sexta-feira, 21 de maio de 2021

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3.ª Parte - Das leis morais - Cap. 1 - Da lei divina ou natural - Caracteres da lei natural - Questão 614 (Miramez)




Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3.ª Parte - Das leis morais - Cap. 1 - Da lei divina ou natural


Caracteres da lei natural  


614. Que se deve entender por lei natural?

“A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer, e ele só é infeliz quando dela se afasta.”


Allan Kardec



O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez

Questão 614 comentada


A resposta do benfeitor espiritual à pergunta focalizada esclarece:

A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta.

O sofrimento da humanidade é, pois, o afastamento da lei de Deus. O homem a conhece mais pela intuição, dependendo dos seus sentimentos.

Quando Jesus disse: "batei e abrir-se-vos-á", mostrou-nos os caminhos para o conhecimento de todas as leis da criação. Bater às portas espirituais é buscar com interesse de aprender, é aplicar o esforço próprio todos os dias, é orar e vigiar. As intenções muito valem no aprendizado de cada criatura de Deus.

Podemos voltar ao assunto anterior, no que se refere a fazer a vontade de Deus e a Sua justiça, que o mais virá por acréscimo de misericórdia. Se queres compreender a vontade de Deus, analisa pacientemente seus feitos extraordinários, medita na criação, na vida que circula no universo, na inteligência que modela todas as formas e na expressão de vida que existe em tudo. Basta conhecer-se a si mesmo, para não negar a Força Soberana que nos dirige e protege.

Quando Jesus se referiu à natureza, focalizando as flores, como no caso dos lírios dos campos, disse Ele com o esplendor de Sua inteligência:

Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. (Mateus, 6:29)

A inteligência humana perde para a lei da natureza e, neste caso, no processamento das roupas naturais das flores, vemos que nem o rei, que se vestia com apuro, com linho e ouro dos mais requintados, onde mãos hábeis trabalhavam com perfeição, se vestia como uma simples flor, trabalhada pela natureza, no silêncio da sua expressão. As flores são como beijos das árvores, em gratidão ao Seu criador.

A lei natural se divide ao infinito e nos mostra toda a vida envolvida no amor, que é a fonte de toda beleza. Jesus nos pede para que vigiemos e oremos, no sentido de que, nesse clima, nos encontraremos frente a frente com as leis naturais que nos protegem, como sendo as próprias mãos de Deus estendidas para as criaturas.

A humanidade tem de se voltar para a natureza: ela é mãe bondosa e santa, que sabe preparar o alimento em todas as faixas da vida, para as vidas dos Espíritos, em todas as escalas a que pertencem.

A harmonia na mente é lei natural, de onde vertem todas as qualidades.

A desarmonia altera todas as qualidades nobres das criaturas, logo, é antinatural. 

As palavras bem postas nos lábios, pronunciadas na ordem do amor, nos trazem um bem-estar indizível.

O verbo desorientado perturba o ambiente em que vivemos, e estraga muitas possibilidades de quem deseja viver bem.

O amor, na sua estrutura espiritual, ensinado por Jesus, é fonte de felicidade.

O ódio, inversão do amor, desespera quem o provoca, dando a entender que, por onde ele passa, somente deixa morte.

Se procurarmos as leis naturais que moralizam, passaremos a viver bem em todas as sequências de vida; se as esquecermos, seremos infelizes, conforme afirma o benfeitor espiritual: só é infeliz quando dela se afasta.


Miramez



Filosofia Espírita - Volume XIII - João Nunes Maia
Cap. 2 - Lei Natural




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