sábado, 30 de novembro de 2019

Emmanuel - Livro Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier - Prefácio



Emmanuel - Livro Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier


Prefácio


Raios, ondas, médiuns, mentes…

Ciência do século XX, estudando a constituição da matéria, caminha de surpresa a surpresa, renovando aspectos de sua conceituação milenar.

Não obstante a teoria de Leucipo, o mentor de Demócrito, o qual, quase cinco séculos antes do Cristo, considerava todas as coisas formadas de partículas infinitesimais (átomos), em constante movimentação, a cultura clássica prosseguiu detida nos quatro princípios de Aristóteles, a água, a terra, o ar e o fogo, ou nos três elementos hipostáticos dos antigos alquimistas, o enxofre, o sal e o mercúrio, para explicar as múltiplas combinações no campo da forma.

No século XIX, Dalton concebe cientificamente a teoria corpuscular da matéria, e um maravilhoso período de investigações se inicia, através de inteligências respeitabilíssimas, renovando ideias e concepções em volta da chamada “partícula indivisível”.

Extraordinárias descobertas descortinam novos e grandiosos horizontes aos conhecimentos humanos.

Crookes surpreende o estado radiante da matéria e estuda os raios catódicos.

Röntgen observa que radiações invisíveis atravessam o tubo de Crookes envolvido por uma caixa de papelão preto, e conclui pela existência dos raios X.

Henri Becquerel, seduzido pelo assunto, experimenta o urânio, à procura de, radiações do mesmo teor, e encontra motivos para novas indagações.

O casal Curie, intrigado com o enigma, analisa toneladas de pechblenda e detém o rádio.

Velhas afirmações científicas tremem nas bases. Rutherford, à frente de larga turma de pioneiros, inicia preciosos estudos, em torno da radioatividade.

O átomo sofre irresistível perseguição na fortaleza a que se acolhe e confia ao homem a solução de numerosos segredos.

E, desde o último quartel do século passado, a Terra se converteu num reino de ondas e raios, correntes e vibrações.

A eletricidade e o magnetismo, o movimento e a atração palpitam em tudo.

O estudo dos raios cósmicos evidencia as fantásticas energias espalhadas no Universo, provendo os Físicos de poderosíssimo instrumento para a investigação dos fenômenos atômicos e subatômicos.

Bohrs, Planck, Einstein erigem novas e grandiosas concepções. O veículo carnal agora não é mais que um turbilhão eletrônico, regido pela consciência.

Cada corpo tangível é um feixe de energia concentrada. A matéria é transformada em energia, e esta desaparece para dar lugar à matéria.

Químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do Espírito, porque, como consequência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas.

Os laboratórios são templos em que a inteligência é concitada ao serviço de Deus, e, ainda mesmo quando a cerebração se perverte, transitoriamente subornada pela hegemonia política, geradora de guerras, o progresso da Ciência, como conquista divina, permanece na exaltação do bem, rumo a glorioso porvir.

O futuro pertence ao Espírito! E, meditando no amanhã da coletividade terrestre, André Luiz organizou estas ligeiras páginas, em torno da mediunidade, compreendendo a importância, cada vez maior, do intercâmbio espiritual entre as criaturas.

Quanto mais avança na ascensão evolutiva, mais seguramente percebe o homem a inexistência da morte como cessação da vida.

E agora, mais que nunca, reconhece-se na posição de uma consciência retida entre forças e fluidos, provisoriamente aglutinados para fins educativos.

Compreende, pouco a pouco, que o túmulo é porta à renovação, como o berço é acesso à experiência, e observa que o seu estágio no Planeta é uma viagem com destino às estações do Progresso Maior.

E, na grande romagem, todos somos instrumentos das forças com as quais estamos em sintonia. Todos somos médiuns, dentro do campo mental que nos é próprio, associando-nos às energias edificantes, se o nosso pensamento flui na direção da vida superior, ou às forças perturbadoras e deprimentes, se ainda nos escravizamos às sombras da vida primitivista ou torturada.

Cada criatura com os sentimentos que lhe caracterizam a vida íntima emite raios específicos e vive na onda espiritual com que se identifica.

Semelhantes verdades não permanecerão semiocultas em nossos santuários de fé. Irradiar-se-ão dos templos da Ciência como equações matemáticas.

E enquanto variados aprendizes focalizam a mediunidade, estudando-a da Terra para o Céu, nosso amigo procura analisar-lhe a posição e os valores do Céu para a Terra, colaborando na construção dos tempos novos.

Todavia, o que destacamos por mais alto em suas páginas é a necessidade do Cristo no coração e na consciência, para que não estejamos desorientados ao toque dos fenômenos.

Sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida.

André Luiz é bastante claro para que nos alonguemos em qualquer consideração.

Cada médium com a sua mente. Cada mente com os seus raios, personalizando observações e interpretações.

E, conforme os raios que arremessamos, erguer-se-nos-á o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam. Isso, em boa síntese, equivale ainda a repetir com Jesus: — A cada qual segundo suas obras. 


Emmanuel








Pedro Leopoldo, 3 de outubro de 1954.


Geminiano Brazil - Livro Instruções Psicofônicas - Espíritos Diversos/Chico Xavier - Cap. 20 - Em marcha





Geminiano Brazil - Livro Instruções Psicofônicas - Espíritos Diversos/Chico Xavier - Cap. 20



Em marcha




No encerramento das nossas atividades, na noite de 22 de julho de 1954, fomos brindados com a presença do Espírito do Dr. Geminiano Brazil de Oliveira Góis, notável e digno advogado e político sergipano, desencarnado no Rio de Janeiro, em 1904, que, em se consagrando ao Espiritismo, testemunhou a sua fé sem hesitações, transformando-se em valoroso lidador do Cristo, a serviço da Humanidade.

A mensagem psicofônica que nos deixou é uma bela advertência aos espíritos encarnados, notadamente a nós, os espiritistas, convidando-nos a considerar o valor do tempo em nossa romagem terrena, para que nos situemos em melhores condições no Plano Espiritual.

É justo não esquecermos que ainda somos seres em crescimento evolutivo, para retirarmos do tempo os valores e as vantagens imprescindíveis à nossa ascensão.

A romagem no campo físico é a vida espiritual noutro modo de ser, tanto quanto a luta, aquém da morte, é a continuação do aprendizado terrestre numa expressão diferente.

Analisando a imensidade infinita dos mundos, agrupamo-nos na Terra em singela faixa vibratória, assim como determinada coletividade de pássaros da mesma condição se congregam num trecho de floresta, ou como certa família de rãs, a reunir-se no fundo do mesmo poço.

Condicionados pelo nosso progresso reduzido, não assinalamos da gloriosa vida que nos cerca senão ínfima parte, adstritos que nos achamos às estreitas percepções do padrão sensorial que nos é próprio.

Com o corpo de carne, somos tarefeiros do mundo, matriculados na escola da experiência predominantemente objetiva, desfrutando um instrumento precioso, qual seja o veículo denso, em que o cérebro, com todos os implementos das redes nervosas, pode ser comparado a um aparelho radiofônico de emissão e recepção, funcionando no tipo de onda inferior ou superior a que nos ajustamos, e em que os olhos, os ouvidos, a língua, as mãos e os pés representam acessórios de trabalho, subordinados ao comando da mente.

Além da morte, sem o vaso carnal, ainda somos tarefeiros do mundo, fichados no educandário da experiência predominantemente subjetiva, registrando os resultados das ações boas ou más, que nos decidimos a mentalizar e estender.

Aprisionando-nos à carne ou libertando-nos dela, nascendo, morrendo, ressurgindo ao esplendor da imortalidade ou reaparecendo na sombra do Planeta, segundo a conceituação humana, vivemos em marcha incessante para os arquétipos que a Eternidade nos traçou e que nos cabe atingir.

Vós, que tendes encontrado em nossa companhia tantos problemas dolorosos de fixação mental nos Espíritos conturbados e sofredores, considerai conosco a importância do dia que foge.

Temos da vida tão somente aquilo que recolhemos das horas.

O tempo é a sublimação do santo, a beleza do herói, a grandeza do sábio, a crueldade do malfeitor, a angústia do penitente e a provação do companheiro que preferiu acomodar-se com as trevas.

Dele surgem o Céu para o coração feliz do bom trabalhador e o inferno para a consciência intranquila do servidor infiel.

Façamos de nossa tarefa, qualquer que ela seja, um cântico de louvor ao trabalho, à fraternidade e ao estudo. Sirvamos, amemos e aprendamos!

Dilatemos o horizonte de nossa compreensão, arejando nossas almas e filtrando apenas a luz para que a luz nos favoreça.

E quanto a vós, em particular, vós que ainda detendes a valiosa oportunidade de contato com o indumento físico, evitai, ainda hoje, a ingestão do mal, para não digerirdes lodo e fel amanhã.




Geminiano Brazil






Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano


Meimei - Livro Comandos do Amor - Chico Xavier - Cap. 5 - Medita e ouve





Meimei - Livro Comandos do Amor - Chico Xavier - Cap. 5


Medita e ouve



Nas horas de alegria, quando nobres aspirações atingidas te ampliem os ideais, medita na Divina Providência que te ilumina a alma e deixa que a inspiração da Espiritualidade te auxilie a dividir a própria felicidade com aqueles que te rodeiam.

Nos dias de aflição quando problemas e provas te esfogueiam o espírito, medita na Bondade Ilimitada do Criador e espera com paciência as soluções desejadas, trabalhando e servindo para que se faça o melhor.

Nos momentos de tentação, quando a sombra te envolva as construções espirituais, medita no Amparo do Senhor e acende a luz da resistência nos recessos do próprio ser para que te recoloques no rumo da vitória sobre ti mesmo.

Nos instantes de tristeza, quando dificuldades do sentimento te marquem a estrada, anunciando-te amargura ou desilusão, medita no Socorro Celestial e reconstituirás as próprias energias para que a fé te reajuste a serenidade.

Nas ocasiões de crises e lágrimas com que a sabedoria da vida te examina a segurança, medita no Apelo de Deus e criarás nova força para vencer os obstáculos do caminho em que segues, buscando a realização dos sonhos mais íntimos.

Quanto possível, de permeio com o trabalho a que a existência te induz, em teu próprio auxílio — com base na prece — medita e ouve a música que nasce nas fontes do Eterno Bem.

Ouçamos as melodias da paz e do amor que nos lembrem a harmonia do Universo e qualquer tempo, nos campos da alma, se nos transformará no calor da compreensão e na alegria da bênção.




Meimei



Fonte:  Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano


Emmanuel - Livro da Esperança - Chico Xavier - Cap. 17 - Supercultura





Emmanuel - Livro da Esperança - Chico Xavier - Cap. 17


Supercultura




“Graças te rendo, ó Pai, senhor dos Céus e da Terra, que por haveres ocultado estas cousas aos doutos e aos prudentes e por as teres revelado aos simples e pequeninos!” — JESUS (Mateus, 11.25)

“Homens, por que vos queixais das calamidades que vós mesmos amontoastes sobre as vossas cabeças? Desprezastes a santa e divina moral do Cristo; não vos espanteis, pois, de que a taça da iniquidade haja transbordado de todos os lados.” — (ESE - Cap. VII, 12)


Alfabetizar e instruir sempre.

Sem escola, a Humanidade se embaraçaria na selva, no entanto, é imperioso lembrar que as maiores calamidades da guerra procedem dos louros da inteligência sem educação espiritual.

A intelectualidade requintada entretece lauréis à civilização, mas, por si só, não conseguiu, até hoje, frenar o poder das trevas.

A supercultura monumentalizou cidades imponentes e estabeleceu os engenhos que as arrasam.

Levantou embarcações que se alteiam como sendo palácios flutuantes e criou o torpedo que as põe a pique.

Estruturou asas metálicas poderosas que, em tempo breve, transportam o homem, através de todos os continentes e aprumou o bombardeiro que lhe destrói a casa.

Articulou máquinas que patrocinam o bem-estar no reduto doméstico e não impede a obsessão que, comumente, decorre do ócio demasiado.

Organizou hospitais eficientes e, de quando a quando, lhes superlota as mínimas dependências com os mutilados e feridos, enfileirados por ela própria, nas lutas de extermínio.

Alçou a cirurgia às inesperadas culminâncias e aprimorou as técnicas do aborto.

E, ainda agora, realiza incursões a pleno espaço, nos albores da astronáutica, e examina do alto os processos mais seguros de efetuar aniquilamentos em massa pelo foguete balístico.

Iluminemos o raciocínio sem descurar o sentimento. Burilemos o sentimento sem desprezar o raciocínio.

O Espiritismo, restaurando o Cristianismo, é universidade da alma. Nesse sentido, vale recordar que Jesus, o Mestre por excelência, nos ensinou, acima de tudo, a viver construindo para o bem e para a verdade, como a dizer-nos que a chama da cabeça não derrama a luz da felicidade sem o óleo do coração.




Emmanuel





(Reformador, março de 1964, p. 64)

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Emmanuel - Livro Apostilas da Vida - André Luiz/Chico Xavier - Pág. 52 - Comecemos em nós mesmos




Emmanuel - Livro Apostilas da Vida - André Luiz/Chico Xavier - Pág. 52


Comecemos em nós mesmos


Ensina a caridade, dando aos outros algo de ti mesmo, em forma de trabalho e carinho e aqueles que te seguem os passos virão ao teu encontro oferecendo, ao bem quanto possuem.

Difunde a humildade, buscando a Vontade Divina com esquecimento de teus caprichos humanos e os companheiros de ideal, fortalecidos por teu exemplo, olvidarão a si mesmos, calando as manifestações de vaidade e de orgulho.

Propaga a fé, suportando os reveses de teu próprio caminho, com valor moral e fortaleza infatigável e quem te observa, crescerá em otimismo e confiança.

Semeia a paciência, tolerando construtivamente os que se fazem instrumentos de tua dor no mundo, auxiliando sem desânimo e amparando sem reclamar, e os irmãos que te buscam mobilizarão os impulsos de revolta que os fustigam, na luta de cada dia, transformando-a em serena compreensão.

Planta a bondade, cultivando com todos a tolerância e a gentileza e os teus associados de ideal encontrarão contigo a necessária inspiração para o esforço de extinção da maldade.

Estende as noções do serviço e da responsabilidade, agindo incessantemente na religião do dever cumprido e os amigos do teu círculo pessoal envergonhar-se-ão da ociosidade.

As boas obras começam de nós mesmos.

Educaremos, educando-nos.

Não faremos a renovação da paisagem de nossa vida, sem renovar-nos.

Somos arquitetos de nossa própria estrada e seremos conhecidos pela influência que projetamos naqueles que nos cercam.

Que o Espírito de Cristo nos infunda a decisão de realizar o autoaprimoramento, para que nos façamos intérpretes do Espírito do Cristo.

A caridade que salvará o mundo há de regenerar-nos primeiramente.

Sigamos ao encontro do Mestre, amando, aprendendo e servindo e o Mestre, hoje ou amanhã, virá ao nosso encontro, premiando-nos a perseverança com a luz da ressurreição.




Emmanuel




[1] Além do prefácio, essa é a única mensagem de Emmanuel nesse livro de autoria exclusiva de André Luiz. 



Chico Xavier - Livro Orações de Chico Xavier - Carlos A. Baccelli - Pág. 72 - Filhos-problema




Chico Xavier - Livro Orações de Chico Xavier - Carlos A. Baccelli - Pág. 72


Filhos-problema





Os filhos que consideramos problema são espíritos que muitas vezes desencaminhamos no passado; para que retomem as diretrizes do Bem, necessitam recuperar a confiança em nós, e isto às vezes leva a existência inteira...

Adotar filhos alheios é, sem dúvida, um gesto de extremo devotamento, mas os pais adotivos precisam pensar que não estão adotando anjo. 



Chico Xavier



Emmanuel - Livro Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier - Prefácio - Raios, ondas, médiuns, mentes…





Emmanuel - Livro Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier


Prefácio



Raios, ondas, médiuns, mentes…



Ciência do século XX, estudando a constituição da matéria, caminha de surpresa a surpresa, renovando aspectos de sua conceituação milenar.

Não obstante a teoria de Leucipo, o mentor de Demócrito, o qual, quase cinco séculos antes do Cristo, considerava todas as coisas formadas de partículas infinitesimais (átomos), em constante movimentação, a cultura clássica prosseguiu detida nos quatro princípios de Aristóteles, a água, a terra, o ar e o fogo, ou nos três elementos hipostáticos dos antigos alquimistas, o enxofre, o sal e o mercúrio, para explicar as múltiplas combinações no campo da forma.

No século XIX, Dalton concebe cientificamente a teoria corpuscular da matéria, e um maravilhoso período de investigações se inicia, através de inteligências respeitabilíssimas, renovando ideias e concepções em volta da chamada “partícula indivisível”.

Extraordinárias descobertas descortinam novos e grandiosos horizontes aos conhecimentos humanos.

Crookes surpreende o estado radiante da matéria e estuda os raios catódicos.

Röntgen observa que radiações invisíveis atravessam o tubo de Crookes envolvido por uma caixa de papelão preto, e conclui pela existência dos raios X.

Henri Becquerel, seduzido pelo assunto, experimenta o urânio, à procura de, radiações do mesmo teor, e encontra motivos para novas indagações.

O casal Curie, intrigado com o enigma, analisa toneladas de pechblenda e detém o rádio.

Velhas afirmações científicas tremem nas bases. Rutherford, à frente de larga turma de pioneiros, inicia preciosos estudos, em torno da radioatividade.

O átomo sofre irresistível perseguição na fortaleza a que se acolhe e confia ao homem a solução de numerosos segredos.

E, desde o último quartel do século passado, a Terra se converteu num reino de ondas e raios, correntes e vibrações.

A eletricidade e o magnetismo, o movimento e a atração palpitam em tudo.

O estudo dos raios cósmicos evidencia as fantásticas energias espalhadas no Universo, provendo os Físicos de poderosíssimo instrumento para a investigação dos fenômenos atômicos e subatômicos.

Bohrs, Planck, Einstein erigem novas e grandiosas concepções. O veículo carnal agora não é mais que um turbilhão eletrônico, regido pela consciência.

Cada corpo tangível é um feixe de energia concentrada. A matéria é transformada em energia, e esta desaparece para dar lugar à matéria.

Químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do Espírito, porque, como consequência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas.

Os laboratórios são templos em que a inteligência é concitada ao serviço de Deus, e, ainda mesmo quando a cerebração se perverte, transitoriamente subornada pela hegemonia política, geradora de guerras, o progresso da Ciência, como conquista divina, permanece na exaltação do bem, rumo a glorioso porvir.

O futuro pertence ao Espírito! E, meditando no amanhã da coletividade terrestre, André Luiz organizou estas ligeiras páginas, em torno da mediunidade, compreendendo a importância, cada vez maior, do intercâmbio espiritual entre as criaturas.

Quanto mais avança na ascensão evolutiva, mais seguramente percebe o homem a inexistência da morte como cessação da vida.

E agora, mais que nunca, reconhece-se na posição de uma consciência retida entre forças e fluidos, provisoriamente aglutinados para fins educativos.

Compreende, pouco a pouco, que o túmulo é porta à renovação, como o berço é acesso à experiência, e observa que o seu estágio no Planeta é uma viagem com destino às estações do Progresso Maior.

E, na grande romagem, todos somos instrumentos das forças com as quais estamos em sintonia. Todos somos médiuns, dentro do campo mental que nos é próprio, associando-nos às energias edificantes, se o nosso pensamento flui na direção da vida superior, ou às forças perturbadoras e deprimentes, se ainda nos escravizamos às sombras da vida primitivista ou torturada.

Cada criatura com os sentimentos que lhe caracterizam a vida íntima emite raios específicos e vive na onda espiritual com que se identifica.

Semelhantes verdades não permanecerão semi-ocultas em nossos santuários de fé. Irradiar-se-ão dos templos da Ciência como equações matemáticas.

E enquanto variados aprendizes focalizam a mediunidade, estudando-a da Terra para o Céu, nosso amigo procura analisar-lhe a posição e os valores do Céu para a Terra, colaborando na construção dos tempos novos.

Todavia, o que destacamos por mais alto em suas páginas é a necessidade do Cristo no coração e na consciência, para que não estejamos desorientados ao toque dos fenômenos.

Sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida.

André Luiz é bastante claro para que nos alonguemos em qualquer consideração.

Cada médium com a sua mente. Cada mente com os seus raios, personalizando observações e interpretações.

E, conforme os raios que arremessamos, erguer-se-nos-á o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam. Isso, em boa síntese, equivale ainda a repetir com Jesus: — A cada qual segundo suas obras. 




Emmanuel




Pedro Leopoldo, 3 de outubro de 1954.


Chico Xavier - Livro - Orações de Chico Xavier - Carlos Baccelli - Pág. 62 - A Psicologia



Chico Xavier - Livro - Orações de Chico Xavier - Carlos Baccelli - Pág. 62


A Psicologia


"A psicologia poderá conduzir o homem no caminho do autoconhecimento, mas somente o Evangelho lhe dará condições de autossuperar-se."


Chico Xavier








quinta-feira, 28 de novembro de 2019

André Luiz - Livro Agenda Cristã - Chico Xavier - Cap. 21 - Semeadura



André Luiz - Livro Agenda Cristã - Chico Xavier - Cap. 21


Semeadura


Sua generosidade chamará a bondade alheia em seu socorro.

Sua simplicidade solucionará problemas para muita gente.

Sua complexidade provocará muita dissimulação no próximo.

Sua indiferença fará manifesta frieza nos outros.

Seu desejo sincero de paz garantirá tranquilidade no caminho.

Seu propósito de guerrear dará frutos de inquietação.

Sua franqueza contundente receberá frases rudes.

Sua distinção edificará maneiras corretas naqueles que o seguem.

Sua espiritualidade superior incentivará sublimes construções espirituais.

Diariamente semeamos e colhemos.

A vida é também um solo que recebe e produz eternamente.


André Luiz






André Luiz - Livro Agenda Cristã - Chico Xavier - Cap. 30 - Resposta à pressa




André Luiz - Livro Agenda Cristã - Chico Xavier - Cap. 30


Resposta à pressa



Evite a impaciência.

Você já viveu séculos incontáveis e está diante de milênios sem fim.

Guarde a calma.

Fuja, porém, da ociosidade, como quem reconhece o decisivo valor do minuto.

Semeie o amor.

Pense no devotamento d’Aquele que nos ama desde o princípio.

Guarde o equilíbrio.

Paixões e desejos desenfreados são forças de arrasamento na Criação Divina.

Cultive a confiança.

O sol reaparecerá amanhã, no horizonte, e a paisagem será diferente.

Intensifique o próprio esforço.

Sua vida será o que você fizer dela.

Estime a solidariedade.

Você não poderá viver sem os outros, embora na maioria dos casos possam os outros viver sem você.

Experimente a solidão, de quando em quando.

Jesus esteve sozinho, nos momentos cruciais de sua passagem pela Terra.

Dê movimento construtivo às suas horas.

Não converta, no entanto, a existência numa torre de Babel.

Renda culto fiel à paz.

Não se esqueça, todavia, de que você jamais viverá tranquilo sem dar paz aos que pisam seu caminho.



André Luiz






Meimei - Livro Meditações Diárias - Bezerra/Meimei/Chico Xavier - Pág. 67/68 - Um quarto de hora




Meimei - Livro Meditações Diárias - Bezerra/Meimei/Chico Xavier - Pág. 67/68


Um quarto de hora




Quando tiveres um quarto de hora à disposição, reflete nos benefícios que podes espalhar.

Recorda o diálogo afetivo com que refaças o bom-ânimo de algum familiar, dentro da própria casa; das palavras de paz e amor que o amigo enfermo espera de tua presença; de auxiliar em alguma tarefa que te aguarde o esforço para a limpeza ou o reconforto do próprio lar; da conversação edificante com uma criança desprotegida que te conduzirá para a frente as sugestões de boa vontade; de estender algum adubo à essa ou aquela planta que se te faz útil; e do encontro amistoso, em que a tua opinião generosa consiga favorecer a solução do problema de alguém.

Quinze minutos sem compromisso são quinze opções na construção do bem.


Não nos esqueçamos de que a floresta se levantou de sementes quase invisíveis, de que o rio se forma das fontes pequeninas e de que a luz do Céu, em nós mesmos, começa de pequeninos raios de amor a se nos irradiarem do coração.




Meimei





Dias da Cruz - Livro Instruções psicofônicas - Espíritos Diversos/Chico Xavier - Cap. 19 - Alergia e Obsessão




Dias da Cruz - Livro Instruções Psicofônicas - Espíritos Diversos/Chico Xavier - Cap. 19


Alergia e obsessão


A noite de 15 de julho de 1954 trouxe-nos a alegria do primeiro contato com o Espírito do Dr. Francisco de Menezes Dias da Cruz, distinto médico e denodado batalhador do Espiritismo, que foi Presidente da Federação Espírita Brasileira, no período de 1889 a 1895, desencarnado em 1937.

Tomando as faculdades psicofônicas do médium, pronunciou a palestra aqui transcrita, que consideramos precioso estudo em torno da obsessão.

Subordinando o assunto ao tema “alergia e obsessão”, elucida-nos sobre a maneira pela qual facilitamos a influenciação das entidades infelizes ou inferiores em nosso campo físico, desde as mais simples perturbações epidérmicas aos casos dolorosos de avassalamento psíquico.

Quem se consagra aos trabalhos de socorro espiritual há de convir, por certo, em que a obsessão é um processo alérgico, interessando o equilíbrio da mente.

Sabemos que a palavra “alergia” foi criada, neste século, pelo médico vienense Von Pirquet, significando a reação modificada nas ocorrências da hipersensibilidade humana.

Semelhante alteração pode ser provocada no campo orgânico pelos agentes mais diversos, quais sejam os alimentos, a poeira doméstica, os pólens das plantas, os parasitos da pele, do intestino e do ar, tanto quanto as bactérias que se multiplicam em núcleos infecciosos.

As drogas largamente usadas, quando em associação com fatores proteicos, podem suscitar igualmente a constituição de alérgenos alarmantes.

Como vemos, os elementos dessa ordem são exógenos ou endógenos, isto é, procedem do meio externo ou interno, em nos reportando ao mundo complexo do organismo.

A medicina moderna, analisando a engrenagem do fenômeno, admite que a ação do anticorpo sobre o antígeno, na intimidade da célula, liberta uma substância semelhante à histamina, vulgarmente chamada substância “H”, que agindo sobre os vasos capilares, sobre as fibras e sobre o sangue, atua desastrosamente, ocasionando variados desequilíbrios, a se expressarem, de modo particular, na dermatite atípica, na dermatite de contato, na coriza espasmódica, na asma, no edema, na urticária, na enxaqueca e na alergia sérica, digestiva, nervosa ou cardiovascular.

Evitando, porém, qualquer preciosismo da técnica científica e relegando à medicina habitual o dever de assegurar os processos imunológicos da integridade física, recordemos que as radiações mentais, que podemos classificar por agentes “R”, na maioria das vezes se apresentam, na base de formação da substância “H”, desempenhando importante papel em quase todas as perturbações neuropsíquicas e usando o cérebro como órgão de choque.

Todos os nossos pensamentos definidos por vibrações, palavras ou atos, arrojam de nós raios específicos.

Assim sendo, é indispensável curar de nossas próprias atitudes, na autodefesa e no amparo aos semelhantes, porquanto a cólera e a irritação, a leviandade e a maledicência, a crueldade e a calúnia, a irreflexão e a brutalidade, a tristeza e o desânimo, produzem elevada percentagem de agentes “R”, de natureza destrutiva, em nós e em torno de nós, exógenos e endógenos, suscetíveis de fixar-nos, por tempo indeterminado, em deploráveis labirintos da desarmonia mental.

Em muitas ocasiões, nossa conduta pode ser a nossa enfermidade, tanto quanto o nosso comportamento pode representar a nossa restauração e a nossa cura.

Para sanar a obsessão nos outros ou em nós mesmos, é preciso cogitar dos agentes “R” que estamos emitindo.

O pensamento é força que determina, estabelece, transforma, edifica, destrói e reconstrói. Nele, ao influxo divino, reside a gênese de toda a Criação.

Respeitemos, assim, a dieta do Evangelho, procurando erguer um santuário de princípios morais respeitáveis para as nossas manifestações de cada dia.

E, garantindo-nos contra a alergia e a obsessão de qualquer procedência, atendamos ao sábio conselho de Paulo, o grande convertido, quando adverte aos cristãos da Igreja de Filipos:

— “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é nobre, tudo o que é puro, tudo o que é santo, seja, em cada hora da vida, a luz dos vossos pensamentos.” 




Dias da Cruz