O Endereço dos Espíritos
Um senhor, conhecido nosso, pergunta ao médium:
- Chico, quando nossos familiares e amigos desencarnam, como saber se eles permanecem ainda no ambiente onde viveram ou se já partiram para outras esferas?
O médium sorriu assumindo uma atitude muito peculiar para responder a perguntas como aquela, lhe disse:
- Ah, meu irmão! Nem sempre é fácil sabermos onde eles se encontram! Algumas vezes eu tenho me surpreendido com a situação de amigos e familiares no Além.
Fez uma pausa como a rememorar uma de suas vivências no plano espiritual e falou:
- Vou contar um fato que talvez sirva de lição para todos nós aqui presentes:
Um trabalhador da seara do Mestre, muito amigo nosso, fora alertado por Dr. Bezerra para que cuidasse melhor da alimentação, diminuindo ingestão das substâncias calóricas que o faziam engordar.
Não sabemos o motivo, mas ele não seguiu as orientações do estimado mentor. E, como já estivesse se esgotando o tempo da sua permanência no plano físico, veio a desencarnar obeso.
Certa noite, desdobrei-me do corpo e, querendo notícias suas, vim a encontrá-lo na casa onde havia morado, aqui no plano físico.
Estranhei o fato de ele continuar ali, pois era um espírito esclarecido e com méritos.
Observando que já gozava de suficiente lucidez para dialogarmos, perguntei-lhe a razão de que o fazia permanecer ainda preso ao ambiente familiar.
Acabrunhado ele me respondeu:
- Estou aqui porque tenho que “perder peso” para ganhar outras esferas. Dr. Bezerra avisou-me que será um processo lento e gradativo, como se eu estivesse ainda encarnado.
E o Chico concluiu:
- De fato, no seu caso, o organismo espiritual necessitava do ambiente físico para se despojar dos fluidos que o impediam de se desprender do meio imediato em que vivera, tanto assim que ele fora avisado pelo mentor.
Veja o irmão como são variadas as circunstâncias – como neste caso específico – que nos impedem muitas vezes de saber como e onde estão nossos amigos e familiares no Além...
E o senhor, assumindo um tom jocoso, completou:
- A menos que o “telefone” toque para nos dar notícias e o “endereço” deles, não é mesmo?
Chico riu-se conosco da observação do amigo e lembrou-o de que a melhor notícia que podemos dar, através da mediunidade, é a de que continuamos vivos depois que partirmos deste mundo. Não importa se próximos ou distantes dos entes queridos, estaremos sempre vivos...
Chico Xavier
Fonte: Julio Miyamoto
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