
Bezerra de Menezes - Livro Sol de Esperança - Divaldo P. Franco - Cap. 1
Ante o novo santuário de Ismael
Meus amigos:
Que o Senhor nos abençoe !
Eis-nos a caminho da redenção.
Nem os entusiasmos juvenis nem as decepções.
Enquanto brilha a luz da oportunidade de servir, soa o nosso momento de agir.
Ainda ontem, fascinados pelos ouropéis, abandonamos nossos compromissos maiores com Jesus para entronizar a loucura, campeando, desarvorados, pelo solo juncado de vítimas que a nossa imprevidência tentava justificar.
Ainda ontem, com a mente levantada para os altos cimos da Vida, nos acreditávamos senhores do poder, disseminando a incompreensão e a prepotência para sobreviver nos braços do desequilíbrio.
Não faz muito, meus amigos, tentando repetir as experiências da Boa-nova, enveredamos pela senda das dissipações, aliando-nos aos potentados da Terra para que fulgurassem as expressões do Evangelho em nossas flâmulas de dominação.
E ainda hoje a nossa atitude mental em relação a Jesus não se há modificado.
Ainda nos acreditamos senhores de consciências, ainda nos supomos dominadores, ainda desejamos imperar.
No entanto, com as clarinadas de luz e Verdade da Doutrina Espírita, ante a certeza inalienável da continuidade da vida depois da disjunção celular, abrimos os olhos ao entendimento e começamos a sentir a imperiosa necessidade da nossa transformação íntima.
Ainda hoje, embora nossos vínculos com a retaguarda, somos tocados pela força imperiosa de agir com acerto, para nos libertarmos, por fim, do círculo estreito das reencarnações inferiores.
E é por essa razão que, diante do trabalho que nos convida, da ação benéfica que nos chama, não nos podemos deter no rol das queixas, fazendo relatórios de insucessos, nem apontando dificuldades.
É a nossa hora, esta hora do trabalho profícuo com Jesus, da sementeira segura com o amor e da realização intimorata nas linhas direcionais da Verdade, nas quais encontramos o caminho da nossa gloriosa destinação espiritual.
Por esses motivos, não podemos parar, não nos é lícito recuar, tendo somente a opção de avançar, com segurança e intrepidez.
Jesus, meus amigos, Jesus, o companheiro de ontem, é a nossa segurança de hoje.
O órfão, o enfermo, o aflito são nossa oportunidade de espalhar a luz da caridade plena.
O obsidiado, o tombado na via das aflições, o companheiro atemorizado são ensejos valiosos para produzir com o Cristo, tendo em vista nosso compromisso maior com o Evangelho redentor.
O Espiritismo nos ilumina interiormente, tanto quanto a caridade é a seiva da vida que nos nutre e nos impulsiona de modo a atingirmos o planalto da fé restaurada.
Busquemos espargir a luz consoladora da Verdade por todos os meios ao nosso alcance.
A tribuna, a pena, o recurso da página espírita, do jornal espírita, do livro espírita, o veículo do rádio, da televisão, da cinematografia são meios de que nos devemos utilizar para, mais rapidamente, levarmos o farol espírita a todos os corações que se encontram perdidos no tumulto das paixões humanas.
E é por esse motivo que saudamos, na obra veneranda da Casa de Ismael, o farol colocado na penedia deserta, capaz de projetar luz que chegue a distâncias imensuráveis para conduzir a seguro porto nautas e embarcações, Espíritos e aspirações, que, por enquanto, navegam em círculos e jornadeiam por ínvios caminhos, sem rota segura nem diretriz pré-traçada.
É por essa razão que, diante do trabalho que se desenvolve aqui, hoje e agora, bendizemos ao Senhor, que nos honra com a oportunidade de servir e para que sejam preservados os postulados do Evangelho redentor e da Doutrina consoladora em nossos corações, por nossas mãos, tendo em vista o futuro.
Hoje nosso trabalho se reveste de luz, porque não pretendemos levantar uma casa de cimento, ferro e pedra para guardar nossas ambições que se desvanecem no túmulo, nem acumular nossas paixões que a realidade esboroa.
Levantemos este novo santuário de Ismael para evangelizar, para educar, para servir, sobretudo para amar, espalhando a mensagem do Cristo.
Estamos a levantar o templo do Espírito imortal que as perturbadoras falanges da tentação não conseguirão demolir.
Ofereçamo-nos integralmente a este trabalho redentor.
Devemos manter nossa Casa e nosso trabalho através de nosso esforço e nosso suor, de nossas lágrimas e nossas renúncias sacrificiais, para que não tragam as tarefas, desde agora, a marca tisnada das dissipações e das miserabilidades humanas.
Tenhamos a certeza de que não nos faltarão recursos do mais-alto, de que Jesus vela, de que Jesus está no comando e de que o barco em que nos encontramos com Ele chegará ao porto de sua destinação gloriosa.
Sigamos, asserenados e tranqüilos, com Jesus, por Jesus e para Jesus.
Exorando ao Amorável Amigo de todos nós que nos abençoe nas tarefas encetadas e que nos ajude a libertar-nos dos compromissos pretéritos, oscula os vossos corações, meus amigos e meus filhos, o velho companheiro e servidor humílimo,
Bezerra de Menezes
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