Bezerra de Menezes - Livro Doutrina e Vida - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 20
Filhos, muito obrigado
Filhos, o Senhor nos abençoe e nos ilumine sempre. O pequenino servidor vos compartilha o banquete de amor, tentando agradecer.
As palavras desaparecem ante as grandes emoções que nos tomam de improviso, como que a imobilizar-nos os sentidos, que se fazem ineptos para qualquer manifestação.
Podemos, desse modo unicamente, dizer-vos:
Deus vos recompense.
Achamo-nos todos na jornada para diante, compreendendo que a meta por atingir nos acena, ainda, muito longe.
Estas palavras muito longe, porém, não significam dificuldade ou aflição, porque os caminhos se nos enfeitam agora em palmas de esperança e caridade, auxiliando-nos a seguir.
Obrigado, meus filhos, pela ternura de vossas lembranças:
Muito obrigado pelas mães que receberam filhos de nossa confiança e de nosso carinho, aguardando quase que exclusivamente em vosso amor o dom de sobreviver, nas provas terrestres e que, em nome de Jesus; adornais de estímulos santos, de modo a se reconhecerem sob a cobertura da Providência Divina;
muito obrigado pelos pais que a luta do dia a dia cansou no trabalho e que encontram, como sempre, em vossa abnegação, a certeza da proteção de Deus;
muito obrigado por aqueles irmãos que a fadiga orgânica situou nas últimas linhas da resistência e que vos recolhem a dedicação e a fraternidade por relíquias da alma na viagem da libertação talvez muito em breve;
muito obrigado pelas criaturas irmãs em necessidade que se vos aproximam da mesa de assistência e carinho, a fim de receberem o pão da solidariedade, adquirindo em vosso gesto a convicção de que nunca estiveram sozinhas no esforço de superação das próprias dificuldades;
muito obrigado pelos doentes que vos procuram buscando o remédio da esperança e da paz e que vos recebem as mãos por estrelas de bênção a lhes clarearem a estrada para o refazimento das próprias forças;
muito obrigado pelos jovens tristes que vos contemplam a atividade, buscando a diretriz pela qual suspiravam, a fim de que a caminhada no mundo se lhes faça menos árdua, no rumo de uma vida melhor, jovens que começaram a existência à maneira de seres torturados pela sede de afeto e que, na ânsia de encontrar a fonte da verdade e do bem, oscilavam entre as requisições da luz e a influência das trevas;
muito obrigado pelas crianças que trazeis de novo da amargura para a alegria, orvalhando-lhes os corações com a bênção de vossa fé trazida em serviço a todos os que caminham nas trilhas da evolução, varando empeços maiores que os nossos;
e muito obrigado por aqueles outros pequeninos que ainda não nasceram, mas que esperam amor e proteção a fim de abordarem o campo da Terra para a execução das tarefas edificantes que lhes dirão respeito no dia de amanhã e que, embora sem voz ainda para expressar-vos reconhecimento, pedem a Deus por vossa felicidade porque conseguistes livrá-los do aborto e lhes amparastes as mãezinhas, tantas vezes, agoniadas e sofredoras, em prece constante para que não venham a perdê-los em razão das necessidades e provações que lhes sitiam a vida.
Obrigado, sim, por tudo quanto dais e por tudo quanto derdes, porque é dando que recebemos.
Obrigado, porque acreditastes na caridade e aceitastes a obrigação de fazer o bem.
As migalhas diminutas que distribuirdes são bênçãos eternas, são luzes que se vos resplenderão nos caminhos de hoje e do futuro indicando-vos a verdadeira felicidade.
Não temos hoje outras palavras senão estas:
muito obrigado.
Agradecemos por todos, principalmente por todos aqueles que a luta humana transitoriamente emudeceu na prova que atravessam.
Eles e nós todos nos regozijamos com a vossa lembrança e repetimos a vós todos:
— Filhos do coração que Deus vos abençoe.
Bezerra de Menezes
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