Miramez - Livro Cura-te a ti mesmo - João Nunes Maia
Dignidade
Podando arestas
Para o trabalho de renovação interior, é preciso dignidade d’alma, conferida aos sentimentos do coração em Cristo.
A posição do Espírito em fase de sua iluminação interna representa nobreza da vida e é fruto, em grande parte, do seu esforço para melhorar, é o que sempre chamamos “poda de arestas” a princípio, parece-nos realmente que estamos tirando algo de nós, cortando mesmo, o que nos dói na profundidade, nos causando vários distúrbios que incomodam todo o nosso sentir.
No entanto, podemos afirmar que essa é a arte de curar a nós mesmos de velhas enfermidades da alma, por vezes já crónicas, que tornam difícil o estabelecimento, mas é necessário que isso se faça.
Falamos em “podar”, mas verdadeiramente é extrair, pelas raízes, a erva daninha que, com o tempo, passa a ser espinho em nossos caminhos, que nos deforma a beleza do ser.
Foi o Cristo que nos trouxe todas as modalidades de aprimoramento interno da vida imortal, deixando como herança sublimada algo de Sua vida, o Evangelho. O trabalho requer respeito, na reestruturação de conceitos, de modalidades de vida e de comportamento do nosso viver. Modifiquemo-nos por dentro, e as leis se encarregarão do trabalho externo; essa é, pois, a ajuda de Deus, para a nossa elevação espiritual. Confiemos no que o Mestre nos oferece e prossigamos nos Seus ideais que se concentram no amor, amor por amar.
As arestas devem ser eliminadas, os pensamentos em forma de ervas imprestáveis devem ser arrancadas pelas raízes, dando lugar a nova feição de plantio, que possa nos fornecer vida nova em Cristo, levando-nos a descobrir Deus. Antes de conhecer a Cristo, éramos doentes, por desconhecermos a verdade; agora, percebendo-a, vamos nos tomando livres e curando a nós mesmos e, para sermos dignos por merecer, a vida deve mudar: os pensamentos receberão novas projeções do nosso Guia, Jesus, injetado pelo Seu amor na própria atmosfera da Terra, que se fez veículo do Seu amoroso coração.
A nossa cura, para ser verdadeira, tem de partir de nós mesmos, surgida da reforma moral, que nos garante a estabilidade do Espírito. Passemos a analisar todos os dias o que estamos fazendo do tempo que nos foi dado por Deus, e se for o mal, corrijamo-nos com dignidade, pela força do amor, em se fazendo caridade conosco mesmos.
A nossa boca deve ser vigiada para que não fale o que o Cristo não aprove; Ele se encontra VIVO em nossos corações, bastando-nos encontrá-Lo pela sintonia. Devemos considerar que estamos ouvindo o Mestre há quase dois mil anos, e ainda estamos surdos aos Seus convites de CURA. Sejamos dignos do Senhor, seguindo os Seus passos, e esforçando-nos para viver o que Ele viveu.
Não temas os inimigos da tua intimidade; trabalha para vencê-los, pelo perdão que faz amizade, com o amor que sublima os sentimentos, pela caridade que nos dá esperança; e com o trabalho que se garante o progresso. Ajuda aos outros a se melhorarem, que a tua melhora já está sendo feita.
Não podemos nos esquecer de que somos todos irmãos em Cristo e filhos de Deus, e que o Espiritismo é uma escola de luz que não deixa de iluminar a quem queira sair das trevas.
É da vontade de Deus que arranquemos as ervas que nós mesmos plantamos, para que o Senhor, a quem devemos a vida, fique mais visível na nossa intimidade.
Miramez
Fonte: Cura-te a ti mesmo-pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário