quarta-feira, 15 de julho de 2020

Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Cap. 30 - Emoção Educada



Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Cap. 30


Emoção Educada 


"Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo". (I Coríntios — Cap. 11, v. 32)


Emoção desordenada é gasto de energia. No entanto, o amor em Cristo é afeto educado, que multiplica os valores da alma e emancipa as sensibilidades da vida. O estágio evolutivo em que nos encontramos constitui grande oportunidade. Ele se compara a um explosivo, e nós à rocha, onde o carinho e o amor ainda se encontram um pouco imaturos. O progresso, em muitos casos, é escandaloso. A dor é a sua primeira manifestação; sem ela, não poderá haver ambiente para o verdadeiro amor e a verdadeira paz. Em se tratando, neste livro, dos sensitivos, eis que todos eles passam por caminhos tortuosos.

O rigor da disciplina leva os médiuns ao entendimento. O mundo íntimo é um laboratório de testes diversos que a consciência acumula, estimulando a inteligência e amoldando os sentimentos. O médium de valor é aquele que começa a conhecer a si mesmo, e, nesse entender maior, quando é julgado, não julga; quando ofendido, não ofende; quando maltratado, não maltrata. E quando odiado, ama em todas as diretrizes.

Todo impulso do coração é uma emoção nascendo. E é neste nascer de forças que a inteligência, aliando-se à razão, adota o sistema educacional na própria vida. A eletricidade que se espalha em toda uma nação, carece de transformadores. Da mesma forma, a nossa vontade; disciplinada em Jesus, transforma e aumenta, enriquece e garante uma boa claridade, a iluminar o Espírito.

Quem não sabe obedecer, nunca poderá dirigir bem. Estudemos a natureza e veremos obediência, em todo o seu esplendor. O "não julgueis" do Mestre é advertência sadia, porque pretender conhecer a vida dos semelhantes é prepotência e vaidade. Atribuir aos outros o que não suportamos para nós mesmos é violência, que gera desconfiança, antipatia, senão ódio. Colocar os outros em dificuldades, plantio constrangedor, que o homem espiritualizado desconhece. O medianeiro estudioso nunca perde a oportunidade de fazer o bem, seja a quem for e onde quer que esteja. De qualquer ponto, de atos e fatos podem surgir emoções, e quando elas assomam à nossa personalidade é que a dedução nos mostra a sua direção. Isso em se tratando de candidatos que começam a alinhavar os primeiros passos na iniciação do amor. Quem já avançou um pouco mais na disciplina de si mesmo, isola determinadas influências e conhece os princípios das forças internas, não deixando que elas se desperdicem por qualquer uma injúria, por julgamentos apressados ou pela falsa consciência.

Porém, o noviço, no amanho divino da sua mente, sofre o rigor do sol, das ilusões e as tempestades do mar que a discórdia, a vingança, a maldade e a incompreensão agitam, para depois tomar as providências cabíveis, em seu próprio benefício. Não obstante, o tempo o colocará no mesmo lugar do outro, que já desfruta de paz da consciência, e que não perde tempo em revide nem em se livrar de todos esses embaraços da ignorância, porque a compreensão já atingiu a sensibilidade do seu coração...

É neste momento que a verdade liberta. A mente de um médium que comunga com o bem em todos os seus aspectos, é impoluível, pelo apreço que dá às manifestações do amor. Vejamos o tópico evangélico que dá nascimento a esta mensagem: "Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor". Quando alguém, porventura, nos julga, e conhecemos os preceitos do Cristo, a influência do Mestre na mesma hora nos alerta para esquecer, para perdoar, pois eles não sabem o que fazem. Eis aí a disciplina que adotamos em nós mesmos, dando outros rumos às emoções que, sem Jesus, deveriam ser de ódio, e, com Ele, passam ao amor, como sendo a verdadeira caridade.

E acrescenta o mesmo tópico: "Para não sermos condenados com o mundo". Certamente que se não educarmos nossos impulsos de revide contra quem nos ofende e calunia, se não conhecermos que quem nos maltrata ignora a lei da fraternidade e que todos temos os mesmos direitos, estamos sujeitos a sermos condenados com o mundo, de conformidade com as nossas reações. Poderemos, por invigilância, causar danos maiores do que os que sofremos. E parte da disciplina nos vem pela lei da Terra. Ninguém perde por ser bom, caridoso, justo e amável. Quem começa o dia tocando a canção do instruir e amar, é sempre o médium da vida, porque vive com Deus e Cristo no coração.

''Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo".


Miramez








Fonte: Médiuns -pdf

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