terça-feira, 6 de abril de 2021

Joanna de Ângelis - Livro Florações Evangélicas - Divaldo P. Franco - Cap. 3 - Cristo em Casa




Joanna de Ângelis - Livro Florações Evangélicas - Divaldo P. Franco - Cap. 3


Cristo em Casa


“Senhor, não sou digno de que entres em minha casa". Mateus 8:8

“Um dia, Deus, em sua inesgotável cari­dade, permitiu que o homem visse a verdade varar as trevas. Esse dia foi o do advento do Cristo. Depois da luz viva, voltaram as trevas. Após alternativas de verdade e obscuridade, o mundo novamente se perdia. Então, semelhantemente aos profetas do Antigo Testamento, os Espíritos se puseram a falar e a adverti-los. O mundo está abalado em seus fundamentos; reboará o trovão. Sede firmes!” O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 1 - Item 10.


Contrapondo-se à onda crescente da loucura que irrompe avassaladora de toda parte e domina penetrando os lares e os destroçando, o Evangelho de Jesus, hoje como no passado, abre larga faixa para a esperança, facultando a visão de um futuro promissor onde os desassossegos do coração não terão ensejo de medrar.

A par da lascívia e do moderno comércio do erotismo, que consomem as mais elevadas aspirações humanas na indústria da devassidão, as sementes luminosas da Boa Nova, plantadas na intimidade do conjunto familiar, des­dobram-se em embriões de amor que enriquecem os espíritos de paz, recuperando os homens portadores das enfermidades espirituais de longo curso e medicando-os com as dádivas da saúde.

Enquanto campeia a caça desassisada aos estupefaci­entes e barbitúricos, aos narcóticos e aos excessos do sexo em desalinho, a mensagem do Reino de Deus cada semana, na família, representa remédio valioso que consegue recom­por das distonias psíquicas aqueles que jazem anestesiados sob o jugo de forças ultrizes e vingadoras de existências pretéritas.

Há mais enfermos no mundo do que se supõe que existam. Isto porque, no reduto familiar raramente fecundam a conversação edificante, o entendimento fraterno, a tolerân­cia geral, o amor desinteressado... Vinculados por compro­missos vigorosos para a própria evolução, os Espíritos reencarnam-se no mesmo grupo cromossomático, endividados entre si, para o necessário reajustamento, trazendo nos refolhos da memória espiritual as recordações traumáticas e as lembranças nefastas, deixando-se arrastar, invariavelmente, a complexos processos de obsessão recíproca, graças ao ódio mantido, às animosidades conservadas e nutridas com as altas contribuições da rebeldia e da violência.

Em razão disso, o desrespeito grassa, a revolta se instala, a indiferença insiste e a aversão assoma...

A família, em tais circunstâncias, se transforma em palco de tragédias sucessivas, quando não se faz aduana de traições e desídias...

Estimulando os desajustes que se encontram inatos nos grupos da consanguinidade, a hodierna técnica da comu­nicação malsã tem conspirado poderosamente contra a paz do lar e a felicidade dos homens.

Cristo, porém, quando se adentra pelo portal do lar, modifica a paisagem espiritual do recinto.

As cargas de vibrações deletérias, os miasmas da intolerância, os tóxicos nauseantes da ira, as palavras azedas vão rareando, ao suave-doce contágio do Seu e se modificam as expressões da desarmonia e do descon­forto, produzindo natural condição de entendimento, de alegria, de refazimento.

Cristo no lar significa comunhão da esperança com o amor.

A Sua presença produz sinais evidentes de paz, e aqueles que antes experimentavam repulsa pelo ajuntamento doméstico descobrem Sintomas de identificação, neces­sidade de auxílio mútuo.

Com Jesus em casa acendem-se as claridades para o futuro, a iluminar as sombras que campeiam desde agora.

Abre o “livro da vida” e medita nos “ditos do Senhor” pelo menos uma vez na semana, entre aqueles que vivem Contigo em conúbio familiar. Mergulha a mente nas suas lições, embriaga o espírito na esperança, sobre a água lustral da “fonte viva” generosa e abundante, esquece os painéis tumultuados que são habituais e marcha na direção da alegria.

Se não consegues a companhia dos que te repartem a consanguinidade para tal ministério, não desfaleças. Faze-­o, assim mesmo.

Se assomam óbices inesperados não descoroçoes, in­sistindo, ainda assim.

Se surpresas infelizes Conspiram à hora do teu encontro semanal com Ele, não desesperes e retoma as tentativas, perseverando

Quando Cristo penetra a alma do discípulo, refá-la, quando visita a família em prece, sustenta-a.

Faze do teu lar um santuário onde se possa aspirar o aroma da felicidade e fruir o néctar da paz.

Sob o dossel das estrelas, no passado, o Senhor, enquanto conosco, instaurou nos lares humildes dos dis­cípulos o convívio da prece, da palestra edificante, inau­gurando a era da convivência pacífica, da discussão produtiva, do intercâmbio com o Mundo Excelso...

Abrindo-lhe o lar uma vez que seja, em cada sete dias, experimentarás com Ele a inexcedível ventura de aprender a amar para bem servir e crescer para a liberdade que nos alçará além e acima das próprias limitações, integrando-nos na família universal em nome do Amor de Nosso Pai.


Joanna de Ângelis








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