
Joanna de Ângelis - Livro Sol de Esperança - Divaldo P. Franco - Cap. 16
Semeia e semeia
Joanna de Ângelis
Dizes que conheces as nascentes da água lustral do bem e da harmonia.
Gostarias de oferta-la, a cântaros cheios, ou abrindo, com as mãos de ternura, sulcos profundos por onde jorrassem filetes a se transformarem em rios de abundância a benefício de todos.
Eles, porém, os sorridentes e os corteses que defrontas, recusam tua oferenda.
Falas sobre o amor, e zombam.
Cantas a Verdade, e promovem balbúrdia.
Emocionas-te ante a dor, e os irritas.
Apresentas Jesus, e desertam ansiosos, tentando novas expressões de fuga, desinteressados e belicosos.
Não te entristeças ante os panoramas sombrios do momento.
Logo mais, na estação própria, haverá luz e cor, reverdecendo a paisagem cinza, florindo-a, perfumando-a.
Possivelmente já transitastes em rotas semelhantes e por essa razão sentes o amargor, vendo-os e ouvindo-os, sabendo que este ludíbrio não dura indefinidamente.
Eles despertarão sim, como já despertaste para outra realidade que agora te abrasa a vida e dá-te forças para avançar.
Hoje, todos estes estão fugindo de si mesmos.
Ontem, porém, quando estavas como eles, fugias também.
Considera, então, o quanto macerou o Imensurável Rabi vê-los assim, tendo-O ao lado sem O desejarem, ouvindo-O sem O quererem entender...
Longa para o Mestre foi a Via dolorosa, enquanto com eles e com todos nós, que até hoje, ainda não O sabemos amar nem servi-lO.
Afeiçoa-te, por tua vez, à lavoura do amor e semeia, conquanto escasseiem ouvidos abertos e mentes acessíveis à semente de luz.
O colégio galileu reuniu apenas doze, ao chamado de Jesus, e não obstante a deserção de um discípulo equivocado, outro foi eleito para seu lugar, ao tempo em que a Palavra de Vida Eterna, como semente de luz, transmitia a Verdade, alargando, para toda a humanidade, as avenidas da esperança.
Assim, semeia e semeia.
Joanna de Ângelis
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