segunda-feira, 31 de março de 2025

André Luiz - Livro Agenda Cristã - Chico Xavier - Cap. 39 - Com Jesus



André Luiz - Livro Agenda Cristã - Chico Xavier - Cap. 39


Com Jesus


Com Jesus, a renúncia será um privilégio para você.

O sofrimento glorificará sua vida.

A prova dilatará seus poderes.

O trabalho constituirá título de confiança em seu caminho.

O sacrifício sublimará seus impulsos.

A enfermidade do corpo será remédio salutar para a sua alma.

A calúnia lhe honrará a tarefa.

A perseguição será motivo para que você abençoe a muitos.

A angústia purificará suas esperanças.

O mal convocará seu Espírito à prática do bem.

O ódio desafiar-lhe-á o coração aos testemunhos de amor.

A Terra, com os seus contrastes e renovações incessantes, representará bendita escola de aprimoramento individual, em cujas lições purificadoras deixará você o egoísmo para sempre esmagado.


André Luiz


















Fonte: 

André Luiz - Livro Tempo de Luz - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 8 - Deus e nós



André Luiz - Livro Tempo de Luz - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 8


Deus e nós


Somente Deus é a Vida em si.

Entretanto, você pode auxiliar alguém a encontrar o contentamento de viver.

Somente Deus sabe toda a Verdade.

Mas você pode iluminar de compreensão a parte da verdade em seu conhecimento.

Somente Deus consegue doar todo o Amor.

Você, porém, é capaz de cultivar o Amor na alma dessa ou daquela criatura, com alguma parcela de bondade.

Somente Deus é o Criador da verdadeira Paz.

No entanto, você dispõe de recursos para ceder um tanto em seus pontos de vista para que a harmonia seja feita.

Somente Deus pode formar a Alegria Perfeita.

Mas você pode ser o sorriso da esperança e da coragem, do entendimento e do perdão.

Somente Deus realiza o impossível.

Entretanto, diante do trabalho para a construção do bem aos outros não se esqueça de que Deus lhe entregou o possível para você fazer.


André Luiz











Ermance Dufaux - Livro Escutando Sentimentos: a Atitude de Amar-nos Como Merecemos - Wanderley S. de Oliveira - Cap. 6 - Identidade Cósmica



Ermance Dufaux - Livro Escutando Sentimentos: a Atitude de Amar-nos Como Merecemos - Wanderley S. de Oliveira - Cap. 6


Identidade Cósmica


“E aqui está o segundo que é semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo.” O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo XV – item 4

Chamamos de atitude amorosa o tratamento benevolente com nosso íntimo através da criação de um relacionamento pacífico com as imperfeições. Desenvolver habilidades benevolentes para consigo é a base da vida saudável e o ponto de partida para o crescimento em harmonia.

Amar a si mesmo é o cerne da proposta educativa do Ser na fieira das reencarnações. O aprendizado do autoamor tem como requisito essencial a descoberta de nossa "identidade cósmica", ou seja, a realidade do que somos na Obra Incomensurável do Pai, nossa singularidade. A singularidade é a "Marca de Deus" que define nossa história real no trajeto da evolução. É como o Pai nos "conclama" ser na Sua Criação.

Importante frisar que a singularidade é o conjunto de caracteres morais e espirituais peculiares à criatura única que somos. Nela se incluem também as mazelas cujos princípios foram colocados no homem para o bem, conforme acentuam os Sábios e Orientadores da codificação. (O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo X - ítem 10)

Quando rejeitamos alguns aspectos dessa "identidade exclusiva", nasce o conflito, que é a tormenta interior da alma convocada a transformar para melhor sua condição individual. O Doutor Carl Gustav Jung definiu esse movimento da vida mental como sendo individuação, isto é, viver em busca da individualidade, do Si Mesmo. Não se trata de viver o individualismo, o personalismo, mas aprender a ser, permitindo a expressão de suas características divinas latentes e de sua sombra sem as máscaras sociais. Individuação vem do latim individuos cujo sentido é "indiviso", "inteiro".

O progresso pessoal de cada um de nós é a arte de saber integrar os "fragmentos" da vida íntima, harmonizando-os para que reflitam as leis naturais de cooperação, trabalho e liberdade.

Somente vibrando na freqüência do amor, esse movimento educativo da alma plenifica-se sem a angústia e o martírio - patrocinadores de longas e dolorosas crises nesse caminhar evolutivo. A convivência compassiva com nossa sombra só será possível com aceitação de nossa "identidade cósmica". Aceitar os nossos sentimentos, desejos, ações, impulsos e pensamentos. Aceitar é entrar em contato sem reprimir. Criar uma conexão sem julgamento e condenação. A aceitação não significa acomodação ou adesão passiva, mas entender, investigar e redirecionar esse patrimônio sem rigidez e desamor. É cuidar bem de si mesmo com ternura e respeito ao patrimônio adquirido, incluindo os maus pendores. 

Aceitação é a maneira carinhosa de tratar nossa intimidade, sem rivalidade.

Aceitar-se é confundido com passividade, irresponsabilidade. O conceito é exatamente o inverso, pois quando eu aceito as coisas como são, resgato minha força e poder transformador.

Se nós não nos aceitamos, magoamos a nós mesmos, por isso o autoamor é também autoperdão. Perdoar é ter uma atitude de compaixão que nos distancie dos julgamentos e críticas severas e inflexíveis.

O remédio será aprender a amar a vida que temos, o que somos, o que detemos e viver um dia após o outro, cultivando na intimidade a certeza de que o percurso que fizemos deve ser visto como o melhor e mais proveitoso às necessidades que carregamos. É a nossa "marca personalizada" na Obra da Criação pela qual devemos responder com siso moral.

Certamente as Leis Divinas, a todo instante, conspiram para que afinemos essa singularidade com a "Freqüência de Deus", sempre elevando-nos e progredindo. A proposta do autoamor, impele-nos, sobretudo, a conhecer nosso ritmo evolutivo, nossa capacidade pessoal de ajustarmo-nos a essa melodia universal.

Ninguém consegue ultrapassar seus limites pessoais de uma para outra hora. A palavra limite quer dizer o "ponto máximo". Em termos espirituais, só daremos conta daquilo que podemos. Nem mais nem menos. O martírio representa alguém querendo dar além do que consegue, idealizando caminhos, cobrando de si o impossível. Uma postura de inaceitação de sua condição íntima, gerando insatisfações e desequilíbrios.

Quando não amamos a nós mesmos, vivemos à mercê da influência dos palpites e repremendas. A aprovação alheia é mais importante que a aprovação interior. Nessa situação escasseiam estima e confiança a si próprio, que impossibilitam a expressão da condição particular. Assim sentimo-nos prisioneiros adotando máscaras com as quais procuramos evitar a rejeição social, fazendo-nos infelizes e revoltados.

Ninguém pode definir para nós "o quanto ou o como deveríamos". Podemos ouvir opiniões e conselhos, corretivos e advertências, porém, o exercício do auto-amor nos ensinará a tirar de cada situação aquilo que, de fato, nos será útil ao crescimento. Cada pessoa ou situação de nossas vidas é como o cinzel que auxiliará a esculpir a obra incomparável da ascenção particular. Mas recordemos: apenas um cinzel! Apenas instrumentos! Pois a tarefa intransferível de talhar é com cada um de nós, escultores da individuação.

Quem se ama, imuniza-se contra as mágoas, guarda serenidade perante acusações,  desapega-se da exterioridade como condição para o bem-estar, foca as soluções e valores, cultiva indulgências com o semelhante,, tem prazer de viver e colabora espontaneamente com o bem de todos e de tudo.

Por longo tempo ainda exercitaremos esse amor a nós mesmos, alfabetizando nossas habilidades emocionais para um relacionamento intrapessoal fraterno, equilibrado.

A primeira condição para nos enganjarmos na Lei do Amor é essa caridade conosco, o encontro do self divino, sem o qual ficaremos desnorteados no labirinto das experiências diárias, à mercê de pessoas e fatos, adiando o Instante Celeste de sintonizar nossos passos com a paz interior que todos, afanosamente, estamos perseguindo.


Ermance Dufaux











Emmanuel - Livro Abençoa Sempre - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 4 - Dádivas ocultas



Emmanuel - Livro Abençoa Sempre - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 4


Dádivas ocultas


Recorda a caridade oculta em que te equilibras, por amor da Providência Divina, e não desdenhes auxiliar sem repouso para que teus passos não se percam nos labirintos da ingratidão.

Desde o alicerce do templo da carne em que te refugias, ampara-te o Senhor de mil modos…

Não há preço amoedado para o colo maternal em que se plasma o corpo, não há retribuição humana com que possas solver as dívidas do berço e nem existe ouro terrestre capaz de redimir-te, perante a mão carinhosa que te orientou os passos primeiros…

Toda a experiência no mundo não é mais que um dilúvio de graças do Céu, benfazejas e anônimas, assegurando-te estabilidade e alegria sem pagamento e sem propaganda…

A terra em que te apoias…
O aconchego do lar…
Os tesouros da escola…
O ar que alimenta…
O pão que nutre a mesa…
A fonte que te alivia…
O trabalho que te auxilia…
O amigo que te abençoa…

Não digas, assim, que o infortúnio de teu irmão é incômodo aos teus dias, porque teus dias, em si mesmos, não são mais que o Socorro Divino, em forma de ensejo santo…

Aprende a auxiliar a todo momento para que não desmereças do auxílio em que te fazes devedor em todo instante da vida…

Lembra-te de que todos os valores reais da senda não possuem preço na Terra e dispõe-te a estender, sem alarde, os recursos que o teu serviço possa criar em favor dos outros.

Sobretudo, não cobres o imposto do reconhecimento a quem conduzas a migalha de teu consolo, entendendo que o Erário Divino nunca te reclamou gratidão pela assistência contínua com que te assegura a bênção da própria marcha.

Não olvides, assim, que o Universo é o eterno “doar-se de Nosso Pai” e, que cerceando a corrente divina do amor em seu fluxo infatigável, a pretexto de atender nossos inferiores caprichos, nada mais fazemos que impor ao organismo excelso da vida a cristalização de nossa própria sombra, fugindo à glória da luz e decretando para nós mesmos longos períodos de reajuste no vale tenebroso da purgação e da morte.


Emmanuel









Emmanuel - Livro Momentos de Paz - Chico Xavier - Cap. 23 - Ama e confia



Emmanuel - Livro Momentos de Paz - Chico Xavier - Cap. 23


Ama e confia


Ama, serve e auxilia, mas não exijas recompensa.

O que possa acontecer depois da tua abnegação virá de Deus.


Emmanuel










Emmanuel - Livro Hoje - Chico Xavier - Cap. 19 - Festa íntima



Emmanuel - Livro Hoje - Chico Xavier - Cap. 19


Festa íntima


Quando podes reagir, reivindicando vantagens que te pertencem, usurpadas por outrem e nada reclamas, mantendo tolerância e renúncia nas próprias atitudes…

Quando ouves referências que te ferem a vida particular e guardas silêncio…

Quando sabes que alguém te prejudica conscientemente e procuras encontrar um caminho de paz, para te afastares do problema, discretamente, sem aborrecer a quem te aborrece…

Quando sofres acusações indébitas sem te queixares…

Quando atravessas difíceis provas domésticas e sociais, sustentando os que te cercam, sem entender as complicações de que te vês objeto…

Quando carregas com paciência os fardos de trabalho e responsabilidade abandonados em teus ombros por outros irmãos…

Quando suportas tentações, que se te fazem endereçadas por outras pessoas, recusando-lhes os alvitres sem ofendê-las…

Quando choras, diante de impedimentos amontoados por irmãos infelizes em torno de ti, para que te afastes do serviço e continuas trabalhando sem queixas…

Então haverão chegado em teu favor os instantes de festa íntima, de vez que, em todas as ocasiões, nas quais superamos as próprias inferioridades, alcançamos um degrau acima, na conquista de nossa própria sublimação.


Emmanuel











domingo, 30 de março de 2025

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. 12 - Da Perfeição Moral - Paixões - Questão 912 (Miramez)



Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Das leis morais - Cap. 12 - Da Perfeição Moral


Paixões 


912. Qual o meio mais eficiente de combater-se o predomínio da natureza corpórea?

“Praticar a abnegação.”


Allan Kardec



O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez
Questão 912 comentada


O melhor meio de combater o predomínio da natureza corpórea é praticar o altruísmo em todas as circunstâncias. Quando o Espírito desce à carne, ele sofre a influência do corpo. Quanto mais inferior, mais se encontra preso às paixões. O método mais eficaz desse combate é a renúncia nos aspectos elevados que o Evangelho nos ensina.

Quando te forem dados os bens terrenos, compreende a necessidade da renúncia, de modo a ajudar teus irmãos. Se te vires na condição de político, lembra-te do desapego e combate o orgulho que sempre se encontra presente na vida humana. Quando o saber ganhar lugar de destaque na tua vida, esquece a lisonja e parte para a humildade, sem esqueceres de instruir os outros, sem interesse nos bens materiais. Sê generoso em todos os teus caminhos. Nunca deixes as paixões predominarem sobre teus sentimentos. Eles devem ser livres do egoísmo, avançando em valores morais, de modo que encontres em todos os meios amigos e irmãos que recebem e doam; que vivem e fazem viver; que amam e ofertam amor. Sê abnegado em todos os teus trabalhos, abandonando o interesse próprio e vivendo a lei de amor e de justiça.

Analisemos o que anotou Mateus, no capitulo seis, versículo trinta e um, nesta referência evangélica:

Portanto não vos inquieteis, dizendo:

Que comeremos? Que beberemos? ou: com que nos vestiremos?

Não precisamos duvidar de Deus; Ele cuida de todas as nossas necessidades materiais e espirituais; basta que O busquemos e batamos à Sua porta, que Ele nos atenderá nas nossas necessidades. Quando duvidamos de Deus, criamos barreiras nos nossos caminhos, dificultando as dádivas.

O Espírito é quem comanda a matéria, e não a matéria que comanda o Espírito. Compete a nós outros trabalhar como almas abnegadas, construindo nosso paraíso, abandonando as inferioridades, atingindo a vida livre e conhecendo a verdade. Aquele que pratica a abnegação aumenta seus valores espirituais e é capaz de sentir Deus comandando a sua consciência e o pulsar de Jesus no coração. Por que perder a confiança no Criador, por que não acreditar nas próprias forças?

Levanta-te da tua cama todos os dias alimentando a vontade de tudo fazer certo, de tudo compreender certo, e de amar a tudo, que a retidão de vida aparecerá na tua vida, mostrando-te a paz e a felicidade. A Doutrina dos Espíritos, sendo Jesus voltando ao mundo, é capaz de te guiar para a estabilidade de consciência e o domínio dos sentimentos.

A isenção de inferioridades é nota divina na vida do Espírito. Pensa em ti mesmo e vê o que deves fazer de melhor para a tua paz, que deste modo, estarás ajudando aos outros. Serve e continua servindo, que a natureza te servirá sempre. Plantando sementes de caridade, colherás frutos de amor.


Miramez 




Livro Filosofia Espírita Vol. 18 - João Nunes Maia
Cap. 45 - Predomíneo da natureza corpórea





Fonte: Filosofia Espírita Vol. 18-pdf; Kardecpedia

Bezerra de Menezes - Livro Em Nome do Amor: A Mediunidade com Jesus - Divaldo P. Franco - 3ª Parte - Cap. 2 - Em nome do amor



Bezerra de Menezes - Livro Em Nome do Amor: A Mediunidade com Jesus - Divaldo P. Franco - 3ª Parte - Cap. 2


Em nome do amor


É assim o amor, portador de grandes milagres!…

É assim que devemos comportar em todos os dias das nossas vidas.

Essa é a nossa atitude, legatários que somos do amor de Deus nestes tumultuados dias da Humanidade.

Ouvistes a proposta do amor estes três dias.

Acompanhastes a trajetória do amor através das mensagens que vos foram dirigidas.

Sentistes o calor do amor em vossos corpos e a sua proposta em vossas emoções.

Ide, agora, e incendiai a Terra!…

O amor quando alcança as paisagens do coração arde e nenhum vendaval logra apagar a chama que crepita, transformando aquele que a carrega em facho de luz.

É noite na Terra, filhos da alma, e é indispensável que vos transformeis em estrelas para diminuir a escuridão que se abateu subitamente sobre a sociedade.

Jesus chama-nos desde há dois mil anos, e o Consolador convoca-nos para que não digamos amanhã…

Agora, meus filhos, é o instante de atearmos o incêndio que irá renovar as paisagens ermas do Planeta de Provas, a fim de que logo mais a Regeneração tome conta de todos os corações.

Não postergueis a oportunidade de amar.

Não revideis ofensa por ofensa, nem mágoa por mágoa ou dardo por dardo.

Convocados a expor a verdade, não vos transformeis em sicários de outras vidas.

Envolvei a verdade na lã do Cordeiro de Deus e atirai-a naqueles que dormem na ignorância ou que se encontram anestesiados pela ilusão, lembrando-vos de Jesus, afirmando: Eu venci o mundo.

Nem todos vencereis no mundo, mas se quiserdes vencereis, sim, o mundo das paixões perturbadoras e perversas...

Ide, pois, e amai!…

Esta é a hora de instaurardes na Terra a proposta de Jesus, construindo o mundo novo que já se encontra em vossos corações.

Muita paz, meus filhos!…

Com um abraço carinhoso, o servidor humílimo e paternal de sempre,


Bezerra.





Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da VI Conferência Estadual Espírita, em 25 de abril de 2004, no Palácio de Cristal, em Curitiba-PR.

Em 28.12.2010




Joanna de Ângelis - Livro O Ser Consciente - Divaldo P. Franco - Cap. 29 - Silêncio Interior



Joanna de Ângelis - Livro O Ser Consciente - Divaldo P. Franco - Cap. 29


Silêncio Interior


A grande problemática-desafio da criatura humana é a aquisição da paz.

Empenhando-se na sua conquista, raramente busca e segue os caminhos ideais, capazes de conduzir à sua meta.

Vivendo uma época de conturbação nas diversas áreas, tumultua-se com facilidade, mesmo quando pensa encontrar-se no rumo certo.

Atavicamente amante do ego, apega-se aos valores externos, e esse comportamento se torna responsável pelos seus contínuos insucessos.

Desequipada dos instrumentos interiores que a harmonizariam em relação ao próximo e ao Cosmo, exaspera-se com frequência e desanima diante dos primeiros impedimentos que considera intransponíveis.

Adaptada às conquistas exteriores de fácil logro, abandona os propósitos iniciais de encontrar a paz, deixando a postura de não-violência para unir-se aos beligerantes, embora disfarçando a agressividade.

A Terra tem vivido sempre em guerra, e as Nações apenas repousam no interregno dos conflitos, saindo de um para outro, sem encontrar o caminho para a preservação da tranquilidade geral.

A essas guerras violentas sucedem os armistícios — que são pequenos períodos de repouso, nos quais os litigantes recuperam as forças para novas lutas — sempre eclodindo focos de destruição decorrentes de motivos injustificáveis e de razões nenhumas, como se os houvesse legítimos para a hediondez das batalhas sangrentas.

Tal sucede, porque os indivíduos não têm paz íntima.

Desde que não são capazes de se tolerarem reciprocamente em pequenos grupos, não se encontram em condições de respeitar os tratados, por eles mesmos firmados, os quais apenas escondem-lhes a brutalidade que passa a ter característica de civilização e cultura.

Como decorrência, a paz mundial ainda é uma utopia, em razão da falta de inteireza moral e pacificadora da própria criatura.

Esse fenômeno resulta dos seus apegos egóicos, das suas fantasias douradas, das suas paixões e da sua volúpia pela dominação dos outros.

Apegos morais, emocionais, culturais, pessoais, a objetos, a raças, a grupos sociais, são as fugas do ego arbitrário, ambicioso e louco, responsável pelas disputas lamentáveis que, deterioradas, são os germes das guerras.

Esse estado psicológico, de transferência e projeção da sombra da personalidade imatura, é fruto da balbúrdia, dos interesses mesquinhos e múltiplos aos quais se aferra, desajustando-se diante da ordem, da natureza e da vida.

É indispensável uma revisão do comportamento humano, de um estudo profundo a respeito do silêncio íntimo, assim como da harmonia interior.

A única maneira de lográ-lo, é viajar para dentro de si, domando a mente irrequieta — que os orientais chamam o "macaco louco que salta de galho em galho" — e induzi-la à reflexão, ao autodescobrimento.

Há quem tema a quietude, porquanto, ao dar-se esta, ocorre a libertação do ego e o ser se ilumina.

Todos somos escravos da mente.

O universo existe em razão daquele que o observa, da mente que o analisa, da percepção com que o abarca.

Aquele cuja mente não dispõe de tirocínio e lucidez, não se dá conta da realidade, que para ele tem outros conteúdos e significados.

Face a tal conduta, fala e produz ruído.

É nobre e útil quando se comunica e, no entanto, torna-se grandioso se consegue viver em silêncio mental.

Os conteúdos psíquicos em relação ao ego, quando captados por este, constituem a consciência lúcida, e o silêncio torna-se de grande importância para essa conquista.

O silêncio interior é feito de paz e completude, quando o ser compreende o significado da sua vida e a gravidade da sua conduta em relação aos demais membros que formam o Cosmo.

A Ciência hoje une-se à Religião — trata-se de uma perfeita identificação do ego e do eu, do Logos e de Eros — vinculando-se uma à outra, passando a contribuir para a felicidade humana sem enfrentamentos, qual ocorreu outrora através dos antagonismos absurdos.

Até aqui a Ciência vinha trabalhando apenas pelo conhecimento, enquanto a Religião buscava somente religar a criatura ao Criador, marchando separadas e em oposição.

A Psicologia Transpessoal, estudando os estados alterados de consciência, indo além da consciência em si mesma, facultou a união das técnicas místicas do oriente com a razão do ocidente, favorecendo o entrosamento de Eros e Logos a benefício da individuação plena do ser.

Marcham, vinculadas, agora, fé e razão, contribuindo para o surgimento do ser feliz.

O silêncio interior constitui o grande intermediário da paz, que dessa união advém, por desenvolver na criatura o sentimento de amor — por Deus, por si mesmo, pelo próximo —tornando-se este amor o produto alquímico que dilui o ódio, que vence as barreiras impeditivas da fraternidade e inunda-a com os recursos e conteúdos psíquicos libertários.

O apego egoísta, superado, cede lugar à generosidade, à doação, e o indivíduo, livre de algemas, em silêncio íntimo, empreende a grande experiência de viver o self em harmonia com as Leis da Vida.

Isto porque, o nível mais elevado da consciência, pelo menos na graduação humana, é o cósmico, que resulta da identificação entre o si e o Universo, mergulhando o pensamento em Deus e realizando-se totalmente.


Joanna de Ângelis 











Emmanuel - Livro Palavras de Vida Eterna - Chico Xavier - Cap. 52 - Palavra falada



Emmanuel - Livro Palavras de Vida Eterna - Chico Xavier - Cap. 52 - Palavra falada


“Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz. Vede, pois, como ouvis.” — JESUS (Lucas, 8.17,18)


A palavra é vigoroso fio da sugestão.

É por ela que recolhemos o ensinamento dos grandes orientadores da Humanidade, na tradição oral, mas igualmente com ela recebemos toda espécie de informações no plano evolutivo em que se nos apresenta a luta diária.

Por isso mesmo, se é importante saber como falas, é mais importante saber como ouves, porquanto, segundo ouvimos, nossa frase semeará bálsamo ou veneno, paz ou discórdia, treva ou luz.

No templo doméstico ou fora dele, escutarás os mais variados apontamentos.

Apreciações acerca da Natureza…

Críticas em torno da autoridade constituída…

Notas alusivas à conduta dos outros…

Opiniões diferentes nesse ou naquele assunto…

Cada registro falado traz consigo o impacto da ação. Contudo, a reação mora em ti mesmo, solucionando os problemas ou agravando-lhes a estrutura.

Por tua resposta, converter-se-á o bem na lição ou na alegria dos que te comungam a experiência ou transformar-se-á o mal no açoite ou no sofrimento daqueles que te acompanham.

Saibamos, assim, lubrificar as engrenagens da audição com o óleo do amor puro, a fim de que a nossa língua traduza o idioma da compreensão e da paciência, do otimismo e da caridade, porque nem sempre o nosso julgamento é o julgamento da Lei Divina e, conforme asseverou o Cristo de Deus, não há propósito oculto ou atividade transitoriamente escondida que não hajam de vir à luz.


Emmanuel









(Reformador, abril 1959, p. 74)

Emmanuel - Livro Pão Nosso - Chico Xavier - Cap. 170 - A língua



Emmanuel - Livro Pão Nosso - Chico Xavier - Cap. 170


A língua


“A língua também é um fogo.” — (TIAGO, 3.6)


A desídia das criaturas justifica as amargas considerações de Tiago, em sua epístola aos companheiros.

O início de todas as hecatombes no Planeta localiza-se, quase sempre, no mau uso da língua.

Ela está posta, entre os membros, qual leme de embarcação poderosa, segundo lembra o grande apóstolo de Jerusalém.

Em sua potencialidade, permanecem sagrados recursos de criar, tanto quanto o leme de proporções reduzidas foi instalado para conduzir.

A língua detém a centelha divina do verbo, mas o homem, de modo geral, costuma desviá-la de sua função edificante, situando-a no pântano de cogitações subalternas e, por isto mesmo, vemo-la à frente de quase todos os desvarios da humanidade sofredora, cristalizada em propósitos mesquinhos, à míngua de humildade e amor.

Nasce a guerra da linguagem dos interesses criminosos, insatisfeitos. As grandes tragédias sociais se originam, em muitas ocasiões, da conversação dos sentimentos inferiores.

Poucas vezes a língua do homem há consolado e edificado os seus irmãos; reconheçamos, porém, que a sua disposição é sempre ativa para excitar, disputar, deprimir, enxovalhar, acusar e ferir desapiedadamente.

O discípulo sincero encontra nos apontamentos de Tiago uma tese brilhante para todas as suas experiências. E, quando chegue a noite de cada dia, é justo interrogue a si mesmo: — “Terei hoje utilizado a minha língua, como Jesus utilizou a dele?”


Emmanuel










Emmanuel - Livro Bênção de Paz - Chico Xavier - Cap. 48 - Madureza espiritual



Emmanuel - Livro Bênção de Paz - Chico Xavier - Cap. 48


Madureza espiritual


“Quando eu era menino falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem desisti das coisas próprias de menino.” — PAULO (1 Coríntios, 13.11)

Antes do esclarecimento espírita é compreensível que a criatura subverta os valores da vida, mas depois de investir-se na posse do conhecimento da própria imortalidade e das leis que lhe regem os destinos, a maneira espírita de se conduzir claramente lhe revela o caráter cristão nas mínimas circunstâncias da existência.

É por esse motivo que o espírita evangélico:

age sem apego;

progride sem soberbia;

ama sem egoísmo;

serve sem recompensa;

auxilia sem reclamação;

aprende sem vaidade;

ensina sem exigência;

esclarece sem azedume;

perdoa sem condição;

espera sem ociosidade;

corrige sem reproche;

observa sem malícia;

socorre sem barulho;

opera sem temeridade;

colabora sem constrangimento;

constrói sem alarde;

confia sem bazófia;

administra sem imposição;

obedece sem servilismo.

O espírita evangélico, onde esteja e com quem esteja, sabe perfeitamente que as suas convicções se erigem à condição de veículos das ideias que abraça e, em razão disso, seleciona as suas próprias atitudes perante o mundo e a vida, consciente de que, havendo atingido a madureza espiritual, se pode fazer o que quer, somente acerta com as Leis do Senhor quando faz o que deve.


Emmanuel









(Reformador, maio 1967, página 98)

sábado, 29 de março de 2025

Hammed - Livro Um Modo de Entender - Uma nova forma de viver - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 45 - Perante a dor



Hammed - Livro Um Modo de Entender - Uma nova forma de viver - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 45


Perante a dor


“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus”. Paulo (Romanos, 12:2.)

Nossas dores podem ser analisadas como fonte de aprendizagem ou cárcere de lamentação. Elas surgem para que possamos perceber o que precisamos melhorar ou reformular interiormente.

Dificuldades e conflitos são materializações de atos e atitudes íntimas que precisam ser avaliados. Portanto, não tomemos postura de vítima perante dores; antes busquemos em nós mesmos as causas que as motivaram.

Quem vive se justificando diante do sofrimento não quer renovar-se, e quem se acomoda transforma as dificuldades em conflito, fazendo da existência um verdadeiro tormento.

Talvez a falta de flexibilidade seja a causa primária de muitos de nossos desajustes. A vítima não quer ver a realidade, o equívoco e os limites humanos; simplesmente veste o “manto da infelicidade” e culpa o mundo que a rodeia.

Criaturas flexíveis e abertas utilizam-se de atitudes experimentais, jamais definitivas. Fazem novas “leituras de mundo” e reavaliam ideias e ideais, sempre que surjam novos fatos ou acontecimentos.

Eis a regra de ouro diante da dor: “jamais se imobilizar no tempo e nunca fechar as “cortinas da janela” da alma, pois isso leva a uma vida de ilusões e vazia de experiências”. O amanhã existe para que não fiquemos presos no hoje.

A “vontade de Deus” nada nos apresenta que não seja educativo e fecundo para o nosso crescimento e renovação interior. Examinemos cuidadosamente nossas aflições; nelas estão contidos os avisos e lembretes de que necessitamos para harmonizar a nossa existência.


Hammed










Miramez - Livro Horizontes da Mente - João Nunes Maia - Pág. 25 - Dinamismo mental



Miramez - Livro Horizontes da Mente - João Nunes Maia - Pág. 25


Dinamismo mental


O dinamismo da mente atinge pontos indizíveis com relação ao progresso, quando se encontra sob o controle da razão cristianizada. Produz fenomenos que fazem os célicos pensarem, e o homem de fé meditar profundamente em Deus consubstanciando forças pelos recursos já armazenados no coração, concernentes à ampliação dos seus dons espirituais, e coloca em pauta a educação da mente, correção dos pensamentos e vigilância na formação das ideias, pois conhece, e sente de perto, que o dédalo do mundo mental envenena os centros de força, criando, nas vias orgânicas, bifurcações sem placas indicativas, de modo a impedir a energia vital de circular livremente no corpo somático, formando coágulos energéticos, focos de futuras enfermidades de difíceis diagnósticos.

Deduz-se daí que a acupuntura e o passe não fazem outra coisa a não ser livrar a energia da estagnação, fazendo correr a escória magnética, muito mais perigosa do que se pensa, através dos canais excretores do corpo.

O cérebro do espírito encarnado, tanto quanto do desencarnado, é um dínamo acionado por um turbilhão de estímulos que, por sua vez, são obedientes à ave de Deus que pousa no ninho da mente.

Eis porque convidamos os que nos lêem e estudam conosco as primeiras letras do Evangelho de Nosso Jesus Cristo, para empenharem-se com todas as forças nos amanhos da mente, como se fosse uma lavoura de proporções sem limites, a nos oferecer oportunidades sem conta.

E é bom que nos certifiquemos que fora da disciplina, da autoanálise, das boas maneiras, da prática do amor, não haverá paz de consciência. 

Afeiçoemo-nos, pois, ao trabalho de transmutar os instintos inferiores em altos níveis de fraternidade, levando em conta que todo exercício superior nas linhas educativas nos faz crescer perante Deus.

Já pensastes se puderdes, em horas de grande desânimo, de abatimentos morais, conhecendo os métodos e a prática, mudar imediatamente esse estado negativo, envolvendo-vos em alegria pura, em ânimo que se extravasa em todas as palavras e pensamentos no decorrer do dia? Essa é a verdadeira pedra filosofal que os homens tanto procuram no exterior, quando ela está dentro de todos os seres criados por Deus.

A mente dinâmica nos serviços da benevolência e do perdão prorrompe em nuances incalculáveis, na fraternidade imponderável.

Não podemos nos esquecer de que, antes de qualquer trabalho, temos dever para com a humanidade – uma das chaves que abrirá várias portas do aprendizado atinente à educação.

Ao orardes, não esqueçais da humildade diante de Deus.

Ao analisardes os fenómenos da natureza, em primeiro lugar revesti-vos de humildade.

Ao falardes com os vossos semelhantes, cobrivos de humildade respeitosa.

Ao falardes para alguém ouvir, fazei o mesmo, porque amor e caridade, sem a luz da humildade cristã, fica na falta de algo divino que alimenta o coração dos homens, vindo do coração de Deus.

O trabalho é o centro das cogitações de todos nós, em todos os planos de vida.

Porém, ele se divide ao infinito, para que possa atingir as criaturas no plano em que vivem, sem limitações.

A dinâmica da evolução é o labor, desde a primitiva formação da matéria à energia mais pura, desde o espírito até o Criador.

Portanto, viver é empenhar-se em função do trabalho que repara todos os desequilíbrios.

Abençoemos as oportunidades que Deus nos deu de servir, que seremos servidos eternamente.


Miramez











Miramez - Livro Horizontes da Mente - João Nunes Maia - Pág. 13 - Formação das ideias



Miramez - Livro Horizontes da Mente - João Nunes Maia - Pág. 13


Formação das ideias


A formação das ideias escapa, por vezes, à ciência humana, e influencia por demais o corpo físico, que a mesma ciência ignora. O poder dos pensamentos, no que se refere à vida somática, chega a raias inconcebíveis, tanto quanto o organismo social é força preponderante do homem para as coisas. E de alma para alma é a maior energia até então conhecida entre os próprios homens, pelo menos no seio de todos os espíritos criados por Deus.

A ciência da configuração das ideias germina nas sutilezas do raciocínio e promana em todas as direções, como ondas de variados biótipos, levando a mensagem à consciência, de modo a ser aprovada ou relegada à margem do mundo mental.

Se não serve, é descarregada no solo pelas portas dos pés, causando grandes estragos no império somático.

Se nobre, toma outras estéticas, como viva orquestra a harmonizar todo o cosmo orgânico.

Toda imposição de ideias novas, em velha mente deseducada, gera perturbação psíquica e biológica.

Nada na vida obedece ao bem sem esforço e sacrifício.

A Poluição da mente na humanidade chega ao clímax, e a dor dá o alarme de socorro, com urgência acelerada.

Do mesmo modo como se apresentam no mundo externo, encontramse no templo do pensamento inversões de valores, poluição de elementos, que anunciam próximas reformas com clarões da libertação espiritual.

O desenho de sinais na mente é o princípio da comunicação entre as criaturas, e a formação dos pensamentos é uma arte divina, onde o espírito, como co-criador, tem sua maior parte.

A responsabilidade é, portanto, muito grande para as almas que formulam os pensamentos, influenciando as criaturas, pois, pela lei, haverão de receber, de volta, ideias com as mesmas emoções, e vibrações com as mesmas estruturas.

Quando as almas são congéneres na arte de pensar e idênticas nos sentimentos, dá-se o grande fenómeno da vida de dois espíritos: o amor, em verdadeira simbiose, circulando, por canais invisíveis, energias de que um alimenta o outro.

Quanto mais puros os sentimentos, quanto maiores e mais elevados forem os ideais de fraternidade e de perdão, com mais fulgor se expressará a vida, e a consciência não encontrará barreiras, tornando as duas almas uma só, com todas as suas divisões.

Se desejamos nos confundir com os benfeitores de alta hierarquia espiritual, é preciso que a educação da mente seja o primeiro passo.

A disciplina deverá surgir como mostra de um esforço dinâmico da alma, e raios de luz, como relâmpagos nos céus da aura do candidato, anunciarão novos dias.

Está a luta travada, entre as trevas e a luz, entre o eu inferior e o superior. Se assim podemos dizer, entre a carne e o espírito.

A concatenação das ideias obedece a uma lei que muitas vezes, o seu criador desconhece. Todavia, é impulsionada para ininterruptas formações de pensamentos, que expressam o que é, e as vias percorridas na escala evolutiva.

Nós somos o que somos, e o que Deus tinha de fazer em nosso favor já fez desde o princípio, esperando a nossa vez, a nossa parte. 

A açâo do Senhor se processa por leis irretorquíveis, na medida dos nossos esforços. A harmonização da mente não se dá sem a cooperação dos nossos semelhantes, principalmente daqueles que não simpatizam conosco.

Como aprender a perdoar sem sermos ofendidos? Como conhecer o valor do amor, sem antes provarmos o tétrico ambiente do ódio? E a saúde, sem sentirmos o guante da dor? São estímulos de fora, que vêm para o nosso socorro, criando tempestades no nosso mundo mental, agitando os mares dos sentimentos, para que tomemos as devidas providências, analisando no laboratório da razão e nas sensibilidades do coração. E a ordem do dia indica reforma.

Se ouvirdes piadas picantes, não deixeis que elas criem imagens na vossa mente que, ao serem passadas para os outros, nelas vão o vosso carimbo de responsabilidade.

Se alguém vos calunia, não revideis, para que não vivais na mesma dimensão do caluniador, e respondais pelo estrago da energia deturpada que desprende de vós pelo infinito afora. E assim por diante.

A formação das vossas ideias leva a vossa própria imagem, ofertando e recebendo de conformidade com a lei, pois os semelhantes se agrupam com os seus iguais em toda a profusão da vida universal.


Miramez