segunda-feira, 24 de maio de 2021

Oswaldo Godoy Bueno - Livro Nossos Momentos com Chico Xavier - Cap. 38 - Telegrama para Jesus




Oswaldo Godoy Bueno - Livro Nossos Momentos com Chico Xavier - Cap. 38


Telegrama para Jesus
 

Minha esposa Lourdes e eu temos cinco filhos: Marta, Oswaldo Filho, Mara, Ronyvaldo e Simone.

O sonho de Ronyvaldo, carinhosamente chamado de Rony, era formar-se em medicina; queria muito ser médico e se tornar um cirurgião. Chegou-lhe o momento de prestar o vestibular para ingressar na Faculdade de Medicina, e em idade para obter a sua carteira de motorista.

Antes de iniciar a faculdade de medicina, Rony passava por um cruzamento, em uma das avenidas aqui na cidade de São Paulo, sofreu uma colisão frontal com um veículo que não respeitou o semáforo ultrapassando quando sinalizava o vermelho, a colisão foi exatamente do lado em que ele se encontrava.

Rony bateu a cabeça no teto do carro e, em decorrência, formou-se um coágulo em seu cérebro, ocasionando-lhe profundas crises de ausência. O fato nos deixou muito tristes e preocupados. Fomos várias vezes a Uberaba, Rony nos acompanhava, e sempre perguntávamos ao Chico o que fazer.

E ele nos dizia: - Nosso Rony vai fazer o curso de medicina, sim. Pode deixá-lo guiar que ele nunca irá machucar alguém. Mas, o nosso Oswaldo vai ter algum prejuízo; deverá perder alguns carros, mas nem o Rony, nem ninguém irá se machucar.

E assim foi. Rony se formou em medicina e fez amizade com muitos outros colegas médicos, entre eles, a Dra. Elza Márcia, uma médica maravilhosa, que lhe prescrevia muitos medicamentos e sempre a dizer:

- No dia em que aparecer um lugar em que eu tenha a certeza de que o Rony pode ser curar, nós vamos levá-lo. Nem que eu tenha que viajar com vocês para outro país, eu estarei junto e não quero ganhar nada.

Chico nos disse várias vezes: - Não, ainda não pode mexer na cabeça de Rony; é uma operação muito delicada. Ele já se formou médico, mas não deve fazer a cirurgia, por enquanto. Vamos aguardar, continuar orando e, quem sabe, um dia o nosso Rony fique bom.

O tempo foi passando. Três, quatro, cinco anos, as mesmas crises; nosso Rony sempre com problemas muito sérios. Depois de uns oito ou nove anos, a Dra. Elza e uma equipe de médicos, aqui do Hospital Oswaldo Cruz, queriam operá-lo e nós dizíamos: - Ele não opera sem que o Chico nos dê sua opinião. Conversando com Chico é que nós vamos saber se Rony deve fazer a cirurgia ou não.

Fomos eu, Lourdes, Rony e Vanessa, sua esposa, até Uberaba, conversar com o Chico, novamente, sobre a possibilidade de Rony se submeter à cirurgia. Quando chegamos na casa de Chico ele estava na sala de almoço, também sem nos ver, disse: - Ah, nosso Rony está chegando! Nosso Oswaldo, nossa Lourdes e Vanessa estão chegando. Quem sabe está na hora do nosso Rony se curar, fazer a sua cirurgia.

Nós ficamos extasiados diante daquelas palavras de Chico, e quando chegamos a sua frente, ele nos aguardava com aquele sorriso todo especial e falou: - É, Rony. Acho que está na hora de você ser operado!

- Chico. Tomara que esteja dando certo, disse-lhe Rony. E Chico respondeu: - Vamos nos sentar para almoçar. Vamos conversar bastante e ver o que se pode fazer. Quem sabe Rony vai fazer essa cirurgia. Nós vamos pedir aos amigos espirituais para que possamos assistir, também, e parece que está na hora, não é, Rony? Mas, eu vou contar uma historinha que aconteceu comigo. Vocês sabem, eu vou sempre para os trabalhos e, quando retorno, estou sempre um pouquinho mais pesado, cerca de um quilo, um quilo e pouco, porque estou sempre de paletó e todas as pessoas que me procuram levam suas cartinhas, seus pedidos e eu os coloco no bolso; não posso jogar fora esses pedidos. Quando chego aqui em casa, eu coloco todos eles sobre esta mesa e passo os meus telegramas para Jesus passando os pedidos dos meus amigos. Eu faço minhas preces e envio esses telegramas para Jesus.

Chico então nos contou o seguinte fato:

- Dr. Eurípedes Tahan, nosso querido médico e amigo, me falou sobre um remédio que eu deveria experimentar, porque iria me fortalecer bastante. Eu queria muito tomar o remédio. Mandei procurar em Uberaba, mas não encontrei; pedi aos amigos de Belo Horizonte, do Rio de Janeiro, de São Paulo e ninguém conseguiu encontrar o remédio. Eu, aqui mesmo, nesta mesa, com muita vontade de experimentar o remédio, lembrei que este é o local onde eu passo constantemente os telegramas dos meus amigos, das mães que me pedem algo, e eu sempre direciono esses telegramas a Jesus, com as súplicas das nossas irmãs e de nossos irmãos. Aqui mesmo, sentado, eu falei: - Por que eu não passar também, um telegrama para Jesus? Então, eu vou passar o meu telegrama para Jesus, pedindo o meu remédio. E eu comecei, mais ou menos, assim: - Meu querido Mestre Jesus. Sei que não mereço, mas nesta mesa e neste mesmo local, eu tenho pedido pelos meus amigos, agora estou fazendo o meu pedido.

Pediu a Dinorá, servidora da casa, para não mexer nos papéis das rogativas sobre a mesa, pois, ele também estava passando o seu telegrama. Passados cinco ou seis dias, chegou uma caixinha e o remédio estava lá dentro. Procurou pelo remetente e surpreso dizia para consigo:

- Meu Deus, o remédio está aqui! Esse amigo me mandou e não deixou o seu endereço, como eu posso agradecer a ele?

Olhando a caixinha ele a viu, carimbada pelo Correio, vinha do sul do país, preocupou-se, quem teria enviado o remédio, tinha muitos amigos no sul do país. Emmanuel ao seu lado perguntou:
- Chico, o que está acontecendo? Por que tanta preocupação?

- Eu passei um telegrama para Jesus aqui nesta mesa, pedindo a Jesus o meu remédio; o remédio veio e eu não consigo agradecer a esse amigo, porque não tem o nome do remetente.

- Pois agradeça a Jesus, foi o nosso Mestre que mandou que procurássemos e providenciássemos esse remédio a você. Agora você tem o remédio, foi atendido por Jesus. Agradeça a Jesus, Chico. É dessa maneira que você tem que fazer.

Este fato o comentamos quando reunidos no túmulo do Chico no dia de finados em Uberaba, o colocamos como receita e como recomendação, ao que como nós, termos necessidade de alguma coisa que possa nos ajudar na vida.

Chico dizia assim: - Às vezes, nós fazemos uma prece e o nosso pensamento se divaga, vai muito longe e a gente não completa o pedido. Quando escrevemos, colocamos o nosso pensamento todinho no papel e vamos até o final do assunto, no papel é muito melhor escrevermos o nosso telegrama a Jesus.


Oswaldo Godoy Bueno






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