sábado, 16 de março de 2024

Miramez - Livro Horizontes da Mente - João Nunes Maia - Pág. 127 - Porque a prece



Miramez - Livro Horizontes da Mente - João Nunes Maia - Pág. 127


Porque a prece


A oração é um proêmio que antecede a todas as emoções espirituais, abrindo na mente uma clareira psíquica, pela qual adentra a luz divina procedente de Deus.

Há homens insensíveis à prece por natureza, e não nos cabe julgá-los.

Preceituam, quando interrogados, que a oração em nada modifica suas vidas e que, para eles, a súplica é o trabalho, é a honestidade, é a própria vida desfrutada dentro da legalidade de conceitos estipulados pelo mundo.

Certamente que essa constitui uma modalidade de oração, que poderemos denominar de oração-trabalho, oração-conduta, oração-instrução, oração-virtude etc.

No entanto, a outra, que confabula com as forças superiores, é a oração divina, da qual tratamos com o máximo respeito nesta mensagem.

Por que orar? Se Jesus Cristo, o Mestre por excelência, orou na mais intensa vibração, como nós outros haveremos de prescindir da prece, porta de esperança que nos identifica com o além, veículo grandioso a enriquecer a crença da imortalidade da alma? A oração é parceira da alegria, companheira da confiança, amiga da caridade e filha do amor.

É a ciência das ciências, filosofia das filosofias.

E a religião não pode existir sem sua participação ativa em variados moldes e graus dos seus profitentes.

Os planetas, como bailarinos celestiais, dançam e cantam um hino-prece, exaltando a Deus na expressão do sol, núcleo misterioso que fornece vida para todos eles, em nome do Criador, e luz nas suas diversificadas trajetórias no infinito.

O átomo, com a sua comitiva eletrônica, é a minicópia do astro rei e também reverencia ao Supremo Arquiteto do Universo, dentro da orquestração mini-cósmica que lhe é peculiar. 

De certa forma, tudo na criação se encontra em estado de oração.

O homem, perfeição das perfeições criadas, em se falando da Terra, colocará um silêncio no lugar santo da súplica? Isso não!...

Ele compreende o grande valor da comunicação mais direta com as forças brancas da verdade.

Orar é se resguardar contra as investidas do mal, é se precaver dos possíveis desequilíbrios, é fortalecer o coração frente às lutas de cada dia.

A prece, por regra maior, é a força poderosa capaz de iluminar quaisquer trevas da alma, e induzi-la para a fraternidade e o amor em todos os ângulos.

E saber orar é uma ciência ainda mais profunda.

Eis porque alguns ignoram a eficácia dela.

Sem que a mente esteja preparada, sem que os pensamentos se ordenem e as ideias se harmonizem, a concentração desaparece e, com ela, o poder da oração.

A tranquilidade de consciência, a humildade, o amor sem barreiras, o perdão sem exigências e a benevolência deverão ambientar o campo, no sentido de a prece circular no mundo mental, aprumando-se em direção a Deus, transpondo todos os obstáculos, devolvendo a verdadeira serenidade ao coração que se entregou à súplica.

Quem tem inimizades e se encontra com a mente tisnada na vingança, isola todos os ensaios que porventura fizer cerca da oração.

Antes de orarmos é bom que, em primeiro lugar, nos reconciliemos com quem ofendemos, ou perdoemos, se, por acaso, tivermos sido caluniados.

Sem essa limpeza do coração, as condições espirituais travarão as possibilidades de entrarmos em contato com as forças superiores. 

E, se conseguirmos abrir as portas para outras conquistas, a prece ficará cada vez mais sublimada e, nessa viagem iniciática da vida, teremos a resposta mais acertada do "por que a prece".


Miramez















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