quinta-feira, 3 de abril de 2025

Bezerra de Menezes - Livro Terapêutica de Emergência - Divaldo P. Franco - Cap. 15 - Cruz e Cristo



Bezerra de Menezes - Livro Terapêutica de Emergência - Divaldo P. Franco - Cap. 15


Cruz e Cristo


Discípulos sinceros do Evangelho acreditam, na atualidade, que a simbologia do instrumento no qual o Mestre padeceu no Orbe, oferecendo-nos o máximo testemunho de amor, não mais tem razão de ser evocado, não merecendo maiores considerações. 

Não obstante, a cruz permanece como o ômega de qualquer compromisso para com a Verdade, enquanto se transita na Terra.

Antes dEle, era a expressão máxima do desprezo a que se relegavam as vidas que ali finavam. 

Ladrões e assassinos, delinquentes em geral sofreram-lhe a imposição sob o escámeo das massas açodadas pelo ódio e comandadas por interesses inferiores dos quais não se podiam liberar... 

Ele também sofreu a zombaria e o desprezo do poviléu açulado pelos agentes da loucura, todavia, o seu era o crime de amar a criatura, que assim mesmo o hostilizou.

Depois Dele, as duas traves emolduraram-se de fulgurante luz que atrai quantos sentem a necessidade de crescer, imolando-se em caminho de amor.

Certamente, que já não se levantam cruzes nos montes das cidades modernas, alucinadas pelas paixões desgovernadas; apesar disso, não são poucos aqueles que se entregam em holocausto pelo Cristo, em cruzes invisíveis, incontáveis.

Ei-los, atados à renúncia, abraçando a abnegação em clima de doação total; 

são inumeráveis aqueles que se deixaram cravejar nos madeiros da humildade, não revidando mal por mal, incompreendidos, mas ajudando, perseguidos, entretanto, desculpando;

estão milhares carregando cruzes não identificadas de sacrifício pessoal pela Causa do Cristo, sem darem importância aos transitórios valores terrenos; 

sorriem incontáveis espalhando esperança e otimismo, sob cruzes de dores sem nome, não conduzindo queixas nem desanimando nunca; cruzes que surgem como enfermidades soezes, que dilaceram as carnes da alma, enquanto consomem o corpo; 

cruzes de calúnias bem urdidas, que vão suportadas com esforços hercúleos; 

cruzes outras em forma de prazeres não fruídos, que se transformam em labores em favor dos outros; 

cruzes pesadas, na representação de expiações redentoras como de provações lenificadoras, favorecendo o futuro da própria criatura...

Essas são as cruzes que o amor transforma em estrada luminosa, concedendo as asas para a angelitude. 

Há, também, as cruzes a que muitos homens espontaneamente se prendem e experimentam o flagício que elegem, sem qualquer conquista de bênçãos. 

Com os cravos do egoísmo fixam-se às traves fortes dos vícios e das paixões infelizes de que somente a penates de dor e desespero, em largo prazo se desprendem, para, então, tomarem a cruz de triunfo. 

“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo — acentuou o Cristo — tome a sua cruz e siga-me”. (Mateus: 16-24). 

O Cristo e a Cruz do amor são os termos sempre atuais da equação da vida verdadeira, sem os quais o homem não logrará a Liberdade. 


Bezerra de Menezes 








 




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