quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Miramez - Livro Horizontes da Fala - João Nunes Maia - Cap. 6 - Comunhão das idéias



Miramez - Livro Horizontes da Vida - João Nunes Maia - Cap. 6


Comunhão das idéias 


As idéias transformam-se em verbo e o verbo é um dos tesouros do Espírito, uma dádiva de Deus a Seus filhos, que podem ofertá-lo sem medo de perda. 0 Pai, que está nos céus, jamais toma aquilo que oferece por amor. Sua onisciência se resguarda de entregar os valores a quem não está preparado para recebê-lo. Contudo, o Senhor espera de nós os cuidados correspondentes às belezas imortais, cuja expressão relevante é o dom de falar.

Quem usa da palavra sem pensar o que ela significa, e o que pode fazer da distonia nas mentes alheias, quando mal empregada, anda com olhos fechados onde existem inúmeras valas e, algumas delas, de profundidade imprevisível. Se queres educar as tuas conversações com os outros e não sabes por onde começar a disciplina, observa alguns homens que já fazem isso há algum tempo, cola o teu ouvido no que eles dizem, analisa o que eles fazem e tira a tua parte, começando logo a tua corrigenda. Lê livros sobre o assunto e não fiques somente na leitura; estuda, medita e começa, iniciando a mudança no teu falar. Sempre nos primeiros esforços encontrarás dificuldades, mas sem elas, como comprovarias os teus esforços e o teu valor de alma laboriosa em busca da felicidade? Por vezes, até o teu próprio organismo rejeitará as tuas reformas de dicção. Ele não está acostumado com os sons diferentes da música harmoniosa, de uma palavra livre de discórdia, livre de exageros, livre de mentiras desnecessárias, livre de medo, de vingança e de ódio. Ele talvez ande acostumado com o clima da maledicência, com a atmosfera das reclamações indevidas, e, de certo modo, foi instruído por ti nessa escola de ilusões. Cabe a ti, meu filho, educá-lo com perseverança. 

Em certos casos, a rejeição pode se transformar em doença, porém, se não soltares as rédeas, como o bom cavaleiro ao cavalo, vencerás, glorificando a Deus, pela oportunidade que tiveste de fazer bem a ti mesmo, com a comunhão das idéias puras, com palavras elevadas. Nada deves asseverar, sem consolidar a tua palavra no bem. Comprova em tua fisionomia, aquilo que falas. As expressões do teu rosto são uma fala sem sons audíveis aos ouvidos da carne; se não modificares a tua aparência, acabarás dizendo o que ela já diz pela mímica da expressão.

Ao levantares pela manhã, recorda a necessidade do bom ânimo, e fixa em tua mente a satisfação, para que o novo dia te premie com novas esperanças.

Se és jovem, não te precipites querendo acelerar o tempo; se os anos já te pesam nos ombros, não esmoreças, nem intentes parar o mesmo tempo; não penses em decadência, nem formules idéias de avanço desordenado. Basta, para um e outro, entender a imortalidade e a eternidade da vida. Avancemos com a feição de Deus, a caminho da luz. 

Guarda isso com determinação: a criança, quando nasce, rasga o véu da atmosfera da expectativa que a espera, com a palavra em forma de choro, e o moribundo tem sempre o último dizer. A boca é o instrumento do princípio e do fim. Tens, do berço ao túmulo, um caminho mais ou menos longo, para que eduques o dom de falar, abrindo com isso um roteiro para outras vidas, que te esperam em mais claro alvorecer. 

Se soubesses o quanto pesa na tua vida o que falas, terias maior cuidado no dizer e, quanto mais cresce a alma na escala evolutiva, mais grava no tempo e no espaço o que fala. Vejamos uma mostra do que falamos nessa mensagem: "Passarão o céu e a Terra, porém, as minhas palavras não passarão" — Marcos, 13:31.

As palavras são sementes de vida quando provêm de Deus, mas são dardos de fogo quando nascem de sentimentos controvertidos pela ignorância. Comunguemos nossas idéias com os pensamentos de Cristo e falemos, falemos da vida, do amor, da alegria e da esperança, para que os nossos corações possam pulsar ao ritmo da luz, na eternidade de Deus. 


Miramez
















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