cap. 14 - Ondas mentais



 João Cléofas - Livro Triunfo da Imortalidade - Divaldo P. Franco - Cap. 14


Ondas mentais


As nossas ondas emissões mentais plasmam, no fluido cósmico, as ideoplastias que tipificam a nossa onda.

Reunidos em nome de Jesus, logo se estabelece uma psicosfera propícia à modelagem de realidades benéficas para os convidados espirituais à comunicação.

Anatematizados pelos conflitos, particularmente a culpa pela maneira como aplicaram o tempo indevidamente, as nossas emissões de compaixão, de misericórdia e de simpatia, chegam-lhes como verdadeiro bálsamo e lhes diluem as imagens perversas que os aturdem, produzindo-lhes novo campo ideológico que os convida à paz.

Contribuamos com nossa mente em reflexões, em benefício dos amigos sofredores do mais-além.


Espírito João Cléofas




João Cléofas é o pseudônimo de Espírito que se manifesta pela mediunidade de Divaldo Pereira Franco. Sua verdadeira identidade é desconhecida, sabendo-se somente que foi médico cardiologista paulistano.





Emmanuel - Livro Alma e Coração - Chico Xavier - Cap. 19 - Energia e brandura



Emmanuel - Livro Alma e Coração - Chico Xavier - Cap. 19


Energia e brandura


Na marcha do dia a dia, urge harmonizar as manifestações de nossas qualidades com o espírito de proporção e proveito, a fim de que o extremismo não nos imponha acidentes, no trânsito de nossas tarefas e relações.

Energia na fé; não demais que tombe em fanatismo.

Brandura na bondade; não demais que entremostre relaxamento.

Energia na convicção; não demais que se transforme em teimosia.

Brandura na humildade; não demais que degenere em servilismo.

Energia na justiça; não demais que seja crueldade.

Brandura na gentileza; não demais que denuncie bajulação.

Energia na sinceridade; não demais que descambe no desrespeito.

Brandura na paz; não demais que se acomode em preguiça.

Energia na coragem; não demais que se faça temeridade.

Brandura na prudência; não demais que se recolha em comodismo.

No caminho da vida, há que aprender com a própria vida.

Vejamos o carro moderno nas viagens de hoje; nem passo a passo, porque isso seria ignorar o progresso, diante do motor; nem velocidade além dos limites justos, o que seria abusar do motor para descer ao desastre e à morte prematura.

Em tudo, equilíbrio, porque, se tivermos equilíbrio, asseguraremos, em toda parte e em qualquer tempo, a presença da caridade e da paciência, em nós mesmos, as duas guardiãs capazes de garantir-nos trajeto seguro e chegada feliz.


Emmanuel









Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano

Emmanuel - Livro Justiça Divina - Chico Xavier - Cap. 24 - Céu



Emmanuel - Livro Justiça Divina - Chico Xavier - Cap. 24


Céu


“O Reino de Deus está dentro de vós.” (Lucas 17:21)


Aflitiva e longa tem sido a nossa viagem multimilenária, através da reencarnação, a fim de que venhamos a entender o conceito de Céu.

Entre os chineses de épocas venerandas, afiançávamos que a imortalidade era a absoluta integração com os antepassados.

Na Índia Bramânica, admitíamos que o éden fosse a condição privilegiada de alguns eleitos, na pureza intocável dos cimos.

No Egito remoto, imaginávamos que a glória, na Esfera Espiritual, consistisse na intimidade com os deuses particulares, ainda mesmo quando se mostrassem positivamente cruéis.

Na Grécia antiga, supúnhamos que a felicidade suprema, além da morte, brilhasse no trono das honrarias domésticas.

Com gauleses e romanos, incas e astecas, possuíamos figurações especiais do paraíso e, ainda ontem, acreditávamos que o Céu fosse região deleitosa, em que Deus, teologicamente transformado em caprichoso patriarca, vivesse condecorando os filhos oportunistas que evidenciassem mais ampla inteligência, no campeonato da adulação.

De existência a existência, entretanto, aprendemos hoje que a vida se espraia, triunfante, em todos os domínios universais do sem-fim; que a matéria assume estados diversos de fluidez e condensação; que os mundos se multiplicam infinitamente no plano cósmico; que cada Espírito permanece em determinado momento evolutivo, e que, por isso, o Céu, em essência, é um estado de alma que varia conforme a visão interior de cada um.

É por esse motivo que Allan Kardec pergunta e responde:

— “Nessa imensidade ilimitada, onde está o Céu? Em toda a parte. Nenhum contorno lhe traça limites. Os mundos superiores são as últimas estações do seu caminho, que as virtudes franqueiam e os vícios interditam.”

E foi ainda, por essa mesma razão, que, prevenindo-nos para compreender as realidades da natureza, no grande porvir, ensinou-nos Jesus, claramente:

— “O Reino de Deus está dentro de vós.”


Emmanuel




Reunião pública de 24-4-1961.

1ª Parte — Cap. III — Item 18.



Emmanuel - Livro Relicário de Luz - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 77 - Ante o céu estrelado



Emmanuel - Livro Relicário de Luz - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 77


Ante o céu estrelado


Senhor:

Ante o céu estrelado, que nos revela a tua grandeza, deixa que nossos corações se unam à prece das coisas simples…

Concede-nos, Pai,

a compaixão das árvores,

a espontaneidade das flores,

a fidelidade da erva tenra,

a perseverança das águas que procuram o repouso nas profundezas,

a serenidade do campo,

a brandura do vento leve,

a harmonia do outeiro,

a música do vale,

a confiança do inseto humilde,

o espírito de serviço da terra benfazeja, para que não estejamos recebendo, em vão, tuas dádivas, e para que o teu amor resplandeça, no centro de nossas vidas, agora e sempre.

Assim seja.


Emmanuel










Emmanuel - Livro Reconforto - Chico Xavier - Cap. 14 - O cofre do Céu




Emmanuel - Livro Reconforto - Chico Xavier - Cap. 14


O cofre do Céu


“Porque onde está o teu tesouro, aí está também o teu coração.” (Mateus 6:21)

Todos possuímos um cofre do Céu, para o cultivo da verdadeira felicidade na Terra, o cofre do amor nos recessos da própria alma.

Mergulhando nele as mãos, dele podemos retirar as melhores dádivas, na extensão da caridade e da paz, do entendimento e da alegria.

Fulgurantes moedas de luz dele nascem, abençoando-nos o caminho. E, usando-as, é possível diminuir a tristeza e extinguir a discórdia, atenuar o sofrimento e apagar as labaredas do ódio que vomitam lava e cinza de aflição, em quase todos os recantos da Terra.

Aqui, auxiliam-nos a soerguer um coração materno torturado nas provações regeneradoras.

Ali, nos acrescentam as forças para levantar um companheiro abatido.

Além, habilitam-nos a espalhar ânimo e reconforto, em áreas atormentadas de incompreensão.

Acolá, permitem-nos efetuar o socorro à criança relegada ao abandono.

Agora, transubstanciam-se em sorrisos de esperança.

Depois, convertem-se em frases de carinho e consolação.

Mais tarde, transformam-se em atitudes de tolerância, bondade, confiança e perdão.

Não é preciso possuir o ouro da Terra para arrojar às criaturas as bênçãos desse patrimônio superior.

Não é necessário qualquer título convencionalista na cultura da inteligência para que venhamos a ser legítimos distribuidores dessa riqueza imperecível.

Cada qual de nós pode gastar desses prodigiosos recursos que se multiplicam em nossa jornada para Deus.

Ninguém vive sem o círculo de necessitados dessas doações que podem nascer incessantemente em nós.

Todos temos para auxiliar um parente na solução de problemas do mundo, um companheiro vacilante na fé, um amigo que se faz menos seguro, um irmão que chora entre a sombra e o infortúnio, porque nenhum de nós vive sem o estímulo abençoado das afeições que nos compartilham do caminho ou da vida.

Sem aguardar pela visitação do dinheiro terrestre que, muita vez, não passa de pesada responsabilidade, espalhemos as bênçãos de alegria ao nosso alcance.

Basta o concurso da boa vontade para descerrar esse cofre íntimo, de vez que o Pai Celestial encerrou-o em nosso próprio peito, guardando nele o tesouro do amor, em forma de coração.


Emmanuel













Emmanuel - Livro Pão Nosso - Chico Xavier - Cap. 156 - Céu com Céu



Emmanuel - Livro Pão Nosso - Chico Xavier - Cap. 156


Céu com Céu


“Mas ajuntai para vós tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não penetram nem roubam.” — Jesus. (MATEUS, 6.20)


Em todas as fileiras cristãs se misturam ambiciosos de recompensa que presumem encontrar, nessa declaração de Jesus, positivo recurso de vingança contra todos aqueles que, pelo trabalho e pelo devotamento, receberam maiores possibilidades na Terra.

O que lhes parece confiança em Deus é ódio disfarçado aos semelhantes.

Por não poderem açambarcar os recursos financeiros à frente dos olhos, lançam pensamentos de crítica e rebeldia, aguardando o paraíso para a desforra desejada.

Contudo, não será por entregar o corpo ao laboratório da natureza que a personalidade humana encontrará, automaticamente, os Planos da Beleza Resplandecente.

Certo, brilham santuários imperecíveis nas Esferas sublimadas, mas é imperioso considerar que, nas regiões imediatas à atividade humana, ainda encontramos imensa cópia de traças e ladrões, nas linhas evolutivas que se estendem além do sepulcro.

Quando o Mestre nos recomendou ajuntássemos tesouros no Céu, aconselhava-nos a dilatar os valores do bem, na paz do coração. 

O homem que adquire fé e conhecimento, virtude e iluminação, nos recessos divinos da consciência, possui o roteiro celeste. 

Quem aplica os princípios redentores que abraça, acaba conquistando essa carta preciosa; e quem trabalha diariamente na prática do bem, vive amontoando riquezas nos Cimos da Vida.

Ninguém se engane, nesse sentido.

Além da Terra, fulgem bênçãos do Senhor nos Páramos Celestiais, entretanto, é necessário possuir luz para percebê-las.

É da Lei que o Divino se identifique com o que seja Divino, porque ninguém contemplará o Céu se acolhe o inferno no coração.


Emmanuel









sábado, 5 de abril de 2025

Manoel Philomeno de Miranda - Livro Mediunidade: Desafios e Bênçãos - Divaldo P. Franco - Cap. 1 - A mensageira sublime



Manoel Philomeno de Miranda - Livro Mediunidade: Desafios e Bênçãos - Divaldo P. Franco - Cap. 1


A mensageira sublime

 
Quando o amor, após a jornada cansativa pelos séculos, parou para proceder a um balanço das atividades desenvolvidas, constatou, entristecido, que após tantos anos e incessantes labores, poucos resultados positivos apresentavam suas lides edificantes.

O ser humano continuava odiando o outro, a fé religiosa promovia hecatombes e até mesmo a fraternidade, que se iniciara entre os filósofos como um grande ideal, transformara-se em expressivos caudais de sangue...

Em face das conjunturas e conclusões, não se pôde furtar às lágrimas abundantes que passou a verter, emocionadamente, dominado pela tristeza.

Súbita aflição desencadeou-se-lhe no íntimo, e sem mais poder dominar a emoção, permaneceu em pranto, como decorrência do acurado exame retrospectivo das suas realizações.

Desde a partida do Nazareno, brando e gentil, no cimo da cruz, saíra solitário pelos caminhos, recolhendo os desertores e os amedrontados discípulos, mantendo colóquios e usando a voz da saudade em evocações inesquecíveis das Suas lições.

Recordou-lhes os ensinos renovadores ouvidos junto às águas plácidas do mar da Galileia, em tardes e noites incomparáveis, sob as claridades do Sol ou o lucilar das estrelas, ou ainda nas louras manhãs adornadas de luz...

Reunira-os concitando todos para a preparação da seara à que Ele se referira inúmeras vezes.

Posteriormente, na inolvidável região galileia, antes do crepúsculo, estivera na multidão agônica, despedindo-se também do Amigo Incomum, disposto a ficar entre os homens e mulheres para dar continuidade às labutas ásperas do cotidiano das existências.

Desde então, palmilhara sendas difíceis, assinaladas por impedimentos de toda ordem, nunca se permitindo esfriar a ardente devoção pelas almas, cujas lágrimas enxugava, falando a linguagem do perdão a todos os perseguidos que clamavam por desforço ou justiça...

Durante três sucessivos séculos de intermináveis martírios para os seguidores do Crucificado, disfarçara-se, ora como tolerância que entende, noutros momentos como esperança que abençoa, como alegria que se exalta ao perder, se disso depender a felicidade de outrem, sempre em forma de fraternidade que edifica...

Vencera desenfreadas refregas e nunca, uma vez sequer, desanimara nos objetivos essenciais, ante os campos juncados dos cadáveres daqueles abnegados servidores da fé, dos tutelados do seu programa, encarregados de alargar os céus do entendimento humano.

Acompanhara a mensagem do Carpinteiro incompreendido liberar-se da arena sangrenta para galgar as escadarias palacianas, seguindo ao Seu lado, fazendo parte do cortejo que então se adornava de pompa e de poder, sem que, todavia, fosse notado pelos exaltados triunfadores do momento...

Acompanhara homens verdadeiros e, lamentavelmente, depois das suas grandes vitórias nas aventuras políticas, fôra expulso dos domínios conquistados, voltando a caminhar pelos escusos antros entre sombras atormentadas, tentando falar-lhes, e aguardando a hora de poder retornar ao seu convívio...

Na solidão a que fôra relegado, longe do ouro e do luxo, somente de quando em quando podia visitar os tronos e falar aos tiranos, oculto nas vestes dos artistas incompreendidos, desbravadores perseguidos e fiéis servidores da mensagem imortal, à hora dos julgamentos arbitrários e das mortes triunfantes, usando a linguagem silenciosa do heroísmo.

Sempre usara a voz da discrição aos homens arrebatados antes das guerras de religião, evocando, inutilmente, o Pacificador esquecido, e quando conseguira ensejo, não lograra pronunciar mais do que expressões ligeiras em balbucios de alento e de olvido ao mal, junto aos ouvidos dos atormentados na fronteira da morte, banhados de suor e de lágrimas...

Nos movimentos de restauração da fé entre pensadores avançados correra pressuroso, mas logo verificara que a ardência do entusiasmo e a força dos cismas logo se transformavam em guerras fratricidas e em assassinatos legais, oferecendo seus recursos aos incinerados nas fogueiras e trucidados nos postes de martírio...

Sem receio, deixara-se içar com as velas dos descobridores audaciosos em mares bravios e desconhecidos, visitando terras novas, carregando com renovado esforço e entusiasmo os tesouros das possibilidades de disseminar o afeto entre os todos os povos recém-conquistados...

Todavia, em breve, sentira-se incompreendido, uma vez mais, quando o látego, em nome da civilização, lapidava os dorsos nus dos que foram feitos escravos sob o beneplácito da lei e a proteção da cruz em que perecera o Todo-misericordioso...

Apesar disso, falara aos seres submissos, animando-os na inquietação e consolando-os na profunda saudade das longes pátrias e distantes famílias, voltando suas esperanças para o futuro, e dilatando-as, quando as lágrimas dos seus olhos cativos emocionavam os livres...

Olhando para trás só havia escombros e, entre ruínas, raras florações do seu hinário cantado pelo Poeta da Vida no mandamento maior derramando perfume alentador.

Aturdido ao peso de tantos desencantos, o amor prosseguiu chorando e, com a voz embargada, suplicou ao Compassivo Coração atendimento ao seu relatório e urgente socorro, a fim de que o empreendimento que lhe fôra confiado não descambasse para a morte e o esquecimento.

Após demorada meditação entre anseios e preces, o amor escutou a Voz Inolvidável, como se retornasse do silêncio dos séculos a falar-lhe confiante e bondosa:

- Dar-te-ei alguém, que de agora em diante cobrirá tuas pegadas, por onde quer que vás, com o perfume da minha ternura. Estará ao teu lado em todas as investidas novas e falará no teu silêncio com a poderosa voz da ação realizadora. Jamais tornarás pelas sendas do serviço a sós.

Calou-se a Voz sublime.

Foi então que o amor, erguendo-se, fitou o céu...

Dourado raio luminoso rasgou as distâncias e modelou no ar um flamejante coração que, após graciosos movimentos, desceu, fundindo-se no seu coração.

Começava ali uma era nova para a fé.

O Consolador abria a cortina de um novo mundo, inaugurando o reinado anunciado por Jesus Cristo e, quando os clarins anunciaram os tempos chegados, Allan Kardec, o escolhido pelo Mestre Jesus, colocava como enunciado máximo da Doutrina que em breve iria iluminar a Terra, o grandioso mandamento: Fora da caridade não há salvação.   

E hoje, em todo lugar onde brilha a luz clara e bendita do Espiritismo, encontramos o amor e a caridade, unidos, construindo o mundo cristão.


Manoel Philomeno de Miranda









Emmanuel - Livro Pão Nosso - Chico Xavier - Cap. 34 - Lugar deserto



Emmanuel - Livro Pão Nosso - Chico Xavier - Cap. 34


Lugar deserto


“E ele lhes disse: Vinde vós aqui, à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco.” — (MARCOS, 6.31)


A exortação de Jesus aos companheiros reveste-se de singular importância para os discípulos do Evangelho em todos os tempos.

Indispensável se torna aprender o caminho do “lugar à parte” em que o Mestre aguarda os aprendizes para o repouso construtivo em seu amor.

No precioso símbolo, temos o santuário íntimo do coração sequioso de luz divina.

De modo algum se referia o Senhor tão somente à soledade dos sítios que favorecem a meditação, onde sempre encontramos sugestões vivas da natureza humana. Reportava-se à câmara silenciosa, situada dentro de nós mesmos.

Além disso, não podemos esquecer que o Espírito sedento de união divina, desde o momento em que se imerge nas correntes do idealismo superior, passa a sentir-se desajustado, em profundo insulamento no mundo, embora servindo-o, diariamente, consoante os indefectíveis desígnios do Alto.

No templo secreto da alma, o Cristo espera por nós, a fim de revigorar-nos as forças exaustas.

Os homens iniciaram a procura do “lugar deserto”, recolhendo-se aos mosteiros ou às paisagens agrestes; todavia, o ensinamento do Salvador não se fixa no mundo externo.

Prepara-te para servir ao Reino Divino, na cidade ou no campo, em qualquer estação, e não procures descanso impensadamente, convicto de que, muita vez, a imobilidade do corpo é tortura da alma. Antes de tudo, busca descobrir, em ti mesmo, o “lugar à parte” onde repousarás em companhia do Mestre.


Emmanuel













Emmanuel - Livro Escrínio de Luz - Chico Xavier - Cap. 2 - Ante o Cristo Consolador



Emmanuel - Livro Escrínio de Luz - Chico Xavier - Cap. 2


Ante o Cristo Consolador


Nas consolações e tarefas do Espiritismo, é necessário que o coração vibre acordado em sintonia com o cérebro para que não venhamos a perder valiosas oportunidades no tempo.

Provarás a sobrevivência da alma, além da morte, através de testemunhos insofismáveis da experimentação, entretanto, que valor apresentará semelhante esforço, se não auxiliais o aperfeiçoamento moral do Espírito em peregrinação na carne?

Movimentarás equações filosóficas, anunciando à mente do povo os princípios da reencarnação, contudo que adiantarão teus assertos, se não ofereces ao próximo os recursos indispensáveis à sublimação da vida interior?

Aproveitarás a mediunidade, distribuindo ideias novas e novas convicções, entre os homens sedentos de esperança, por intermédio da argumentação irretorquível; no entanto, de que te servirá o interesse fortuito, nas revelações graciosas, se não despertas a noção de responsabilidade naqueles que te observam e ouvem?…

Realizarás as melhores demonstrações científicas, positivando a vida consciente em outras mundos e em outras esferas de ação; todavia, de que valerá semelhante empreendimento se te não dispões a ajudar o pedaço de chão em que nasceste, contribuindo de algum modo, na construção da Terra melhor?

É por isso que, quase sempre, Espiritismo sem Cristianismo é simples empresa intelectual, destinada a desaparecer no sorvedouro de caprichos da inteligência.

Não se entrelaçariam dois mundos diferentes para o simples trabalho da pesquisa ociosa ou do êxtase inoperante.

Não se abririam as portas do Grande Além para que o homem se infantilizasse na irresponsabilidade ou na inconsequência. Cristo é o ponto de equilíbrio em nosso reencontro.

Espíritos desencarnados e encarnados, todos nos achamos em degraus diferentes da escada evolutiva.

Sem Jesus, estaríamos confinados à sombra de nós mesmos, e, sem a disciplina do Seu Evangelho de Luz e Amor, com todas as pompas de nossa fenomenologia convincente e brilhante não passaríamos de consciências extraviadas e irrequietas a caminho do caos.


Emmanuel










André Luiz - Livro Nosso Lar - Chico Xavier - Cap. 16 - Confidências



André Luiz - Livro Nosso Lar - Chico Xavier - Cap. 16


Confidências


Consolou-me a palavra maternal, reorganizando-me as energias interiores. Minha mãe comentava o serviço como se fora uma bênção, referia-se às dores e dificuldades, levando-as a crédito de alegrias e lições sublimes. 

Inesperado e inexprimível contentamento banhava-me o espírito. Aqueles conceitos alimentavam-me de estranho modo. Sentia-me outro, mais alegre, animado e feliz.

— Oh! Minha mãe! — Exclamei comovido, — deve ser maravilhosa a Esfera da sua habitação! Que sublimes contemplações espirituais, que ventura!…

Ela esboçou um sorriso significativo e obtemperou:

— A Esfera Elevada, meu filho, requer, sempre, mais trabalho, maior abnegação. Não suponhas que tua mãe permaneça em visões beatíficas, a distância dos deveres justos. Devo fazer-te sentir, no entanto, que minhas palavras não representam qualquer nota de tristeza, na situação em que me encontro. É antes revelação de responsabilidade necessária. 

Desde que voltei da Terra, tenho trabalhado intensamente pela nossa renovação espiritual. Muitas entidades, desencarnando, permanecem agarradas ao lar terrestre, a pretexto de muito amarem os que demoram no mundo carnal. Ensinaram-me aqui, todavia, que o verdadeiro amor, para transbordar em benefícios, precisa trabalhar sempre. Desde minha vinda, então, procuro esforçar-me por conquistar o direito de ajudar aqueles que tanto amamos.

— E meu pai? — Perguntei. — Onde está? Por que não veio com a senhora?

Minha mãe estampou singular expressão no rosto e respondeu:

— Ah! Teu pai! Teu pai!… Há doze anos que está numa zona de trevas compactas, no Umbral. 

Na Terra, sempre nos parecera fiel às tradições da família, arraigado ao cavalheirismo do alto comércio, a cujos quadros pertenceu até o fim da existência, e ao fervor do culto externo, em matéria religiosa; mas, no fundo, era fraco e mantinha ligações clandestinas, fora do nosso lar. 

Duas delas estavam mentalmente ligadas a vasta rede de entidades maléficas, e, tão logo desencarnou o meu pobre Laerte, a passagem no Umbral lhe foi muito amarga, porque as desventuradas criaturas, a quem fizera muitas promessas, aguardavam-no ansiosas, prendendo-o de novo nas teias da ilusão. 

A princípio, ele quis reagir, esforçando-se por encontrar-me, mas não pôde compreender que após a morte do corpo físico a alma se encontra tal qual vive intrinsecamente. 

Laerte, portanto, não percebeu minha presença espiritual, nem a assistência desvelada de outros amigos nossos. Tendo gasto muitos anos a fingir, viciara a visão espiritual, restringira o padrão vibratório, e o resultado foi achar-se tão só na companhia das relações que cultivara, irrefletidamente, pela mente e pelo coração. 

Os princípios de família, o amor ao nosso nome, ocuparam algum tempo o seu espírito. De algum modo, lutou, repelindo as tentações; mas caiu afinal, novamente enredado na sombra, por falta de perseverança no bom e reto pensamento.

Eminentemente impressionado, objetei:

— Não há, porém, meios de subtraí-lo a tais abjeções?

— Ah! Meu filho, — elucidou a palavra materna, — eu o visito frequentemente. Ele, porém, não me percebe. Seu potencial vibratório é ainda muito baixo. Tento atraí-lo ao bom caminho, pela inspiração, mas apenas consigo arrancar-lhe algumas lágrimas de arrependimento, de quando em quando, sem obter resoluções sérias. 8 As infelizes, das quais se tornou prisioneiro, segregam-no às minhas sugestões. Venho trabalhando intensamente, anos a fio. Solicitei o amparo de amigos em cinco núcleos diversos, de atividade espiritual mais elevada, inclusive aqui em “Nosso Lar”. 9 Certa vez, Clarêncio quase conseguiu atraí-lo ao Ministério da Regeneração, mas debalde. Não é possível acender luz em candeia sem óleo e sem pavio… Precisamos [da] adesão mental de Laerte, para conseguir levantá-lo e abrir-lhe a visão espiritual. No entanto, o pobrezinho permanece inativo em si mesmo, entre a indiferença e a revolta.

Depois de longa pausa, suspirou, continuando:

— Talvez não saibas ainda que tuas irmãs Clara e Priscila vivem hoje igualmente no Umbral, agarradas à crosta da Terra. Sou compelida a atender às necessidades de todos. 

Meu único auxílio direto repousava na cooperação afetuosa de tua irmã Luísa, aquela que partiu quando eras pequenino. Luísa esperou-me aqui muitos anos, foi meu braço forte nos trabalhos ásperos de amparo à família terrena. 

Ultimamente, contudo, depois de lutar corajosa, a meu lado, a benefício de teu pai, de ti e das irmãs, tão grande é a perturbação dos nossos familiares, ainda na Terra, que voltou a semana passada, a fim de reencarnar entre eles, num gesto heroico de sublime renúncia. Espero, pois, que te restabeleças breve, para que possamos desdobrar atividades no bem.

Assombravam-me as informações referentes a meu pai. Que espécie de lutas seriam as dele? Não parecia sincero praticante dos preceitos religiosos, não comungava todos os domingos? Enlevado com a dedicação maternal, perguntei:

— A senhora, entretanto, auxilia o papai, não obstante a ligação dele com essas mulheres infames?

— Não as classifiques assim, — ponderou minha mãe, — dize, antes, meu filho, nossas irmãs doentes, ignorantes ou infelizes. São filhas de nosso Pai, igualmente. Não tenho feito intercessões apenas por Laerte, mas por elas também, e estou convencida de haver encontrado recursos para atraí-los todos ao meu coração.

Espantou-me a grande manifestação de renúncia. Pensei subitamente em minha família direta. Senti o velho apego à esposa e aos filhos queridos. Perante Clarêncio e Lísias, deliberava sempre recalcar sentimentos e calar indagações; mas o olhar materno encorajava-me. Alguma cousa fazia-me sentir que minha mãe não se demoraria muito tempo a meu lado. Aproveitando o minuto que corria célere, interroguei:

— A senhora, que tem acompanhado o papai devotadamente, nada poderá informar relativamente a Zélia e às crianças? Aguardo, ansioso, o instante de voltar a casa, a fim de auxiliá-los. Oh! Minhas imensas saudades devem ser igualmente compartilhadas por eles! Como deve sofrer minha desventurada esposa com esta separação!…

Minha mãe esboçou um sorriso triste e acrescentou:

— Tenho visitado meus netos periodicamente. Vão bem.

E, depois de meditar alguns instantes, acentuou:

— Não deves, porém, inquietar-te com o problema de auxílio à família. Prepara-te, em primeiro lugar, para que sejamos bem sucedidos; há questões que precisamos entregar ao Senhor, em pensamento, antes de trabalhar na solução que elas requerem.

Quis insistir no assunto para colher pormenores, mas minha mãe não reincidiu nele, esquivando-se, generosa. A palestra estendeu-se ainda longa, envolvendo-me em sublime conforto. Mais tarde, ela despediu-se. Curioso por saber como vivia até ali, pedi permissão para acompanhá-la. Afagou-me então, carinhosa, e disse:

— Não venhas, meu filho. Esperam-me com urgência no Ministério da Comunicação, onde serei munida de recursos fluídicos para a jornada de regresso, nos gabinetes transformatórios. Além disso, preciso ainda avistar-me com o Ministro Célio, para agradecer a oportunidade desta visita.

E, deixando-me n'alma duradoura impressão de felicidade, beijou-me e partiu.


André Luiz





VÍDEO: 

Nosso Lar - Cap. 16/1-2-3 - Confidências

Apresentação André Luiz Ruiz










O Espírito da Letra - Nosso Lar - Analisando a obra de André Luiz psicografia de Chico Xavier.




Bezerra de Menezes - Livro Antologia Espiritual - Espíritos Diversos / Divaldo P. Franco - Cap. 11 - Mensagem de fé




Bezerra de Menezes - Livro Antologia Espiritual - Espíritos Diversos / Divaldo P. Franco - Cap. 11


Mensagem de fé


Meus filhos, guarde-nos o Senhor na Sua paz.

Não obstante as ameaças de confrontamento, que se anuncia com os objetivos maléficos da guerra que parece inevitável, os discípulos do Evangelho permanecemos confiados na paz.

Diminuem as sombras que toldavam as relações entre as grandes potências da Terra, mas, porque o planeta é de provas e de expiações, irrompe, inesperadamente, uma densa treva que parece o prenunciar de uma hecatombe de conseqüências funestas.

Apesar disso, os seguidores de Jesus, trabalhamos pela paz.

Diante das injunções dolorosas que se apresentam, é imprescindível que mantenhamos a flama do ideal, a fim de que tremule acima de todas as vicissitudes, apontando rumo, como a esperança que não pode faltar na busca da felicidade humana.

Repetem-se os dias ásperos do Cristianismo primitivo, quando a mensagem de Jesus penetrou nos corações que foram invitados a abandonar as carnificinas habituais, para pautar a conduta pela solidariedade e o exercício do amor fraternal.

São inevitáveis, neste momento, as dores superlativas, as inquietações de largo porte, as dificuldades-desafio.

Jesus convida-nos ao testemunho, como outrora Ele próprio testificou a legitimidade do mandato de que se encontrava investido, para que os homens soubéssemos ser Ele, o Excelente Filho de Deus, Modelo e Guia para toda a humanidade.

Certamente, depois Dele, os testemunhos ficaram circunscritos às arenas, ao exílio, à perseguição de grupo, de clã, estabelecendo a separação entre o trigo e o joio, mas, também, ainda hoje é assim, meus filhos.

Não nos iludamos, as balizas da arena cresceram muito e as feras que estavam esfaimadas em jaulas e subterrâneos aguardando o momento do holocausto dos servidores do ideal, agora estão dentro de nós, em torno de nós, disfarçadas, porém, não menos ameaçadoras e cruéis.

Temos necessidade de porfiar no combate, mantendo o idealismo e a confiança irrestrita em Deus, valorizando a honra da fé que nos abraça.

Que outros discutam inutilmente, que diversos permaneçam distraídos na tribuna das controvérsias que não levam a lugar algum, que um grande número aplique seu tempo no verbalismo vazio e na busca de coisas insignificantes, que vários proíbam, cerceando os espaços da liberdade que deve viger em todos os corações e mentes que encontraram o Evangelho de Jesus, mas a nós cumpre o dever da retidão, pensar e agir corretamente, amar sem discriminação, compreender sem reserva, e dar aos outros o direito de serem conforme podem, mas, a nós próprios, nos impormos o compromisso de renovação, a cada instante, para melhor, realizando com eficiência a tarefa que nos está reservada.

O conhecimento da Doutrina Espírita é portador de libertação, porque traz, no seu bojo, a verdade revelada a Allan Kardec, que prossegue abrindo espaço nas mentes e alargando os horizontes para a Vida.

Fomos convidados, sim, para espalhar a luz que não pode ficar impedida pelas nossas limitações e pequenezes.

Que dentro de nós vibre o pensamento do Cristo, e a beleza da mensagem espírita atue através da nossa conduta que, em breve, modificará o pensamento na Terra e expulsará, por definitivo, a guerra, o medo, a insatisfação, gerados pelo egoísmo, que cederá o passo ao altruísmo que Jesus nos ofereceu na lição sacrossanta da caridade.

Unamo-nos, meus filhos ! Às agressões retribuamos com o perdão, à maledicência ofereçamos a generosidade da compreensão, à violência que ergue a mão para nos afligir doemos a solidariedade fraternal contra a qual nenhuma força humana pode lutar. O mal vale o investimento que lhe oferecemos, se não o valorizarmos, mediante a nossa permanência no bem ele deixará de ter significado, perderá a razão de ser, passando a plano secundário e desaparecendo. O mal, que não vemos, porque estamos espalhando o bem, vai absorvido como a sombra que desaparece no jato da luz.

A nossa é a tarefa de servir e de amar, preparando o advento do mundo melhor, que já se anuncia e chega lentamente.

Como é verdade que os homens se preparam para o lamentável confronto, no qual a guerra ainda não foi descartada, não menos verdade é que aqueles, que representam as comunidades superdesenvolvidas, já se preocupam em parlamentar, discutir e encontrar os meios diplomáticos para equacionar os seus problemas, dirimindo as dificuldades que aparentemente os separam.

A verdade, que promana de Deus, alcança a todos. Assim, trabalhemos, com acendrado amor e com esforço incessante, para que o Espiritismo realize a transformação social da Terra, como previsto pelo Codificador, e anunciado pelos Embaixadores do céu. Este é o dever impostergável, para o qual aqui nos reunimos, discutindo e estabelecendo diretrizes de equilíbrio e de segurança.

Não estais a sós, e o sabeis ! Não vos reunis aqui para encontro de opiniões desassisadas, mas, irmanados pelo ideal de realizar o que seja de melhor para o movimento e o de mais útil para as criaturas humanas.

Porfiai ! Jesus espera muito de nós, assim como a Ele entregamos os nossos destinos !

Continuai, filhos, certos de que o triunfo, que não tarda, tomará conta dos nossos corações em forma de plenitude e de paz.

Abençoe-nos o Senhor, e que entre nós permaneça Sua paz, são os votos do amigo e servidor humílimo e paternal de sempre,


Bezerra de Menezes











(Mensagem psicofônica recebida por ocasião do encerramento da reunião matinal do Conselho Federativo Nacional, na Federação Espírita Brasileira, no dia 17 de novembro de 1990, em
Brasília, DF.)