segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Joanna de Ângelis - Livro Luz da Esperança - Divaldo P. Franco - Dor e progresso



Joanna de Ângelis - Livro Luz da Esperança - Divaldo P. Franco


Dor e progresso 


Fazer a apologia do sofrimento ao invés de exaltar-lhe a função, no momento, indispensável, para o processo de renovação espiritual, é perigo de derivação masoquista.

Ignorar-lhe a realidade em todas as expressões da vida inteligente, significa fugir para estados utópicos de comportamento alienado.

A dor é fenômeno natural a expressar-se em toda parte, em nome do progresso espiritual.

Os seres vivos sofrem, inevitavelmente, o processo de desgaste, de transformação, de envelhecimento e de morte. Nas áreas da sensação e da emoção estes mecanismos se expressam em forma de dor, propiciando campo para as enfermidades que são, igualmente, um importante capítulo da vida em si mesma.

No homem, face à presença da razão, e graças à anterioridade das experiências evolutivas, manifestam-se outras formas de aflição, que constituem impositivo para o autoburilamento moral, mediante o qual ele consegue liberar-se das constrições do sofrimento.

E porque o amor ainda não atua conforme devera, eis que a dor é o buril que lhe lapida as arestas ou o cadinho que lhe purifica as mazelas.

Mesmo quando o amor luz esparze suas bênçãos, o sofrimento segue-lhe ao lado, em razão das primeiras respostas que se recebem no clima moral da Terra, ainda hostil para as suas elevadas propostas.

Por isto, a dor é a missionária incompreendida que trabalha continuamente para a ascensão espiritual dos seres...

A única opção diante da dor é a atitude de resignação confiante, que gera a postura paciente e otimista.

Com ela resolvem-se as situações mais graves e processam-se os mecanismos de superação, mediante os quais se adquirem a paz e a realização íntima.

A dor, no entanto, aumenta ou diminue o volume e profundidade da sua ação, conforme a atitude emocional de quem lhe experimenta a presença.

Ninguém que transite, no mundo, está indene ao seu operoso dever.

Assim, enfrenta-a com uma disposição dinâmica, retirando da sua presença os melhores resultados para a tua elevação espiritual.

Somente se sofre, porque se é imperfeito, devedor.

Quando se adquire o amor, que tudo supera, a dor bate em retirada e o homem se torna pleno.

Jesus, vindo ensinar-nos a arte de amar, padeceu as injunções do sofrimento, embora sem dele necessitar, a fim de que o seu exemplo digno nos constituísse a terapia eficiente para a aquisição da saúde total.


Joanna de Ângelis









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