terça-feira, 30 de setembro de 2025

Emmanuel - Livro Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier - Cap. 42 - Glória ao bem



Emmanuel - Livro Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier - Cap. 42


Glória ao bem


“Glória, porém, e honra e paz a qualquer que obra o bem.” — Paulo. (ROMANOS, 2.10)


A malícia costuma conduzir o homem a falsas apreciações do bem, quando não parta da confissão religiosa a que se dedica, do ambiente de trabalho que lhe é próprio, da comunidade familiar em que se integra.

O egoísmo fá-lo crer que o bem completo só poderia nascer de suas mãos ou dos seus. Esse é dos característicos mais inferiores da personalidade.

O bem flui incessantemente de Deus e Deus é o Pai de todos os homens.

E é através do homem bom que o Altíssimo trabalha contra o sectarismo que lhe transformou os filhos terrestres em combatentes contumazes, de ações estéreis e sanguinolentas.

Por mais que as lições espontâneas do Céu convoquem as criaturas ao reconhecimento dessa verdade, continuam os homens em atitudes de ofensiva, ameaça e destruição, uns para com os outros.

O Pai, no entanto, consagrará o bem, onde quer que o bem esteja.

É indispensável não atentarmos para os indivíduos, mas, sim, observar e compreender o bem que o Supremo Senhor nos envia por intermédio deles.

Que importa o aspecto exterior desse ou daquele homem? Que interessam a sua nacionalidade, o seu nome, a sua cor?

Anotemos a mensagem de que são portadores. Se permanecem consagrados ao mal, são dignos do bem que lhes possamos fazer, mas se são bons e sinceros, no setor de serviço em que se encontram, merecem a paz e a honra de Deus.


Emmanuel










Emmanuel - Livro Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier - Cap. 50 - Conta de si



Emmanuel - Livro Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier - Cap. 50


Conta de si


“De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” — PAULO (Romanos, 14.12)


É razoável que o homem se consagre à solução de todos os problemas alusivos à esfera que o rodeia no mundo; entretanto, é necessário saiba a espécie de contas que prestará ao Supremo Senhor, ao termo das obrigações que lhe foram cometidas.

Inquieta-se a maioria das criaturas com o destino dos outros, descuidadas de si mesmas. Homens existem que se desesperam pela impossibilidade de operar a melhoria de companheiros ou de determinadas instituições.

Todavia, a quem pertencerão, de fato, os acervos patrimoniais do mundo? A resposta é clara, porque os senhores mais poderosos desprender-se-ão da economia planetária, entregando-a a novos operários de Deus para o serviço da evolução infinita.

O argumento, contudo, suscitará certas perguntas dos cérebros menos avisados. Se a conta reclamada refere-se ao círculo pessoal, que tem o homem a ver pelas contas de sua família, de sua casa, de sua oficina?

Cumpre-nos, então, esclarecer que os companheiros da intimidade doméstica, a posse do lar, as finalidades do agrupamento em que se trabalha, pertencem ao Supremo Senhor, mas o homem, na conta que lhe é própria, é obrigado a revelar sua linha de conduta para com a família, com a casa em que se asila, com a fonte de suas atividades comuns. 

Naturalmente, ninguém responderá pelos outros; todavia, cada Espírito, em relacionando o esforço que lhe compete, será compelido a esclarecer a sua qualidade de ação nos menores departamentos da realização terrestre, onde foi chamado a viver.


Emmanuel











Emmanuel - Livro Família - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 23 - Honrar pai e mãe







Declara o mandamento expresso da Lei Antiga:

— “Honrarás pai e mãe.” (Êxodo 20.12)

E Jesus, mais tarde, em complementação das verdades celestes, afirmou positivo:

— “Eu não vim destruir a Lei.” (Mateus 5.17)

Entretanto, no decurso do apostolado divino, o Senhor chega a dizer:

— “Aquele que não renunciar ao seu pai e à sua mãe não é digno de ser meu discípulo.” (Lucas 14.26)

Ao primeiro exame, surge aparente desarmonia nos textos da lição. Contudo, é preciso esclarecer que Jesus não nos endossaria qualquer indiferença para com os benfeitores terrenos que nos ofertam a bênção do santuário físico.

O Mestre exortava-nos simplesmente a desistir da exigência de sermos por eles lisonjeados ou mesmo compreendidos.

Prevenia-nos contra o narcisismo pelo qual, muitas vezes, no mundo, pretendemos converter nossos pais em satélites de nossos pontos de vista.

Devemos, sim, renunciar ao egoísmo de guardá-los por escravos de nossos caprichos, no cotidiano, a fim de que lhes possamos dignificar a presença, com a melhor devoção afetiva, perfumada de humildade pura e de carinho incessante.

Em tempo algum, pode um filho, por mais generoso, solver para com os pais a dívida de sacrifício e ternura a que se encontra empenhado.

A Terra não dispõe de recursos suficientes para resgatar os débitos do berço no qual retornamos em nome do Criador, para a regeneração ou elevação de nossos próprios destinos.

Lembra-te ainda do Mestre Incomparável confiando a divina guardiã de seus dias ao apóstolo fiel, diante da cruz e não te creias, em nome do Evangelho, exonerado da obrigação de honrar teus pais humanos, em todos os passos e caminhos do mundo, porque no devotamento incansável dos corações, que nos abrem na Terra as portas da vida, palpita, em verdade, o amor inconcebível do próprio Deus.


Emmanuel










Emmanuel - Livro Na Era do Espírito - Espíritos Diversos - Chico Xavier / J. Herculano Pires - Cap. 15 - Honrarás a liberdade



Emmanuel - Livro Na Era do Espírito - Espíritos Diversos - Chico Xavier / J. Herculano Pires - Cap. 15


Honrarás a liberdade


825. Haverá no mundo posições em que o homem possa jactar-se de gozar de absoluta liberdade?

“Não, porque todos precisais uns dos outros, assim os pequenos como os grandes.” (O Livro dos Espíritos)


Honrarás a liberdade, não para voltar às brumas do passado em cujos desvarios já nos submergimos muitas vezes, e que te impeliram a tomar novo corpo no Plano físico, mas, frequentemente para resgatar as consequências infelizes dos atos impensados.

Estimarás a liberdade para cultivar a consciência tranquila pelo exato desempenho dos compromissos que esposaste.

Muitos companheiros da Humanidade se farão ouvir, diante de ti, alinhando teorias brilhantes em se referindo a independência e progresso, quase sempre para justificar o desgovernado predomínio do instinto sobre a razão, como se progresso e independência constituíssem retorno ao primitivismo e à animalidade.

Ouvirás a todos eles com tolerância e bondade, observando, porém, as ciladas que se lhes ocultam sob o luxo verbalístico, à maneira de armadilhas recobertas de flores, e seguirás adiante de coração atento à execução dos encargos que a vida te reservou.

Sabes que a inteligência, quando se propõe desregrar-se no esquecimento dos princípios que lhe ditam comportamento digno, inventa facilmente vocábulos cintilantes, de modo a disfarçar a própria deserção.

Aceitarás o trabalho no grupo doméstico ou na equipe de ação edificante aos quais te vinculas, na produção do bem geral, doando o melhor de ti mesmo em abnegação aos companheiros que te compartilham a experiência, na certeza de que unicamente nas lutas e sacrifícios em que somos obrigados a viver e a conviver, uns à frente dos outros, é que conseguiremos a carta de alforria no cativeiro que nos aprisiona aos resultados menos felizes das existências passadas.

Orarás e vigiarás, segundo os ensinamentos de Jesus, e honrarás a liberdade qual ele mesmo a dignificou, amando aos semelhantes sem exigir o amor alheio e prestando auxílio sem pensar em recebê-lo.

Serás, enfim, livre para obedecer às Leis Divinas e sempre mais livre para ser cada vez mais útil e servir cada vez mais.


Emmanuel







“Envio-lhe a página que o nosso caro Emmanuel escreveu, em torno da liberdade, em resposta às indagações e aos comentários havidos numa de nossas reuniões públicas.

“Jovens e adultos se referiam aos assuntos de independência, com as opiniões mais diversas, antes da realização de nossas tarefas.

“No início das atividades programadas O Livro dos Espíritos nos ofereceu a questão número 825. E o nosso amigo espiritual, na fase terminal da reunião, nos deu as suas impressões na mensagem “Honrarás a liberdade”.

“Crendo possa o tema estudado servir igualmente às nossas reflexões, faço a remessa da página referida ao generoso apoio de suas mãos.” 

Chico Xavier





Miramez - Livro Saúde - João Nunes Maia - Cap. 27 - Ouvir e falar



Miramez - Livro Saúde - João Nunes Maia - Cap. 27


Ouvir e falar


Todo mestre o é, por excelência, por saber ouvir. Esse dom maravilhoso da audição tem uma engrenagem sutilíssima interligada na alma, pois é ela que ouve, decifrando o código de todos os sons no ritmo de todas as moléculas acionadas pela projeção da palavra.

Já analisastes a beleza do verbo, quando este executa as leis de Deus? Não deveis perder, meu irmão, o vosso precioso tempo em conversas vãs. Procurai todos os dias educar a palavra. Por toda parte, ouvireis coisas boas que vos agradam o coração; deveis repetir as frases e palavras, ornamentadas no valor moral; palavras de amor, de caridade; palavras cordiais e de bom senso. A própria vida ensinar-vos-á quais são as boas, aquelas de valores imortais e que vos deixam um saldo de tranqüilidade na consciência. A vivência é uma das escolas; os bons livros, os mestres. Consultai-os todos os dias como um alimento para a vossa alma.

Meu companheiro, para que aprendais a ouvir, é indispensável que eduqueis a fala; uma e outra coisa são forças paralelas conjugadas no espírito para que a vida se torne mais suave e a comunicação mais proveitosa.

A ciência nos mostra cinco tipos de papilas linguais, em íntima conexão com inúmeros filetes nervosos que permitem colher os sabores daquilo que se ingere, mas transmitem por uma variedade muito maior de pequenos centros de força, energia correspondente aos sentimentos dos que ouvem, àquilo que se pensa. A palavra é algo de físico que sai de quem fala para aquele que escuta, levando a marca do seu emissor.

Entretanto, se sois o ouvinte, estais usando igualmente um aparelho de muita importância encravado em vossa cabeça, vos facilitando perceber o que se passa em derredor. Os dois pavilhões auditivos são fenômenos da natureza incomparáveis. Além deles captarem o que se fala, colhendo todas as informações que com eles se afinam, a alma, por meio deles, tem recursos fabulosos usando da sua própria estrutura física para selecionar o que ouve e guardar somente os assuntos que interessam à evolução.

Se relaxais nessa educação que vos pode ser proveitosa, respondereis pela vossa displicência. O sábio sabe falar e é mestre em ouvir a quem quer que seja. Essas duas faculdades do corpo físico são de grande importância na vida das criaturas e o Evangelho de Jesus é o sublime compêndio onde podemos buscar a luz do entendimento e o discernimento necessário para vivermos em paz, juntamente com tudo e com todos.

A saúde pode entrar, também, pelos ouvidos e a boca é um instrumento de equilíbrio. Pela palavra, o Mestre curava os enfermos e restabelecia a harmonia onde havia carência de paz.

Verdadeiramente, a lei é esta: recebemos de acordo com o que doamos. Se trabalhamos na cura de enfermos e procuramos ajudar a preservar o bem-estar das criaturas, a justiça nos devolverá tudo aquilo que ofertamos, desde que tenha sido feito com amor.

Quando ouvimos palavras de baixo teor magnético e as deixamos penetrar pelos nossos canais auditivos sem que as selecionemos, sentindo prazer na visita da melodia inconveniente, é da lei que alteremos os nossos sentimentos em função do que ouvimos e passemos a ser influenciados por elas. Quem as transmitiu certamente é responsável por grande parte do que diz, entretanto, quem não cuidou da audição tem igual responsabilidade, por abrir a porta para os inimigos inconvenientes.

Passamos por todos os caminhos que nos são facultados para levarmos os estudiosos do Evangelho à educação espiritual; somente ela nos leva à verdadeira paz de consciência.

Falar e ouvir são duas metas da luz que devem brilhar no coração da alma, para que outras diretrizes se abram na libertação definitiva do espírito.

Deveis pensar muito no trabalho que deve ser feito pela boca e pelos ouvidos, porque a língua e a audição, se forem usadas como a lei natural de Deus, nos ensina a todos, serão para nós um celeiro de luz para um futuro de paz.

Procuremos, pois, saber ouvir e falar com Jesus. 


Miramez










Fonte: Saúde-pdf

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Bezerra de Menezes - Psicografia - Azamor Serrão - Trabalhando com Jesus



Bezerra de Menezes - Psicografia - Azamor Serrão


Trabalhando com Jesus

 
Filhos,

Silenciai a vossa fala sempre que não puderdes fazer o bem, sempre que vosso eu se manifeste antes que vossa vontade de progresso espiritual ou abafe o benefício alheio; deixai sempre que o vosso silêncio construa melhor por vós. Todavia, que este silêncio seja de segundos de reflexão, pois logo que consigais vencer a vós mesmos, voltai à carga, enfrentai os vossos erros e combatei-os, estendendo as mãos e o coração para socorrer aos que de vós necessitem.

Jesus não sentiu aversão por nós quando teve de lidar com nossa ignorância, a nossa incompreensão e os nossos preconceitos. Mesmo diante dos leprosos, sua expressão e o seu olhar não foram de repugnância, mas de meiguice, que se acentuava e deixava que a Ele se achegassem todos para receber, de acordo com o merecimento de cada um, as virtudes que de seu Espirito puríssimo continuamente partiam, a fim de curar a matéria pútrida.

Experimentai, de hoje em diante, sorrir diante dos necessitados e assim estareis assegurando algum alivio às suas dores. E com o vosso carinhoso amparo, se sentirão eles como que junto ao Mestre que vos indicou o caminho. Contai a todos, então, aonde aprendestes, e com quem, a servir com todo amor e fazei que, através de vós, possa Jesus penetrar o coração dos que sofrem. Vereis chuvas de bênçãos virem do Alto a vos ajudar e estareis, então, na estrada certa, pois, como nos disse o Cristo, “Ninguém vai ao Pai senão por mim”.

Paz e amor em Jesus.


Bezerra de Menezes





Assistido por Bezerra de Menezes, Azamor Serrão exercia sua intensa mediunidade receitista num centro em Botafogo, Rio de Janeiro, na Rua da Matriz – “Tenda dos Irmãos do Oriente”. Era um centro de natureza mista, isto é, meio espírita, meio umbandista, meio orientalista. Priorizava o fenômeno mediúnico visando consultas, conversas com espíritos e desobsessão, sem grande preocupação com o estudo regular da codificação kardequiana.

Sob a inspiração de Bezerra de Menezes e Ali-Omar, lá pelos idos de 1959, Azamor decidiu-se então a liderar um movimento em prol de estudos intensivos das obras de Kardec. Logo formava-se um pequeno grupo, de 19 companheiros, constituindo a “Iniciação Espírita Bezerra de Menezes”.

A semente germinou. Começava ali uma bela e próspera história, repleta de frutos sazonados de luz e espiritualidade. Em menos de dois anos o grupo da “Iniciação” cresceu e tomou vida própria, ultrapassando os limites do “Irmãos do Oriente”.




(Mensagem recebida pelo fundador e Orientador-Geral de nossa CASA, Azamor Serrão, e publicada em O Cristão Espírita No. 17, Ed. de abril – maio de 1968)



Emmanuel - Livro Estude e Viva - Emmanuel / André Luiz - Chico Xavier / Waldo Vieira - Cap. 21.1 - Lugar para ela



Emmanuel - Livro Estude e Viva - Emmanuel / André Luiz - Chico Xavier / Waldo Vieira - Cap. 21.1


Lugar para ela


886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.” (O Livro dos Espíritos)


Todos nós precisamos da verdade, porque a verdade é a luz do espírito, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, a fantasia é capaz de suscitar a loucura, sob o patrocínio da ilusão. Entretanto, é necessário que a caridade lhe comande as manifestações para que o esclarecimento não se torne fogo devorador nas plantações da esperança.

Todos nós precisamos da justiça, porque a justiça é a lei, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, a iniquidade é capaz de premiar o banditismo, em nome do poder. Entretanto, é necessário que a caridade lhe presida as manifestações para que o direito não se faça intolerância, impedindo a recuperação das vítimas do mal.

Todos nós precisamos da lógica, porque a lógica é a razão em si mesma, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, a paixão é capaz de gerar o crime, à conta de sentimento. Entretanto, é necessário que a caridade lhe inspire as manifestações, para que o discernimento não se converta em vaidade, obstruindo os serviços da educação.

Todos nós precisamos da ordem, porque a ordem é a disciplina, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, o capricho é capaz de estabelecer a revolta destruidora, sob a capa dos bons intentos. Entretanto, é necessário que a caridade lhe oriente as manifestações para que o método não se transforme em orgulho, aniquilando as obras do bem.

Cultivemos a verdade, a justiça, a lógica e a ordem, buscando a caridade e reservando, em todos os nossos atos, um lugar para ela, porquanto a caridade é a força do amor e o amor é a única força com bastante autoridade para sustentar-nos a união fraternal, sob a raiz sublime da vida, que é Deus.

É por isso que Allan Kardec, cônscio de que restaurava o Evangelho do Cristo para todos os climas e culturas da Humanidade, inscreveu nos pórticos do Espiritismo a divisa inolvidável, destinada a quantos lhe abraçam as realizações e os princípios:

— Fora da caridade não há salvação. 


Emmanuel





O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. XIII - Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita - A beneficiência

11. A beneficência, meus amigos, dar-vos-á nesse mundo os mais puros e suaves deleites, as alegrias do coração, que nem o remorso, nem a indiferença perturbam. Oh! Pudésseis compreender tudo o que de grande e de agradável encerra a generosidade das almas belas, sentimento que faz olhe a criatura as outras como olha a si mesma, e se dispa, jubilosa, para vestir o seu irmão! Pudésseis, meus amigos, ter por única ocupação tornar felizes os outros! Quais as festas mundanas que podereis comparar às que celebrais quando, como representantes da Divindade, levais a alegria a essas famílias que da vida apenas conhecem as vicissitudes e as amarguras, quando vedes nelas os semblantes macerados refulgirem subitamente de esperança, porque, faltos de pão, os desgraçados ouviam seus filhinhos, ignorantes de que viver é sofrer, gritando repetidamente, a chorar, estas palavras, que, como agudo punhal, se lhes enterravam nos corações maternos: “Estou com fome!...” Oh! compreendei quão deliciosas são as impressões que recebe aquele que vê renascer a alegria onde, um momento antes, só havia desespero! Compreendei as obrigações que tendes para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio; ide em socorro, sobretudo, das misérias ocultas, por serem as mais dolorosas! Ide, meus bem-amados, e tende em mente estas palavras do Salvador: “Quando vestirdes a um destes pequeninos, lembrai-vos de que é a mim que o fazeis!”







domingo, 28 de setembro de 2025

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 2ª Parte - Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos - Cap. 9 - Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal - Influência dos Espíritos nos acontecimentos da vida - Questão 535 (Miramez)



Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 2ª Parte - Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos - Cap. 9 - Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal


Influência dos Espíritos nos acontecimentos da vida


535. Quando algo de venturoso nos sucede é ao Espírito nosso protetor que devemos agradecê-lo?

“Agradecei primeiramente a Deus, sem cuja permissão nada se faz; depois aos bons Espíritos que foram os agentes da sua vontade.”

a) - Que sucederia se nos esquecêssemos de agradecer?

“O que sucede aos ingratos.”

b) - No entanto, pessoas há que não pedem nem agradecem e às quais tudo sai bem!

“Assim é, de fato, mas importa ver o fim. Pagarão bem caro essa felicidade de que não são merecedores, pois quanto mais houverem recebido, tanto maiores contas terão que prestar.”


Allan Kardec



O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez
Questão 535 comentada


Quando alguma coisa de bom nos sucede, o maior dever da criatura é agradecer a Deus pelo bem que Ele nos concedeu, e em seguida estender o agradecimento aos benfeitores da eternidade, que sempre se encontram trabalhando em nosso favor, nos desejando a paz.

A gratidão é o ponto alto que o coração pode atingir, pois é irradiação do próprio amor. O agradecimento é, ainda, a demonstração de educação. O que recebes, que vem ao teu encontro por diversas linhas de manifestações , é permissão de Deus. Ele, o Senhor do Universo, é onisciente e sabe de antemão o de que mais necessitamos para o nosso bem-estar.

O agradecimento deve estar presente em tudo, em todos os acontecimentos da tua vida. Se porventura te esqueceres de agradecer a Deus pelo que recebes e fazes todos os dias, automaticamente, não desejas ouvir o Senhor. Não é Ele que se afasta do teu coração; és tu que fechas os ouvidos e os olhos, para não ouvi-Lo e vê-Lo. As conseqüências não são boas; é o filho que esquece o pai.

Se em tudo dependemos de Deus, e nunca sairemos desta dependência, porque lutarmos contra a Força Soberana que nos criou e que é o Pai de todas as coisas? Passamos a ser ignorantes, e o ignorante nunca é feliz. Não que o Pai o abandone; a ignorância é que não aceita as lições, no entanto, o tempo passa a mostrar aos que sofrem os caminhos da paternidade, onde existe o amor.

Começa, onde estiveres, a irradiar e a falar sobre a gratidão, primeiramente a Deus, depois àqueles que sempre te dão as mãos, ajudando-te a caminhar. Sê grato à tua família, à sociedade, aos governos, aos companheiros de trabalho, aos teus superiores, à escola com os professores, à natureza, em todos os seus aspectos, aos animais, em todas as suas dimensões, ao espaço e ao tempo, aos aparelhos com que trabalhas, aos livros que te trazem a mensagem. A vida, que tudo registra, te devolverá essa gratidão em forma de amor, e esse amor é o alimento por excelência da tua vida.

Se observas alguém que não se lembra da gratidão pelo que recebe e está bem, em muitos aspectos da vida terrena, não leves isso em conta. Tudo não passa de misericórdia da Divindade, de tolerância para com os ignorantes mas, mais tarde, esse alguém deverá lutar em caminhos cheios de espinhos, como Jesus disse a Paulo, no caminho de Damasco: Vou te mostrar o quanto deves sofrer por mim. É bom que entendamos a mensagem do Cristo, quando um de Seus discípulos queria sair do Seu convívio para enterrar alguém:

Replica-lhe, porém, Jesus: "Segue-me, e deixa aos mortos sepultar os seus próprios mortos." (Mateus, 8:22)

Se alguém esqueceu seu dever ante a Divindade Suprema e procura outros afazeres materiais, dizendo que não tem tempo para simples manifestação de amor ao Pai, que tudo nos dá, até a própria vida, esse está morto. Deixa-o conviver com as coisas mortas e sigamos a Jesus, que é vida, e vida eterna. Algum dia, os homens acordarão da ignorância.

Aos leitores destas páginas simples mas que são ditadas com amor, que sejam gratos para com Aquele do qual nascemos e em quem vivemos, porque a nossa felicidade se encontra na obediência às Suas leis imortais e eternas. Somando-as, encontraremos a divina equação a que chamamos de AMOR.


Miramez








Livro Filosofia Espírita Vol. 11 - João Nunes Maia
Cap. 25 - Gratidão




Joanna de Ângelis - Livro Após a Tempestade - Divaldo P. Franco - Cap. 5 - Filhos ingratos



Joanna de Ângelis - Livro Após a Tempestade - Divaldo P. Franco - Cap. 5


Filhos ingratos


A ingratidão — chaga pestífera que um dia há de desaparecer da Terra — tem suas nascentes no egoísmo, que é o remanescente mais vil da natureza animal, lamentavelmente persistindo na Humanidade.

A ingratidão sob qualquer forma considerada expressa o primarismo espiritual de quem a carrega, produzindo incoercível mal-estar onde se apresenta.

O ingrato, isto é, aquele que retribui o bem pelo mal, a generosidade pela avareza, a simpatia pela aversão, o acolhimento pela repulsa, a bondade pela soberba é sempre um atormentado que esparze insatisfação, martirizando quantos o acolhem e socorrem.

O homem vitimado pela ingratidão supõe tudo merecer e nada retribuir, falsamente acreditando ser credor de deveres do próximo para consigo, sem qualquer compensação de sua parte.

Estulto, desdenha os benefícios recolhidos a fim de exigir novas contribuições que a própria insânia desconsidera.

E arrogante e mesquinho porque padece atrofia dos sentimentos, transitando nas faixas da semiconsciência e da irresponsabilidade.

Sendo a ingratidão, no seu sentido genérico, detestável nódoa moral, a dos filhos para com os pais assume proporções relevantes, desde que colima hediondo ato de rebeldia contra a Criação Divina.

O filho ingrato é dilacerador do coração dos pais, ímpio verdugo que se não comove com as doloridas lágrimas maternas nem com as angústias somadas e penosas do sentimento paterno.

Com a desagregação da família, que se observa generalizada na atualidade, a ingratidão dos filhos torna-se responsável pela presença de vários cânceres morais, no combalido organismo social, cuja terapia se apresenta complexa e difícil.

Sem dúvida, muitos pais, despreparados para o ministério que defrontam em relação à prole, cometem erros graves, que influem consideravelmente no comportamento dos filhos, que, a seu turno, logo podem, se rebelam contra estes, crucificando-os nas traves ásperas da ingratidão, da rebeldia e da agressividade contínua, culminando, não raro, em cenas de pugilato e vergonha.

Muitos progenitores, igualmente, imaturos ou versáteis, que transitam no corpo açulados pelo tormento de prazeres incessante s — que os fazem esquecer as responsabilidades junto aos filhos para os entregarem aos servos remunerados, enquanto se corrompem na leviandade —, respondem pelo desequilíbrio e desajuste da prole, na desenfreada competição da utópica e moderna sociedade.

Todavia, filhos há que receberam dos genitores as mais prolíferas demonstrações e testemunhos de sacrifício e carinho, aspirando a um clima de paz, de saúde moral, de equilíbrio doméstico, nutridos pelo amor sem fraude e pela abnegação sem fingimentos, e revelam-se, de cedo, frios, exigentes e ingratos.

Se diante de pais irresponsáveis a ingratidão dos filhos jamais se justifica ou procede, a proporcionada por aqueles que tudo recebem e tudo negam, somente encontra explicação na reminiscência dos desajustes pretéritos dos Espíritos, que, não obstante reunidos outra vez para recuperar-se, avivam as animosidades que ressumam do inconsciente e se corporificam em forma de antipatia e aversão, impelindo-os à ingratidão que os atira às rampas inditosas do ódio dissolvente.

A família é abençoada escola de educação moral e espiritual, oficina santificante onde se lapidam caracteres, laboratório superior em que se caldeiam sentimentos, estruturam aspirações, refinam ideais, transformam mazelas antigas em possibilidades preciosas para a elaboração de misteres edificantes.

O lar, em razão disso, mesmo quando assinalado pelas dores decorrentes do aprimorar das arestas dos que o constituem, é forja purificadora onde se devem trabalhar as bases seguras da Humanidade de todos os tempos.

Quando o lar se estiola e a família se desorganiza a Sociedade combale e estertora.

De nobre significação, a família não são apenas os que se amam, através dos vínculos da consanguinidade, mas, também, da tolerância e solidariedade que se devem doar os equilibrados e afáveis aos que constituem os elos fracos, perturbadores e em deperecimento no clã doméstico.

Aos pais cabem sempre os deveres impostergáveis de amar e entender até o sacrificio os filhos que lhes chegam pelas vias sacrossantas da reencarnação, educando-os e depondo-lhes nas almas as sementes férteis da fé, das responsabilidades, instruindo-os e neles inculcando a necessidade da busca de elevação e felicidade.

O que decorra serão consequências do estado moral de cada um, que lhes não cabem prever, recear ou sofrer por antecipação pessimista.

Aos filhos compete amar aos pais, mesmo quando negligentes ou irresponsáveis porquanto é do código Superior da Vida, o impositivo: "Honrar pai e mãe", sem excluir os que o são apenas por função biológica, assim mesmo, por cujo intermédio a Excelsa Sabedoria programa necessárias provas redentoras e pungitivas expiaçôes liberativas.

Ante o filho ingrato, seja qual for a situação em que se encontre, guarda piedade para com ele e dá-lhe mais amor...

Agressivo e calceta, exigente e impiedoso, transformado em inimigo insensível quão odioso, oferta, ainda, paciência e mais amor...

Se te falarem sobre recalques que ele traz da infância, em complexos que procedem desta ou daquela circunstância, em efeito da libido tormentosa com que os simplistas e descuidados pretendem excusá-lo, culpando-te, recorda, em silêncio, de que o Espírito precede ao berço, trazendo gravados nas tecelagens sutis da própria estrutura gravames e conquistas, elevação e delinquência, podendo, então, melhor compreendê-lo, mais ajudá-lo, desculpá-lo com eficiência e socorrê-lo com probidade prosseguindo ao seu lado sem mágoa e encorajado no programa com a família inditosa e os filhos ingratos, resgatando pelo sofrimento e amor os teus próprios erros, até o dia em que, redimido, possas reorganizar o lar feliz a que aspiras.


Joanna de Ângelis














Emmanuel - Livro Atenção - Chico Xavier - Cap. 3 - Ante a indulgência divina



Emmanuel - Livro Atenção - Chico Xavier - Cap. 3


Ante a indulgência divina


"Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros, e assim como vos amei, amai-vos também mutuamente." (João 13:34)


Induzidos à intemperança mental, a explodir dentro de nós por vulcão de loucura, meditemos na Indulgência Divina, para que não venhamos a cair nos desajustes da intolerância.

Achávamo-nos, ontem, desarvorados e oprimidos no torvelinho das trevas.

O Senhor, porém, nos concedeu novo dia para recomeçar a grande ascensão à luz.

Estávamos paralíticos na recapitulação incessante de nossos desequilíbrios.

Restituiu-nos a faculdade do movimento com os pés e as mãos livres para o reequilíbrio que nos compete.

Sofríamos desilusão e cegueira.

Reformou-nos a esperança e a visão com que assimilamos as novas experiências.

Jazíamos desassisados na sombra.

Reconduziu-nos à posse da integridade espiritual.

Padecíamos a desesperação a desgovernar-nos o verbo, através de atitudes blasfematórias.

Investiu-nos, de novo, com o poder de falar acertadamente.

Vitimava-nos a surdez, nascida de nossa rebelião perante a Lei.

Dotou-nos de abençoados ouvidos com que possamos assinalar as novas lições do socorro espiritual.

Procedíamos à conta de infelizes alienados, nas regiões inferiores, materializando em torno de nós as telas dos próprios erros e eternizando assim, o contato com os desafetos de nossa própria vida.

Concedeu-nos, porém, a Divina Bondade a bênção do lar e da provação, da responsabilidade e do trabalho em comum, nos quais tornamos à associação com os nossos adversários do pretérito para convertê-los, ao sol do amor, em laços de elevação para o futuro.

Não olvides a tolerância de Jesus, o nosso Eterno Amigo, que nos suporta há milênios, amparando-nos o coração, através de mil modos, em cada passo do dia, e por gratidão a Ele que não vacilou em aceitar a própria cruz para testemunhar-nos benevolência, sejamos aprendizes autênticos da fraternidade, porquanto somente no perdão incondicional de nossas faltas recíprocas, conseguiremos atender-lhe ao apelo inolvidável:

— “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”


Emmanuel










sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Emmanuel - Livro Fonte Viva - Chico Xavier - Cap. 96 - Além dos outros



Emmanuel - Livro Fonte Viva - Chico Xavier - Cap. 96


Além dos outros


“Não fazem os publicanos também o mesmo?” — Jesus. (MATEUS, 5.46)


Trabalhar no horário comum irrepreensivelmente, cuidar dos deveres domésticos, satisfazer exigências legais e exercitar a correção de proceder, fazendo o bastante na esfera das obrigações inadiáveis, são tarefas peculiares a crentes e descrentes na senda diária.

Jesus, contudo, espera algo mais do discípulo.

Correspondes aos impositivos do trabalho diuturno, criando coragem, alegria e estímulo, em derredor de ti?

Sabes improvisar o bem, onde outras pessoas se mostraram infrutíferas?

Aproveitas, com êxito, o material que outrem desprezou por imprestável?

Aguardas, com paciência, onde outros desesperaram?

Na posição de crente, conservas o espírito de serviço, onde o descrente congelou o espírito de ação?

Partilhas a alegria de teus amigos, sem inveja e sem ciúme, e participas do sofrimento de teus adversários, sem falsa superioridade e sem alarde?

Que dás de ti mesmo no ministério da caridade?

Garantir o continuísmo da espécie, revelar utilidade geral e adaptar-se aos movimentos da vida são característicos dos próprios irracionais.

O homem vulgar, de muitos milênios para cá, vem comendo e bebendo, dormindo e agindo sem diferenças fundamentais, na ordem coletiva.

De vinte séculos a esta parte, todavia, abençoada luz resplandece na Terra com os ensinamentos do Cristo, convidando-nos a escalar os cimos da espiritualidade superior. Nem todos a percebem, ainda, não obstante envolver a todos. Mas, para quantos se felicitam em suas bênçãos extraordinárias, surge o desafio do Mestre, indagando sobre o que de extraordinário estamos fazendo.


Emmanuel











Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 10 - Levantai os olhos



Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 10


Levantai os olhos

 
“Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa.” — Jesus. (JOÃO, 4.35)


O mundo está cheio de trabalhos ligados ao estômago.

A existência terrestre permanece transbordando emoções relativas ao sexo.

Ninguém contesta o fundamento sagrado de ambos, entretanto, não podemos estacionar numa ou noutra expressão.

Há que levantar os olhos e devassar zonas mais altas. É preciso cogitar da colheita de valores novos, atendendo ao nosso próprio celeiro.

Não se resume a vida a fenômenos de nutrição, nem simplesmente à continuidade da espécie.

Laborioso serviço de iluminação espiritual requisita o homem.

Valiosos conhecimentos reclamam-no a esferas superiores.

Verdades eternas proclamam que a felicidade não é um mito, que a vida não constitui apenas o curto período de manifestações carnais na Terra, que a paz é tesouro dos filhos de Deus, que a grandeza divina é a maravilhosa destinação das criaturas; no entanto, para receber tão altos dons é indispensável erguer os olhos, elevar o entendimento e santificar os raciocínios.

É imprescindível alçar a lâmpada sublime da fé, acima das sombras.

Irmão muito amado, que te conservas sob a divina árvore da vida, não te fixes tão somente nos frutos da oportunidade perdida que deixaste apodrecer, ao abandono…   

Não te encarceres no campo inferior, a contemplar tristezas, fracassos, desenganos!… Olha para o alto!… Repara as frondes imortais, balouçando-se ao sopro da Providência Divina! Dá-te aos labores da ceifa e observa que, se as raízes ainda se demoram presas ao solo, os ramos viridentes, cheios de frutos substanciosos, avançam no Infinito, na direção dos Céus.


Emmanuel










Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 23 - E olhai por vós



Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 23


E olhai por vós


“E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez e dos cuidados desta vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.” — Jesus. (LUCAS, 21.34)

Em geral, o homem se interessa por tudo quanto diga respeito ao bem-estar imediato da existência física, descuidando-se da vida espiritual, a sobrecarregar sentimentos de vícios e inquietações de toda sorte. 

Enquanto lhe sobra tempo para comprar aflições no vasto noticiário dos planos inferiores da atividade terrena, nunca encontra oportunidade para escassos momentos de meditação elevada.

Fixa com interesse as ondas destruidoras de ódio e treva que assolam nações, mas não vê, comumente, as sombras que o invadem.

Vasculha os males do vizinho e distrai-se dos que lhe são próprios.

Não cuida senão de alimentar convenientemente o veículo físico, mergulhando-se no mar de fantasias ou encarcerando-se em laços terríveis de dor, que ele próprio cria, ao longo do caminho.

Depois de plasmar escuros fantasmas e de nutrir os próprios verdugos, clama, desesperado, por Jesus e seus mensageiros.

O Mestre, porém, não se descuida em tempo algum e, desde muito, recomendou vele cada um por si, na direção da espiritualidade superior.

Sabia o Senhor quanto é amargo o sofrimento de improviso e não nos faltou com o roteiro, antecedendo-nos a solicitação, há muitos séculos.

Retire-se cada um dos excessos na satisfação egoística, fuja ao relaxamento do dever, alije as inquietações mesquinhas — e estará preparado à sublime transformação.

Em verdade, a Terra não viverá indefinidamente, sem contas; contudo, cada aprendiz do Evangelho deve compreender que o instante da morte do corpo físico é dia de juízo no mundo de cada homem.


Emmanuel











Emmanuel - Livro Aulas da Vida - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 26 - Acima



Emmanuel - Livro Aulas da Vida - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 26


Acima


“…Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o Reino de Deus.” — Jesus (Lucas, 9.62)

A fim de que nos promovamos à condição de obreiros mais eficientes, na Seara do Cristo, é forçoso observar a vida acima de nossas impressões superficiais.

Para isso, ser-nos-á necessário:

mais do que ver — refletir;

mais do que escutar — compreender;

mais do que estudar — aprender;

mais do que trabalhar — servir;

mais do que obedecer — cooperar espontaneamente em apoio aos semelhantes;

mais do que administrar — harmonizar;

mais do que crer — raciocinar;

mais do que esclarecer — discernir;

mais do que escrever — elevar;

mais do que falar — construir;

mais do que comentar — melhorar;

mais do que saber — transmitir para o bem;

mais do que informar — educar;

mais do que desculpar — esquecer o mal;

mais do que desincumbir-se — auxiliar para a felicidade geral.

Todos temos ideias e possibilidades, escolhas e relações, crenças e luzes. E se é muito importante guardar equilíbrio para desfrutar semelhantes bênçãos, em nosso progresso de Espíritos imortais, ante as Leis de Causa e Efeito, é muito mais importante ainda saber o que estamos fazendo por elas e com elas.


Emmanuel














quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Emmanuel - Livro Coragem - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 40 - Contratempos



Emmanuel - Livro Coragem - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 40


Contratempos


Diante de quaisquer contratempos, pensa no bem.

O trabalho estafante…

Será ele a providência que te habilita à vitória contra o assédio de perturbações que te espreitam a estrada.

O encontro perdido…

Semelhante contrariedade decerto apareceu, em tua defesa própria.

A realização adiada…

A procrastinação de teus desejos estará funcionando, em teu benefício, para que não entres em determinados compromissos fora de tempo.

A viagem desfeita…

O plano frustrado, provavelmente, é o recurso com que se te garante o equilíbrio.

O carro enguiçado…

O incidente desagradável é o processo de forrar-te contra acidentes possíveis.

O mal-estar orgânico…

A enfermidade menor haverá surgido, a fim de induzir-te a tratamento inadiável.

A afeição que se afasta…

A separação vale por cirurgia no campo da alma, muita vez, resguardando-te a paz e a segurança.

A morte no lar…

A despedida de um ente querido, quase sempre, procede da Misericórdia do Senhor, no sentido de evitar sofrimentos maiores para aquele que parte, tanto quanto para aqueles que ficam.

Diante de qualquer obstáculo, reflete no bem, porque no curso de todas as circunstâncias, por trás dos contratempos da vida, a Bondade de Deus jaz oculta.


Emmanuel