Neio Lúcio - Livro Colheita do Bem - Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano / Chico Xavier - Cap. 12
Amealhar pão espiritual
15/06/1949
Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês todos, conferindo-lhes muita paz ao coração.
Com a minha afetuosa visita de sempre, trago-lhes os meus cumprimentos pela vitória contra a gripe. Felizmente, Wanda venceu galhardamente a crise do resfriado. Tive receio de que a gripe de caráter menos benigno que atacou o grupo, de modo geral, nos impusesse, desta vez, maiores preocupações. Felizmente, a Bondade Divina, por intermédio de Seus emissários, nos auxiliou a todos, permitindo-nos a satisfação de vê-los depressa refeitos, altamente receptivos, no serviço da própria recuperação. Atualmente, a luta da esfera em que evoluímos é muito intensa no sentido de socorro preventivo.
Os remanescentes da guerra última são quais nuvens miasmáticas, espalhando aqui e ali fluidos de enfermidades e desânimo através de entidades aos milhares que vagueiam, quase sem rumo, chumbadas magneticamente ao solo do planeta. Vocês perguntarão pela assistência e têm razão. Assim como a cidade grande possui, invariavelmente, os seus postos avançados de socorro imediato, também, por nossa vez, dispomos de extensos recursos nesse particular, entretanto, apesar de todos os esforços do Plano superior, os obstáculos são grandes contra a generalização do auxílio. Quando a mente mais ou menos evoluída teima em não receber a nossa colaboração, debalde tentaremos impor o nosso concurso fraternal.
Poderão ajuizar sobre o assunto pensando na situação de vocês mesmos. Realmente, possuem vocês, no presente, remédio eficiente e seguro para muitos males, todavia, raros aceitar-lhes-iam a cooperação espontânea. Vocês e nós somos compelidos a amealhar pão espiritual, água viva de revelação e medicamento curativo da alma em reservatórios públicos de ideias, que são as mensagens entregues ao espírito geral para que as almas deles se apropriem quando julguem conveniente a própria adesão ao movimento de melhoria e elevação que lhes diz respeito. Dessa forma, também temos aqui aperfeiçoados serviços de socorro certo e eficaz, entretanto, devemos esperar que a lei se cumpra em cada alma que deseje sinceramente elevar-se.
O que mais impressiona no quadro do mundo moderno não são, porém, as moléstias espetaculares do corpo físico, para as quais sempre podemos recorrer à higiene ou à medicina, em qualquer caso. O que nos confrange a alma é sentir o amadurecimento dos homens para os benefícios da espiritualidade superior e vê-los no sentido coletivo completamente confiados ao conúbio com as forças mesquinhas e destrutivas. O desequilíbrio é enorme!
As enfermidades ocultas do desânimo, da perturbação indefinida, da derrota prematura, da incapacidade imaginária, em vários aspectos de desequilíbrio mental, assolam a vasta e respeitável casa humana e grandes instituições, em nossa Esfera, se arregimentam para prevenir medicação espiritual adequada contra as “epidemias psíquicas” de loucura.
Os desencarnados em posição idêntica ou mais baixa que a do homem comum se movimentam em todas as direções e ameaçam a estabilidade das próprias nações.
O mundo, na expressão representativa da civilização, não pretende afeiçoar-se a semelhante verdade, todavia, o clima na Terra atual, o clima do espírito, é difícil de alimentar os corações mais esclarecidos e mais sensíveis.
Se o homem, considerado em bloco, entendesse a herança de dor que ele próprio atrai pelo olvido e indiferença diante das leis sublimes que nos regem os destinos, outras seriam as condições do planeta, mas “o lavrador colherá em todo tempo o que houver semeado e pelo plantio a que se devotarem as criaturas as colheitas dos anos próximos serão cada vez mais complexas em motivos de aflições purificadoras”.
Creiam vocês que estamos vivendo grandes dias. Dias de muita gravidade e de muita expectação para quantos já conseguiram se desviar das zonas mais fundas do vale, na direção dos montes. Que Jesus nos proteja e fortaleça, preparando-nos não só as forças da paciência, mas também as fibras para lutar com denodo e serenidade.
Infelizmente, não nos foi possível trazer o nosso amigo Gudesteu aos trabalhos espirituais. n Francamente, ele poderia, sem dúvida, vir a conversar pelo lápis, entretanto, sem perceber, vocês revestiram a ação na fé com carregadas tintas de responsabilidade. Não é com facilidade que devemos abrir a porta para as sugestões mesmo de ordem espiritual que nos visitam, porque, antes de tudo, agora, é preciso saber que qualidade de material estamos fornecendo ao pensamento dos outros.
Não se achando o nosso estimado amigo em condições de escrever, consolando e edificando, de maneira substancial aos entes amados que ficaram, qualquer carta que viesse grafar traria dificuldades em consequência.
Ah! Se todos pudéssemos e, em muitas circunstâncias, se todos quiséssemos preparar a longa e inevitável viagem, outros aspectos assumiriam entre os homens os inquietantes problemas da morte.
Sabem vocês hoje, tanto quanto eu, como é difícil dar e receber em matéria de fé raciocinada e vivificante. Agradeçamos as bênçãos que estamos entesourando nas almas. Cada conhecimento novo, cada estudo meditado na revelação divina, cada serviço na crença representa tijolos espirituais na casa do porvir.
Abençoados sejam vocês que têm sabido conservar o dom da confiança no Altíssimo. Quem confia no Senhor nunca sofre desapontamento, porque o desencanto e a amargura pertencem aos círculos dos homens, simplesmente. Que a Divina Bondade nos auxilie cada vez mais na recepção das oportunidades preciosas de iluminação que temos recebido.
Continuem cuidadosos com o equilíbrio orgânico, sem esquecerem, de pronto, os antigripais. O tempo experimenta grande variabilidade e o instrumento físico de que vocês dispõem é um só, sem possibilidades de substituição apressada. Um corpo é um tesouro que devemos gastar com prudência e veneração para não cairmos em surpresas desagradáveis.
Estive com você, meu caro Rômulo, nas horas de materializações em Juiz de Fora. Mais tarde, falaremos do assunto. Peço a Jesus para que vocês todos desfrutem muita saúde e alegria. A saúde é um vaso de luz e a alegria é um óleo de vida abundante. A luta terrestre exige ambas preciosidades para que se converta em mecanismo de interpretação da Vontade Divina.
Que o Senhor nos abençoe e ilumine cada vez mais. E reunindo-os num grande e carinhoso abraço, sou o papai muito amigo de sempre,
Neio Lúcio
(Arthur Joviano)
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