domingo, 21 de junho de 2020

Carlos A. Baccelli - Livro Chico Xavier - Mediunidade e Ação - Pág. 32/33 - Chico Xavier e as Materializações de Pedro Leopoldo



Carlos A. Baccelli - Livro Chico Xavier - Mediunidade e Ação - Pág. 32/33


Chico Xavier e as Materializações de Pedro Leopoldo


A materialização dos espíritos é um dos fenômenos mais raros dentro do Espiritismo, de vez que são igualmente raros os médiuns de efeitos físicos que se revelam aptos para a sua produção.

Existem materializações parciais, fenômenos de voz direta e outros semelhantes, mas a chamada “materialização pura”, conforme nos fala André Luiz no livro “Missionários da Luz”, efetivamente é muito difícil de se conseguir.

Poucos médiuns no mundo se prestaram a materialização dos espíritos com a nitidez desejada.

Entre eles, poderíamos destacar a médium Florence Cook que, durante três anos consecutivos, permitiu os estudos de Sir Willian Crookes sobre as surpreendentes materializações de Katie King; estudos que foram, mais tarde, enfeixados por ele no seu excelente livro “Fatos Espíritas”.

No Brasil, tivemos o grande Francisco Peixoto Lins, o Peixotinho, que foi um dos expoentes máximos da mediunidade no campo da ectoplasmia.

As reuniões com Peixotinho ficaram inesquecíveis na memória de quantos tiveram o privilégio delas participar.

Hoje, porém, desejamos falar do também, médium de efeitos físicos - para fenômenos de materialização – Chico Xavier.

Na década de 40, em Pedro Leopoldo, com um reduzido grupo de amigos, do qual às vezes o Peixotinho fazia parte, Chico promoveu na sede do Centro Espírita “Luiz Gonzaga” reuniões de materialização.

Os espíritos se materializavam com grande facilidade por seu intermédio e os fenômenos que ocorriam eram os mais diversos: voz direta, ruídos, levitação e transporte de objetos, tais como pétalas de rosas e conchas marinhas, luzes e perfumes... Scheilla, que sempre se fazia presente, submetia os enfermos a tratamento com extraordinários resultados.

Certa vez, contou-nos o nosso saudoso Joaquim Alves, o Jô, que chegou a participar de muitas dessas reuniões, que o Chico ficava recostado numa espécie de poltrona em um quartinho com a porta aberta...

Lá de dentro, explodiam luzes de variadas cores iluminando todo o ambiente, de forma que dava para ver o Chico deitado em transe...

Um dia, o próprio Emmanuel materializou-se a vista de todos.

Trajando uma túnica à romana, um facho de luz erguido em sua mão esquerda, ele trazia no peito as estrelas do Cruzeiro do Sul...

Não raro, era algum outro espírito que se materializava de corpo inteiro, dialogando com os familiares e lhes arrancando lágrimas de emoção pela sublimidade do acontecimento.

Neste contexto, contou-nos também, poucos meses antes de desencarnar, o nosso amigo Sr. José Gonçalves Pereira, diretor da Casa Transitória, em São Paulo, sobre a materialização de sua mãezinha desencarnada, D. Alvina, pela abençoada mediunidade de Chico Xavier.

E foi ele mesmo, o Sr. Gonçalves, que confiou-nos o trabalho feito pelo Jô que, na penumbra, artista de grande talento que era, ia retratando as entidades materializadas.

Observemos nas fotos que estampamos nesta matéria, que os espíritos materializados pelas faculdades do Chico sequer tocavam o solo com os pés; observemos ainda a leveza da materialização, o véu diáfano de ectoplasma que os cobria e a luminosidade que irradiavam.

Através de outros medianeiros, e entre eles o próprio Peixotinho, (...) as materializações eram, digamos, mais humanizadas; ao passo que, pelo Chico, elas eram mais espiritualizadas...

É verdadeiramente uma pena que os que presenciaram o fenômeno na época, não tenham registrado de forma conveniente.

Outras fotos, melhores do que estas que se seguem, infelizmente se perderam.

Com a quebra do sigilo das reuniões de Pedro Leopoldo, o que era impossível de se manter de todo, começou um assédio de pessoas que queriam participar delas por simples curiosidade.

Foi quando Emmanuel recomendou ao Chico que as reuniões fossem suspensas, porque além do seu grande desgaste de energia, a sua tarefa primordial nesta encarnação era a do livro.

Obediente ao sábio orientador, o Chico passou a concentrar esforços na psicografia, materializando o pensamento dos Espíritos Superiores para a Humanidade, necessitada de espiritualizar-se.

Depois, uma vez ou outra, Chico, já em Uberaba, chegou a participar ele mesmo como médium de efeitos físicos em reuniões da “Comunhão Espírita Cristã”; mas aí a finalidade básica era a de submeter os doentes a tratamento.

Conta-se que nessas oportunidades, a nossa irmã Scheilla costumava materializar uma espécie de “colar radioativo” que, colocando no pescoço dos enfermos, era absorvido pelo corpo instantaneamente.

Hoje, aos quase 80 janeiros de idade, os fenômenos físicos ainda estão presentes em torno de Chico Xavier.

É comum no ambiente em que esteja, rescender um conhecido perfume de rosas ou, então, um cheiro de éter.

Os vidros de água a ser fluidificada, se colocados em seu quarto, ficam repletos de uma substância leitosa, exalando um suave perfume.

Muitas amigas de Chico disseram-nos ter em casa o lenço que, ao toque de suas mãos, embebeu-se de perfume que, passados muitos anos, continua inalterável.

Entregando estas singelas considerações aos nossos leitores, que seguem documentadas pelas fotos às quais pudemos ter acesso, esperamos ter cumprido com o dever de deixar registrado para a posteridade este aspecto da mediunidade de Chico Xavier, sem dúvida, o médium mais completo de todos os tempos.


Carlos A. Baccelli




Fonte: Julio Miyamoto

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