quarta-feira, 9 de abril de 2025

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. 2 - 1. Lei de adoração - Sacrifícios - Questão 673 (Miramez)



Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. 2 - 1. Lei de adoração


Sacrifícios


673. Não seria um meio de tornar essas oferendas agradáveis a Deus consagrá-las a minorar os sofrimentos daqueles a quem falta o necessário e, neste caso, o sacrifício dos animais, praticado com fim útil, não se tornaria meritório, ao passo que era abusivo quando para nada servia, ou só aproveitava aos que de nada precisavam? Não haveria qualquer coisa de verdadeiramente piedoso em consagrar-se aos pobres as primícias dos bens que Deus nos concede na Terra?

“Deus abençoa sempre os que fazem o bem. O melhor meio de honrá-Lo consiste em minorar os sofrimentos dos pobres e dos aflitos. Não quero dizer com isto que Ele desaprove as cerimônias que praticais para lhe dirigirdes as vossas preces. Muito dinheiro, porém, aí se gasta que poderia ser empregado mais utilmente do que o é. Deus ama a simplicidade em tudo. O homem que se atém às exterioridades e não ao coração é um Espírito de vistas acanhadas. Dizei, em consciência, se Deus deve atender mais à forma do que ao fundo.” 


Allan Kardec 



O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez
Questão 673 comentada

Tudo que Deus fez é agradável a Ele. O homem é um aprendiz do Senhor, e sendo Seu filho certamente que tem a obrigação de acompanhar a seu Pai em todos os sentidos. Não diz a bíblia que o homem é semelhante ao Criador? Como é que os pais da Terra ficam satisfeitos com as criancinhas ou com os seus filhos adultos? Não é da mesma maneira; a criancinha, com um simples sorriso, e o adulto com a sua boa conduta.

O Espírito primitivo que não tem outra condição de adorar a Deus, o faz à sua maneira, sacrificando animais e enchendo o altar de frutas, ou quaisquer outros objetos. Deus fica satisfeito, conhecendo sua dimensão e o modo que vive, ao passo que o adulto, o Espírito sábio, já deve adorar a Deus em Espírito e verdade, por já compreender a vida em outra faixa. Aos objetos que os primitivos usam, ele já dá outro destino, mais útil às criaturas. Na verdade, a melhor oferta é o amor; amemos a tudo e a todos que estaremos amando a Deus, dando ao Senhor a melhor oferta. Jesus deu rumo novo aos preceitos velhos. Vamos lembrar o que anotou Lucas, no capítulo seis, versículo vinte e nove:

Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica.

Por esses ensinamentos de Jesus, está excluída do Evangelho toda a violência. O que foi anotado pelo apóstolo, é o perdão dentro da sua pureza. O não revide é a tônica do grande Mestre. Eis aí a maior oferenda a Deus: o perdão sem condições. A quem, pois, que te ferir de um lado, dá-lhe o outro; se alguém te tirar a capa, dá igualmente a túnica. O Mestre é todo amor, pelo que Ele viveu e ensinou aos Seus seguidores.

O Deus verdadeiro é esse que falou pela boca de Jesus, estimulando o bem e instruindo a todas as criaturas para que haja paz nas consciências. Se queres agradar a Deus todos os dias, faze o bem, sem que entre nesse gesto o vírus do interesse, ou o corrosivo do egoísmo, que tem sempre a participação do orgulho. Se queres honrar a Deus, não deves esquecer de aprimorar a honestidade, de minorar o sofrimento alheio, de dar com uma mão sem que a outra participe.

O que passou, passou. Os meios grosseiros de agradar a Deus, eram para a época da ignorância; depois de Jesus, não podem mais existir esses métodos inferiores. O pensamento é o instrumento mais direto para falarmos com o Senhor, mostrando a Ele, pelos fatos, que estamos andando nas linhas traçadas pelo Evangelho, onde Jesus deu exemplo, até a última hora, dos Seus testemunhos.

Todo aquele que ama as coisas exteriores, têm realmente "vista acanhada" e ainda dorme no clima da ignorância. O nosso amor deve atingir a tudo, principalmente ao Criador, e para tanto não é preciso ofertas materiais. Por que dar a quem é dono de tudo? A criança é que pede ao pai dinheiro para comprar presente para o próprio pai, e quem faz ofertas materiais a Deus, o faz por ser criança, na escala da vida espiritual. Quem já está crescido em Cristo, deve saber como adorar a Deus nos moldes ensinados pelo Senhor Jesus Cristo.

Oferta a Deus hoje urna prece de gratidão por tudo que já recebeste das Suas mãos poderosas e santas. Faze isso e verás o que podes sentir, no retorno dos teus sentimentos de amor para com o Pai.


Miramez



Livro Filosofia Espírita Vol. 14 - João Nunes Maia
Cap. 10 - As coisas agradáveis à Deus



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