terça-feira, 9 de março de 2021

Joanna de Ângelis - Livro Luz nas Trevas - Divaldo P. Franco - Cap. 7 - Lei de sintonia




Joanna de Ângelis - Livro Luz nas Trevas - Divaldo P. Franco - Cap. 7


Lei de sintonia


O cidadão comum que preserva os valores éticos e comporta-se conforme a crença moral que lhe é agradável atrai, inevitavelmente, a presença dos bons Espíritos, que se comprazem em assistir-lhe.

Sendo possuidor de faculdade mediúnica, abrem-se-lhe as portas da caridade, que pode exercer mediante os sentimentos que lhe são naturais.

No caso em tópico, aqueles Espíritos inamistosos a princípio zombam do seu comportamento; logo depois, ante a natural demonstração dos atos dignificantes, sensibilizam-se, tornam-se-lhe simpáticos e aderem aos postulados de que se contagiam.

Trata-se da Lei de sintonia, através da qual os semelhantes se atraem. A melhor terapêutica, portanto, para os graves problemas das desordens obsessivas é o bem proceder.

Quando examinamos a mensagem de Jesus, identificamos em todos os momentos a superioridade do amor, que inspira os pensamentos e os atos nobres, induzindo à vivência saudável.

O amor, portanto, emite ondas de vibrações elevadas que ensejam a não-violência, a resistência pacífica.

A tragédia do cotidiano entre as criaturas humanas deflui da inadvertência de pessoas e grupos que optam pela dominação arbitrária dos outros e tentam, a seu talante, submeter todos quantos se lhes acercam.

A Lei de sintonia propõe a transformação moral do ser humano, e logo advém as consequências pacíficas e pacificadoras.

No começo do século XX, Leon Tolstoi, que se houvera tornado cristão sem designação religiosa, mas conforme o Evangelho, acompanhando a miséria que reinava na sua pátria, a Rússia, escreveu uma carta ao czar Nicolau II, chamando-o de irmão e amigo para adverti-lo da crueldade do seu governo sobre os 100 milhões de súditos.

Advertia-o das ciladas e das manobras dos seus auxiliares, daqueles que o cercavam, polícia e exército, informando-o não ser ele amado e aplaudido por aqueles miseráveis que o detestavam, no abandono e na fome a que estavam atirados...

Falou-lhe da força inexorável do amor e do bem que lhe cabia praticar na missão que Deus lhe confiara de conduzir o povo esfaimado e sofrido.

Vaticinou que, por certo, não teria ocasião de vê-lo sofrer as consequências da violência na qual se apoiava, com resultados devastadores, em razão da sua idade avançada.

Apelava para a bondade e a justiça, eliminando a pena de morte das leis severas que mantinham nos cárceres abarrotados mais de 100 mil prisioneiros tidos como revolucionários porque insatisfeitos com a maneira como eram tratados...

De fato, mais tarde, quando estourou a revolução comunista, ele foi deposto e enviado com a família para o exílio na Sibéria, sendo submetidos a inclementes humilhações, fuzilados, logo depois, num espetáculo doloroso.

Tolstoi houvera desencarnado antes e foi sepultado humildemente entre as árvores que ele próprio plantara, num singelo túmulo, tão humilde quanto ele, em Iásnaia Poliana.

Deixou-nos, entre outras, a sua obra, que ele considerava prima, o Reino de Deus está em vós.

Nesse ínterim, na África do Sul, um jovem advogado indiano que lera a magnífica Obra sobre a mensagem de Jesus e o Reino dos céus dentro de nós alterou a vida e dedicou-a, a princípio, a dignificar o seu povo odiado e perseguido naquele país.

Preso e condenado por pedir igualdade para todos, iniciou a Cruzada que terminaria por libertar a Índia e o Paquistão do cárcere do império britânico.

Tratava-se de Mohandas Karamchand Gandhi. Viveu o Evangelho em toda a sua pureza, no amor e no jejum, na resistência pacífica, na oração e sobretudo em a não-violência.

Assassinado por um fanático, chamou por Deus sorrindo e imortalizou-se.

Parece difícil, nestes dias, a vivência íntegra do amor, tais as circunstâncias e as conquistas bélicas, as forças da violência, o poder das armas... No entanto, nos dias de Jesus não eram diferentes as condições, e por isso Ele foi crucificado.

Tolstoi teve algumas das suas obras proibidas de circular nas terras da mãe Rússia, e a pobreza suprema a que ele se submeteu permitiu que fosse escarnecido e desprezado, tivesse problemas domésticos ao renunciar ao título de conde.

Gandhi, admirado e perseguido, insistiu nos objetivos a que entregou a existência e, conforme esperava, tornou-se vítima da violência, deixando o seu legado de paz que ainda comove o mundo.

Talvez não logres alcançar o nível desses missionários, o que não é importante, desde que te dediques ao humilde trabalho de aplainar a estrada, melhorar os caminhos por onde marcharão os apóstolos do amanhã que virão pacificar a Terra.

Faze a tua parte: ama !

Exercita o não-revide, a não-violência, a resistência pacífica.

Esses elementos são o alicerce sobre o qual o Senhor está construindo o mundo melhor de amanhã.

As tremendas provações que ora se abatem sobre a humanidade: guerras, epidemias, violência, desagregação do ser, perda de sentido existencial atraem Espíritos também infelizes, que se mesclam com os indivíduos e as massas, provocando o caos.

A mesma Lei de afinidade atrai os seres nobres da Espiritualidade, os gênios, os sábios, os mártires e os santos para a edificação da felicidade dos corações, mesmo durante estes afligentes momentos...

Pensa no amor e ascende aos páramos da Luz Divina, da qual procedes.


Joanna de Ângelis






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