quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - Das esperanças e consolações - Cap. I - Das penas e gozos terrestres - Felicidade e infelicidade relativas - Questão 926 (Miramez)




Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - Das esperanças e consolações - Cap. I - Das penas e gozos terrestres - Felicidade e infelicidade relativas


Questão 926 


A civilização criando novas necessidades, não é a fonte de novas aflições? 

- Os males deste mundo estão na razão das necessidades artificiais que criais para vós mesmos. Aquele que sabe limitar os seus desejos e ver sem cobiça o que está fora das suas possibilidades, poupa-se a muitos aborrecimentos nesta vida. O mais rico é aquele que tem menos necessidades.

Allan Kardec


O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez

Questão 926 comentada


A moderna civilização é fonte de novas aflições que torturam o homem cada vez mais, pelas necessidades fictícias que ele próprio cria e que o perseguem nos seus caminhos. Nós criamos as nossas aflições, e elas nos servem como escolas, porque a vida, a natureza, aproveita tudo e transforma em experiências valiosas.

Quantas reencarnações já tivemos em variados países, onde recolhemos ensinamentos que servem hoje de alicerce para a nossa paz? Tudo é de tal modo comum, que devemos perguntar a todos quais os Espíritos que passaram pela Terra, e que não criaram novas aflições em seu aprendizado. Eis aí um sistema de despertamento espiritual que nunca foi mudado. Somente acordamos pelo método das aflições. Queiramos ou não, passamos por elas. Este é um processo de acordar que usa a espiritualidade maior, a qual também passou pelos mesmos caminhos.

Se hoje os Espíritos elevados vivem na plenitude da consciência imperturbável, como eram ontem? é neste sentido que os benfeitores espirituais, em relação a nós outros, têm muita tolerância com as nossas faltas. Se assim podemos dizer, eles passaram pelas mesmas aflições, mas Deus é sempre Pai amoroso e santo, bom e justo, que não dá pedra a quem pede peixe. Não deves invejar aos outros em situação bem melhor que a tua, porque não sabes o que se encontra reservado para eles, nem tão pouco para ti.

As situações são mutáveis em todos os campos do crescimento e as escalas são variadas, sendo necessário que subamos todos os degraus. Não invejes os gozos dos que te parecem felizes. Cada um tem necessidades diferentes, por estarmos em diferentes estados espirituais. Cada um recebe somente o de que precisa, para a sua paz espiritual.

Deus, às vezes, permite que o homem ignorante prospere e se mostre feliz. Não invejes seu lugar na vida; ele pode estar passando ou começando a entrar por duras provas. O aprendizado tem variações. Cuida da tranqüilidade de consciência, da riqueza espiritual e deixa fluir pelo teu coração a paz que Jesus sempre te dá. Se os gozos que cobiças forem pessoais, isso é fonte do egoísmo que precisa ser mudado.

Sê cauteloso na análise dos sentimentos, para que não venhas a cair em novas tentações. Se restringes as tuas necessidades, os desenganos começam a desaparecer como por encanto. Existem muitas ilusões, que devem ser extirpadas pela simplicidade. Convém a todas as criaturas viver mais modestamente, para não criarem embaraços nos próprios caminhos.

Deves olhar sem inveja o rico, se és pobre, e não maltrates o pobre, se és rico. Todas as duas posições são extremos que devem ser reparados. Certo sábio da antiguidade aconselhou, para o bem dos corações, o caminho do meio. Deus permite que passemos por todos os caminhos, por sermos todos iguais, de modo a alcançarmos todas as experiências na seqüência da vida.

Quando um justo é feliz, a sua felicidade é verdadeira, porque ele já passou por todas as tribulações que educam e instruem.

Quando Jesus disse: "Bem-aventurados os que sofrem", é porque todos os sofrimentos levam à criatura a paz de consciência, se não em uma reencarnação, mas nas quantas forem necessárias. Deus não tem pressa, mas não pára de ajudar.

Deves suportar tudo com coragem, mesmo as duras provas, pelas forças que já alcançaste, que alguém invisível vem te ajudar a carregar a tua cruz, no silêncio peculiar aos que já aprenderam a amar.

As novas aflições são para os que ainda dormem, não para os que acordaram para a luz do amor e da caridade. Se tu tens necessidade de sentir Deus para o teu bom andamento na vida, deves procurar a Jesus.

E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou. (João, 12:45)

Procurar a Jesus é encontrar a Deus, porque o Mestre trouxe para os homens todas as respostas das perguntas feitas para a felicidade das almas.


Miramez



Filosofia Espírita – Volume XIX. (João Nunes Maia)
Cap. 8 - Novas aflições



Fontes: O ConsoladorO Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito MiramezKardecpedia

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