domingo, 24 de novembro de 2019

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - Cap. X - Item 10 - O argueiro e a trave no olho



O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - Cap. X - Item 10


O argueiro e a trave no olho


Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? – Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro do teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? – Hipócritas, tirai primeiro a trave do vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, 7:3 a 5.)


Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. 

Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? 

Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. 

Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. 

Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. 

Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? 

Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. 

Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. 

Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso.

Allan Kardec




Fonte: Kardecpedia

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