Tristezas
Uma tristeza existe com legitimidade inconteste, aquela que decorre do arrependimento por faltas cometidas, tristeza essa, porém, que não deve perdurar em nós senão pelo estreito tempo necessário ao autoexame, análogo àquele de que se utiliza um estabelecimento de crédito quando cerra temporariamente as portas para balanço. Mesmo aí, é imprescindível soerguer a coragem, confiar e trabalhar, acumulando valores novos para a conquista de perene alegria.
Indiscutivelmente, a existência na Terra assemelha-se ao aprendizado na escola e ninguém se lembrará, em sã consciência, de transformar um educandário em estância de embriaguez.
À frente de semelhante verdade, urge observar igualmente que um instituto de ensino não é precipício aberto às farpas do desespero.
Daí o imperativo de buscarmos a essência do otimismo que transparece das mais difíceis situações.
Estamos, sim, por agora, no quadro das consciências endividadas, com a obrigação de sofrer para resgatar no presente os erros do passado, mas somos criaturas do Criador dispondo de infinitos recursos para melhoria e sublimação do porvir.
Padecemos enfermidades, consoante as desarmonias que nos desajustam o Espírito, no entanto, sabemos hoje que doença é o processo com que a vida recupera a saúde.
Lamentamos a distância que nos separa das entidades angélicas, todavia, na atualidade, já nos acomodamos com a prece, rogando ao Senhor nos apóie contra as nossas próprias fraquezas, para que não desçamos à condição de malfeitores indiferentes.
Toleramos duros embates no atrito natural uns com os outros, seja para vencer as diferenças de nível evolutivo ou para acertar contas herdadas de outras reencarnações, contudo, basta-nos o exercício da fraternidade real com base nos bons exemplos para liquidar débitos e sanar desequilíbrios que nos ensombram os corações.
Decididos a arrostar com os encargos que esposamos ante o Cristo, em solicitando acesso às Esferas Superiores, seguimos realização afora defrontados por empecilhos de toda espécie, entretanto, ser-nos-á razão de profundo consolo reconhecer que não compareceremos, um dia, perante o Mestre, sem as marcas da cruz, que Ele nos ensinou e recomendou carregar se quiséssemos demandar-Lhe o convívio.
Tristeza não se harmoniza com quem serve no bem comum, porque o bem de todos pode ser comparado à luz do Sol que renasce diariamente das trevas da noite, a fim de estimular e construir o Mundo Melhor, através do esforço persistente de cada dia.
Emmanuel
Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano
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