Joanna de Ângelis - Livro Plenitude - Divaldo P. Franco - Cap. 8
Caminhos para a Saúde
Caminhos para a Saúde
O sofrimento é via de redenção espiritual, em face do incompleto desenvolvimento moral do indivíduo. Opção pessoal, é roteiro destituído de qualquer ação punitiva, educando ou reeducando por meio dos mesmos mecanismos, graças aos quais houve comprometimento, desvio de rota, desrespeito às leis da vida. A sua presença vige, enquanto se faz necessária a depuração. As únicas exceções se apresentam nos quadros de iluminação coletiva, quando os missionários do bem e do amor mergulham nas sombras do mundo, a fim de clareá-las com os seus exemplos. Não mais lhes sendo necessárias as dores físicas e morais, elegem-nas ou aceitam-nas como holocaustos espontâneos, a fim de ensinarem coragem, abnegação e sacrifício aos que estão na retaguarda, comprometidos com a ignorância e a ilusão, a rebeldia e a violência, o egoísmo e a negação do dever, todos eles geradores de sofrimentos, de enfermidades e dores.
A saúde integral, a paz, a alegria interior resultam da lucidez mental, que elege os atos corretos para a existência modeladora da ascensão.
Enquanto não se convençam as criaturas de realizar o equilíbrio, a homeostase ideal entre o psiquismo e o corpo físico, debater-se-ão nas malhas de qualquer tipo de sofrimento. Advertência ao desvio da linha de harmonia, ele se apresenta em forma de energia comprometida, bloqueada ou desequilibrada, facultando a instalação de doenças, de desares, de padecimentos de qualquer natureza.
Certamente, as terapias convencionais ajudam na recuperação da saúde, na sua relativa manutenção. Todavia, somente os fatores internos que respondem pelo comportamento emocional e social podem criar as condições permanentes de bem-estar, erradicando as causas penosas, proporcionando outras novas que compensarão aquelas, se não superadas, promovendo o equilíbrio estrutural do ser.
Jesus sintetizou no amor a força poderosa para a anulação das causas infelizes do sofrimento e para a sua compensação pelo bem.
Allan Kardec, por meio da observância das lições do Evangelho e das diretrizes propostas pelos Espíritos superiores, aludindo a Jesus, apresentou a caridade como sendo a via real para a salvação, a aquisição da saúde integral.
A caridade, que é o amor na sua expressão mais elevada, para ser real exige a iluminação de quem a pratica, facultando-lhe, ao mesmo tempo, um constante aprimoramento de propósitos que induzem à abnegação e à vitória sobre as tendências primitivas, que permanecem dominadoras.
Pelo seu extraordinário conteúdo emocional, a caridade dulcifica aquele que a pratica e abençoa quem recebe, dignificando-o, promovendo-o e ajudando-o a superar-se. Por isso, verdadeiramente, a sua é uma ação de profundidade, que exige requisitos especiais,adquiridos pelo esforço de constante aprimoramento espiritual.
Buda, no passado, recomendava uma via de salvação,em 8 passos, que são indispensáveis para a iluminação pelo amor e a plenitude pela felicidade.
A criatura humana sempre crê, até naquilo que nega. O seu ato de negar é uma força de crer, que defende com entusiasmo e vigor. A negação, por isso mesmo, é um tipo de afirmação.
Demonstrando a crença natural ou racional em torno da sua convicção.
Crer, retamente, porém, é direcionar o pensamento de forma positiva, edificante, firmando-o em propósitos saudáveis, que favorecem a realização excelente dos postulados, nos quais se crê.
Essa é uma crença estimuladora que enriquece de beleza e aciona os mecanismos da vida, alterando, profundamente, o comportamento para melhor e propondo uma vivência pautada na força da crença.
Diante de todos os enfermos que O buscavam, Jesus era peremptório, quanto ao ato do paciente crer n'Ele e na recuperação da saúde.
A sua resposta positiva criava a reação orgânica favorável à movimentação da energia bloqueada pelos condicionamentos doentios, pelas sequelas cármicas propiciadoras dos distúrbios degenerativos, nas áreas do corpo, da mente ou da emoção. A abertura mental e emocional do enfermo à certeza de que era possível a recuperação, e que Jesus podia consegui-lo, proporcionava-lhe a receptividade necessária ao imediato processo de cura.
Assim, a fé tudo pode, pois aciona inexplorados mecanismos íntimos do homem, geradores de forças não utilizadas, modificando por completo a paisagem interna, depois externa do ser.
“A fé remove montanhas”, acentuou Jesus. Ela é a canalização de todas as possibilidades psíquicas alterando a ação das forças habituais. Quando se apresenta, estimula à ação e vibra interiormente, gerando energias que vitalizam toda a maquina pela qual se movimenta.
A crença reta faculta uma visão otimista da vida, que se enriquece de motivações, que nada perturba. Sabe esperar e estimula ao prosseguimento da empresa, mesmo quando as circunstâncias parecem conspirar contra, ocasionando confusão ao projeto abraçado.
Todas as conquistas da Humanidade tiveram início no ato de crer corretamente, graças ao qual se movimentavam as pessoas, persistindo na execução dos planos mentais transferidos para a realidade objetiva.
Nicolau Copérnico, por acreditar retamente no sistema heliocêntrico, sofreu humilhações constantes e lutou contra o sectarismo, a intolerância, o fanatismo e a ignorância, até provar que estava com a razão.
Cristóvão Colombo, recordando-se psiquicamente das terras que eram desconhecidas da civilização europeia, apesar de desestimulado e ironizado pelas Cortes as quais pediu ajuda, e pelos seus contemporâneos, por crer retamente, descobriu a América, provando que estava certo.
Crer retamente conduz ao querer retamente.
Umas das razões do sofrimento humano é o querer equivocadamente, conforme a ilusão do prazer imediatista e alucinado, que elege o dispensável em detrimento do essencial, de acordo com o transitório e não com o permanente. E para lográ-lo, age segundo as tendências negativas, comprometendo-se moral e espiritualmente.
Esse querer equivocado escraviza o ser às paixões inferiores, cujas algemas o retêm inexoravelmente aos efeitos infelizes da eleição.
Para o seu prazer, o indivíduo quer o que não lhe convém, permitindo que o egoísmo se sobreponha aos interesses gerais prejudicando todos aqueles que possam constituir-lhe impedimento ou provocar-lhe dificuldade.
Querer retamente propõe métodos compatíveis com os objetivos da crença anelada. Os meios incorretos não são justificáveis quando usados para fins nobres, porquanto degeneram os ideias que devem permanecer pulcros. Sem o uso dos meios correspondentes, as realizações perdem a qualidade de que se devem revestir.
As supostas facilidades muito aneladas pelas criaturas são uma forma de evitar os meios hábeis, complexos às vezes, que compõem o quadro do querer de maneira elevada.
Não que as realizações mais fáceis signifiquem desvio de meta. Elas ocorrem amiúde, como é natural, não devendo tornar-se regra geral, que desencoragem as demais que proponham esforço, persistência e sacrifício.
Quem elege a montanha não evita a ascensão difícil, porquanto faz parte da aspiração que se sustenta interiormente.
O ato de querer tornar menos ásperos os desafios e as dificuldades.
Querendo retamente difundir a mensagem de Jesus, Paulo aplicou os mais desgastantes esforços, padecendo, enfermidades, abandono, apedrejamento e quase morte, afirmando, confiante: “Ai de mim se não pregar o Evangelho”, vivendo com sacrifício o ideal que o abrasava.
A preservação do querer com retidão rechaça as propostas ignóbeis, mesmo quando se apresentam como fórmulas salvacionistas, solucionadoras.
O que não tem a chancela da retidão desmerece a qualidade da ação.
Jesus sempre quis retamente e sempre assim agiu, tornando a Sua mensagem uma luz inapagável a varar os séculos, superando desfigurações, interpolações e adulterações lamentáveis.
Quando se crê e se quer retamente, fala-se com a mesma qualidade de intenção, e essas palavras, conforme se refere o Evangelho, exteriorizam o de que está cheio o coração.
Indispensável, portanto, a vivência íntima das aspirações superiores, a fim de que a música da palavra traduza-as para o exterior retamente.
A palavra é valioso instrumento de comunicação, que tem entorpecido grandes ideais da humanidade, por não ser fiel aos sentimentos que deveria expressar.
Fala-se por falar-se; fala-se para dissimular emoções e ideias; fala-se com objetivos sórdidos e prejudiciais.
A palavra que liberta, igualmente faz-se meio de escravidão.
Por isso, a arte de falar impõe requisitos que são essenciais para expressar-se retamente.
Deve-se pôr na palavra a discrição que sabe como e quando falar, evitando gerar constrangimento e amargura.
Não faltam, no mundo, acusadores e palradores da inutilidade, das ideias vazias de conteúdo, de ironias e sentidos dúbios. Eles inquietam e anatematizam, infelicitam e desajustam, dominados por idealismos falsos e paixões inferiores.
O falar retamente fomenta o progresso, desenvolvendo as aspirações que se exteriorizam em ideais de liberdade e amor, impulsionando as criaturas para a frente, para o bem.
Falando retamente, Sócrates desenvolveu a filosofia, elevando-a às cumeadas e dignificando os princípios éticos e morais que ainda constituem base ao idealismo, ao Espiritualismo.
As boas palavras enrijecem o caráter, dulcificam o coração e iluminam a vida. As más, entorpecem os sentimentos, deformam a conduta e matam os ideias de enobrecimento.
Crer, querer e falar retamente produzem uma vibração de paz que fomenta a saúde, alterando o comportamento emocional que refaz o equilíbrio da energia, modificando o campo no qual se instalam as enfermidades.
São, inevitavelmente, caminhos para uma existência saudável.
Logo surge o momento da ação, que equivale à diretriz do opera retamente.
Os requisitos anteriores alcançam o seu momento máximo na ação, sem o que deixam de influenciar, como necessário, o comportamento, que retrata a realidade íntima da pessoa.
A retidão impõe-se em todos os passos da existência humana.
Um coração tranquilo é resultado de uma conduta reta, e por consequência, fator basilar para uma consciência de paz.
Interdependem-se, portanto, esses elementos, para uma vida feliz, desde que, olhar-se para trás sem remorsos, agir-se sem medo, em face dos sentimentos enobrecidos, produzem um estado de paz que nada perturba, porque enraizada na maneira de operar, conduzindo a caminhada retamente.
O mundo progrediu sempre graças àqueles que agem com retidão. Os seus exemplos de dedicação às causas dignificadoras tornaram-se a base do processo de engrandecimento da vida e das demais criaturas.
Conscientes das suas responsabilidades não temeram as perseguições, as lutas ásperas, os sacrifícios, nem mesmo o holocausto, quando este se fazia necessário, desde que permanecesse impoluto o ideal que sustentavam. Sabiam que a morte do corpo não destrói a ideia grandiosa, e que é no sangue do martirológico que a semente da verdade germina, a fim de poder frondejar mais tarde, abençoando com flores e frutos.
Como se mede a grandeza ou a pequenez das criaturas graças aos ideais que possuem, é na ação que se avalia a excelência das suas aspirações, pois que ai, ao aperá-las, trazê-las ao mundo objetivo, é que elas experimentam a intensidade dos fornos onde são lançadas antes de se tornarem realidade.
Entre companheiros doentes e em uma sociedade injusta, é um verdadeiro desafio operar retamente. As propostas da insensatez se multiplicam, os conchavos da desonestidade bem urdidos e disfarçados de legais enxameiam, as concessões morais e conivências fazem-se quase normais, dificultando a ação correta. Quem age com retidão parece alienado, é malvisto, tido por excêntrico, ou como se o fizesse para pretender chamar a atenção. Há uma oposição sistemática, ancestral, arquitetada contra o correto, de modo a impedir o desmascarar da fraude e da corrupção em predomínio.
Operar retamente é técnica de terapia preventiva quanto curadora para o sofrimento.
Quem não atua errado, não tem necessidade de repetir a experiência, refazer o caminho, ressarcir débitos...
Tal ação, entretanto, começa nas pequenas decisões, nas realizações mais simples e de aparente significação sem importância.
Tudo é importante na vida. Os pequenos atos são preparatórios dos gestos grandiosos e das realizações vultosas.
Manter o mesmo nível de conduta reta em uma pequena como noutra atividade de relevo é forma de treinamento para uma vivência equilibrada.
Viver retamente é, portanto, o passo seguinte.
As ações que se sucedem, transformam-se no modus operandi de cada indivíduo que aí passa a ter o seu modus vivendi.
Quem age retamente, vive retamente.
O seu hoje representa as ações antes realizadas e o seu amanhã defluirá das suas atividades hoje desenvolvidas.
Não se homizia no erro, não se exalta, não se deprime.
Suas horas transcorrem harmoniosas e as suas lutas, mesmo quando desgastantes, não o infelicitam, porque elas são conquistas de patamares mais elevados, que aguardam.
A vida adquire sentido e significação, porque não se acabando no túmulo, amplia-se ao infinito, rica de oportunidades excelentes de aprendizagem e plenificação.
Ghandi recomendava a igualdade radical, de deveres e direitos. Todavia, para que os seus fossem ideais legitimamente respeitados, vivia conforme preconizava, trabalhando no tear e acolhendo os párias no seu ashram, a eles concedendo a mesma consideração que dispensava a qualquer outra pessoa.
Viveu pobremente, de acordo com o que se considerava as necessidades básicas para a vida, que prescrevia para as demais criaturas.
Jesus não tinha “uma pedra para reclinar a cabeça”, embora “as aves do céu tivessem os seus ninhos e as feras os seus covis”, porque para Ele uma só coisa era importante: dar-se, num mundo de coisas que valem o que se lhes atribui, já que não têm valor real...
Uma vivência de tal natureza impõe um grande esforço, já que é larga a porta que conduz à perdição.
O passo imediato é esforçar-se retamente.
Sem esforço, nenhum empreendimento se torna possível, muito menos se faz vitorioso.
A intensidade do esforço desvela a qualidade do caráter.
Sem uma disciplina que o exercício prodigaliza, o esforço deperece e as aspirações morrem.
Essa força, que decorre do querer, é responsável pelos resultados das aspirações colocadas na prática.
As pessoas que não se esforçam por preservar os ideais de enobrecimento perdem as batalhas da evolução antes mesmo de iniciá-las, perturbando a marcha do progresso geral.
Afirma-se, muito, como justificativa para não se esforçar, que não se logra manter o nível do ideal necessário. No entanto, a execução dos hábitos viciosos dá-se mediante esforços que se incorporam ao cotidiano como fenômeno natural.
A libertação deles somente é possível através do investimento de energias que se lhes opõem.
Não raro, os indivíduos, em razão do prazer que experimentam na vivência viçosa, sacrificam-se, aplicando todos os valores imagináveis, a fim de continuarem com as sensações a que se escravizam. Quando se lhes propõe, no entanto, a mudança para as emoções duradouras, negam-se ao esforço, por acomodação ao que já fruem, mesmo que lhes seja desgastante.
Ninguém vive sem esforço. Ultrapassados os limites dos fenômenos automáticos, a vida exige o empenho da vontade, a aplicação e direcionamento das energias.
Quem se esforça em um sentido, realiza-o também em outro, se quiser.
Esforçar-se retamente é saber aplicar a capacidade dos seus recursos naquilo que propicia felicidade real, duradoura, sem as aflições dos prazeres fugidos, que necessitam de repetir-se sem cessar, não lhes aplacando a sede, antes aumentando-a, perturbadoramente.
No esforço bem dirigido as energias se retemperam e as motivações, por serem elevadas, mais atraem a novos tentames, que se sobrepõem aos limites e desgastes dos sofrimentos.
A mente, colocada em áreas nobres, anestesia as sensações dos desajustes e das enfermidades, emulando na conquista da harmonia, que se alcança mediante esforço retamente aplicado.
Das pequenas e constantes tentativas de agir corretamente se desenvolvem as forças que serão canalizadas para os grandes cometimentos, mesmo que desconhecidos das demais pessoas.
A constante renovação moral e todo o trabalho de alterar a estrutura do comportamento exigem o reto esforço que leva ao êxito. De natureza íntima, decorrem do crer nas metas a alcançar, do valor que possuem, a fim de querer com afinco, de modo a envidar a capacidade de ação, sem o que o tentame malogra.
Esse esforço decorre da aplicação do pensar retamente.
O que se cultiva no pensamento transborda para a esfera objetiva, constituindo-se elemento existencial no comportamento humano.
O pensamento é fonte geradora e dínamo condutor da Vida para a vida.
A energia encontra-se presente em tudo, aguardando que o pensamento a comande, e direcione.
No que tange aos sofrimentos, na sua multiface, a ação mental é relevante.
Todo aquele que se deixa dirigir pelo pessimismo e pela depressão faz quadros enfermiços, debatendo-senas malhas de dores perfeitamente dispensáveis. Por um processo de natural afinidade, sintoniza com as doenças, abrindo brechas nas próprias resistências para a instalação de males e perturbações afligentes. O bombardeio constante contra os sutis mecanismos da emoção e da aparelhagem orgânica termina por desarticular-lhes o equilíbrio, produzindo o desajustamento que facilita a penetração dos agentes degeneradores.
A ação do pensamento reto, pelo contrário, produz o fortalecimento do campo psicofísico, expulsando as doenças e gerando sucessivas ondas de bem-estar, que são responsáveis pela saúde.
Acrescente-se a esse quadro a interferência dos espíritos desencarnados no cotidiano das criaturas humanas.
Os raios mentais direcionados em um outro sentido facultam a sintonia com Entidades de teor vibratório correspondente. Não é, pois, de surpreende, o atual surto epidêmico de obsessões, que decorre da afinidade mental e moral existente entre os homens aturdidos e os Espíritos infelizes, com os quais os primeiros mantém convivência ideológica.
Ideoplastias enfermiças, formas-pensamento extravagantes e doentias terminam por criar uma psicosfera viciada que intoxica as pessoas, aumentando o quadro das enfermidades, estas últimas de diagnose difícil pela Medicina convencional e cuja terapia terá que partir do próprio paciente, por meio de uma radical mudança de comportamento mental e moral, a fim de desatrelar-se das vibrações que o envolvem.
Pensar retamente faculta harmonia psicológica e sintonia com os Benfeitores da Humanidade, em cuja convivência psíquica se haurem energias benéficas propiciadoras de saúde, que vão atuar nas causas dos sofrimentos alterando-lhes a vigência e os efeitos.
Quem pensa retamente encontra-se consigo mesmo, com o seu próximo e com Deus.
O hábito saudável de pensar conduz à etapa final, que é meditar retamente.
Fixam-se nos painéis da memória, por educação mental perniciosa, em maior quantidade, as impressões infelizes, os atos reprocháveis, as aspirações inferiores, e, por isso, afirma-se com leviandade que meditar é muito difícil.
Basta, porém, que se mude a direção dos hábitos mentais e se criarão as bases da meditação.
Como não se vive sem pensar, exceção feita aos portadores de psicopatologias graves, deve-se fazê-lo sempre de forma positiva e otimista, gerando novo costume no campo mental até que seja absorvido e transformado em automatismo pela repetição natural.
Por mau hábito, quando algo de negativo acontece, a pessoa se deixa consumir, entregando-se, comentando, repetindo e fixando, quando a atitude a tomar deveria ser totalmente oposta. No entanto, quando algo de bom e útil acontece, raramente se analisa, penetra e revive, logo substituindo-o por outro fato desagradável, acostumando-se com o último em detrimento do anterior.
Natural que, desacostumado à reflexão em torno do bem e da paz, da saúde e da alegria, tenha dificuldade em meditar retamente.
Nas primeiras tentativas,os arquivos da memória liberam as impressões deprimentes, perniciosas, e o candidato desiste, quando deveria prosseguir com esforço para liberar-se dessas e fixar as novas imagens e aspirações geradoras de saúde, de felicidade.
A concentração é a fixação da mente, por interesse ou seleção, em qualquer pensamento, em alguma ideia especial que se deseje analisar ou reter.
Meditar é aplicar a concentração na busca de Deus, interiormente, com determinação e constância. Seu objetivo único é o de atingir o fluxo divino e conhecer Deus, senti-Lo e alimentar-se da Sua energia. É o estado de quietação mental.
Jesus afirmou: “O teu olho é a luz do teu corpo. Se o teu olho for um só, todo o teu corpo será luminoso”.
Se o indivíduo permitir-se olhar para dentro, todo ele se torna uma só ideia visual; ao captar a luz divina, igualmente todo fara luminoso, e nenhum sofrimento o perturbará, graças à aquisição da saúde integral.
A meditação reabastece de energias salutares, refazendo a harmonia do psiquismo e este, a do organismo físico.
Quem medita retamente, crê, quer, fala, opera, vive, esforça-se e pensa com retidão, adquire os valores indispensáveis à salvação. Nesse estágio, a pessoa doa-se e já não mais vive, sendo o “Cristo quem vive” nela.
...Liberta-se, por fim, do sofrimento.
Joanna de Ângelis
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