terça-feira, 27 de agosto de 2024

Joanna de Ângelis - Revista Reformador de Agosto de 2004 - Divaldo P. Franco - Conquista da Sabedoria



Joanna de Ângelis - Revista Reformador de Agosto de 2004 - Divaldo P. Franco


Conquista da Sabedoria


A sabedoria é bênção que não chega total e completa para ninguém.

No transcurso das diversas existências cada Espírito desenvolve a escala de valores morais que lhe cumpre atender, harmonizando o conhecimento com o sentimento, o intelecto com a emoção, a razão com a bondade.

Trata-se de um empreendimento de longo e demorado curso, que se origina interiormente e se expande preenchendo os espaços mentais e emocionais do ser.

Ninguém é o que aparenta.

A sabedoria encontra-se em germe em todos os indivíduos, aguardando os fatores que lhe propiciem a exteriorização das possibilidades latentes, que se transformarão em atitudes e comportamentos superiores.

Semelhante a uma semente, é invisível o seu fanal, que o tempo desvela e permite agigantar-se, alcançando a finalidade essencial.

Quem contemple uma semente, jamais poderá perceber o milagre que oculta.

Ninguém vê o vegetal em que se transformará, as flores que espocarão perfumadas, os frutos saborosos ou não que se apresentarão multiplicados, as futuras sementes…

Imprescindível esperar que os fatores mesológicos e a intimidade do solo façam brotar a plântula que oculta, a fim de tornar-se a realidade que se encontra adormecida.

Na juventude, quando irrompem as energias dominadoras, a arrogância predomina em a natureza humana, tornando o indivíduo, não raro, exigente, intolerante, agressivo. À medida que as experiências exornam o caráter com paciência, a sabedoria se apresenta nas suas primeiras manifestações, que podem ser identificadas como humildade, gentileza, compreensão, tolerância…

Essa operação ocorre no ser interior, que se torna compassivo e generoso, por compreender que as criaturas são diferentes e transitam em níveis de desenvolvimento intelecto-moral muito diversificados.

Muitas vezes, é dolorosa, porque exige humildade e coragem para reconhecer-se quando se está errado e se deve pedir desculpas.

Todos erram, aprendendo por meio das experiências perturbadoras como não reincidir no desequilíbrio.

A imaturidade psicológica, porém, tem dificuldade em reconhecer os próprios equívocos e teimosamente busca defendê-los mediante recursos pouco lisonjeiros.

Quando se vai despojando das injunções da ignorância e da presunção, descobre a felicidade de ser autêntico, de poder identificar os enganos e repará-los, não se afligindo com a aparência, que é sempre secundária no seu processo de crescimento interior.

A sabedoria aumenta na razão direta em que a consciência humanista se desenvolve e percebe a finalidade da sua existência no mundo.

O verdadeiro sábio ignora-se, enquanto o ignorante exorbita na exibição do pretenso conhecimento, que não passa de superficialidade.

Mediante a conquista da sabedoria, o indivíduo faz-se mais simples e acessível, gentil e compassivo.

Conhecendo os desafios que teve de enfrentar e os que ainda surgirão pelo seu caminho evolutivo, não exige transformações morais nos outros, nem se esquiva de crescer sempre.

A existência humana é rica de surpresas, de acontecimentos não previstos, que exigem sabedoria a fim de os enfrentar e administrar, quando negativos ou perturbadores.

Ninguém nasce sábio, mas apenas portador da sua semente.

Fixando experiências, umas depois de outras, reúne o cabedal de conhecimentos e de vivências que o tornam mais lúcido.

Valorizando o tempo e suas lições preciosas, o homem e a mulher que ambicionam o desenvolvimento da semente que conduzem no íntimo, utilizam-se bem de cada instante que lhes é concedido para aprender, para ensinar, para melhorar a própria condição, bem como a qualidade de vida a que se entregam.

Narra-se que, ao retornarem do santuário de Delfos, após consultarem o deus Apolo, a respeito de quem seria o homem mais sábio da Grécia, alguns filósofos atenienses buscaram Sócrates e perguntaram- lhe com certa ironia:

– Tu foste indicado por Apolo como o homem mais sábio da Grécia. Tens algo a dizer?

Ao que ele teria respondido:

– Talvez isso seja verdade, porque sou, possivelmente, em Atenas, o único homem que sabe que nada sabe.

Não havia qualquer presunção nem espírito de exibicionismo na resposta, senão um gesto de nobre humildade diante da grandeza da Vida e de todos os dons que a permeiam.

A sabedoria sorri, enquanto a vacuidade e o conhecimento estulto se exibem, porque superficiais, logo se esvanecendo diante das questões profundas da existência humana e da realidade do ser.

Felizmente, mesmo ignorando esse processo de crescimento, que é natural e automático, as criaturas humanas dão-se conta da necessidade de buscarem o aperfeiçoamento moral e espiritual, a fim de se tornarem plenas.

A plenitude é meta que se deve alcançar e que se encontra ínsita em todos os seres pensantes.

Quando se tem coragem de receber as injunções difíceis sem reclamações nem conflitos, abrindo-se às experiências da evolução, estão em desenvolvimento os pródromos da sabedoria que terminará por predominar no comportamento mental, moral e emocional do ser.

A sabedoria busca sempre horizontes mais amplos até perder-se na infinitude, sem afastar-se da realidade em que se deve fixar.

O amor desempenha um papel fundamental para a conquista da sabedoria. Por meio dele os sentimentos se ampliam, abraçando os demais seres sencientes que encontra pela frente e não deixando pegadas de amargura ou de ressentimento pelos caminhos percorridos.

Logo depois, o conhecimento que decorre do estudo, da observação, dos diálogos, da reflexão e do aprofundamento no contexto das informações encarrega-se de ilustrar o indivíduo que, amoroso, empreende a marcha do saber para ser livre, encontrando a verdade.

Sabedoria é uma experiência feliz em favor do tornar-se, permitindo que o Deus interno domine todas as paisagens do ser externo.


Joanna de Ângelis 








Página recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em 1/1/2003, em Salvador, Bahia, Brasil.


F. Xavier - Livro Chico Xavier, a aurora de uma vida entre o Céu e a Terra - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 10 - A humildade



F. Xavier - Livro Chico Xavier, a aurora de uma vida entre o Céu e a Terra - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 10


A humildade


Não é sem trabalho que podemos aclimatar em nosso Espírito esta flor maravilhosa que é a humildade. Necessitamos antes de tudo arrancar as ervas daninhas que vicejam em nosso coração, repudiar para longe os cardos espinhosos que brotam sem cessar no nosso íntimo para que essa flor delicada e perfumosa possa medrar impavidamente no âmago do nosso Espírito, fecundando a nossa alma, espargindo em todo o nosso ser os perfumes benéficos, aromas suavíssimos que ascendem ao Infinito, numa apoteose de luz!


F. Xavier

1º de maio de 1929.










André Luiz - Livro Busca e Acharás - Emmanuel / André Luiz - Chico Xavier - Cap. 45 - Texto antidepressivo



André Luiz - Livro Busca e Acharás - Emmanuel / André Luiz - Chico Xavier - Cap. 45


Texto antidepressivo


Quando você se observar à beira do desânimo, acelere o passo para a frente, proibindo-se parar.

Ore, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.

Faça algo de bom, além do cansaço em que se veja.

Leia uma página edificante, que lhe auxilie o raciocínio na mudança construtiva de ideias.

Tente o contato de pessoas, cuja conversação lhe melhore o clima espiritual.

Procure um ambiente, no qual lhe seja possível ouvir palavras e instruções que lhe enobreçam os pensamentos.

Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.

Visite um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as suas.

Atenda às tarefas imediatas que esperam por você e que lhe impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento.

Guarde a convicção de que todos estamos caminhando para diante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência, e de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum.


André Luiz













Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano

Casimiro Cunha - Livro Orvalho de Luz - Chico Xavier - Cap. 16 - Definições



Casimiro Cunha - Livro Orvalho de Luz - Chico Xavier - Cap. 16


Definições


Trabalha constantemente,
Se queres ser nobre e forte,
O braço estendido à inércia
Oculta o favor da sorte.

Ama o trabalho singelo
Em doces gestos risonhos.
Mais valem dois pés servindo
Que as asas de muitos sonhos.

Se alguém te insulta a ferir-te
O anseio de amor e paz,
Não lamentes, nem te irrites…
Calando-te, vencerás.

Ajuda quanto puderes,
Espalha a consolação.
Ninguém consegue escapar
Ao tempo de provação.

Em toda e qualquer contenda,
Com quem for, seja onde for,
Fugindo, discretamente,
Serás sempre o vencedor.

Muitos “poucos” reunidos
Levantam obra esmerada
Porque, às vezes, poucos “muitos”
Acaba em luta e nada.

Vive acima da calúnia
Em que a maldade se exprime.
Aos olhos tristes da inveja
A própria virtude é crime.

Fiscaliza as palavrinhas
De humilde e pequena brasa,
Começa a lavrar o incêndio
Que devora toda a casa.

Vais bem se atendes ao bem,
Quando a dúvida te invade.
A prudência vem de Cristo
Quando é sócia da bondade.

Ante os problemas dos outros
Emudece os lábios teus.
Em tudo sempre supomos
Mas quem sabe é sempre Deus.


Casimiro Cunha














Emmanuel - Livro Calma - Chico Xavier - Cap. 8 - Paz em nós



Emmanuel - Livro Calma - Chico Xavier - Cap. 8


Paz em nós


A paz em nós não resulta de circunstâncias externas e sim da nossa tranquilidade de consciência no dever cumprido e é preciso anotar que o dever cumprido é fruto da compreensão.

Compreender significa, na essência, desculpar as pessoas que nos cercam, nas oposições que nos façam e esquecer as ocorrências que nos mostrem adversas, a fim de que nos mantenhamos fiéis à tarefa que se nos indica.

Não te conturbem a censura ou a crítica dos outros no desempenho das obrigações que a vida te assinala, porquanto se aceitas os próprios compromissos no bem geral, esses compromissos dizem respeito a ti mesmo e não aos que te observam, nem sempre com lógica e segurança.

Em qualquer atividade edificante convém lembrar que ideias e palavras, ações e atitudes dos outros pertencem a eles e não a nós.

No critério da reciprocidade, é justo recordar que não nos é lícito violentar essa ou aquela pessoa com opiniões e medidas tendentes a sufocar-lhes a personalidade.

As discussões auxiliam em muitos casos de assuntos obscuros ou de companheiros desinformados, mas servir aos semelhantes, doando-lhes, o melhor de nós, é o argumento decisivo para clarear os agentes de solução a qualquer problema.

Para colaborar no interesse do bem de todos, é imperioso olvidar-nos naquilo que as induções ao egoísmo nos impulsionem a titubear, ante as obrigações que a vida nos traça.

Ainda que todos os elementos exteriores se te revelem contrários à ação que desenvolves, é perfeitamente possível guardar a própria serenidade, desde que saibas entender pessoas e situações, deixando-as onde se coloquem e seguindo para a frente com o trabalho que te compete.

A paz em nós — repitamos — nasce da compreensão em serviço e a compreensão em serviço é mantida pela tolerância para com os erros alheios e até pela autoaceitação dos nossos próprios erros, de modo a sabermos corrigi-los sem tumulto e perda de tempo.

Em suma, enquanto não soubermos perdoar, não seremos livres para submeter-nos à prática do bem, segundo as Leis de Deus.


Emmanuel











Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Hammed - Livro Um Modo de Entender, uma nova forma de viver - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 40 - Sintonia



Hammed - Livro Um Modo de Entender, uma nova forma de viver - Francisco do Espírito Santo Neto - Cap. 40


Sintonia


“Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto”. ( Mateus, 7:7 )

Todas as coisas que existem no Universo vivem em regime de afinidade. Desde o átomo até os arcanjos tudo é atração e sintonia. Nada que te alcança a existência é ocasional ou fruto de uma reação sem nexo.

Teu livre-arbítrio indica com precisão a posição que ocupas no Cosmo, uma vez que cada indivíduo deve a si mesmo a conjuntura favorável ou adversa em que se situa no momento atual.

Vieste da inconsciência – simples e ignorante – e, pela lei da evolução, caminhas para a consciência escolhendo a estrada a ser percorrida.

– Encontrarás o que buscas.

– Tens a posse daquilo que deste.

– Convives com quem sintonizas.

– Conhecerás o que aprendeste, mas somente incorporarás na memória o que vivenciaste.

– Avanças ou retrocedes de acordo com a tua casa mental.

– Felicidade e infelicidade são subprodutos de teu estado íntimo.

– Amigos são escolhas de longo tempo.

– Teu círculo doméstico é a materialização de teus anseios e de tuas necessidades de aprendizagem.

– Pelo teu jeito de ser, conquistarás admiração ou desconsideração.

– O que fizeres contigo hoje refletirá no teu amanhã, visto que o teu ontem decidiu o teu hoje.

Com teus pensamentos, atrais, absorves, impulsionas ou rechaças. Com tua vontade, conferes orientação e rumo, apontando para as mais variadas direções. Disse Jesus: “Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto”.

Sintonia é a base da existência de toda alma imortal. Seja na vida física seja na vida astral, a lei de afinidade é princípio divino regendo a ti, a todos os outros e a tudo.

Observa: viver no drama ou na realidade, na aflição ou na serenidade, na sombra ou na luz, é postura que está estritamente relacionada com teu modo de sentir, pensar e agir.


Hammed














Miramez - Livro Filosofia Espírita Vol. 3 - João Nunes Maia - Cap. 19 - Caminhos dos Espíritos



Miramez - Livro Filosofia Espírita Vol. 3 - João Nunes Maia - Cap. 19


Caminhos dos Espíritos


121. Por que é que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal?

“Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não os criou maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanta para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria.” (O Livro dos Espíritos - Allan Kardec) 


Verdadeiramente fomos criados simples e ignorantes, contudo, as qualidades espirituais perfeitas estavam vibrando, e vibram ainda, em nós esperando o momento de desabrochar para a libertação definitiva. Os caminhos do Espírito são inúmeros, em todas as direções que à vontade de Deus determinou, entretanto, o peso é o mesmo para cada criatura. Aquele que trilha caminhos incompatíveis com o bem o faz somente pela ignorância e desde quando conhece a verdade se liberta do que chamamos de erro. Quando o Espírito recebe, por misericórdia de Deus, o livre arbítrio, juntamente com ele recebe também, a inteligência para escolher os caminhos que lhe agradam, roteiros esses que lhe trazem felicidade.

A onisciência de Deus evidencia que Ele já conhece antecipadamente os caminhos da alma, em toda a sua jornada de despertamento espiritual. Sendo assim, sabe antecipadamente dos nossos acertos e desacertos, e as nossas tendências comprovam as diferenças entre nós. Quem conhece o Amor, jamais envereda pelas trevas do ódio. Portanto, quem permanece odiando, vingando, caluniando, mentindo e perseguindo os semelhantes, é por desconhecer os efeitos do verdadeiro Amor, sendo ainda comandado pelo modo que foi criado, dentro da simplicidade, mas pela força da ignorância.

Os caminhos dos Espíritos são diversos, como já dissemos, mas, em todos eles se irradia a justiça e, se todos foram feitos iguais, por que a liberdade irá modificá-los nas atitudes? Os que não desejam mais errar os fazem por experiências que colheram nas ilusões, e os que permanecem de encontro às leis espirituais, é por faltar-lhes tempo na escola da educação. Espírito algum já nasceu das mãos do nosso Criador sábio e desperto. Nós todos recebemos o mesmo carinho, a mesma proteção, dentro da mesma justiça.

Os anjos e os Espíritos mais elevados, dos quais temos notícias, também passaram por diversos problemas, caindo e se levantando no grande aprendizado universal. Não chegaram à escala em que se encontram por simples atitudes, ou por quererem ser bons; sofreram na pele as agressões da própria vida, para o devido despertamento das suas qualidades. Essa é a verdade: em um pé de fruta podemos observar quantas amadureceram primeiro, por terem nascido primeiro; as que amadurecem por último nasceram, obviamente, por último. Alma alguma cresce sem o guante da dor, sem o sacrifício de si mesma, e sem variados problemas, que se transmutam em qualidades espirituais. Todos passamos pelos testemunhos necessários ao nosso adiantamento espiritual. O que é bom hoje não foi bom ontem, e o que é ruim hoje, amanhã será bom. Ninguém foge desta lei, que nos ampara a todos.

Se somente a ignorância gera o erro, quando esta cessar, desaparecerá a predisposição para errar, e o bem dominará a alma, pela força do Amor. Precisamos meditar mais e estudar, com mais interesse de aprender, no clima da oração.


Miramez 













quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Emmanuel - Livro Fonte Viva - Chico Xavier - Cap. 150 - A oração do justo



Emmanuel - Livro Fonte Viva - Chico Xavier - Cap. 150


A oração do justo


“A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” — (Tiago, 5.16)


Considerando as ondas do desejo, em sua força vital, todo impulso e todo anseio constituem também orações que partem da Natureza.

O verme que se arrasta com dificuldade, no fundo está rogando recursos de locomoção mais fácil.

A loba, cariciando o filhotinho, no imo do ser permanece implorando lições de amor que lhe modifiquem a expressão selvagem.

O homem primitivo, adorando o trovão, nos recessos d'alma pede explicações da Divindade, de maneira a educar os impulsos de fé.

Todas as necessidades do mundo, traduzidas no esforço dos seres viventes, valem por súplicas das criaturas ao Criador e Pai.

Por isso mesmo, se o desejo do homem bom é uma prece, o propósito do homem mau ou desequilibrado é também uma rogativa.

Ainda aqui, porém, temos a lei da densidade específica.

Atira uma pedra ao vizinho e o projétil será imediatamente atraído para baixo. Deixa cair algumas gotas de perfume sobre a fronte de teu irmão e o aroma se espalhará na atmosfera.

Liberta uma serpente e ela procurará uma toca. Solta uma andorinha e ela buscará a altura.

Minerais, vegetais, animais e almas humanas estão pedindo habitualmente, e a Providência Divina, através da Natureza, vive sempre respondendo.

Há processos de solução demorada e respostas que levam séculos para descerem dos Céus à Terra.

Mas de todas as orações que se elevam para o Alto, o apóstolo destaca a do homem justo como sendo revestida de intenso poder.

É que a consciência reta, no ajustamento à Lei, já conquistou amizades e intercessões numerosas.

Quem ajunta amigos, amontoa amor. Quem amontoa amor, acumula poder.

Aprende, assim, a agir com justiça e bondade e teus rogos subirão sem entraves, amparados pelos veículos da simpatia e da gratidão, porque o justo, em verdade, onde estiver, é sempre um cooperador de Deus.


Emmanuel













Marco Prisco - Livro Sementeira da Fraternidade - Espíritos Diversos / Divaldo P. Franco - Cap. 6 - Um sublime alguém




Marco Prisco - Sementeira da Fraternidade - Espíritos Diversos / Divaldo P. Franco - Cap. 6


Um sublime alguém


Ninguém poderá carregar o fardo de suas dores.

Eduque-se com o sofrimento.

Ninguém entenderá os problemas complexos de sua existência.

Exercite o silêncio.

Ninguém seguirá com você indefinidamente.

Acostume-se com a solidão.

Ninguém acreditará que suas aflições sejam maiores do que as do vizinho.

Liberte-se delas com o trabalho de autoiluminação.

Ninguém lhe atenderá todas as necessidades.

Subordine-se apenas ao que você tem.

Ninguém responderá por seus erros.

Tenha cuidado no proceder.

Ninguém suportará suas exigências.

Faça-se brando e simples.

Ninguém o libertará do arrependimento após o crime.

Medite na paciência e domine os impulsos.

Ninguém compreenderá seus sacrifícios e renúncias para a manutenção de uma vida modesta e honrada.

Persevere no dever bem cumprido.

Sábio é todo aquele que reconhece a infinita pequenez ante a infinita grandeza da vida. Embora ninguém possa servi-lo sempre, você encontrará um sublime Alguém, que tem para cada anseio de sua alma uma alternativa de amor.

Por você, Ele carregou o fardo do mundo...

Compreendeu os conflitos da vida...

Caminhou com todos...

Socorreu todos que O buscaram...

Matou a fome, saciou a sede e ouviu as multidões inquietas...

Atendeu à viúva de Naim, ao apelo materno em Caná...

Carregou a cruz da injustiça sem nenhuma reclamação...

Perdoou a traição de Judas, desculpou as negativas de Pedro e a ambos libertou do remorso com a concessão do trabalho em novos avatares...

Compreendeu as lutas da mulher atormentada, sedenta de paz; esclareceu o enfático doutor do Sinédrio, sedento de saber; arrancou das trevas o cego Bartimeu, sedento de claridade...

Ensinou que diante do amor todos os enigmas do Universo se aclaram, por ser o Pai Celeste a Suprema Fonte do Amor.

Não se imponha, pois, a ninguém.

Embora você dependa de todos, nada aguarde dos outros.

Receba e agradeça o que lhe chegue e como chegue, ajude e passe...

Aprenda que a luta é a lição de cada hora no abençoado livro da existência planetária, e siga adiante com Ele, que "jamais se escusava".


Marco Prisco



















quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Joanna de Ângelis - Livro Conflitos Existenciais - Divaldo P. Franco - Cap. 3 - Raiva - Pág. 25 - Raiva e primarismo



Joanna de Ângelis - Livro Conflitos Existenciais - Divaldo P. Franco - Cap. 3 - Raiva - Pág. 25


Raiva e primarismo


A raiva é um sentimento que se exterioriza toda vez que o ego sente-se ferido, liberando esse abominável adversário que destrói a paz no indivíduo. Instala-se inesperadamente, em face de qualquer conflito expresso ou oculto, desferindo golpes violentos de injúria e de agressividade.

Inerente a todos os animais, no ser humano, porque portador de vontade e discernimento, é responsável por transtornos que conseguem obscurecer lhe a razão e perturbar-lhe o equilíbrio, produzindo danos emocionais de pequeno ou grande alcance, a depender da extensão e da profundidade de que se reveste.

Quando existe a primazia dos instintos agressivos, na contextura do ser, este, diante de qualquer ocorrência desagradável, real ou imaginária, rebolca-se na situação danosa, em agitação inconsequente, cujos resultados são sempre la­mentáveis, quando não funestos.

Predominando nele o instinto de arbitrária dominação, em falsa postura de superioridade, percebendo a fragilidade dessa conduta e a impossibilidade de impor-se, porque não considerado quanto gostaria, recorre ao mecanismo psicológico da raiva para exteriorizar a violência ancestral que lhe dorme no íntimo.

A semelhança de um incêndio que pode começar numa fagulha e trazer prejuízos incalculáveis pela sua ex­tensão, a raiva também pode ser ateada por uma simples insinuação de pequena monta, transformando-se em vul­cão de cólera destruidora, que avassala.

Há indivíduos especialmente dotados da facilidade de enraivecer-se, que alternam essa emoção com a psicastenia - palavra cunhada por C. G. Jung, como uma fraque­za psíquica responsável por um estado de astenia psíquica constitucional, com forte tendência para a depressão, o medo, a incapacidade de suportar desafios e dificuldades mentais...

A raiva produz uma elevada descarga de adrenalina e cortisol no sistema circulatório, alcançando o sistema nervoso central, que se agita, produzindo ansiedade e manten­do o sangue na parte superior do corpo, no que resultam diversos prejuízos para as organizações física, emocional e psíquica. Repetindo-se com frequência, produz o endurecimen­to das artérias e predispõe a vários distúrbios orgânicos... 

De alguma forma, a raiva é um mecanismo de defesa do instinto de conservação da vida, que se opõe a qual­quer ocorrência que interpreta como agressão, reagindo, de imediato, quando deveria agir de maneira racional. Porque tolda a faculdade de discernir, irrompe, desastrosa, assinalando a sua passagem por desconforto, cansaço e amolentamento das forças, logo cessa o seu furor...

O animal selvagem, quando perseguido ou esfaimado ataca, para logo acalmar-se, conseguido o seu objetivo.

O ser humano, além dessa conduta, agride antes, por medo de ser agredido, aumentando a gravidade de qual­quer ato sob a coerção do pânico que se lhe instala de mo­mento, ante situações que considera perigosas, evitando racionalizar a atitude, antes parecendo comprazer-se nela, sustentando a sua superioridade sobre o outro, aquele a quem atribui o perigo que lhe ronda.

O seu processo de evolução do pensamento e da consciência, porque estacionado nos remanescentes do período egocêntrico, ora transformado em egoico, estimula esse comportamento inoportuno e prejudicial, cujos efei­tos danosos logo serão sentidos em toda a sua extensão.

O círculo da raiva é vicioso, porque o indivíduo adapta-se a essa injunção, passando a gerar um compor­tamento agressivo, quando não vivenciando uma postura contínua de mau humor.

Essa raiva inditosa é resultado de pequenas frustra­ções e contínuas castrações psicológicas, muitas vezes ini­ciada na constelação familiar, quando pais rigorosos e im­prudentes, violentos e injustos, assumem postura coercitiva em relação aos filhos, impondo-se-lhes, sem a possibilidade de diálogos esclarecedores. Lentamente vão-se acumulando esses estados de amargura pela falta de oportunidade de defesa ou de justificação, que se convertem em revolta surda, explodindo, indevidamente, quando já se faz uma carga muito pesada na conduta.

Por natural necessidade de afirmação da personalida­de, a criança é teimosa, especialmente por falta de discerni­mento, por necessidade de adquirir experiências, gerando atrito com os pais e familiares mais velhos, que nem sem­pre estão dispostos a conversar com esclarecimentos ou sa­bem como equacionar esses conflitos do desenvolvimento intelectual e emocional do educando.

Exigem silêncio, respeito, não permitindo as discus­sões francas e próprias para os esclarecimentos que se tor­nam necessários ao entendimento das situações existenciais e das possibilidades de ação, no que é ou não concernente a cada um cumprir. Também ocorre quando são genitores descuidados que não se interessam pelos problemas da prole, causando-lhe um fundo ressentimento, a princípio inconsciente, para desbordar em raiva acumulada.

Outras vezes, como resultado da timidez, o indiví­duo refugia-se na raiva, e porque não a pode expressar, foge para transtornos profundos que o maceram.

A falta de conhecimento das próprias debilidades emocionais faz que não disponha de equilíbrio para enfrentamentos, competições, discussões, derrapando facil­mente no comportamento infeliz da raiva.

Acidentes automobilísticos, em grande número, são resultado da raiva mal contida de condutores que não se conformam quando outrem deseja ultrapassá-los na rodo­via, nas ruas e avenidas, embora estivessem viajando em marcha reduzida. Sentindo-se subestimado pelo outro -raciocínio muito pessoal e sem fundamento — em vez de cederem a passagem, quando observam que o outro veículo se lhes emparelha, aceleram e avançam ambos, raivosos, até o surgimento de um terceiro em sentido oposto, obedecendo, porém, as regras, no que se transforma em tragédia. Bastasse um pouco de bom-tom, de serenidade, para cooperarem um com o outro, e tudo seria resolvido sem qualquer dano.

Durante os desportos, na política, na religião, na arte, participando ou acompanhando-os, não admitem es­ses aficionados a vitória do outro, a quem consideram adversário, quando é somente competidor, enraivecendo-se e dando lugar a situações graves, muitas vezes redundando em crimes absurdos.

A raiva é choque violento que abala profundamente o ser humano, deixando rastros de desalento e de infelicidade.

Ela está habitualmente presente nos debates domés­ticos, quando os parceiros não admitem ser admoestados ou convidados à reflexão por atitudes incompatíveis com a própria afetividade ou decorrentes de situações que sur­gem, necessárias para os esclarecimentos que facultem a melhora de conduta.

Em vez da análise tranquila do fenômeno, a tirania do ego exalta-o, o instinto de predominância do mais forte ressuma e a pessoa acredita que está sendo diminuída, cri­ticada, passando a reagir antes de ouvir, a defender-se antes da acusação, partindo para a agressão desnecessária, de que sempre arrepende-se depois. 


Joanna de Ângelis













Emmanuel - Livro da Esperança - Chico Xavier - Prefácio - Obrigado, Senhor!



Emmanuel - Livro da Esperança - Chico Xavier - Prefácio


Obrigado, Senhor! 


Leitor amigo: este livro, gravitando em torno de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, cujas consolações e raciocínios pretende palidamente refletir, não tem outro objetivo senão convidar-nos ao estudo das sempre novas palavras de Cristo.

Muitos homens doutos falaram delas, através do tempo e alguns deles, decerto com a melhor intenção, alteraram-lhes, de algum modo, o sentido, para acomodá-las aos climas sociais e políticos em que vivem. 

“Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes do Céu”, entretanto, voltaram a interpretá-las, em sua expressão pura e simples, reafirmando-nos que, hoje quanto ontem, é possível a cada um de nós ouvir Jesus, no âmago da alma, a repetir-nos com segurança: “aquele que me segue não anda em trevas.” 

Das Esferas superiores, tornaram os mensageiros da Providência Divina, asseverando que Ele vive para sempre, junto de nós, sem desesperar de nossas fraquezas… 

Mestre abnegado, repete, indefinidamente, a mesma lição milhares de vezes; orientador, dá-nos serviço e aponta-nos o rumo certo na estrada a palmilhar; amigo, compreende-nos as faltas e incorreções sem privar-nos de auxílio; companheiro, caminha conosco, alentando-nos os sonhos, multiplicando-nos as alegrias das horas sem nuvens e enxugando-nos as lágrimas, nos dias de provação e desalento, sem humilhar-nos a pequenez.

Peregrinos da evolução, que todos ainda somos, — os que lutamos por regenerar-nos, melhorar-nos e aprimorar-nos na Terra, na condição de encarnados e desencarnados, — ouçamos, com Allan Kardec, a explicação clara dos princípios evangélicos, que nos certificam de que ninguém está desamparado, que todos os homens são filhos de Deus e que nenhum está órfão de consolação e ensinamento, desde que se apresente nas fontes vivas da Boa Nova, de espírito renovado e coração sincero!…

É por isso, leitor amigo, que em nos associando aos teus anseios de sublimação, que se nos irmanam na mesma trilha de necessidade e confiança, diante do Primeiro Centenário do O Evangelho segundo o Espiritismo, nós te rogamos permissão para nomear este livro despretensioso de servidor reconhecido, como sendo Livro da Esperança.

Obrigado, Senhor!

Há um século, convidaste Allan Kardec, o apóstolo de teus princípios, à revisão dos ensinamentos e das promessas que dirigiste ao povo, no Sermão da Montanha, e deste-nos “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Desejavas que o teu verbo, como outrora, se convertesse em pão de alegria para os filhos da Terra e chamaste-nos à caridade e à fé, para que se nos purificassem as esperanças nas fontes vivas do sentimento.

Mensagens de paz e renovação clarearam o mundo!

Diante das tuas verdades que se desentranharam da letra, abandonamos os redutos de sombra a que nos recolhíamos, magnetizados por nossas próprias ilusões, e ouvimos-te, de novo, a palavra solar da vida eterna!…

Agradecemos-te esse livro, em que nos induzes à fraternidade e ao trabalho, à compreensão e à tolerância, arrebatando-nos à influência das trevas, pela certeza de tuas perenes consolações…

Obrigado, Senhor, não somente por nós, que devemos a essas páginas as mais belas aspirações, nas tarefas do Cristianismo Redivivo, mas também por aqueles que as transfiguraram em bússola salvadora, nos labirintos da obsessão e da delinquência; pelos que as abraçaram, quais âncoras de apoio, em caliginosas noites de tentação e desespero; por aqueles que as consultaram, nos dias de aflição e desalento, aceitando-lhes as diretrizes seguras nas veredas da provação regenerativa; pelos que as transformaram em bálsamo de conforto e paciência, nos momentos de angústia; pelos que ouviram, junto delas, o teu pedido de oração e de amor a bem dos inimigos, esquecendo as afrontas que lhes retalharam os corações; pelos que as apertaram, de encontro ao peito, para não tombarem asfixiados pelo pranto da saudade e da desolação, à frente da morte; e por todos aqueles outros que aprenderam com elas a viver e confiar, servir e desencarnar, bendizendo-te o nome!…

Oh! Jesus! No luminoso centenário de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, em vão tentamos articular, diante de ti, a nossa gratidão jubilosa!… Permite, pois, agradeçamos em prece a tua abnegação tutelar e, enlevados ante o Livro Sublime, que te revive a presença entre nós, deixa que te possamos repetir, humildes e reverentes:
— Obrigado, Senhor!…


Emmanuel


Uberaba, 18 de abril de 1964.




VÍDEO: 

Luminosa cúpula - Artur Valadares 





Palestra realizada no dia 07/07/2024 durante a 51ª Feira do Livro Espírita de Ribeirão Preto/SP.

terça-feira, 6 de agosto de 2024

Neio Lúcio - Livro Irmãos Unidos - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 3 - Além da Terra



Neio Lúcio - Livro Irmãos Unidos - Espíritos Diversos / Chico Xavier - Cap. 3



Além da Terra


A transposição de Plano para a nossa mente é muito morosa, considerando as necessidades de preparação que nos cabe, à frente da vida superior.

Só a grande vida merece a grande morte.

Além da carne, não há libertação para quem não se liberta. O trabalho é desconhecido para quem não trabalha.

A Vida abundante, com relação à qual, tão claro foi Jesus nas lições da Boa Nova, apenas se revela ao coração que se devotou à vida intensa na prática do bem, desde aí.

A união espiritual é uma luz somente para aquele que, ainda na carne, a procura.

A nossa Esfera aqui é, sobretudo, de continuação ao que, aí, teve começo.

No Círculo físico, as possibilidades de iniciar ou reiniciar são imensas. Aqui, porém, pelo menos nas atividades vizinhas da Crosta Planetária, a lembrança, a memória e a ligação mental impõem prosseguimento.

Assim sendo, tudo aqui é sono ou semi-inconsciência para quem não despertou para o trabalho ativo na matéria densa; desagrado para quem somente tratou de agradar-se no campo emocional menos construtivo do corpo; angústia para quem não exercitou a paciência, atenuando as próprias aflições e desânimo ou perturbação para quem não aceitou os benefícios da luta ou entravou a marcha dos que buscavam lidar e lutar com nobreza.

Tudo lógico, vivo, natural. Nem poderia ser de outro modo. Se vocês não criarem interesse de elevação espiritual para a “Terra Próxima”, o domicílio do Além será menos interessante que a “Terra de Agora” para vocês.

É necessário reconhecer que os irmãos se encontram armados, na arena carnal, para muitas e valiosas conquistas.

Quem mais realizar com o bem, mais aquinhoado de dons divinos será fatalmente pelas forças que o representam.

Não se esqueçam de que pensamento e ação simbolizam sementeira e crescimento. Os dias se encarregam de amadurecer os frutos, de acordo com a nossa plantação.


Neio Lúcio













Batuíra - Livro Mais Luz - Chico Xavier - Cap. 56 - Ouçamos uns aos outros



Batuíra - Livro Mais Luz - Chico Xavier - Cap. 56


Ouçamos uns aos outros


Suspiramos pelo ensejo de viver inalteravelmente reunidos como sendo uma família só… e nas horas em que nos vemos sozinhos sofremos e nos desgastamos.

Em semelhantes minutos a sombra aparece e com a sombra vão chegando os que moram dentro dela, suscitando-nos pensamentos sombrios de tristeza e desânimo.

Lutemos contra isso. Abramos os nossos corações sinceros, como sempre, uns aos outros, e ouçamo-nos uns aos outros com entendimento e com amor.


Batuíra













Emmanuel - Livro Neste Instante - Chico Xavier - Cap. 3 - Indagações da vida



Emmanuel - Livro Neste Instante - Chico Xavier - Cap. 3


Indagações da vida


A Terra, de certo modo, assemelha-se a um palco imenso sobre o qual nós outros, as criaturas de Deus, somos os atores na peça que nos cabe representar, com o objetivo de aprender a amar e a servir.

A realidade permanece, na Vida Espiritual, na retaguarda dos bastidores, para onde todos volvemos, um dia, para a verificação dos nossos acertos e desacertos no trabalho realizado.

Os ensinamentos religiosos, em si, constituem o ponto, orientando o comportamento dos atores em cena.

Nesta exposição sintética, esboçamos uma resposta às indagações do cotidiano, na experiência física.

Por que existem pais em antagonismo com os filhos?

Por que se desfazem matrimônios respeitáveis, sob o pretexto de que terá secado a fonte da afeição de um cônjuge para com o outro?

Por que se esfria o devotamento entre pessoas que se estimaram durante longo tempo de convivência?

Por que determinadas mães, contrariamente aos princípios da natureza, enjeitam os próprios filhos?

Por que o ódio entre irmãos consanguíneos que se amavam enternecidamente na infância e não mais se suportam, na posição de adultos?

Por que aparecem criaturas que detestam a família em que nasceram?

Debalde se improvisam teorias, à base do materialismo, para a definição de semelhantes fenômenos.

Só a reencarnação possui lógica suficiente para explicá-los. E unicamente as lições do Cristo são claras na orientação da existência de cada um, a fim de que não venhamos a perder o ensejo de aprender a paciência e a renúncia, a humildade e a compreensão, a tolerância e a brandura construtiva, em regime de reciprocidade, na conquista do Amor.


Emmanuel














Fonte: Bíblia do Caminho † Testamento Xavieriano