Por que você sente angústia?
“E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.” (Lucas 10:30)
A angústia é uma dor que se aloja no peito, sufoca sua iniciativa e o faz perder a noção do que está acontecendo com você, criando uma profunda sensação de instabilidade que não lhe permite saber o que fazer para se recompor. Entretanto, ela tem um significado fundamental no equilíbrio e na sanidade do ser.
A angústia vem com a finalidade de avisar que seu mundo interior está se desorganizando ou já está desorganizado. Quase sempre se trata de algo antigo que você ainda não compreendeu ou não tem consciência para mudar.
Em muitos casos, a angústia é o termômetro emocional que o alerta sobre o quanto você está se autoabandonando e tomando a direção contrária às suas necessidades de realização interior. Ela surge quando você está se desconectando de sua autenticidade, de sua verdade pessoal e de seu caminho individual no mapa da existência. Não enfrentar seus medos, querer ter controle de tudo, usar de muita perfeição nas atitudes, conviver exaustivamente com a culpa e outros caminhos da dor emocional resultam nesse autoabandono.
Memorize essa ideia: ninguém e nada pode preencher mais o seu coração do que você mesmo. Entregar ao outro essa tarefa é terceirizar sua felicidade.
Quando você aprender a construir e a pavimentar o seu caminho com autoamor, sua vida emocional dispensará o corretivo da angústia. Ela apenas serve para trazer você de volta a si mesmo. É uma dor que sinaliza o desvio de rota na caminhada da evolução. É você querendo resolver coisas de fora sem realizar a mudança interior.
A estrada do autoabandono é um roteiro de descida espiritual semelhante a do homem que saía de Jerusalém, cidade que simboliza as conquistas espirituais, para Jericó, centro das transições mercantilistas e materiais da época. Nessa atitude de se abandonar, você cai na mão dos velhos salteadores, como o orgulho, o ciúme, a inveja, o destempero, a compulsão em fazer escolhas pelos outros, a tristeza pela vida não ser como gostaria, a impaciência com a melhoria e o progresso das pessoas que ama, a sensação de fracasso diante dos seus deveres e tantas outras frustrações da sua vida. Depois desses assaltos emocionais, surge a terrível sensação de perda, de despojamento, junto da dor das pancadas da culpa e, por fim, a angústia toma conta do seu mundo interior, deixando-o meio morto.
Quando se vir acometido pela angústia, faça duas perguntas: o que eu estou tentando controlar? O que eu não estou aceitando? Em seguida, busque uma mudança no padrão do seu comportamento, tomando por base as respostas.
Com essas duas perguntas, você tem enormes chances de entender o que está acontecendo ou de iniciar e promover a recuperação de seu estado íntimo.
Se não houver melhoras, será necessária uma investigação mais profunda.
O Controle sobre o que não é para ser administrável, especialmente os relacionamentos e as situações inalcançáveis, mais o fato de não aceitar os acontecimentos na vida, são causas muito presentes nos quadros de angústia.
São dois comportamentos que consomem muita energia e afastam você de si mesmo.
Ermance Dufaux
Frase terapêutica
Autoabandono é você se sacrificar por alguém, receber desprezo e ainda chamar isso de amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário