domingo, 27 de fevereiro de 2022

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. VI - 5. Lei de destruição - Guerras - Questão 742 (Miramez)




Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. VI - 5. Lei de destruição


Guerras 


742. Que é o que impele o homem à guerra?

“Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões. No estado de barbaria, os povos um só direito conhecem: o do mais forte. Por isso é que, para tais povos, o de guerra é um estado normal. À medida que o homem progride, menos frequente se torna a guerra, porque ele lhe evita as causas. E, quando se torna necessária, sabe fazê-la com humanidade.”


Allan Kardec



O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez
Questão 742 comentada


A fonte de onde emanam as idéias de guerras é a predominância da natureza animal sobre a espiritual. É a ignorância do ser humano, que ainda desconhece as leis do Criador.

Os povos belicosos são os mais atrasados espiritualmente; eles desconhecem a fraternidade, que faz ligar todos os povos uns amparando os outros, pelos fios do amor, em nome da caridade.

As guerras, porém, são como que operações de socorro em tumor maligno das sociedades. Somente por elas alguns povos acordam para a vida melhor. O mundo espiritual inferior junta-se aos homens para instigar essas idéias de ódio e de violência. Entretanto, Deus sempre acode aos que sofrem e dá assistência aos ignorantes. Por trás de todos os movimentos belicosos, os benfeitores espirituais estão agindo, mudando idéias e fazendo com que as nações em litígio aproveitem as lições pelo aguilhão da dor. É a lei do semelhante curando o semelhante.

Observemos que as guerras são filhas do primitivismo; os homens primitivos viviam em guerra constante com os outros. Com o perpassar do tempo, as guerras vão se espaçando cada vez mais, para depois desaparecem do planeta, onde a vida será somente de paz.

Os homens são tão acostumados às guerras que criaram os "Ministérios da Guerra" ao invés de "Ministério da Paz". Condicionaram-se em tais pensamentos inferiores e o descondicionamento lhes custará muito caro.

O homem, infelizmente, só conhece um direito, que sempre prevalece: o do mais forte em armas e dinheiro. Ele deixa de pensar na fortaleza da moral e no amor, e os mais fortes tomam as primeiras cadeiras nas decisões, quando as ações se reúnem para tal empreendimento.

Os povos que dirigem os destinos do mundo, como eles alegam, gostam dos primeiros lugares, bem como de se exaltarem ante aos pequeninos. Entrementes, é bom que escutemos o Evangelho neste sentido, anotado por Mateus no capítulo vinte e três, versículo doze:

Quem a si mesmo se exaltar, será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar, será exaltado.

Quantas nações no passado se exaltaram e hoje se encontram de cabeças baixas, humilhadas? E outras tantas que foram humilhadas e se encontram em posição de destaque? A vida é uma roda; o sol banha a Terra em todos os lugares e cada região recebe seu hálito benfeitor em determinado momento. Todos têm a sua vez; assim será, igualmente, com os homens, pois a reencarnação é o processo de mudanças, dando oportunidades a todas as almas.

Sabes onde residem as causas das guerras? É nos sentimentos; com os pensamentos reformados, desaparecerão os efeitos. A melhor guerra, à qual deveremos nos alistar para o melhor combate, é a guerra interna, contra os piores inimigos que existem, que são os defeitos morais. Assim as guerras fratricidas deixam de existir por força da lei de amor.

À medida que os homens progridem espiritualmente, as guerras e tudo que provém delas como sofrimento, vão desaparecendo como por encanto. E as bênçãos de Deus, pelos canais de Jesus, ficarão mais visíveis para a nossa paz.

 
Miramez



Filosofia Espírita - Volume XV - João Nunes Maia
Cap. 28 - Guerras




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