sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Pág. 147 - Almas Afins



Miramez - Livro Médiuns - João Nunes Maia - Pág. 147


Almas Afins 


"Diariamente perseveraram unânimes no templo, partiam pio de casa em casa, e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração". Atos — Cap. 2, v. 46

Desde o princípio que Jesus se preocupou em reunir almas afins para seu apostolado de amor. Basta olhar para a natureza e notaremos analogia em tudo. A força que liga as coisas iguais é a do amor, argamassa divina que nos prende mais acentuadamente aos nossos iguais. E ê nesta conjunção por aliança que se destampa o clima da harmonia. As reuniões em um templo não deixam de ser também para estreitar laços de afeições na diligente força da fraternidade.

O Cristo, o maior dentre os homens em inteligência, escolheu, para seu rebanho mais íntimo, doze discípulos altamente afinados entre si e famintos pela sabedoria espiritual. O Mestre despejava sobre eles uma profusão de luzes nunca antes conhecida por homens da Terra. E eles se alimentavam e viviam com essas bênçãos celestiais. Para assegurar esta afirmação, escutemos Paulo, Coríntios, capítulo 10, versículo 3: "Todos eles comeram de um só manjar espiritual". Cada um dos apóstolos era como que um transformador dos tesouros evangélicos, computando riquezas do plano maior, e despejando-as em quem quer que fosse, desde que tivesse sede de amor e fome de justiça. Não obstante, necessário se fazia que houvesse entre os companheiros de Jesus homogeneidade de sentimentos, para que reinasse nos trabalhos de difusão da Boa Nova um ambiente nunca sentido por seres humanos e que prendesse as criaturas, por vicejar paz para quem cultivasse os preceitos disseminados por aquele punhado de homens, que se chamavam cristãos. E o interesse maior desses homens renovados em Cristo era fazer conhecer o Messias.

Podemos dizer que o Evangelho é uma constelação de ideias, orientadas pela singeleza do amor, na mais pura ciência da vida. E o mundo, já cansado e oprimido pelas estreitezas dos conceitos humanos, explodia em guerras, pestes e fomes, como se fosse a própria natureza orando ao criador, pedindo socorro. E Ele veio, na promessa de Isaías e em muitas das profecias antigas. Jesus Cristo foi a resposta divina, como consolo, instrução e amor, ampliando a justiça de Moisés para uma conceituação de fraternidade universal, colocando em meio ao "dente por dente", a misericórdia, e fazendo do deprimente estado de pecado, oportunidade para todos se redimirem pelo trabalho que o perdão inspirasse. Jesus é, por assim dizer, um mistério, dentre os mistérios da vida, porque onde não existe afinidade, Ele estimula a simpatia, e onde há escassez de amor, Ele ensina a caridade.

Médiuns! Escutai esta verdade: almas que se afinam em todas as múltiplas variedades do bem para com os outros criam lastros de riquezas imperecíveis, tornando-se doadores, sem que nunca falte o amor que oferecem. A mediunidade precisa da sabedoria tanto quanto do amor. São dois pilares que não podem faltar na casa biológica onde reside o santo e o sábio, e certamente o místico, pois todos os anjos amam a sabedoria. Nós fomos feitos para estarmos ligados uns aos outros. A vida é unidade: o que nos falta é lembrar que somos irmãos de tudo e de todos, e fazer a nossa parte com aproximação por alegria e confraternização por prazer. Vejamos o exemplo dos apóstolos:

"Diariamente perseveraram unânimes no templo, partiam pão de casa em casa, e tomavam suas refeições com alegria e singeleza de coração"


Miramez













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