O Médium e o casamento
"Que proíbem o casamento, exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graça, pelos fieis e por quantos conhecem plenamente a verdade".(I Timóteo — Cap. 4, v. 3)
Renunciar ao casamento por causa de mediunidade é dupla ignorância, pois a função mais sublime do médium está, por assim dizer, dentro do lar, começando na engrenagem física. O casal é formado por médiuns pelos quais aparece o filho, e ouvindo Jesus, é bom que entendam esta máxima: "Quando estiverem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, aí estarei entre elas". Porventura quando uma família se reúne, não é em nome de Deus, dos céus e do Cristo? Observem as cerimônias dos casamentos, em quaisquer religiões ou leis, e verão.
Não exagerando no assunto, retificamos: há muitas pessoas que não vieram para constituir uma família; portanto, isto não representa renúncia, pois sentem-se bem a sós. Outros têm alergia ao casamento, não aprenderam ainda a viver a dois, com os mesmos direitos. Outros passam por um aprendizado necessário, à sua educação. Obrigar a natureza, por entender mal as escrituras, ou seguir os preceitos dos homens, é querer sofrer por conta própria.
Eis o que se diz em Timóteo I, capítulo 4, versículo 4: "Pois tudo que Deus criou é bom, e recebido com ações de graça, nada é recusável". Receber com ações de graça é cumprir o dever diante dos compromissos assumidos, e não querer abusar das oportunidades é respeitar as leis do país em que se nasce pois elas foram feitas de encomenda para as necessidades espirituais.
Mediunidade não exclui casamento, pois ele serve para o grande itinerário evolutivo, como escola diária, como síntese da colectividade. O médium que se casou não fale mal do celibato, e o celibatário não condene o casamento; cada um de nós, cumprindo os nossos deveres, desfrutamos de harmonia. O casamento, para o médium, é uma ajuda; o processo de relacionamento de duas pessoas em um lar desperta em cada um o interesse de servir aos outros. Análise, o médium, a si mesmo e, com ajuda da companhia, veja mais de perto os seus próprios erros. E, mesmo em silêncio, comece a corrigi-los.
Casamento é processo de evolução com promessa para a felicidade. O médium cristão deve transpor as dificuldades inerentes ao lar, sem que esse seja prejudicado em seus fundamentos, para alcançar a plenitude do dever espiritual.
Para o futuro, a vida nos reserva muitos frutos, pois há milênios estamos plantando árvores boas. Todo o conjunto de esforços, que toda a família humana tem feito até então, está sendo depositado nos nossos destinos para que, no amanhã, possamos recebê-los, multiplicados.
A estima de um para com o outro dentro de casa depende do modo pelo qual ambos encaram a vida. Viver a dois é esforço dobrado, para uma compreensão sem limites. Se quase todos os lares estão passando por dificuldades de todas as naturezas, é para que a experiência se estenda até o verdadeiro amor. Tenham paciência, o esmorecimento é sintoma de derrota; lutem até as últimas forças, ou transmutem as fraquezas em novas energias. A missão do médium é o trabalho consciente, é a transformação das qualidades, é o uso dos recursos entregues por Deus, em benefício da colectividade.
Quando for ouvir alguém desesperado, não deixar que o desespero o tome. Quando ler alguma página que desfigure o bem, esquecer essa influência maléfica, planear novos trabalhos para a fé, e investir, com alegria, aumentando esperanças. No lugar em que estiver, se a intriga começar a dominar, que se coloque em oração com todas as forças da humildade e do amor, restabelecendo o ambiente com a concórdia. Seja ele, sempre, um verdadeiro instrumento da paz. O medianeiro nunca deve encarar a mediunidade como sendo somente a comunicação com espíritos. Essa deve ser a última, porque as outras aprimoram todo o trajeto do intercâmbio.
Como é agradável o médium da alegria, como é grandioso o médium da paz! Como é extraordinário o médium da caridade e do amor! Essas e outras faculdades do bem selecionam as entidades para se comunicarem connosco e sublimar a nossa conversa com o mundo espiritual. Se estivermos neste clima de compreensão, as tais proibições não entram mais nas nossas cogitações, por conhecermos um pouco mais da verdade e começarmos a nos tornar livres.
"Que proíbem o casamento, exigem abstinência de alimentos, que Deus criou para serem recebidos, com ações de graça, pelos fieis e por quantos conhecem plenamente a verdade".
Miramez
Fonte: Médiuns-pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário