sábado, 22 de agosto de 2020

André Luiz - Livro Sol nas Almas - Waldo Vieira - Cap. 25 - Tesouro Divino



André Luiz - Livro Sol nas Almas - Waldo Vieira - Cap. 25


Tesouro Divino


Oportuno meditar, de vez em vez, quanto aos valores do tempo, a fim de que não nos enganemos no apreço que se deve inelutavelmente ao aproveitamento das horas.

O ritmo do tempo é disposto de tal modo pela Sabedoria do Universo, que basta alguma reflexão superficial para entendermos o senso das oportunidades que surgem múltiplas e diferenciadas entre si, oferecendo-nos aquilo que podemos nomear como sendo o "momento da realização".

Nos processos da Natureza, tarefas existem que reclamam estação especial, a menos que se arrisque o homem a problemático tentame artificial.

A produção da primavera não é a mesma do outono.

Atividades do verão recusam climas de inverno.

Assim também, na experiência humana. Ha construções espirituais para a infância, outras para a madureza.

Especificam-se obrigações para as pessoas casadas que diferem daquelas que se reservam aos solteiros e vice-versa.

Cada tempo é um tempo diverso do outro, embora se pareçam qual acontece com os dias supostamente iguais e que no fundo, são absolutamente diversos quanto à posição que lhes cabe no calendário.

A Doutrina Espírita despertando-nos para a acepção exata do tempo como sendo concessão do Senhor, empréstimo de recursos, caução de valores potenciais ou contrato entre nós e a vida para execução de serviços determinados, que reverterão invariavelmente a benefício de nós mesmos, ensinando-nos que é preciso aproveitar o "momento da realização" que a oportunidade exibe à nossa frente.

Trabalhar se é instante de trabalhar, aprender se é ocasião de aprender, ouvir se é a hora de ouvir, falar se o ensejo é de falar, com o discernimento preciso, a fim de que o tempo não se escoe debalde.

Preencher os claros da existência e ocupar os vazios da estrada com plantações de estudo, serviço, bondade e construção.

Habituamo-nos a dizer que é necessário dar tempo ao tempo nisso ou naquilo e todos nos achamos concordes quanto a semelhante imposição.

Mas o tempo da expectativa nada cria de bom e de útil, sem o tempo de preparação do que seja útil e bom.

Aguardamos o dia de colher, entretanto não há dia de colher se não houve dia de plantar.

O tempo é crédito permanentemente aberto pelo Criador, na instituição da eternidade da vida e dos mundos para todas as criaturas, contudo, só existe, em substância, se aproveitado.

Repetimos incessantemente que é necessário contar com o tempo e esperar o tempo, mas o tempo sozinho, ao invés de fazer o bem que não fazemos, como deteriora de modo providencial o que está feito, chamando-nos à responsabilidade de continuar com o serviço que não nos compete menosprezar.

Vejamos o medicamento sem uso ou a casa desabitada que confiamos inconsideradamente à força do tempo; o que era remédio se transfigura em veneno e o que representava refúgio se transforma em ruína.

Não nos iludamos, pois, sobre o tempo.

Empreguemo-lo, agindo, aprendendo, servindo, aprimorando ou mais claramente, melhorando a nós mesmos para que possamos melhorar a paisagem espiritual ou material onde estejamos.

Tempo é tesouro divino em nossas mãos, contudo somente vale se lhe damos valor.


André Luiz 







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