Miramez - Livro Filosofia Espírita Vol. 11 - João Nunes Maia - Cap. 2
Muitos protetores
512. Podemos ter muitos Espíritos protetores?
“Todo homem conta sempre Espíritos mais ou menos elevados que com ele simpatizam, que lhe dedicam afeto e por ele se interessam, como também tem junto de si outros que o assistem no mal.” (Allan Kardec - O Livro dos Espíritos)
Certamente que temos muitos Espíritos que nos acompanham, mais ou menos evoluídos, em sintonia com o protegido; no entanto, cada alma tem um Espírito responsável, que atende como guia e a orienta como pai nas suas andanças pela vida corpórea.
O encarnado tem muitos Espíritos que o acompanham, por variados meios e por muitas circunstâncias, e geralmente é pela lei dos afins que os atrai. Estás sempre cercado por Espíritos, como testemunhas inteligentes e socorro pelo que fazes. Por isso, é necessário buscar a melhora a todos os momentos. Essa deve ser a meta de cada companheiro: ascender sempre.
A Doutrina dos Espíritos, por ordem de Jesus, vem nos revelar mais um tanto das leis espirituais e do que ocorre no mundo dos Espíritos, nos dando mais esperança nas lutas que empreendemos; Porém, ainda há muito que aprendermos acerca da vida. O que é a vida? Precisamos crescer para melhor compreendermos.
As virtudes exemplificadas por Jesus e relatadas no Evangelho estão a nos mostrar que esse é o melhor caminho para a nossa felicidade. A mente precisa de harmonia, e a própria música no mundo das formas nos mostra o quanto ela vale para a nossa paz interna. Procuremos harmonia em tudo: comecemos a observar a sua irradiação em nós e nas coisas, que a atrairemos, pela mesma lei de sintonia.
Tudo que pensamos firmemente, surgirá em nosso caminho. Essa é uma verdade. O pensamento comanda o corpo físico e os corpos espirituais, e se ele nasce da alma, ela passa a viver a harmonia segundo o que pensa e sente. A Doutrina dos Espíritos, na atualidade, busca interessar-se mais pela educação da mente. Inúmeras mensagens continuam descendo da espiritualidade maior, pelos canais da mediunidade, para que os homens entendam a força que possuem pensando e sentindo. No mundo espiritual, tudo depende do pensamento; ele cria e dá forma nas condições que o plano requer, e quanto mais desce a alma, mais difícil fica para tais materializações. Quanto mais o Espírito se eleva, mais fácil fica a concretização das idéias. No mundo espiritual, o que se pensa se vive.
Os encarnados podem considerar como um prêmio a misericórdia de se encontrarem rodeados por Entidades. Elas são mensagens de Deus para a educação e instrução de todas as criaturas. Não sejamos ignorantes, querendo afastar, pela violência, os Espíritos que nos cercam. Alguns se retiram e outros se aproximam, por sintonia, por analogia de sentimentos; esse movimento é lei que nos faz acordar para a luz. Também no mundo espiritual essa lei se cumpre: temos as nossas companhias de acordo com os nossos ideais, até atingirmos a superioridade, de modo a captar os pensamentos universais que saem da mente divina para a divina expressão do amor, hálito qualificado que alimenta a todas as criaturas e sustenta todas as leis universais.
Jesus sintetizou os dez mandamentos em apenas dois, para compreendermos que temos necessidade de estender esse amor a todas as criaturas e a todas as coisas, e passaremos a amar a tudo que tocamos e que sentimos. Essa harmonia divina começa a penetrar em nossos corações e a nos levar para o verdadeiro paraíso, como prêmio dos nossos esforços. Se já sabemos disso, por que não começar? Estendamos as mãos para os que se encontram na retaguarda e vamos caminhar para a frente e para o alto.
A Doutrina dos Espíritos nos mostra o amor mais visível, em condições de todos senti-lo e vivê-lo, na gradação em que a vida situou a cada ser. Os que te cercam te amam, e por vezes desconheces esse amor, por te teres esquecido de amar também. Todos os reinos desprendem amor para a humanidade e a humanidade ainda não sentiu Deus neles e, em alguns casos, os violenta.
Miramez
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