sexta-feira, 21 de maio de 2021

Neio Lúcio - Livro Colheita do Bem - Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano / Chico Xavier - Cap. 16 - O serviço da comunidade




Neio Lúcio - Livro Colheita do Bem - Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano / Chico Xavier - Cap. 16


O serviço da comunidade


27/07/1949

Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita paz e bom-ânimo aos corações.

Hoje é o nosso dia alegremente comemorado. O júbilo doméstico esteve, graças a Jesus, completo com a presença dos netos em torno de vocês, acentuando-lhes o contentamento. Creiam que de todas as realizações humanas o lar é sempre a mais sublime pela grandeza das bênçãos que o divino Poder nele entesoura. E sou realmente feliz em lhes observando o equilíbrio na experiência familiar, aliado ao desejo firme e incessante de progresso para o que é efetivamente útil, permanente e divino.

Não posso, em minha condição atual, senão renovar-lhes os meus votos de felicidade, rogando ao Senhor para que a existência na Terra, cada vez mais, constitua para vocês um roseiral sem espinhos, cujo perfume sobe sempre para os cumes da vida eterna, conduzindo à Providência o cântico silencioso do agradecimento e do trabalho a que se devotam.

Rejubilo-me, minha querida Maria, com as suas melhoras de saúde para que a data fosse mais integralmente colorida de paz, sem preocupações de qualquer natureza. Você e o Rômulo possuem hoje grandes e santificados compromissos em obras de caráter coletivo e o voo das aspirações de ambos não deve ser circunscrito. 

A reencarnação é um processo de renovação. E acreditem que, em cada ano de boa luta, desde que a criatura se consagre ao espírito de serviço que nos deve presidir as ações, desperta a alma para deveres sempre mais elevados e mais nobres. 

Um serviço que seria valioso em determinada época passa a ser menos construtivo em outra. O que assinala um lustro de ação é diferente naquele mesmo período de tempo que o segue. Estou, portanto, satisfeito e convicto de que a proteção do Senhor nunca nos falta para que nos devotemos aos cometimentos da hora que atravessamos.

São tantas as obrigações espirituais que hoje prendem vocês a círculos mais dilatados de responsabilidade que não me canso de pedir a cooperação de benfeitores nossos para que lhes não faltem os recursos preciosos da saúde, da harmonia e da paz. Que Jesus lhes conserve, acima de tudo, a disposição de operar servindo a todos, espalhando a sementeira do bem através de todas as direções.

Na expectativa do regresso do Roberto dos estudos, estendo igualmente a ele os meus votos de êxito pela aplicação metódica à obra de preparação do próprio futuro. Não se esqueça o meu neto de que em todas as circunstâncias devemos ser sempre “nós mesmos”, agindo com a feição pessoal ajustada ao bem comum. 

Não admita, em hipótese nenhuma, que as edificações da felicidade se façam à revelia do próprio esforço. Tudo o que um homem possui é aquilo que ele mesmo amontoa ao redor de si. Chegamos hoje à ousada afirmativa de que essa lei alcança a todos, inclusive os mais aparentemente miseráveis. 

Não há governos integralmente maus — há coletividades que provocam direções infelizes. Afirme-se cada um no trabalho que foi chamado a executar, imitando a célula no comboio físico e haverá sempre inteligência harmoniosa na administração para enfileirar os problemas e solucioná-los em momento oportuno para a satisfação geral.

Quando um moço compreende a realidade nesse prisma, converte-se em valioso apoio da prosperidade comum. Infelizmente, para muitos, tal concepção é absorvida muito tarde para o “dia de serviço terrestre”, que é uma existência em si e, por essa razão, as dificuldades criadas ao progresso são cada vez mais complexas.

Creia, meu caro Roberto, em você mesmo, diante de Deus, que nos confiou os dons do caminho, e use as ferramentas de sua imaginação, de seu trabalho, de sua esperança e de sua vontade. Sem imaginação, nada ou quase nada consegue ver no mundo para improvisar a própria felicidade; sem trabalho, a inércia vence os mais fortes temperamentos; sem esperança, o caminho não se descortina ante a visão, e sem vontade, o coração e a mente dormem, paralíticos. 

Aproveite, como é natural, por bendito estímulo da senda humana, a possibilidade de conquistar mais alta expressão remunerativa aos seus estudos e serviços, porque, em todos os ângulos da realização terrestre, o espírito deve encontrar o incentivo à marcha para diante, contudo, aprenda a superar toda ideia de lucro imediato, quando se trate de servir. E espiritualmente ligue seus pensamentos aos nossos. Venceremos o combate e o porvir, sem dúvida, materializará os seus sonhos com a supervisão dos pais, que são os seus melhores amigos. Vamos para a frente e não tema.

Agradeço a vocês as facilidades para a execução do novo esforço, singelo embora, de Neio Lúcio, cuja família espiritual, com o auxílio divino, prossegue aumentando. Estou satisfeito com a observação que levaram a efeito no introito do trabalho. A revisão carinhosa e respeitosa de vocês me levou a reconhecer um lapso havido. Não quereremos dizer “pedra” e sim “peça”. O serviço na página será reajustado. 

A cooperação é uma chave maravilhosa, principalmente quando é fundida no divino metal do amor. Verdadeiramente reconhecido, renovo-lhes a minha gratidão e o meu júbilo de sempre. O serviço da comunidade, graças a Jesus, é a nossa meta. Sirvamos com fidelidade ao divino Amigo dos homens, que não descansa no ministério ativo do bem operante e infinito.

O nosso receitista é de opinião que Maria continue com as indicações por mais 5 a 6 dias.

Muito boa noite a todos, com o nosso pensamento voltado para o nosso inesquecível amigo General Aurélio. Desejando a vocês muita alegria na luta edificante de sempre, e pedindo a Jesus nos renove as oportunidades de servir com redobrado empenho aos nossos semelhantes, reúne-os num afetuoso abraço o papai que não os esquece,


A. Joviano
(Neio Lúcio)






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