Marco Prisco - Livro Ementário Espírita - Divaldo P. Franco - Cap. 21
Na negativa e na compreensão
Seja você quem compreende.
Não é necessário que sua voz expresse severidade ou revolta, ao apresentar uma negativa, quando solicitado a ajudar.
Convenha quanto à necessidade de cultivar a palavra correta nos momentos em que for convocado a opinar. Todavia, para que se reporte à verdade ou à correção dos acontecimentos, não é justo que troveje, atemorizante, procurando falar enfaticamente, como se o valor do verbo se expressasse na forma e não no conteúdo.
Você é responsável pelos seus atos quando rudes, por muito desânimo em terceiros e por desajustes em torno de você próprio.
Seja, pois, você quem compreende o problema do companheiro e aquele que o ajuda.
É indispensável que você não concorde sempre e invariavelmente, e nesse particular reconheça o impositivo de negar.
Não negue, porém, por hábito.
Aqueles, que sempre discordam ou que se acreditam portadores da melhor opinião só muito raramente conseguem acertar nas próprias decisões.
Cultive o amor e se oriente pelo roteiro do amor.
A negativa, mesmo detestável, dita com a bondade que esclarece, é mais valiosa do que o assentimento que agrada mas não corrige.
Espere que o interlocutor exponha melhor oque deseja dizer, antes que você opine.
Nem todos se fazem compreender com a clareza que desejariam.
Não intercepte a frase, quando alguém estiver explicando, a pretexto de saber qual o pensamento de quem lhe fala.
Concluir com precipitação traduz ausência dos requisitos básicos para ajudar com serenidade.
Quem não dispõe de recursos da paciência para ouvir, não é portador da lucidez para orientar.
Há muita gente que sempre aguarda compreensão e raramente compreende.
Seja você quem compreende, desculpa e auxilia com segurança.
Nem a negativa rude nem a afirmativa melosa, ou menos ainda o silêncio de difícil interpretação.
Fale com o desejo real de ser útil, considerando que foi honrado com a confiança de quem o busca ou a ansiedade de quem lhe fala.
O "sim. sim; não. não" do Evangelho, é um apelo à honestidade, à coerência moral com a fé e não uma ordem para a brutalidade, a descortesia ou rudeza.
Medite e. quando tiver que negar, seja você quem compreende e nega, socorrendo.
Marco Prisco
Fonte: Ementário Espírita
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