segunda-feira, 3 de março de 2025

Emmanuel - Livro da Esperança - Chico Xavier - Cap. 79 - Estudo íntimo



Emmanuel - Livro da Esperança - Chico Xavier - Cap. 79


Estudo íntimo


“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos mas os pecadores ao arrependimento.” — JESUS — Mateus, 9.13.


“Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendê-la? Onde, ao demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir.” — Cap. XXIV, 12


Na construção espiritual a que fomos trazidos pela bondade do Cristo, surgem momentos ásperos, nos quais temos a impressão de trazer fogo e fel nos escaninhos da alma.

Não mais entraves decorrentes de calúnia e perseguição, mas sim desgosto e inconformidade a se levantarem de nós contra nós. Insatisfação, arrependimento tardio, autopiedade…

Em muitas ocasiões, desertamos do bem, quando se fazia imprescindível demonstrá-lo. Falhamos ou distraímo-nos, no momento preciso de vigiar ou vencer. E sentimo-nos deprimidos, arrasados…

Mesmo assim, urge não perder tempo com lamentações improfícuas.

Claro que não nos compete descambar na irresponsabilidade. Mera obrigação analisar os nossos atos, examinar a consciência, meditar, discernir… Entretanto, é forçoso cultivar desassombro e serenidade constantes para retificar-nos sempre, adestrando infatigável paciência até mesmo para conosco, nas provações que nos corrijam ou humilhem, agradecendo-as por lições.

Muitas vezes, perguntamo-nos porque teremos sido convocados à obra do Evangelho se, por enquanto, somos portadores de numerosas fraquezas e moléstias morais, contudo, vale considerar que assim sucede justamente por isso, porquanto Jesus declarou francamente não ter vindo à Terra para reabilitar os sãos. 

Críticos do mundo indagarão, igualmente, que diferença fazem para nós as teorias de cura espiritual e as diligências pela sublimação íntima, se estamos estropiados da alma, tanto agora quanto ontem. 

Podemos, entanto, responder, esperançosos e otimistas, que há muita diferença, de vez que, no passado, éramos doentes insensatos, agravando, inconscientemente, os nossos males, enquanto que hoje conhecemos as nossas enfermidades, tratando-as com atenção e empenhando-nos, incessantemente, em fugir delas.


Emmanuel











Emmanuel - Livro Palavras de Vida Eterna - Chico Xavier - Cap. 122 - Convite ao estudo



Emmanuel - Livro Palavras de Vida Eterna - Chico Xavier - Cap. 122


Convite ao estudo


“E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude e à virtude a ciência…” — PEDRO (2 Pedro, 1.5)


Milhões de criaturas possuíram a fé no passado, revelando extremada confiança em Deus; mas, porque a bondade lhes desertasse dos corações, ergueram suplícios inomináveis para quantos não lhes comungassem o modo de sentir e de ser.

Diziam-se devotadas ao culto do Supremo Senhor; entretanto, alçavam fogueiras e postes de martírio, perseguindo ou exterminando pessoas sensíveis e afetuosas em seu nome.

Milhões de criaturas evidenciaram admirável bondade no pretérito, demonstrando profunda compreensão fraternal no trabalho que foram chamadas a desenvolver entre os homens; no entanto, porque a educação lhes escasseasse no espírito, caíram em terríveis enganos, favorecendo a tirania e a escravidão sobre a Terra.

Denotavam obediência a Deus, no exercício da própria generosidade, entretanto, compraziam-se na ignorância, estimulando delitos e abusos, a pretexto de submissão à Providência Divina.

Nesse sentido, porém, a palavra do apóstolo Pedro é de notável oportunidade em todos os tempos.

Procuremos alicerçar a fé na bondade, para que a nossa fé não se converta em fanatismo, mas isso ainda não basta.

É forçoso coroar a fé e a bondade com a luz do conhecimento edificante.

Todos necessitamos esperar no Infinito Amor, todavia, será justo aprender “como”; todos devemos ser bons, contudo, é indispensável saber “para quê”.

Eis a razão pela qual se nos impõe o estudo em todos os lances da vida, porquanto, confiar realizando o melhor e auxiliar na extensão do eterno bem, realmente demanda discernir.


Emmanuel






(Reformador, outubro de 1962, p. 218)

Miramez - Livro Filosofia Espírita - Vol. 13 - João Nunes Maia - Prefácio de Bezerra de Menezes



Miramez - Livro Filosofia Espírita - Vol. 13 - João Nunes Maia


Prefácio de Bezerra de Menezes
 

O nosso grande empenho é mostrar com mais destaque o valor dos livros da codificação, que tem como instrumento maleável, simples e puro, a personalidade ímpar que renunciou ao próprio nome para se apresentar como Allan Kardec.

Estamos assistindo à singela análise de uma de suas obras -"O Livro dos Espíritos" - desdobrada de maneira suave, em vinte volumes, de modo a facilitar aos leitores o estudo e o entendimento dos ensinamentos nele acondicionados. Filosofia Espírita XIII, como os volumes editados e a editar, é como divino néctar que, ao ser sorvido, manifesta o puro sabor que evidencia a sua origem.

As coisas de Deus se manifestam dentro da maior simplicidade, têm a primazia do amor que passa a conduzir. A Doutrina dos Espíritos, realmente, veio trazer as palavras de Jesus na sua pureza, aos que estão preparados para ouvir. Os Espíritos agentes de Deus ficaram encarregados de falar e não se calarem sobre a obra imortal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Sua voz é conhecida pelos Seus discípulos; o Seu rebanho já O conhece há muitas eras, porque todos nós despertamos sob o calor do Seu amor. A gratidão que temos pelo Mestre não pode ser explicada, mas somente sentida, com a alegria do labor em favor dos que sofrem. A caridade verdadeira foi ativada pela Sua presença na Terra, que passa a dizer o contrário do que conhecíamos, anunciando com Sua límpida voz: - "Se alguém te ferir, não firas; se injuriado, não injuries; se apedrejado, não apedrejes; se caluniado, não faças o mesmo; se maltratado, não maltrates; se caluniado, perdoa."

Ele sintetizou os mandamentos que Moisés recebeu no Monte Sinai, exortando: "Ama a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo." Jesus é a nossa vida. Ele é o nosso caminho e a nossa verdade; precisamos da Sua presença em nossa consciência. O Cristo em nós é motivo de vida, e de vida eterna. Não existe alegria pura sem Ele, nem amor, nem caridade. Ele, para nós, é a soma de todos os bens espirituais.

A coleção que está sendo trazida por amor, pelo nosso companheiro Miramez, enfileira assuntos e expõe meios valiosos para que se possa entender com mais profundidade "O Livro dos Espíritos", livro este que serve de bússola na Terra para que os homens possam encontrar o céu.

Se os homens tivessem ideia de quais foram os Espíritos que ditaram aquele livro, e os que estavam assistindo aos escreventes por ímpeto divino, se ajoelhariam por gratidão. Como são felizes as criaturas da Terra! Na verdade, o Cristo não Se esqueceu da Sua promessa, quando disse que voltaria.

Não cansamos de dizer que o "educar e instruir" da Doutrina Espírita é o ponto alto da caridade com Jesus. O homem educado é peça valiosa nas mãos do tempo, para mostrar aos que desconhecem o amor, a grandeza de Deus. O homem instruído e educado é o ser completo que acendeu o sol da verdade no coração.

Jesus, há quase dois mil anos, esteve entre nós, pisando o duro chão do mundo, frente a frente com a ignorância das criaturas; no entanto, agora, Ele, o Mestre dos mestres, trabalha para conviver com cada um em particular, servindo de glória para os que desejam receber Seu amor no coração.

"Filosofia Espírita", volume XIII, é um pingo do amor de Jesus para quem deseja sorver, transformando-se em caridade volante, que por onde quer que passe alegra, ilumina e deixa entendimento. As criaturas de Deus, por si mesmas, entendem a existência do paraíso perdido, que, para ser reencontrado somente há uma porta, que faz vislumbrar esse reino: a entrada do coração.

Se queres ser caridoso, lembra-te primeiro de ti; aprende a praticar a benevolência contigo mesmo, e nós te dizemos como, com toda a segurança que o amor possa nos dar: iluminando a consciência, pautando a vida em todas as virtudes evangélicas. O Evangelho em prática é a solução de todos os nossos problemas. Aí, então, partimos para ajudar aos outros com toda a segurança.

Deus tocou em Jesus, e Ele é a fonte de luz que não nos deixa andar em trevas.


Bezerra

Belo Horizonte, 20 de Maio de 1987.











domingo, 2 de março de 2025

Hammed - Livro Um Modo de Entender - uma nova forma de viver - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 15 - Medo



Hammed - Livro Um Modo de Entender - uma nova forma de viver - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 15


Medo


"Depois disto, que nos resta a dizer? Se Deus está conosco, quem estará contra nós?" (Romanos, 8:31)


O medo pode ser definido como um estado psíquico de inquietação constante, agitação ou impaciência diante de um perigo real ou imaginário.

O medo racional é saudável e necessário em nossa vida. Ele nos protege de nossa impulsividade e de nossos atos irrefletidos.

No entanto, quando o medo é patológico, torna-se destrutivo e tem como resultado a imobilidade de nossas forças mais íntimas.

Eis alguns sintomas emocionais de temores que nos complicam a existência:

• Agitação mental – incapacidade de relaxar e silenciar internamente, sendo preciso reler a mesma página diversas vezes.

• Pessimismo e insegurança – hesitação pertinaz em face não só das grandes como também das pequenas decisões existenciais.

• Dissociação mental – esquecimento constante das coisas mais naturais e simples do cotidiano.

• Agressividade exagerada – irritação contínua com tendência a atacar gratuitamente os outros com ofensas e insultos.

• Vulnerabilidade – sensação frequente de melancolia, como choro fácil e atmosfera de perseguição contumaz.

• Comportamento compulsivo – uso de atos ritualísticos propensos ao perfeccionismo; início de várias atividades ao mesmo tempo sem termino de nenhuma.

• Aura de fracasso – desculpa por qualquer coisa e sentimento de humilhação constante na frente dos outros.

• Falta de motivação – crises de perda de interesse pela vida, sensação de desânimo.

• Mente exaurida – isolação da vida social. A criatura só executa o que é estritamente necessário para a sua manutenção diária.

Não podemos afirmar que todos esses sintomas estão relacionados apenas como medo, mas, quando algum deles ocorrer, é necessário estarmos alerta, pois o medo pode está servindo de base às nossas emoções e atitudes perante a vida.

No espiritismo, encontramos as ferramentas essenciais e as técnicas sensatas para utilizar o medo na proporção certa e apropriada diante de cada fato ou acontecimento que tivermos de enfrentar.

O temor pode ser um ácido que venha consumir desnecessariamente nossas energias vitais. Entretanto não podemos esquecer que “Se Deus está conosco, quem estará contra nós?”.


Hammed









Batuíra - Livro Mais Luz - Chico Xavier - Cap. 29 - Na renovação espiritual



Batuíra - Livro Mais Luz - Chico Xavier - Cap. 29


Na renovação espiritual


Afirmação de fé. Exemplo de confiança.

As sombras se agitam, desorientadas, quando a luz se faz mais intensa.

Indiscutivelmente, os problemas não desaparecem de vez. No entanto, é forçoso que o servidor se mantenha firme no posto de ação e vigilância, com a alegria de quem cumpre o dever.

Rogamos observação e prece, firmeza de ânimo e disposição a servir.

Estamos na condição do cultivador que se encontra em árduo serviço no solo, achanando a gleba e manejando o arado para lançar, por fim, a semente renovadora e produtiva. Realizado o trabalho da plantação, surge o período abençoado da espera.

E de tanta paz carecemos na complementação do serviço que, para sermos mais precisos, somos impelidos a lembrar a tarefa do cirurgião cujo esforço, em seguida ao trabalho operatório, é compelido a aguardar as respostas orgânicas do paciente.

Estejamos no desempenho de nossas atividades normais, dentro daquele preceito do “orai e vigiai”, porquanto, aqueles irmãos nossos do passado, a quem suplicamos renovação para eles e para nós, muito dificilmente se dispõem a essa mesma renovação.

Tenhamos paciência e calma, bom ânimo e fé, e assim, como usamos medicamentos, em doses certas e nas ocasiões certas, a fim de que o desequilíbrio do corpo desapareça em favor da saúde, adotemos comportamento análogo mobilizando palavras de paz, amor e bênção, ante as dificuldades da alma, para que se nos refaça a harmonia espiritual.


Batuíra









Scheilla - Livro Mãos Marcadas - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 14 - Figurino



Scheilla - Livro Mãos Marcadas - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 14


Figurino


À medida que se lhe alteia o padrão cultural, preocupa-se a pessoa humana com o próprio aspecto.

É preciso impressionar de maneira agradável. E a moda entra em ação para solucionar-lhe o problema.

Movimentam-se alfaiates e modistas, lojas e gabinetes, agulhas e trenas para o mister da costura.

Confecção simples e alta confecção. Surgem as criações para inverno e verão, outono e primavera, em linhas especiais segundo as sugestões de tempo e clima.

Combinações e negócios felizes, no mundo, quase sempre se realizam conforme as credenciais do figurino e, por isso, homens e mulheres capricham no concurso de esbeltez e elegância que levam a efeito, cotidianamente, nas ruas.

Não nos esqueçamos, porém, de que somos igualmente observados no reino da verdade, através do porte espiritual que adotamos.

Nossos pensamentos são as criações de que se nos veste a personalidade autêntica e, por eles, somos conhecidos, vistos, ouvidos e analisados na Vida Superior, cabendo-nos o dever de buscar em Jesus o modelo das nossas atitudes e decisões.

Nos círculos terrestres, os requerimentos à autoridade humana, para serem considerados, reclamam primor de apresentação. E, no Mundo Espiritual, muitas vezes, depois dessa ou daquela petição aos Administradores Celestes, temos ouvido, de coração opresso: — “Filha, repare seu figurino”.


Irmã Scheilla










Emmanuel - Livro Canais da Vida - Chico Xavier - Cap. 17 - Coxos e estropiados



Emmanuel - Livro Canais da Vida - Chico Xavier - Cap. 17

Coxos e estropiados


Em matéria de auxílio aos que te reclamam a luz da fraternidade, não te deixes guiar pelas aparências.

Não julgues o mordomo do ouro terrestre por afortunado detentor da riqueza.

Muitas vezes, sob anotações e fichas bancárias, é um trabalhador desesperado, vergando ao peso de inquietantes compromissos, quando não seja triste sedento de paz entre as grades da sovinice.

Não suponhas o homem representativo da vida pública como sendo o guardião da felicidade.

Em muitas ocasiões, embora ostente o bastão do poder, não passa de infortunada vítima de amargas provas a lhe roubarem o contentamento e a segurança.

Não consideres a mulher exteriormente enfeitada por joias de alto preço, por veículo de maldade e perturbação.

Quase sempre, no imo da própria alma, sente-se asfixiada por chagas dolorosas de amargura e desencanto, que lhe aniquilam as melhores aspirações.

Não creias que o artista da inteligência, admirável pelos valores intelectuais com que assombra a mente popular seja sempre o instigador da devassidão.

Muitas vezes, na intimidade dele mesmo é um mutilado psicológico, de quem as vicissitudes da Terra furtaram a esperança e a alegria.

Coxos e estropiados não se encontram simplesmente nos desvãos da indigência.

Respiram com mais frequência, segundo o símbolo evangélico, nas grandes e luzidas assembleias do mundo onde se discutem as mais pesadas responsabilidades humanas.

Jesus quando nos pediu atenção para com os irmãos infelizes incluiu igualmente os nossos companheiros que conduzem consigo a bolsa recheada com aflitivos desenganos na vida íntima.

Fujamos ao exibicionismo dos elogios mútuos e das vazias competições em que medimos nossas forças com os próprios afeiçoados em torneios inúteis de vaidade e ilusão.

Que o entendimento nos ilumine o espírito na jornada para diante e compadecendo-nos uns dos outros, saibamos pavimentar com a verdadeira fraternidade o caminho de nossa libertação.


Emmanuel









Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano

André Luiz - Livro Através do Tempo - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 19 - Escuta, meu irmão!…



André Luiz - Livro Através do Tempo - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 19


Escuta, meu irmão!…


Não é a tua palavra primorosa a força que te exaltará a inteligência e, sim, o objetivo para o qual se dirige.

Não é a dádiva que te confere o título de benfeitor, mas o modo pelo qual te manifestas, através dela.

Não é a fortuna material que te faz realmente rico e, sim, a aplicação dignificante das utilidades que reténs a benefício de todos.

Não é a fama terrestre a claridade que te coroa o nome e sim a benção do Céu sobre a reta conduta que abraçaste em favor do bem coletivo.

Não é a lição verbal o poder com que educarás o companheiro de luta, nas tarefas de cada dia, mas o teu exemplo reiterado na edificação comum por intermédio da própria melhoria.

Não é a tua crença sectária, embora fervorosa, que te guiará à sublimação na vida espiritual, depois da morte do corpo e, sim, os teus atos de bondade santificante, que serão testemunhas permanentes de tua alma, onde estiveres.

Não é a fé sem obras que te iluminará a senda de progresso, mas as obras dignificadoras que conseguires concretizar, em ti mesmo e fora de ti, inspirado por tua fé.

Não é a cultura intelectual inoperante que te fará respeitável, e sim o espírito de serviço com que te devotares, em qualquer condição, à felicidade dos semelhantes.

Não é o êxito suscetível de sorrir-te na Terra, por alguns dias breves, a fonte de alegria real que procuras com os melhores anseios de coração, mas a paz de consciência, no dever bem cumprido, nas obrigações de cada dia.

Busquemos ser, antes de aparentar e fazer, antes de instruir.

A verdade espera nossa alma, em cada ângulo de caminho, dentro de nossa jornada para a frente.

Assim, pois, construamos o nosso engrandecimento interior, porque, hoje ou amanhã, o Sol Divino projetará sobre nós a sua bendita claridade, revelando-nos, à luz meridiana, tais quais somos.


André Luiz









(Psicografada em 31/3/1950 no Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, M. G.)


Emmanuel - Livro Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier - Cap. 98 - Capas



Emmanuel - Livro Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier - Cap. 98


Capas


“E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus.” — (MARCOS, 10.50)


O Evangelho de Marcos apresenta interessante notícia sobre a cura de Bartimeu, o cego de Jericó.

Para receber a bênção da divina aproximação, lança fora de si a capa, correndo ao encontro do Mestre, alcançando novamente a visão para os olhos apagados e tristes.

Não residirá nesse ato precioso símbolo?

As pessoas humanas exibem no mundo as capas mais diversas. Existem mantos de reis e de mendigos. Há muitos amigos do crime que dão preferência a “capas de santos”. 

Raros os que não colam ao rosto a máscara da própria conveniência. Alega-se que a luta humana permanece repleta de requisições variadas, que é imprescindível atender à movimentação do século;  entretanto, se alguém deseja sinceramente a aproximação de Jesus, para a recepção de benefícios duradouros, lance fora de si a capa do mundo transitório e apresente-se ao Senhor, tal qual é, sem a ruinosa preocupação de manter a pretensa intangibilidade dos títulos efêmeros, sejam os da fortuna material ou os da exagerada noção de sofrimento.   

A manutenção de falsas aparências, diante do Cristo ou de seus mensageiros, complica a situação de quem necessita. 

Nada peças ao Senhor com exigências ou alegações descabidas. Despe a tua capa mundana e apresenta-te a Ele, sem mais nem menos.


Emmanuel










sábado, 1 de março de 2025

André Luiz - Livro Opinião Espírita - Emmanuel / André Luiz - Chico Xavier / Waldo Vieira - Cap. 57 - Escala do tempo



André Luiz - Livro Opinião Espírita - Emmanuel / André Luiz - Chico Xavier / Waldo Vieira - Cap. 57


Escala do tempo


O Evangelho Segundo o Espiritismo— Cap. XX — Item 2


Não te atribules. Entendimento espiritual pede paz à alma.

Ninguém usufrui duas situações ao mesmo tempo. Seja na alegria ou na provação, o homem desfruta a existência vivendo hora após hora, minuto por minuto.

O tempo é imperturbavelmente dosado. Concessão igual a todos.

Em nada auxilia a aflição pelo que virá: no cerne do sentimento não há duas crises simultâneas.

Para coisa alguma serve chorar pelo que aconteceu: não podemos retomar a oportunidade perdida.

O passado ensina e o futuro promete em função do presente.

Ninguém confunda precipitação com diligência. Precipitação é pressa irrefletida. Diligência é zelo prestimoso. Não vale acelerar imprudentemente a execução disso ou daquilo: toda realização digna é obtida a pouco e pouco.

Por outro lado, igualmente não será lícito amolentarmo-nos. Importa combater negligência com atividade, sobrepor coragem ao desalento.

A pior circunstância traz consigo instruções preciosas tanto quanto o fruto mais corrompido carrega sementes de subido valor. Cabe-nos descobri-las e utilizá-las.

O melhor não se efetua em marcha atordoada. A própria natureza nos oferece o que pensar. Planta alguma é favorecida com primavera de dupla duração. O golpe de vento que fustiga o capim é o mesmo que estorcega o jequitibá.

As grandes edificações são erguidas em serviço regular e uniforme, com intervalos de sono reparador que refaçam as forças na mente e pausas de lazer que restaurem as energias do coração.

Toda ideia benéfica roga meditação para engrandecer-se. Todo temperamento é suscetível de ser dominado dentro das regras que nos orientam a educação.

Reflitamos na justiça das horas. Tempo é valor divino na experiência humana. Cada consciência plasma com ele o próprio destino.

O tempo que o Cristo despendeu na elevação era perfeitamente igual ao tempo que Barrabás gastou na criminalidade. 

A única diferença entre eles é que Jesus empregou o tempo engrandecendo o bem, e Barrabás usou o tempo gerando o mal. Entre a luz de um e a sombra do outro, o proveito do tempo se gradua por escala infinita. Melhorar-nos ou agravar-nos dentro dela é escolha nossa.


André Luiz




Os últimos serão os primeiros

2. O obreiro da última hora tem direito ao salário, mas é preciso que a sua boa vontade o haja conservado à disposição daquele que o tinha de empregar e que o seu retardamento não seja fruto da preguiça ou da má vontade. Tem ele direito ao salário, porque desde a alvorada esperava com impaciência aquele que por fim o chamaria para o trabalho. Laborioso, apenas lhe faltava o labor.

Se, porém, se houvesse negado ao trabalho a qualquer hora do dia; se houvesse dito: “tenhamos paciência, o repouso me é agradável; quando soar a última hora é que será tempo de pensar no salário do dia; que necessidade tenho de me incomodar por um patrão a quem não conheço e não estimo! quanto mais tarde, melhor”; esse tal, meus amigos, não teria tido o salário do obreiro, mas o da preguiça.

Que dizer, então, daquele que, em vez de apenas se conservar inativo, haja empregado as horas destinadas ao labor do dia em praticar atos culposos; que haja blasfemado de Deus, derramado o sangue de seus irmãos, lançado a perturbação nas famílias, arruinado os que nele confiaram, abusado da inocência, que, enfim, se haja cevado em todas as ignomínias da Humanidade? Que será desse? Bastar-lhe-á dizer à última hora: Senhor, empreguei mal o meu tempo; toma-me até ao fim do dia, para que eu execute um pouco, embora bem pouco, da minha tarefa, e dá-me o salário do trabalhador de boa vontade? Não, não; o Senhor lhe dirá: “Não tenho presentemente trabalho para te dar; malbarataste o teu tempo; esqueceste o que havias aprendido; já não sabes trabalhar na minha vinha. Recomeça, portanto, a aprender e, quando te achares mais bem-disposto, vem ter comigo e eu te franquearei o meu vasto campo, onde poderás trabalhar a qualquer hora do dia.

Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer. Todos viestes quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que quisésseis penetrar nela! Eis-vos no momento de embolsar o salário; empregai bem a hora que vos resta e não esqueçais nunca que a vossa existência, por longa que vos pareça, mais não é do que um instante fugitivo na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade. – Constantino, Espírito Protetor. (Bordéus, 1863.) ESE





(Psicografia de Waldo Vieira)
Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano

Emmanuel - Livro Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier - Cap. 161 - Aproveitemos



Emmanuel - Livro Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier - Cap. 161


Aproveitemos


“E destas coisas sois vós testemunhas.” — (LUCAS, 24.48)


Jesus sempre aproveitou o mínimo para produzir o máximo.

Com três anos de apostolado acendeu luzes para milênios.

Congregando pequena assembleia de doze companheiros, renovou o mundo.

Com uma pregação na montanha inspirou milhões de almas para a vida eterna.

Converte a esmola de uma viúva em lição imperecível de solidariedade.

Corrigindo alguns Espíritos perturbados, transforma o sistema judiciário da Terra, erigindo o “amai-vos uns aos outros” para a felicidade humana.

De cinco pães e dois peixes, retira o alimento para milhares de famintos.

Da ação de um Zaqueu bem-intencionado, traça programa edificante para os mordomos da fortuna material.

Da atitude de um fariseu orgulhoso, extrai a verdade que confunde os crentes menos sinceros.

Curando alguns doentes, institui a medicina espiritual para todos os centros da Terra.

Faz dum grão de mostarda maravilhoso símbolo do Reino de Deus.

De uma dracma perdida, forma ensinamento inesquecível sobre o amor espiritual.

De uma cruz grosseira, grava a maior lição de Divindade na História.

De tudo isso somos testemunhas em nossa condição de beneficiários. Em razão de nosso conhecimento, convém ouvirmos a própria consciência. 

Que fazemos das bagatelas de nosso caminho? Estaremos aproveitando nossas oportunidades para fazer algo de bom?


Emmanuel 












Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 14 - Aproveitamento



Emmanuel - Livro Vinha de Luz - Chico Xavier - Cap. 14


Aproveitamento


“Medita estas coisas; ocupa-te nelas para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.” — Paulo. (1 TIMÓTEO, 4.15)


Geralmente, o primeiro impulso dos que ingressam na fé constitui a preocupação de transformar compulsoriamente os outros.

Semelhante propósito, às vezes, raia pela imprudência, pela obsessão. 

O novo crente flagela a quantos lhe ouvem os argumentos calorosos, azorragando costumes, condenando ideias alheias e violentando situações, esquecido de que a experiência da alma é laboriosa e longa e de que há muitas esferas de serviço na casa de Nosso Pai.

Aceitar a boa doutrina, decorar-lhe as fórmulas verbais e estender-lhe os preceitos são tarefas importantes, mas aproveitá-la é essencial.

Muitos companheiros apregoam ensinamentos valiosos, todavia, no fundo, estão sempre inclinados a rudes conflitos, em face da menor alfinetada no caminho da crença. 

Não toleram pequeninos aborrecimentos domésticos e mantêm verdadeiro jogo de máscara em todas as posições.

A palavra de Paulo, no entanto, é muito clara…

A questão fundamental é de aproveitamento.

Indubitável que a cultura doutrinária representa conquista imprescindível ao seguro ministério do bem; contudo, é imperioso reconhecer que se o coração do crente ambiciona a santificação de si mesmo, a caminho das zonas superiores da vida, é indispensável se ocupe nas coisas sagradas do Espírito, não por vaidade, mas para que o seu justo aproveitamento seja manifesto a todos.


Emmanuel