domingo, 31 de agosto de 2025

Emmanuel - Livro Fonte Viva - Chico Xavier - Cap. 113 - Busquemos o melhor



Emmanuel - Livro Fonte Viva - Chico Xavier - Cap. 113


Busquemos o melhor


“Por que reparas o argueiro no olho de teu irmão?” — Jesus. (MATEUS, 7.3)


A pergunta do Mestre, ainda agora, é clara e oportuna.

Muitas vezes, o homem que traz o argueiro num dos olhos traz igualmente consigo os pés sangrando. Depois de laboriosa jornada na virtude, ele revela as mãos calejadas no trabalho e tem o coração ferido por mil golpes da ignorância e da inexperiência.

É imprescindível habituar a visão na procura do melhor, a fim de que não sejamos ludibriados pela malícia que nos é própria.

Comumente, pelo vezo de buscar bagatelas, perdemos o ensejo das grandes realizações.

Colaboradores valiosos e respeitáveis são relegados à margem por nossa irreflexão, em muitas circunstâncias simplesmente porque são portadores de leves defeitos ou de sombras insignificantes do pretérito, que o movimento em serviço poderia sanar ou dissipar.

Nódulos na madeira não impedem a obra do artífice e certos trechos empedrados do campo não conseguem frustrar o esforço do lavrador na produção da semente nobre.

Aproveitemos o irmão de boa vontade, na plantação do bem, olvidando as nugas que lhe cercam a vida.

Que seria de nós se Jesus não nos desculpasse os erros e as defecções de cada dia?

E, se esperamos alcançar a nossa melhoria, contando com a benemerência do Senhor, por que negar ao próximo a confiança no futuro?

Consagremo-nos à tarefa que o Senhor nos reservou na edificação do bem e da luz e estejamos convictos de que, assim agindo, o argueiro que incomoda o olho do vizinho, tanto quanto a trave que nos obscurece o olhar, se desfarão espontaneamente, restituindo-nos a felicidade e o equilíbrio, através da incessante renovação.


Emmanuel










Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 110 - Caridade essencial



Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 110


Caridade essencial


“E a caridade é esta: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouviste; que andeis nele.” — (2 João, 1:6)


Em todos os lugares e situações da vida, a caridade será sempre a fonte divina das bênçãos do Senhor.

Quem dá o pão ao faminto e água ao sedento, remédio ao enfermo e luz ao ignorante, está colaborando na edificação do Reino Divino, em qualquer setor da existência ou da fé religiosa a que foi chamado.

A voz compassiva e fraternal que ilumina o Espírito é irmã das mãos que alimentam o corpo.

Assistência, medicação e ensinamento constituem modalidades santas da caridade generosa que executa os programas do bem. São vestiduras diferentes de uma virtude única. Conjugam-se e completam-se num todo nobre e digno.

Ninguém pode assistir a outrem, com eficiência, se não procurou a edificação de si mesmo; ninguém medicará, com proveito, se não adquiriu o espírito de boa vontade para com os que necessitam, e ninguém ensinará, com segurança, se não possui a seu favor os atos de amor ao próximo, no que se refira à compreensão e ao auxílio fraternais.

Em razão disso, as menores manifestações de caridade, nascidas da sincera disposição de servir com Jesus, são atividades sagradas e indiscutíveis. Em todos os lugares, serão sempre sublimes luzes da fraternidade, disseminando alegria, esperança, gratidão, conforto e intercessões benditas.

Antes, porém, da caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós mesmos. 

Trata-se da caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho. 

É a caridade de vivermos verdadeiramente n’Ele para que Ele viva em nós. 

Sem esta, poderemos levar a efeito grandes serviços externos, alcançar intercessões valiosas, em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz.


Emmanuel











sábado, 30 de agosto de 2025

Miramez - Livro Saúde - João Nunes Maia - Cap. 25 - Afirmações curativas





Afirmações curativas


É nosso dever modelar nossos pensamentos com as idéias do Cristo, para que possamos sentir a influencia do amor, esse sentimento que liberta a alma na profundidade da consciência.

A nossa mente deve ser um campo fértil na lavoura espiritual onde medra a arvore da vida, que se multiplica ao infinito pela força crescente do Espirito. A alma não pode esquecer a moderação, mas não deve, tampouco, ser absorvida pela preguiça. A chama divina é ativa e pulsante, gerando constantemente o que pensa e sente na profundidade do seu ser.

A capacidade da luz de Deus na alma alcança o infinito e cresce de acordo com a boa vontade. Ela é capaz de curar a si mesma com os recursos mentais e as energias geradas pelos sentimentos puros. Os centros de força aglutinam meios e consubstanciam modos de curas variadas, uma das quais é entregar à mente iniciada na senda do amor, os valores que, bem comandados pela consciência instintiva, enaltecem o tônus vital, rejuvenescendo a imensurável colmeia de células, instalando assim, a harmonia divina no venerável soma, que o espiritismo tomou como casa temporária. As idéias curativas são diversificadas entre si, porem, fundamentadas em um só princípio: o muito conhecido energismo puro denominado prana. Se queres saúde, procura afinizar-te com ele nas suas linhas de luz, traçadas pela lei dos afins. Estás de posse de um grande tesouro, a razão, e dela parte o discernimento que te levará a alcançar a paz.

Cultiva em tua mente afirmações que garantam a serenidade: não deixes de encadear assuntos de elevadas condições espirituais; prepara os teus lábios para conversações sadias e procura registrar das tuas companhias o que de melhor venhas a ouvir.

Lembra-te de que a seleção com Jesus é fator de cura de todos os males. Furta-te de servir à maledicência, expurgando toda ideia de julgamento que surgir em tua mente e que traz as cinzas da vaidade e a inquietação do ciume.

Se procuras saúde, sê benevolente e gasta o tempo que, por vezes, desperdiças catalogando defeitos alheios, com a autoeducação. O regime de disciplina contigo mesmo é ambiente seguro para a alegria espiritual. Não te preocupes com o tempo despendido no exercício do aperfeiçoamento, pois, as gemas preciosas estão sempre bem escondidas e a demora, às vezes, é preparo para a glória maior.

A mente comum se encontra viciada no erro e quando é preciso modificá-la surgem alguns distúrbios, porem, deves confiar na vitoria do bem, porque o mal é passageiro em se comparando com a eternidade da Saúde. As afirmações positivas podem começar com um simples pensamento e atingir uma vida inteira.

Condiciona a tua vida às leis espirituais e passarás a sentir alegria e amor na educação que submetes a ti mesmo. Cada palavra que pronuncies com intenção de ferir ou de interferir na vida de outrem para satisfação do teu orgulho e do teu egoismo, procurando te colocar melhor do que todos, estás predispondo teu mundo interior a variadas enfermidades.

Os vícios e hábitos desnecessários são fontes de doenças e, quando partem do campo mental, alcançam com rapidez todas as vestes espirituais e desorientam a alma em todos os seus caminhos.

Deves procurar construir afirmações positivas, porque elas são forças que ajudam a curar. Tem cuidado em tudo o que falares, para que não venhas a ferir o teu corpo, pois a palavra nascida de pensamentos inferiores age como corrosivo na vida que alimenta o mal.


Miramez









Fonte: Saúde-pdf

Joanna de Ângelis - Livro Psicologia da Gratidão - Divaldo P. Franco - Cap. 11 - Gratidão como caminho para a individuação





Gratidão como caminho para a individuação

     
Toda a existência humana é uma jornada formosa que capacita o indivíduo para a conquista dos elevados objetivos psicológicos a que se propõe. Uma vida sem significado psicológico é uma existência destituída de sentido e de busca. Reduz-se ao amontoado de fenômenos fisiológicos, em que os automatismos funcionam com mais vigor do que os sentimentos e as expressões da razão, do discernimento, que, embora ainda adormecidos, surgem e desaparecem, não logrando ser aplicados pelo Self.

A predominância do ego é caracterizada pelos interesses mesquinhos, num estágio de consciência de sono, sem imediatos vislumbres da realidade.

Não havendo ideais relevantes, o sentido existencial é tímido, contentando-se com as satisfações orgânicas e os prazeres dos instintos, encarcerados nas sensações. Faltando a capacidade da estesia e da estética, da emotividade superior, a sombra mantém-se vigilante e ativa, elegendo apenas aquilo que lhe basta, fazendo o ser humano transitar entre as alegrias sensoriais e os desencantos físicos. Enquanto, porém, consegue manter os gozos, tudo segue bem e lhe é suficiente até o instante em que outros fenômenos inevitáveis, aqueles que atingem o corpo no processo degenerativo, tais como as enfermidades, os transtornos emocionais, as dificuldades sociais e a perda daquilo em que se compraz, transformam a caminhada terrestre num martírio, num verdadeiro sofrimento em que a revolta e a queixa se instalam perversamente.

A Lei de Progresso, já referida, encarrega-se de impulsionar o Espírito, mesmo quando negligente e irresponsável, a outras experiências que o despertem para o vir a ser. O sofrimento de qualquer matiz é normalmente o instrumento de que a vida se utiliza para demonstrar ao inadvertido que a existência física não é uma viagem ao agradável exclusivamente, ao desfrutar dos contentamentos imediatos, sem nenhum respeito pelo esforço pessoal, pelas lutas e mesmo pelas reflexões afligentes que alteram a percepção da realidade.

Na claridade dos dias de júbilos, o discernimento ainda embrionário não consegue romper as algemas do primarismo para entender a necessidade do crescimento ético e da real conquista da saúde. Esse trânsito do adormecimento para o despertar sempre se apresenta quando se é obrigado a caminhar pela noite escura da alma, conforme acentuava São João da Cruz, que a viveu demoradamente até conseguir a crucificação do ego e das suas paixões, morrendo em holocausto pessoal, para ressuscitar em madrugada de bênçãos e de conhecimentos da verdade, perfeitamente lúcido e feliz.

Quase sempre, porém, quando se é convidado a transitar por essa noite, aqueles que ainda não se adaptaram aos processos de mudança dos estágios inferiores, nos quais as necessidades são fisiológicas em predominância, para outros menos orgânicos e mais emocionais e psíquicos, em vez do esforço pelo conseguir, esse paciente rebela-se, entrega-se aos queixumes, transforma as experiências em rosário de lamentações, de infelicidade.

Nele permanece a criança maltratada, sempre ansiosa por apoio e carinho, negando-se ao crescimento psicológico, ao desenvolvimento dos valores espirituais que existem no seu interior assim como em todos os seres humanos.

O amadurecimento psicológico exige não raro muita aflição e cansaço da situação de comodidade que perde o encantamento, na razão direta em que é vivenciada, produzindo saturação emocional no gozador.

Certo genitor laborioso e dedicado ao dever tinha um filho que, ao contrário, era fútil, vivendo como parasita explorador do pai. Aplicava o tempo nos gozos materiais e na consumpção das energias morais, mesmo que escassas.

O pai, maduro e sábio, sempre o advertia e lhe explicava que, pelo fenômeno natural da vida, seria o primeiro a morrer, e que os haveres, por mais abundantes, quando gastos sem renovação, tendiam para o desaparecimento, para a extinção.

Informava-o que os amigos que o cercavam não lhe tinham a menor estima, antes se interessavam pelos recursos de que dispunha e, quando esses escasseassem, também desapareceriam...

Os conselhos soavam como velha balada conhecida e recusada.

Oportunamente, o idoso trabalhador mandou construir nos fundos da propriedade um celeiro, colocando no seu interior uma forca, tendo fixada uma placa informativa com os seguintes dizeres: Eu jamais ouvi os conselhos do meu pai.

Posteriormente, quando tudo estava concluído, chamou o filho, levouo ao celeiro e explicou-lhe:

— Filho, encontro-me velho, cansado e enfermo. Quando eu falecer, tudo que me pertence passará à sua propriedade. Caso você fracasse, porque atirará fora todos os bens que lhe transfiro, peço-lhe que me prometa que usará esta forca, como medida de reparação do mal que nos fez a ambos.

O moço, sem entender exatamente o que o pai desejava dizer-lhe, silenciou, a fim de o não contrariar.

O genitor desencarnou tempos depois, e o jovem herdou-lhe os bens, passando a dissipá-los com mais extravagâncias e desperdícios. Pouco tempo transcorrido, deu-se conta de que havia malbaratado todos os negócios e recursos, e estava reduzido à miséria, à solidão, até mesmo porque os falsos amigos abandonaram-no.

Recordou-se do pai e chorou copiosamente. No pranto, recordou-se da promessa que lhe fizera, de que se enforcaria após o fracasso. Trêmulo de emoção desordenada, dirigiu-se ao celeiro e lá encontrou a forca assim como os dizeres terríveis. Teve uma iluminação, concluindo que essa seria a única vez na sua existência em que poderia agradar ao homem nobre que fora seu pai e sempre vivera decepcionado com a sua conduta.

Subiu então na forca, colocou o laço no pescoço e atirou-se ao ar...

O braço da engenhoca era oco e partiu-se, caindo dele diversas joias: diamantes, rubis, esmeraldas, uma verdadeira fortuna com um bilhete, que informava: Esta é a sua segunda chance. Eu o amo de verdade. Seu pai...

A partir dali a sua vida tomou novo rumo e ele mudou completamente a maneira de encarar a oportunidade.

Quando a existência é vã e inútil, sempre surge uma segunda chance, mas o melhor será que cada um cresça com o esforço pessoal e saiba aproveitar o processo de amadurecimento, a fim de que não se veja forçado à mudança após situações desesperadoras.

E inevitável o amadurecimento psicológico do ser humano, mesmo quando se imponha impedimentos momentâneos.

O filho, como é compreensível, poderia ter evitado o período de sofrimento e de amargura, caso houvesse atendido ao pai, agradecido a tudo quanto recebia sem crédito ou mérito e atirava ao desprezo.

Se houvesse cultivado o mínimo de gratidão, compreenderia que o esforço do genitor, cansado e sempre trabalhador, merecia pelo menos respeito de sua parte.

A gratidão pode expressar-se como respeito e consideração pelo que os outros fazem, oferecem e a que se dedicam de enobrecedor.

A sua ausência dá lugar a um tipo de cupim emocional que devora interiormente o ser, qual ocorre com aquele inseto de vida social que se nutre da planta viva ou morta, alimentando-se com voracidade, enquanto a consome.


Joanna de Ângelis








sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Emmanuel - Livro Vozes do Grande Além - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 53 - Enquanto brilha o agora



Emmanuel - Livro Vozes do Grande Além - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 53


Enquanto brilha o agora


Respondeu-lhes então Jesus: "Ainda por pouco a luz está convosco. Andai enquanto tendes luz, para que vos não apanhem as trevas, porque quem caminha em trevas, não sabe por onde vai." (João 12:35)
 
Na reunião da noite de 14 de junho de 1956, tivemos a ventura de novamente receber o nosso benfeitor espiritual Emmanuel, cuja palavra, através do médium, se fez ouvir, vibrante e bela.

Atendei, enquanto é hoje, aos enigmas que vos torturam a mente.

Enquanto a Lei vos faculta a bênção do agora, extirpai do campo de vossa vida os vermes da inimizade, os pântanos da preguiça, os espinheiros do ódio, a venenosa erva do egoísmo e o pedregulho da indiferença, cultivando, com a segurança possível, a lavoura da educação, as árvores do serviço, as flores da simpatia e os frutos da caridade.

Enquanto os talentos do mundo vos favorecem, fazei o melhor que puderdes, porque, provavelmente, amanhã… Quem sabe?

Amanhã, talvez, os problemas aparecerão mais aflitivos.

Os dias modificados…

As oportunidades perdidas…

As provas imprevistas…

Os ouvidos inertes…

Os olhos em plena sombra…

A língua muda…

As mãos mirradas…

Os pés sem movimento…

A cabeça incapaz…

A carência de tempo…

A visita da enfermidade…

A mensagem da morte…

Despertai as energias mais profundas, enquanto permaneceis nas linhas da experiência física, entesourando o conhecimento e o mérito, através do estudo e da ação que vos nobilitem as horas, porque, possivelmente, amanhã, as questões surgirão mais complexas.

Não nos esqueçamos de que os princípios de correspondência funcionam exatos.

Sementeira do bem — colheita de felicidade.

Dever irrepreensivelmente cumprido — ascensão aberta.

Trabalho ativo — progresso seguro.

Cooperação espontânea — auxílio pronto.

Busquemos o melhor para que o melhor nos procure.

Tendes convosco o solo precioso fecundado pela chuva de bênçãos. Utilizemo-lo, assim, na preparação do grande futuro, recordando a advertência do nosso Divino Mestre: — “Avançai, valorosos, enquanto tendes luz.”


Emmanuel











Lancellin - Livro Cirurgia Moral - João Nunes Maia - Cap. 12 - Desperta



Lancellin - Livro Cirurgia Moral - João Nunes Maia - Cap. 12


Desperta


Quantas pessoas na Terra e mesmo no mundo espiritual estão dormindo! 

Não despertaram ainda para a realidade da verdadeira Vida. Espíritos dopados pelos vícios de que ficaram escravos, tornam-se dependentes de pensamentos fixos que os torturam em pesadelos intermináveis. Existem os vícios físicos e os morais. As desordens mentais trazem o relaxamento da linguagem e condicionam a criatura a falar, pensar e mesmo escrever sobre assuntos que não correspondem aos anseios da verdade, alimentando o sono da incompreensão. 

O que viemos falar ao irmão em caminho é que desperte para Cristo, renovando os entendimentos, disciplinando os assuntos e colocando a boca a serviço do Bem e da Justiça, do Amor e da Caridade, nas direções que devem ser seguidas. O homem despertado domina as suas próprias paixões. É um cavaleiro que não esquece as rédeas, que usa as esporas no ponto exato, para não correr demais, nem caminha com passos de tartaruga. 

Há pessoas que dizem o que lhes vem à mente. Isso é desconhecer os valores da razão, que funciona como filtro da alma. Venha o que vier aos nossos pensamentos, só poderemos nos expressar pela palavra depois que examinarmos as idéias, selecionando os assuntos, para que eles sirvam de instrumentos para a Verdade. Dizer o que vem à mente é desconhecer a sua própria personalidade e deixar de fazer a parte que lhe toca no aprimoramento de si mesmo.

Despertemos para os nossos deveres diante dos outros, em seqüências cada vez maiores das belezas imortais que a Natureza nos entrega. Se o corpo físico ainda é um aparelho desconhecido pelas ciências humanas, quanto mais os outros corpos sutis que servem de veículos aos espíritos! E desses, como está distante a compreensão dos homens!

É de nosso dever procurar estudar e entender a fisiologia física, porque essa é a primeira porta para que entremos no sentido de encontrar os outros aparelhos da alma e entendê-los cada qual no seu próprio comportamento, para que o espírito se expresse como tal.

A sabedoria nos desvenda variados arcanos do nosso próprio universo interno.

Quem se descuida da compreensão, não sai do zero em que se encontra nos primeiros degraus da escada evolutiva. Desperta, que os céus aparecerão na tua consciência, e Deus, mais visível, comandará os teus passos na senda da Verdade. Deves ser o teu próprio médico, a tratar as tuas próprias enfermidades. As condições são boas, desde que queiras entender o que mais te serve: a Luz do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Compadece-te de ti mesmo, educando os teus pensamentos e eles, disciplinados à tua fala, acompanhar te-ão neste teu entendimento, e a Luz se fará em torno da tua personalidade, garantindo a tua caminhada para Deus.

O Espírito que dorme ante as leis espirituais, pode-se dizer que está morto. Entretanto, não ficará morto para sempre. Algum dia despertará, ressuscitará, quando as bênçãos do Senhor penetrarem em sua consciência, pelos processos que despertam as almas.

Aí é que se dá o novo nascimento para Cristo, despertando para Deus.


Lancellin









Emmanuel - Livro Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier - Cap. 80 - Opiniões



Emmanuel - Livro Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier - Cap. 80


Opiniões


“Ai de vós, quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas.” — Jesus. (LUCAS, 6.26)


Indubitavelmente, muitas pessoas existem de parecer estimável, às quais podemos recorrer nos momentos oportunos, mas que ninguém despreze a opinião da própria consciência, porquanto a voz de Deus, comumente, nos esclarecerá nesse santuário divino.

Rematada loucura é o propósito de contar com a aprovação geral ao nosso esforço.

Quando Jesus pronunciou a sublime exortação desta passagem de Lucas, agiu com absoluto conhecimento das criaturas. Sabia o Mestre que, num Plano de contrastes chocantes como a Terra, não será possível agradar a todos simultaneamente.

O homem da verdade será compreendido apenas, em tempo adequado, pelos Espíritos que se fizerem verdadeiros.

O prudente não receberá aplauso dos imprudentes.

O Mestre, em sua época, não reuniu as simpatias comuns. Se foi amado por criaturas sinceras e simples, sofreu impiedoso ataque dos convencionalistas.   

Para Maria de Magdala era Ele o Salvador; para Caifás, todavia, era o revolucionário perigoso. O tempo foi a única força de esclarecimento geral.

Se te encontras em serviço edificante, se tua consciência te aprova, que te importam as opiniões levianas ou insinceras?

Cumpre o teu dever e caminha.

Examina o material dos ignorantes e caluniadores como proveitosa advertência e recorda-te de que não é possível conciliar o dever com a leviandade, nem a verdade com a mentira.


Emmanuel










André Luiz - Livro Busca e Acharás - Emmanuel / André Luiz - Chico Xavier - Cap. 32 - Pense e note



André Luiz - Livro Busca e Acharás - Emmanuel / André Luiz - Chico Xavier - Cap. 32


Pense e note


Se a cólera está alcançando você, reserve algum canto do cérebro em que você consiga pensar.

Qualquer raciocínio rápido lhe trará serenidade para reconhecer a inconveniência da irritação.

Se você pode refletir, perceberá, de pronto, que, ante a pessoa capaz de desequilibrar-lhe os sentimentos, a possibilidade de auxiliar, com mais segurança, está de seu lado.

Se alguém lhe trouxe prejuízos, esse alguém começou por lesar a si mesmo.

Se você sofre agressão, o ofensor realmente não sabe que débitos contraiu com isso, sem que haja necessidade de se lhe agravar a situação.

Azedume é ambiente para perturbação e enfermidade.

Raiva, em muitos casos, é ponto de apoio a processos obsessivos.

Intemperança mental é um espetáculo de fraqueza.

A raiva diminuirá ou extinguirá os seus créditos de confiança.

Em qualquer ocorrência desagradável, pense e acalme-se porque a cólera não auxilia a ninguém.


André Luiz









quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Emmanuel - Livro Atenção - Chico Xavier - Cap. 20 - Confia, serve e segue





Confia, serve e segue


O claro nas fileiras!…
A saudade na marcha!…

Na jornada redentora da fé, monte acima, no encalço da meta, vislumbrada pelo ideal, sofres a separação dos companheiros queridos, como se trouxesses o coração traumatizado por dolorosa cirurgia.

Almejarias seguir à frente, com todos aqueles que abraçaste nas horas primeiras da confiança, quando a renovação amanhecia nas paisagens mais íntimas de tua alma, entretanto, à medida que avançam os ponteiros no relógio da experiência, fitas com mais sofrimentos e mais espanto, quantos te dizem adeus, no rumo de realizações outras, às vezes como se houvessem perdido a bússola que lhes norteava a existência.

Continuas trilha adiante, imaginando carrear aflitivas lesões ocultas, no entanto, é forçoso regeneres os próprios sentimentos nas fontes da compreensão, a fim de que te certifiques de que o amor não desapareceu.

Lembra-te de que nos caminhos da evolução e da vida, cada viajor transporta consigo necessidades e encargos diferentes, conquanto se identifiquem todos no mesmo objetivo por atingir.

Esse é induzido a recolher alguém que permanece à distância, outro deve buscar determinada afeição pela qual se responsabiliza, aquele outro precisa afastar-se temporariamente do grupo para resgatar certa conta, a fim de prosseguir mais tarde, estrada afora, sem qualquer conflito de consciência.

Temos ainda os que se fatigaram no trabalho e exigem a pausa do descanso, os que adoeceram do ponto de vista espiritual e requisitam hospitalização na retaguarda e outros que foram chamados por ordem do Plano Superior, ao desempenho de tarefas cujas finalidades não nos é dado, de pronto, perceber.

Não mentalizes decepções, deserções, desenganos e desencantos.

Abençoa a todos, a todos os companheiros de serviço e de esperança que assumem posição diversa da tua e afervora-te, cada vez mais, na execução da tarefa que a fé te reservou, reconhecendo que a Divina Providência a todos nos enxerga e acompanha sem desamparar a nenhum de nós.

E confia, serve e segue para diante, oferecendo aos outros o melhor de ti mesmo e doando à vida o melhor que possas, porque um dia todos nos reuniremos no País da Perfeita Fraternidade, sem lágrimas da consciência e sem angústias da morte, nas eternas alegrias do Amor de Deus.


Emmanuel









Emmanuel - Livro Amanhece - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 29 - Lição do trânsito



Emmanuel - Livro Amanhece - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 29


Lição do trânsito


851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?


“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. Ao vê-lo fraquejar, um bom Espírito pode vir-lhe em auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar-lhe a vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe, exagerando aos seus olhos um perigo físico, o poderá abalar e amedrontar. Nem por isso, entretanto, a vontade do Espírito encarnado deixa de se conservar livre de quaisquer peias.”


Após a leitura da questão 851 de O Livro dos Espíritos, e debates sobre o livre-arbítrio, Emmanuel nos deu a página mediúnica da noite — Determinismo e Liberdade — com que nos oferece a lição do trânsito, muito oportuna e fácil de compreendermos.


Determinismo e Liberdade


Observando que determinismo e livre-arbítrio coexistem nos destinos humanos, ajustemos o assunto às lições do trânsito no mundo, regido por leis que nos lembram a temática em exame.

Imaginemo-nos assumindo o compromisso de realizar certa viagem na Terra, que, no caso, seria uma nova reencarnação. Nas diretrizes do inevitável, estão ingredientes importantes, como sejam:

O carro significando o corpo físico.

As companhias expressando a equipe familiar.

A estrada a percorrer.

A tarefa de base.

A obediência aos sinais.

O acatamento às ordens da guarda.

A apresentação de documentos legais.

A condução de recursos socorristas, indispensáveis à sustentação do veículo.

O pagamento de pedágio.

Os riscos naturais.

No campo da ação livre, ser-nos-á lícito considerar os pontos seguintes:

A proteção em favor da máquina para que a máquina nos corresponda à expectativa.

A observância aos preceitos do trânsito.

A colaboração espontânea com aqueles que nos cruzem o caminho para que acidentes sejam evitados.

O cuidado nas ultrapassagens.

A cautela contra brincadeiras e imprudências.

O apreço para com as autoridades.

A abstenção de avanços temerários.

O sustento da atenção no trabalho.

A previsão de crises prováveis com os elementos de solução aos problemas que possam surgir.

Segundo é fácil de ver, em qualquer viagem terrestre, estão juntas as obrigações fatais e as decisões independentes, em função concomitante.

Assim é a romagem da reencarnação nos caminhos planetários.

O Espírito jaz temporariamente submetido a deveres inevitáveis, mas dispõe de livre-arbítrio para melhorar ou comprometer qualquer situação.


Emmanuel











Emmanuel - Livro Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier - Cap. 109 - Acharemos sempre





Acharemos sempre


“Porque qualquer que pede recebe; e quem busca, acha.” — Jesus. (LUCAS, 11.10)


Ao experimentar o crente a necessidade de alguma coisa, recorda maquinalmente a promessa do Mestre, quando assegurou resposta adequada a qualquer que pedir.

Importa, contudo, saber o que procuramos. Naturalmente, receberemos sempre, mas é imprescindível conhecer o objeto de nossa solicitação.

Asseverou Jesus: “Quem busca, acha.”

Quem procura o mal encontra-se com o mal igualmente.

Existe perfeita correspondência entre nossa alma e a alma das coisas. Não expendemos uma hipótese, examinamos uma lei.

Para os que procuram ladrões, escutando os falsos apelos do mundo interior que lhes é próprio, todos os homens serão desonestos.

Assim ocorre aos que possuem aspirações de crença, acercando-se, desconfiados, dos agrupamentos religiosos.

Nunca surpreendem a fé, porque tudo analisam pela má-fé a que se acolhem.  

Tanto experimentam e insistem, manejando os propósitos inferiores de que se nutrem, que nada encontram, efetivamente, além das desilusões que esperavam.

A fim de encontrarmos o bem, é preciso buscá-lo todos os dias.

Inegavelmente, num campo de lutas chocantes como a Esfera Terrestre, a caçada ao mal é imediatamente coroada de êxito, pela preponderância do mal entre as criaturas. A pesca do bem não é tão fácil; no entanto, o bem será encontrado como valor divino e eterno.

É indispensável, pois, muita vigilância na decisão de buscarmos alguma coisa, porquanto o Mestre afirmou: “quem busca, acha”; e acharemos sempre o que procuramos.


Emmanuel